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sábado, 1 de agosto de 2020

Três clássicos que mudaram a história do Heavy Metal


Matéria por: Renato Sanson


Segundo os cientistas a idade entre 30 – 39 anos é considerado o auge de um ser humano, pois nesta etapa muitos já conseguiram sua estabilidade financeira e profissional, galgando passos maiores para demais conquistas e sucesso.

Chegando nesta faixa de idade temos três clássicos atemporais do Heavy Metal mundial, são eles: “Kill ‘Em All” (37 anos), “Ride the Lightning” (36 anos) e “Cowboys From Hell” (30 anos).

Venho aqui expressar a minha opinião de o porquê esses grandes discos do Metallica e Pantera mudaram o rumo do som pesado, trazendo novas perspectivas e esperanças a esse estilo que tanto amamos.  Mas não só isso, mas a minha visão como fã e o quanto me impactou musicalmente ao ouvi-los com os meus saudosos 15/16 anos (já me sinto o velho hehehehe).

Renato Sanson com as três perólas que revolucionaram o Heavy Metal

O ano era 2003 e a estava na reta final do Ensino Médio, nessa época já me debandava para o mundo do Heavy Metal, o Rock em si pouca coisa me atraia, mas o som mais extremo me caia muito bem aos ouvidos. Não sei se era por questão da idade e toda aquela vibe de “true”, que todos passam, mas neste período o som mais melodioso que eu escutava era Iron Maiden e Rush.

Já conhecia o Metallica e tinha em minha coleção – pasmem – o “ReLoad” (presente da minha querida Vó em um dos meus aniversários) que por mais que eu goste muito desse álbum, eu o escutava e ficava aquele gosto de “esses caras podem fazer melhor que isso”, e obviamente o deixava de lado, até o momento em que escutei diretamente de uma fita k-7 o grandioso “Kill “Em All” e ali tive aquele misto de sentimento, onde a agressividade se entrelaçava com boas melodias e vocais extremamente esganiçados, além da bateria (que acabou transformando o Lars em meu baterista preferido, hahaha, hoje nem anto), tínhamos as linhas de baixo monstruosas de Cliff Burton fazendo minha cabeça explodir com tanta informação em um único disco.

Acabou não sendo diferente com “Ride The Lightning”, pois após aquele choque de realidade eu fui atrás de todo o passado do Metallica, e ao escutar o disco da “cadeira elétrica” – como eu e meus amigos o batizamos – tive o primeiro contato com a evolução de um estilo e banda, o Thrash continuava ali, mas as melodias mais sofisticadas e acessíveis se faziam presentes, com uma maturidade musical estupenda.

O início de uma nova era

Os anos 70/80 estavam tomados pelo Hard Rock, Heavy Metal Tradicional e a onda Punk continuava crescendo, porém em San Francisco viria a tomar conta do mundo com a chamada Bay Area, e o primeiro nome a se destacar foi o Metallica que de fato junto ao Exodus (sim, vocês gostem ou não) criavam um novo estilo, mais agressivo e rápido que o Metal Tradicional, letras acidas e um estilo visual simples, mas que causava impacto.

25 de julho de 1983 nascia o primeiro álbum de Thrash Metal da história – isso tudo porque o Exodus não tinha grana e nem apoiadores para lançar o “Bonded By Blood” que estava pronto bem antes – mudando para sempre os caminhos do Heavy Metal e consolidando um novo movimento que mexeu eternamente nas estruturas musicais.

A evolução musical que já mostrava que seriam um dos maiores nomes do Metal

Mas lembra aquela vibe “true” que muitos bangers ficam? O Metallica mostrou que não ficariam nessa e evoluir seria necessário, então no dia 27 de julho de 1984 o mundo recebia “Ride the Lightning” e a consolidação que os americanos se tornariam um dos maiores nomes da história do estilo, pois a maturidade musical foi latente e o equilíbrio entre agressividade e melodia se encontraram de forma sublime, o resto é história...

Se com 15 anos me impressionava com o Metallica, com 16 tive uma nova perspectiva ao pegar em mãos o disco “Cowboys From Hell”, em uma época de muitas descobertas e entendimentos sobre evolução e estagnação de estilos. Por si só, o nome da banda já me atraia e me remetia a um som violento sem ao menos ter escutado.


