sábado, 12 de junho de 2021

Dark Asylum: Um Recomeço e a Celebração da Primeira Fase


Antes de comentar sobre o EP " Deep in the Madness", do Dark Asylum, um pouquinho de história e o porquê de somente agora o disquinho ser lançado, quase 15 anos depois de ser gravado.

O Dark Asylum surgiu em 2003, em Porto Alegre, fruto das ideias e concepções de seu fundador, o vocalista Aparício "Dark" Neto, completando a formação com Leonardo "Babyface" e Vilmar "The Teacher" nas guitarras e Jonas "Devil Son" no baixo, mas nunca pode contar com um batera fixo. 

A banda foi uma árdua trabalhadora no underground, e até seu fim precoce em 2008, participou de diversos festivais e fez muitos shows pelo RS, capital e interior, sempre entregando um espetáculo, que além do Thrash Metal/Heavy Metal vigoroso e empolgante, também não poupava suor para trazer um algo mais ao público, um impacto visual, com algumas surpresas como Ets e camisas de força.

Em 2007 gravaram 2 EPs no estúdio Marquise 51, tendo Everson Krentz como baterista convidado. Porém, antes do lançamento oficial, a banda acabou, por uma série de motivos.

Anos depois, Aparício Neto resolve reativar o Dark Asylum e prosseguir o sonho que ficou incompleto. Com uma nova formação e novo material a caminho, era justo lançar de maneira adequada e oficial os registros da primeira fase, onde foram gravadas 8 músicas, divididas em 2 EPs, e o primeiro, "Deep in the Madness", chegou este ano nas plataformas e em formato físico via selo True Metal Records. 

Dark Asylum em 2004 no bar Opinião em POA

São 4 músicas e mais uma intro, com o Thrash Metal empolgante da banda, o qual tem nuances do Heavy Metal Tradicional, trazendo elementos do Thrash dos 80's e também da geração seguinte, como Nevermore e Hatebreed. A produção sonora é muito boa, bem orgânica, onde podemos sentir a energia da banda, quase como se fosse ao vivo.

Os vocais de Neto também trazem uma característica interessante, soando bem nítido e articulado, seguindo uma linha tradicional do estilo, por vezes soando mais limpos, e outras mais agressivos e meio falados.

Depois da intro "Brainwash", em que ouvimos a voz de uma menina, aparentemente contando suas impressões sobre o que presenciou em um culto religioso, entra "Final Link", que discorre justamente sobre as relações do homem e religião, levantando questões polêmicas, e algumas com comprovada razão. 

Quanto a sonoridade, "Final Link" é um Thrash de riffs marcantes e andamento vibrante, pesada e melódica, naquela linha dos nomes surgidos nos anos 80 nos EUA e nuances do Heavy tradicional.

Uma das ilustrações inspiradas nas músicas, as quais a banda divulgou no seu instagram

"Factory of Fools" é a seguinte, com andamentos mais quebrados, aqueles vocais mais falados e muito peso na cozinha; em seguida "Feel the Heat" alternando trechos mais rápidos com outros cadenciados, breaks e o peso das guitarras, que possuem timbres bem "gordos";

Fechando, "Highest Force", mostrando mais uma vez o bom trabalho das guitarras, sempre com riffs marcantes, peso e solos competentes. Aqui temos também alternância nos andamentos, com trechos com groove, além de alternar vocais mais agressivos.

Uma boa maneira de honrar o passado, lançando esses EPs, que mereciam ver a luz do dia de maneira adequada. Com certeza "Deep Inside the Madness" está sendo bem recebido pelos antigos fãs, e serve como uma apresentação aos novos. Em 2022 a banda lançará o segundo EP, "Underground Warriors",  e esperamos para breve novo material para se juntar a estes. Thrash orgânico, pesado e melódico.

Texto: Caco Garcia
Fotos: arquivo da banda

Formação Atual:
Aparício "Dark" Neto: Vocais
William "The axe Murdered" Leite: Guitarras
Ângelo "Angel of Death" Gobbi: Guitarras
John "Doomslayer" Xavier: Baixo

Assessoria: Wargods Press






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