quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Iron Maiden: Estratégia Certeira




Os ingleses do Iron Maiden são uma das poucas bandas que restam capazes de encher um estádio, e que o lançamento de um álbum novo é um verdadeiro evento, para alegria dos fãs e claro, dos lojistas, pois é sucesso de venda garantida.

Com "Senjutsu", 17° álbum da banda, não foi diferente. Gravado em 2019, durante uma pausa da turnê "Legacy of the Beast" e mantido em segredo, causou uma grande surpresa aos fãs quando dia 19 de julho houve o anúncio do lançamento, precedido dias antes pelo lançamento do single e vídeo "The Writen on the Wall", o que já causou alvoroço.

Bom, praticamente ninguém fica indiferente quando uma banda desse porte lança trabalho novo, e nós não tinhamos como não tecer nossos comentários e impressões. Confira a seguir.


"Tornar-se a maior banda de Heavy Metal do mundo, passar mais de 40 anos e ainda ser motivo para discussões só mostra a grandiosidade destas lendas."


"Senjutsu" por Renato Sanson

O 17° álbum de estúdio da Donzela de Ferro nos pegou de certo modo de surpresa, mas também sabíamos que em algum momento de 2021 ou 2022 um novo material estaria disponível. Eis que chega ao mundo “Senjutsu” carregado de expectativas e dúvidas do que poderíamos esperar. Teríamos o “novo” Iron Maiden dos últimos anos progressivo e complexo ou quem sabe alguma volta as origens e algo mais dinâmico e melodioso de outrora?

Pois bem, ao liberar o Tracklist e o primeiro Single – “The Writing On The Wall” – as dúvidas (ou nem tanto hehehe) foram sanadas e tínhamos em mãos a vertente mais progressiva possível, mas com melodias instigantes que até mesmo os que torcem o nariz para este direcionamento ficaram curiosos em ouvir o trabalho completo. O plano de Marketing deste álbum foi incrível, pois conseguiram deixar a comunidade Headbanger comentando a todo o instante sobre “Senjutsu”.

Claro, temos que ser realistas, pois este pode ser o último trabalho dos ingleses então gerou bastante comoção e até para quem não acompanha a banda de “Brave New World” (00) para cá, queria ter o disco em sua prateleira.

Não estou aqui para falar minha opinião musical sobre o álbum, até porque seria injusto comigo mesmo já que o Iron Maiden é a banda da minha vida, a trilha sonora de todos os momentos, mas sim expressar o quanto “Senjutsu” mexeu comigo emocionalmente. A temática milenar também me chamou muito a atenção e as letras com certo tom de despedida que se entrelaçam ao instrumental característico, mas obscuro e denso como não ouvíamos desde “The X Factor” (95).

É complicado pensar em um mundo sem Iron Maiden, onde os gigantes estão tombando e poucas reformulações estamos tendo. Mesmo que gere o ame ou odeie (e nos últimos anos o Maiden tem passado por esses sentimentos a cada novo álbum) a instituição do Heavy Metal mundial mexe como você, mexe com seus brios nem que seja para criticar, mas lá está você esbravejando ou elogiando os caras!

Missão cumprida! Tornar-se a maior banda de Heavy Metal do mundo e se passar mais de 40 anos e ainda ser motivo para discussões só mostra a grandiosidade e comprometimento com o estilo dessas lendas. “Senjutsu” pode encerrar uma história grandiosa e o que nos resta é aproveitar cada segundo desta obra e das demais lançadas pela Donzela.

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"Daqueles discos que crescem a cada audição e mostra que de decadência o Maiden provavelmente jamais sofrerá."


"Senjutsu" por Carlos Garcia

"Senjutsu" é o 17° álbum  e o segundo duplo de estúdio dos ingleses, e seu esperado anúncio foi cercado de uma excelente estratégia de marketing. Em 15 de julho foi liberado um single e vídeo de animação para a faixa "The Writing on the Wall", onde várias referências da carreira do Maiden aparecem. Logo após, no dia 19 do mesmo mês, anunciaram o novo álbum,  e desde então iniciaram os debates e expectativas do que esperar.

Chegou a hora e praticamente ninguém no meio Heavy Metal conseguiu ficar indiferente a   "Senjutsu" (que traduzindo seria Estratégia ou Táticas). A capa, depois de muito tempo (se a memória não me trai), novamente traz o Eddie em um tema oriental, vestido de samurai, pois a última vez que o mascote empunhou uma katana foi no "Maiden Japan"(1981). 

"Senjutsu" recebeu reações diversas, na maioria positivas, notas altas da imprensa especializada, alguns apontando já como um novo clássico, outros classificando como um bom trabalho, e em menor escala aqueles que acharam um  álbum "mais do mesmo" e até longo de mais e repetitivo em algumas músicas.

Claro, quem espera ainda um disco na linha de um "The Number of the Beast", " Powerslave" ou "Seventh Son...", não vai nunca ficar satisfeito, e isso não vai acontecer. A banda sempre foi fazendo álbuns diferentes, experimentando.



Discos como "Somewhere in Time" e "Seventh Son of a Seventh Son" receberam críticas desfavoráveis, devido as mudanças na sonoridade e uso de teclados e sintetizadores, mas com o passar do tempo foram melhor compreendidos. 

O Maiden atual, trilha por caminhos às vezes mais progressivos, com faixas mais lentas, mais reflexivas e mais longas. Isso vem desde o retorno de Adrian Smith e Bruce Dickinson no "Brave New World". Assim como seu antecessor, "Book of Souls" (2015), "Senjutsu" traz faixas com mais minutos de duração, mais climáticas e até sombrias. 

Muitas marcas registradas da banda estarão sempte ali, como as tradicionais linhas vocais de Dickinson, os andamentos cavalgados, o baixo sempre destacado de Steve Harris, a alternância de riffs, solos e melodias do trio de guitarras, e vale destaque extra para a pegada e excelente gravação da bateria de Nicko Mcbrain, com seu kit soando pesado e orgânico, uma lição de como se deve tocar e soar uma bateria "real". 

Falando um pouco das faixas, destaco a pesada e densa faixa título, e que abre o disco; "Stratego", que vem numa linha mais acelerada e com as tradicionais bases cavalgadas; "The Writing on the Wall", mais climática, com introdução acústica e nuances do Southern Rock; "Days of Future Past", tem uma veia mais Hard pesadão e riff marcante, sendo uma das mais curtas.


"Lost in a Lost World", flerta com o progressivo 70's (Jethro Tull, Wishbone Ash), com seu início acústico, teclado de fundo e efeitos na voz de Bruce, para depois mudar de pegada, transitando por andamentos bem típicos do Maiden. A parte final, do disco 2, é a parte com músicas mais longas, onde destaco a épica e sombria "Darkest Hour", com seu tema sobre a segunda guerra, destacando os solos melodiosos e melancólicos.

Enfim, é um bom álbum, com seus bons momentos, pode até pecar em alguns trechos que soam repetitivos, há músicas longas, portanto recomenda-se ser digerido com calma, ouvido várias vezes. Daqueles discos que crescem a cada audição e mostra que de decadência o Maiden provavelmente jamais sofrerá. 


www.ironmaiden.com





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