Se entendi a evolução de uma banda com os dois primeiros álbuns do Metallica, com o Pantera entendi o que seria revitalização de um estilo, é verdade que nos anos 90 o Thrash Metal estava sucumbido pelo o Grunge e as muitas das bandas de Thrash estavam “suavizandoa sua musicalidade em busca do mainstream e de grandes contratos financeiros com gravadoras.

Mas aí o Pantera resolveu reescrever essa história, até então não pensada lá nos idos dos anos 80, pois nessa época a sonoridade do grupo era voltada ao Glam Metal, mas uma mudança brusca foi iniciada após a entrada do vocalista Phil Anselmo, para no dia 24 de julho de 1990 nascer o animalesco “Cowboys From Hell” e ganhar o mundo de todas as formas possíveis.

Revitalizando um estilo e mostrando novas alternativas para o mesmo

Se minha cabeça quase explodiu com as diversas informações contidas em “Kill “Em All”, em “Cowboys From Hell” fiquei meses pensando naquelas linhas de bateria, riffs, solos enigmáticos, vocais insanos e melodiosos e um som de baixo que se cruzava enquanto Darrel solava sem pensar que algum adolescente estivesse querendo tocar guitarra e desistindo no mesmo momento ao escutar suas linhas (risos).

Três álbuns que mudaram a história de formas diferentes, o Metallica criando um estilo e evoluindo em cima do mesmo, já o Pantera, revitalizando o Thrash Metal e mostrando que é possível agregar outras vertentes a sonoridade sem perder peso, agressividade e melodia.


Ambos ganharam o mundo com suas ousadias musicais, e quem saiu ganhando com tudo isso foram os fãs, pois penso, se o Metallica não tivesse lançado o “Kill ‘Em All” certamente eu não estaria aqui escrevendo essas linhas, assim como o Pantera não existiria e não teria a chance de mostrar as novas alternativas para o Thrash Metal sem se vender e continuar agressivo, inquieto e crítico.


Só tenho a dizer muito obrigado Metallica e Pantera.

sábado, 16 de maio de 2020

Perpetual Fate: buscando sua identidade em um estilo já saturado



Estando na ativa desde 2015 os italianos de Padua lançaram em 2018 seu Debut, sob a tutela de “Cordis”, trazendo um bom Metal Alternativo com ótimas doses melódicas e apostando em uma abordagem moderna e mais sofisticada.  (English Version)

A emoção nas composições é algo a se destacar, seja pela bela voz da vocalista Maria Grazia, que soa doce e suave, ou também pela abordagem lírica que vai mais pelo lado emocional, trazendo sua visão introspectiva dos sentimentos, que casam perfeitamente com as belas climatizações de teclados e guitarras muito bem impostas, com doses de melodias e riffs intrincados.

A produção é cristalina e extremamente lapidada soando com menos peso, tendo uma abordagem mais soft, porém não perdendo a característica do Metal em si, mas que se tivesse mais peso o som certamente soaria mais imponente.

Mesmo tendo um estilo definido as composições variam bastante, como em “Mark Any Youth” que soa abusivamente (no bom sentido é claro) técnica e variada, fazendo um ótimo contraponto com “Cannibal” e sua emoção latente em cada nota. “The Land” também se destaca pelo seu lado mais épico e pelas participações dos vocalistas Michele Guaitoli (Visions of Atlantis) e Marco Pastorino (Temperance), assim como os refrões que grudam a primeira ouvida trazendo muita energia e drama.

Uma bela estreia onde mostram muita personalidade e não soando como mais do mesmo em um estilo já saturado e batido.

Resenha: Renato Sanson

Formação:
Maria Grazia (vocals)
Gianluca (guitar)
Massimiliano (guitar)
Diego (bass)
Marco (bateria)

Tracklist:
01 Rabbit Hole
02 Enslavement
03 Smothered
04 The Path (I See You)
05 Cannibal
06 Mark Any Youth
07 Rainfall
08 The Land (feat. Michele Guaitoli and Marco Pastorino)
09 Eternal Destiny
10 When They Cry
11 A Word Between You & Me

Links:


sábado, 25 de abril de 2020

Blaze Bayley: "Live Czech" Enaltecendo Sua Fase Independente



Um ano após “Live in France” o icônico vocalista Blaze Bayley (ex-Iron Maiden) lança mais um álbum ao vivo, o 4º de sua carreira solo, “Live in Czech”, que em comparação ao antecessor não traz grandes mudanças, mas brinda esta nova fase do músico, a qual enaltece em grande escala os seus três últimos lançamentos, a trilogia “Infinite Entanglement”.   (English Version)

Mesmo sendo uma história futurista, Blaze sempre deixou claro a intenção deste projeto, mostrando a força, redenção e superação em suas composições, sendo praticamente a trilha sonora de sua vida.

