quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Fenrir's Scar: Versatilidade Musical e de Emoções

 



Finalmente Love | Hate | Hope | Despair” da banda Fenrir’s Scar foi lançado! E sinceramente, essa espera valeu a pena.

O duo formado por André Baida (Vocal, Baixo, Guitarra) e pela vocalista e letrista Desireé Rezende evolui muito desde seu primeiro álbum homônimo, lançado de forma independente em 2017.

Algumas músicas do novo álbum já são conhecidas pelo público, como por exemplo a pesada “Ruins of My Sanity” que abre o trabalho.

Desde que eu ouvi “Age of Arrogance”, quando foi lançada no começo de abril deste ano, eu senti que rotular a banda como Gothic Metal seria muito limitante. Nessa faixa eles ousaram trazer elementos eletrônicos dando uma roupagem bem moderna aos arranjos.

E talvez a graça deste álbum seja exatamente a experimentação da dupla, onde é perceptível todo o esforço que eles fizeram para evoluir musicalmente.

Em “Blinded” se destaca o solo de guitarra cativante, em seguida temos “All Your Tears”, que explora uma atmosfera mais sensível, através da combinação da letra da música com os expressivos vocais de Desireé.

A quinta faixa do álbum é a inédita “Final Requiem” que traz mais elementos de música eletrônica.

Gostaria de destacar a colaboração de Fabiano Negri, não só como o produtor do álbum, mas também sua participação nos teclados, principalmente em “The Harvest” e sua introdução marcante.

Finalmente, “Queen of the Seas”, uma canção sobre Iemanjá e que não esconde a brasilidade do Fernrir's Scar, o que de forma positiva só reforça a originalidade da banda.

A próxima faixa, “Breaking the Wheel”, tem um tema especial para mim, pois foi inspirada no livro “O Conto da Aia”, de Margaret Atwood, que deu origem a uma das minhas séries de TV favoritas.

É normal todo mundo escolher uma faixa favorita de um álbum e nesse caso eu acho que eu escolho “Reason to Believe”, que mais uma vez me pegou por sua letra mais profunda.

Embora eu goste da versatilidade do Fenrir’s Scar na escolha do tema de suas composições, o lado mais emocional e introspectivo da banda é o que mais me cativa. “The Enemy Inside” já havia sido lançada em 2020 e embora não seja nenhuma novidade, ela agrega muito ao álbum, quando se ouve o trabalho completo.

Em “Curse of Mankind”, eu gostaria de destacar os vocais de André Baida, é muito satisfatório ouvir durante todo o álbum sua versatilidade entre vocais agressivos e limpos, mas para mim essa faixa é um verdadeiro destaque para os vocais masculinos, embora vale destacar que o Fenrir’s Scar já desconstruiu há muito tempo o estereótipo de vocais “Bela e a Fera”.

E é claro que não poderia faltar “Heal You”, que eu tenho certeza de que deve ter um significado muito forte para o casal, não só por sua letra, mas também por ter entrado para a trilha sonora do filme independente produzido por Gê Filho e Wagner Kampynas, “Amanhã Você Vai Embora”.

E encerrando o álbum, uma versão acústica para a faixa “The Queen of The Seas”. Love | Hate | Hope | Despair”, não há um título melhor para definir as emoções apresentadas nesse álbum, por um momento você se sente comovido, em outro você se sente no meio do caos e do desespero e de repente a suavidade de Desireé e André te fazem sentir esperança novamente.

Eu esperava já um trabalho muito bom, mas eles conseguiram superar minhas expectativas de verdade. 

Texto: Raquel de Avelar
Edição/revisão: Caco Garcia
Fotos: divulgação 
  1. Ruins of My Sanity

  2. Age of Arrogance

  3. Blinded

  4. All Your Tears

  5. Final Requiem

  6. The Harvest

  7. The Queen of the Seas

  8. Break the Wheel

  9. Reason to Believe

  10. The Enemy Inside

  11. Curse of Mankind

  12. Heal You

  13. The Queen of the Seas (versão acústica)





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