Voltando ao disco em si, a produção é crua, mas te transporta para a plateia e sentimos todo o carisma e felicidade de Blaze ao estar ali, gravando mais um álbum ao vivo e podendo levar aos seus fãs todo o poder emocional que a trilogia criada pelo mesmo apresenta, e seu desempenho vocal é fantástico!


Você pode questionar a sua passagem pela Donzela nos anos 90, porém a qualidade de seu trabalho solo é acima da média e casa muito bem com a sua potência vocal, que apresenta muita dramaticidade e energia.

Como mencionado anteriormente o live é voltado aos três últimos lançamentos de sua carreira, e ao vivo as músicas ganharam um pouco mais de força do que no estúdio em si, já que em termos de composições a segunda parte da trilogia é a mais homogênea, lembrando os grandes momentos de seu começo de carreira.

Mas aqui elas funcionam como um todo e empolgam, com Blaze sempre ressaltando a importância e fazendo diversos agradecimentos em um intervalo e outro, contando histórias e interagindo bastante com os presentes, sempre contextualizando cada música para fazer o fã entrar na história e entender toda aquela gama sentimental.


A segunda parte da bolacha é mais voltada ao seu tempo de Iron Maiden e seus clássicos do início de sua trajetória solo, e aí temos um grande impasse, nos últimos anos a banda de Blaze adotou apenas uma guitarra, o que deixa as músicas mais gordurosas e melodiosas um tanto vazias, dando aquele sentimento de que se tivessem uma segunda guitarra, a banda teria um desempenho mais poderoso ao vivo.

Mais um álbum ao vivo para a conta, marcando sua trajetória e este novo momento em sua vida musical, que segue totalmente independente de gravadoras e patrocínios. 

Resenha: Renato Sanson
Revisão e Edição: Carlos Garcia

Formação:
Blaze Bayley - Lead Vocals
Karl Schramm - Bass Guitar, Backing Vocals
Martin McNee - Drums
Chris Appleton - Lead Guitar, Backing Vocals

Tracklist:
Disc One:
1 The Dark Side Of Black
2 A Thousand Years
3 Dark Energy 256
4 The World Is Turning The Wrong Way
5 Human
6 Together We Can Move The Sun
7 Solar Wind
8 Virus
9 Life Goes On
10 Fight Back
11 Silicon Messiah
12 The Day I Fell To Earth

Disc Two:
1 Eagle Spirit
2 Calling You Home
3 Man On The Edge
4 Stare At The Sun
5 Futureal
6 The Clansman

Links:


       


       



quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sabaton: Retornando a Porto Alegre em novembro!


Da Suécia ouve-se um brado forte e retumbante dizendo: “Cobras fumantes, eterna é sua vitória!” Aqui do outro lado do Atlântico, no Brasil, nós entendemos este chamado. E foi assim que a banda Sabaton alcançou largo conhecimento entre os amantes do Power (Military History) Metal no país e arrastou uma verdadeira horda pelos shows no Brasil.

Sabaton surgiu em Falun (223 km de Stockholm, em direção ao interior da Suécia) por volta de 1999 e vem se mantendo firme até os dias atuais. Na promoção do CD “HEROES” (2014) a tour passou por 10 cidades brasileiras. Neste trabalho uma das músicas conta a história de Arlindo Lúcio da Silva, Geraldo Baeta da Cruz e Geraldo Rodrigues de Souza. Três brasileiros que lutaram na segunda guerra mundial, enviados pela força expedicionária.

Pois bem, o novo trabalho “THE LAST STAND” (2016) é o gatilho que aciona “precursor”, e a Sabaton vem ao Brasil novamente. Dessa vez serão seis destinos, seis trincheiras a serem derrubadas: BELO HORIZONTE, SAO PAULO, RIO DE JANEIRO, LIMIERA, PORTO ALEGRE e CURITIBA.

No dia 02 de novembro, pelas mãos da Abstratti, junto ao Sabaton teremos a oportunidade (novamente) de homenagear os “Cobras Fumantes” em alto e bom som. Palco de outros grandes momentos, o Bar Opinião será novamente testemunha de mais uma grande noite.

Preparem suas fardas, municiem as armas e calcem suas botinas soldados. Sabaton está marchando a Porto Alegre novamente, e é bom que estejam preparados.

O quê: Sabaton
Onde: Opinião – Rua José do Patrocínio, 834
Quando: quarta, 2 de novembro – 21h (feriado)
Quanto: de R$ 90 a R$ 240
>>>>> ATENÇÃO<<<<<<

* A organização do evento não se responsabiliza por ingressos comprados fora do site e pontos de venda oficiais.

* É expressamente proibida a entrada de câmeras fotográficas profissionais e semiprofissionais, bem como filmadoras de qualquer tipo.

Confirme presença no evento: http://goo.gl/5G4VnL


Texto: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson

quarta-feira, 8 de junho de 2016

A influência do Ocultismo no Rock n' Roll

Screamin' Jay Hawkins
O ocultismo está presente no rock n' roll desde que ele existe. Temas sombrios como feitiçaria, satanismo e criaturas mágicas sempre foram uma grande fonte de inspiração para vários artistas, desde Black Sabbath até Venom, por exemplo. Mas de onde surgiu esse interesse?
Arrisco a dizer que o grande precursor desse fato foi o grande Screamin' Jay Hawkins. O cantor de blues responsável pela composição de 'I Put a Spell On You', mais tarde regravada pelo Creedence Clearwater Revival, tinha um interesse bastante grande em Voodoo, o que ele levava para as suas apresentações (a história diz que o então DJ Alan Freed teria oferecido algum dinheiro a Screamin' Jay para que ele saísse de dentro de um caixão em um de seus shows). Caveiras, bonecos de voodoo, velas e outros objetos faziam parte da sua indumentária, criando um clima sombrio que combinava com sua música. Reza a lenda que nas gravações de 'I Put a Spell On You', a banda estava sob o efeito de alucinógenos, e Screamin' Jay gritava e urrava, o que fez com que a música, composta originalmente para ser uma balada, virasse outra coisa. Algo de outro mundo, quase que como um grito dos infernos.


Creedence Clearwater Revival
Suas letras ganharam aspectos sombrios também, como 'Whistlin' Past The Graveyard', também regravada anos mais tarde, dessa vez por Tom Waits (que leva MUITO do seu 'ídolo' na sua carreira, desde a voz rouca até o teor lírico). A combinação das suas letras macabras com o visual utilizado marcaram época e fizeram com que Screamin' Jay Hawkins fosse visto quase como um profeta. Muitos artistas beberam dessa fonte, e hoje se utilizam dessa inspiração para suas músicas e shows. Depois que se conhece sua obra, é inegável a presença quase mágica de Screamin' Jay em quase todos os artistas que seguiram essa linha artística. Definitivamente, ele moldou todo um estilo, levando o rock (e o blues) a um outro patamar.
Desse interesse visual e de choque, nasceu um outro interesse - o do ocultismo como filosofia em si, não apenas como visual. Blavatsky, Crowley e outros ocultistas famosos eram temas recorrentes para as bandas que surgiram alguns anos depois, como Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. É conhecida a história de que Jimmy Page comprou a mansão de Boleskine (que perteceu à Crowley), pois além de ser um colecionador, era também um entusiasta da Thelema. Anos mais tarde, Ozzy Osbourne também escreveria sobre a Grande Besta na homônima 'Mr. Crowley', enfatizando um caráter, de certa forma, mais mágico e rebuscado.


Page em frente a mansão de Boleskine
No Brasil, temos o exemplo da grande banda Harppia, com sua música 'Salém (A Cidade Das Bruxas)', que conta a história da cidade com o mesmo nome, da qual teriam saído várias feiticeiras, e 'onde o Mal é eterno'. No mesmo ano, 1985, apareceria também o Sarcófago, já com uma temática bem mais macabra e voltada para o anticristianismo e o satanismo. Também o Sarcófago teria sido responsável pela 'invenção' do hoje mundialmente famoso corpse paint - embora há os que digam que o Ney Matogrosso já havia feito isso antes... HAHAHA.


Aleister Crowley
Fato é - o ocultismo sempre foi uma gigantesca fonte de inspiração para os artistas ligados ao rock n' roll em geral. Talvez pelo rock ser um estilo de contestação, de autoquestionamento e de autogestão, esses artistas tenham se identificado mais com a 'serpente do Éden, que deu o conhecimento do bem e do mal' do que com o 'Criador'. E dessa fonte beberam sua inspiração, o que perdura até hoje.
Graças a Deus.
Ou há quem quer que seja.

Texto por: Caius Caesar
Revisão/edição: Renato Sanson

sábado, 14 de maio de 2016

Carniça: 25 anos de história!


Carniça e carne assada não são palavras sonantes, porém na quinta-feira do dia 21/04, foram sinônimos de festividade e comemoração (e bom apetite, claro). Neste singelo feriado do dia 21/04 aconteceu uma comemoração, entre os amigos mais próximos, dos 25 anos de atividade da banda Carniça, (que aconteceu no Studio Chronos Sound em Novo Hamburgo) assim como a comemoração de um quarto de século do lançamento do disco Rotten Flesh (1999), que por sinal, acaba de ser relançado. Digamos que foi uma “pequena” festa, com comemorações polivalentes e recheada de motivos de comemoração.

Na ocasião, numa parceria entre Road To Metal e Chama Vídeo Independente (os “Renatos” que movimentam o underground gaúcho), aconteceu a gravação de uma entrevista, também comemorativa, onde os integrantes comentaram um pouco sobre a situação da banda: Passado, presente, projetos futuros, desafios, dificuldades e sobre a motivação de se manter ativos: o amor pelo que fazem, amor pela música!


Enquanto na sala rolava a entrevista e algumas fotos, na área externa alguns convidados já davam início aos trabalhos festivos. O sortudo que levou o disco relançado Rotten Flesh estava no ambiente e logo após a entrevista, ele iria ganhar o CD das mãos dos integrantes da banda. Mas até lá, teve muito trabalho pela frente, o Mike (ganhador da promoção que participou da comemoração) ficou responsável por espetar o que estava para se transformar em churrasco! Após a gravação da entrevista era chegada a hora da festa: churrasco a pino, Iron Maiden rolando na vitrola, abraços e risadas. Tudo regado com muita cerveja. Durante uma conversa com Parahim (guitarrista do Carniça), perguntei qual era o sentido de ter escolhido CARNIÇA para o nome da banda. Nas palavras dele:

- “Para melhor traduzir nosso ideal, a Carniça é algo que está aqui para incomodar, apontar o que está errado, criticar más atitudes. Sabe? Carniça incomoda pelo cheiro, pela presença, acusa que algo de podre está acontecendo. E ao mesmo tempo, é algo que se recicla e depois de alimentar os vermes, ela traz vida novamente!”.



Uma belíssima definição, aliás, se levarmos em conta o disco “Nations of Few” e a música e videoclipe de “Corruption” (assista ao videoclipe clicando AQUI), ilustra com perfeição a nossa situação política atual!


Mas assim seguiu a tarde, num clima festivo e divertido, amigos relembrando momentos do passado e contando suas aventuras pela música e pela estrada.  É momentos como esse que sempre trazem uma ponta de orgulho e esperança para a música que acontece em nosso território. Vida longa à Carniça, que venham muitos anos de atividade pela frente. Muito obrigado pela oportunidade de podermos estar por perto!

Aproveite e veja agora mesmo a entrevista realizada com a Carniça: https://www.youtube.com/watch?v=K6V817G_D9A&feature=share

Texto e fotos por: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Queensrÿche x Geoff Tate: Do ressurgimento das cinzas ao pior momento da carreira

Vamos aos fatos: Com a separação Queensrÿche e Geoff Tate muito se especulou o que viria, até mesmo um futuro incerto para ambas as carreiras.


Começando pelo Queensrÿche, a banda se revigorou com Todd La Torre nos vocais, tanto que em 2013 lançou “Queensrÿche”, um álbum acima da média e que resgatava o que a banda tinha criado de melhor no final dos anos 80. Remetendo ao clássico “Empire” (90), e sendo disparado o melhor disco do Queensrÿche desde “American Soldier” (09 – que convenhamos não é um grande álbum, mas também não é ruim).


Enquanto o Queensrÿche juntava os cacos deixados por Tate, o mesmo lançava o disco “Frequency Unknown” (13), sob o nome de Queensrÿche. Onde gerou uma grande briga judicial de quem realmente poderia ou não utilizar a marca.

Esquecendo as desavenças, “Frequency Unknown” que poderia ser o álbum de redenção de Tate, infelizmente não foi, pois é apenas mais um enlatado de seus experimentos musicais, que em nada casam com sua voz, e muito menos soa agradável aos ouvidos. Não é exagero ou saudosismo, mas o que Geoff já vinha fazendo no Queensrÿche já era duvidoso e bizarro, basta ouvir o seu último disco com a banda, “Dedicated to Chaos” (11), que beira o ridículo! E sim, sou fanático pela banda e por Tate, mas é inegável quanto o disco soou de mau gosto, além de estar muito longe do que foi o Queensrÿche um dia.

Tempos que não voltam mais...
Enquanto isso Scott Rockenfield & Cia continuavam a divulgação de seu belo trabalho, porém nem tudo eram flores, pois estavam enfrentando uma certa resistência dos fãs, pois sim, La Torre lembrava (e muito) Tate em seus tempos áureos. O que ao vivo soava como uma dita “cópia”, em estúdio não era diferente, porém o sopro de vida que La Torre deu ao grupo é inegável, pois o Queensrÿche tentava mostrar que o problema não era a banda em si, mas sim quem comandava os vocais, o que deu um empurrãozinho a mais para o declínio de Tate. Já que o Queensrÿche estava voltando a boa forma sem ele.

Passados dois anos de seus lançamentos, eis que tanto o Queensrÿche quanto Tate anunciam seus respectivos novos discos, o Queensrÿche anuncia “Condition Hüman”, que gerava grande expectativa se manteriam o mesmo nível do anterior, e Geoff anunciava sua nova banda Operation: Mindcrime e o álbum “The Key”.


Com ambos os anúncios, Geoff acabou atraindo a maior atenção, pois vinha de uma sequência ruim de lançamentos, e logo anuncia sua nova banda que leva o nome de sua maior obra prima. Sim, muita expectativa foi gerada, pois estaríamos diante da volta por cima de Tate? Ou seria mais um enlatado experimental que carregaria um grande nome?

Então dada as devidas proporções (ou até mesmo exageradas), é indiscutível a qualidade vocal e musical de Tate (mesmo que não tenha explorado mais ambas a bastante tempo), e com um anuncio desse, que segundo o mesmo será uma trilogia, e que conta com músicos renomados ao seu lado, todos esperavam algo na linha do Queensrÿche, e com o lançamento do videoclipe da faixa promocional “Re-Inventing the Future”, pode-se se notar algo mais agradável, e que de certa forma convencia, mas não sabíamos se “The Key” seguiria essa linha.

E para tristeza dos fãs mais uma grande decepção, um álbum mediano, com composições fracas e arranjos pobríssimos. Mostrando que Geoff está realmente em sua pior fase da carreira, pois não consegue emplacar algo que agrade os fãs, e gostando ou não, todos que o acompanham esperam ouvir algo parecido ou no mesmo nível que foi criado no Queensrÿche.

Mais um grande fiasco
Já o Queensrÿche de Scott Rockenfield & Cia lançou o poderoso “Condition Hüman”, que resgatam ainda mais a boa forma, lançando um disco (guardada as devidas proporções é claro) na linha do Debut “The Warning” (84), com passagens mais pesadas e obscuras, com melodias de tirar o folego, e com La Torre cantando muito (mesmo tendo uma semelhança incrível com Tate no auge).

Nessa briga Queensrÿche x Geoff Tate é visível quem saiu “perdendo”, se Geoff achava que a banda não conseguiria seguir sem ele, acabou se enganando feio, o Queensrÿche conseguiu e com sobras, lançando discos relevantes. Já Tate mantem suas ideias experimentais a todo vapor, que com certeza deve agradar somente a ele mesmo, já que tínhamos indícios fortes que ele não queria seguir o lado Heavy Metal no Queensrÿche, sendo assim, nada mais justo que ambos seguirem seus caminhos fazendo o som que lhes agrada.


Os fãs agradecem, pois pelo menos o Queensrÿche investiu forte em voltar a fazer música de qualidade. Me desculpe Tate, mas os seus discos de 2011 para cá infelizmente são péssimos.

Matéria: Renato Sanson