segunda-feira, 18 de março de 2024

Entrevista: Headspawn – Desafiando os limites em prool do Metal

Por Gabriel Arruda

Fotos: Renata Luna

Fundada em 2019, a HEADSPAWN, power-trio de João Pessoa (PB), vem colhendo os frutos que plantaram durante a pandemia através do seu álbum de estreia, “Parasites”, que vem recebendo boas críticas e elogios.

Para falar sobre esse momento, o baixista João Paulo Cordeiro e o vocalista e guitarrista Alf Cantalice contam como surgiu a ideia de montar a banda, os trabalhos durante o período pandêmico, influências e entre outras coisas envolvendo o mais recente trabalho.


Muito antes da criação da HEADSPAWN, vocês já compunham música própria e tiveram a experiência de ter tocado em bandas de som próprio e covers. Conte-nos um pouco como foi esse processo.

JP: Como já tivemos experiência com bandas autorais em outras épocas, mesmo estando em bandas covers, a gente tinha essa necessidade de estar voltando a compor e voltar a trabalhar com as músicas que nós mesmo fizemos. E antes da HEADSPAWN, eu tocava numa banda cover junto com o Alfredo, a gente conversava muito sobre isso, e decidimos: ‘Cara, o momento de fazer isso é agora! Quanto antes fizer melhor’. E a partir daí nos juntamos para começar a compor.

Alfredo: Foi preciso utilizar uma dinâmica massa de criar depois que conversamos sobre fazer música própria, e acabou que, por inúmeros motivos, que JP e eu continuamos com essa ideia. Eu acho que o maior norte que temos para fazer (e criar) música é exatamente com o intuito de deixar um legado, de deixar a ideia da gente registrada, de deixar a nossa visão de música registrada e de deixar tudo legal. É tudo aprendizado, não perdemos nada! E quando chegou a HEDSPAWN, trouxemos uma bagagem muito interessante, e isso faz parte da sonoridade da banda. 

A banda surgiu um ano antes da pandemia, que impediram não só vocês como muitos artistas e bandas a estarem tocando ao vivo durante esse período. Mas também foi a chance de ter trabalhado melhor nas músicas que estavam compondo. Qual foi o aprendizado que tiveram nesse tempo?

JP: Eu acho que a pandemia trouxe um outro tipo de experiência para gente, sabe? Primeiro começamos a gravar o nosso EP, “Pretty Ugly People”, e tivemos que pausar por motivos óbvios. E como ficamos um tempo parado em casa, usamos a pandemia ao nosso favor para compor o primeiro álbum. Não só nós usamos a pandemia para gravar, compor álbum, trabalhar em músicas novas e material novo, como também muitos artistas e bandas. E não foi diferente com nós. Também usamos a pandemia (o final dela) para se preparar bem para os primeiros shows, passamos meses ensaiando praticamente. 

Eu acredito que, se não fosse a pandemia, provavelmente estaríamos correndo e não ensaiando o suficiente. E quando voltamos dela, voltamos fazendo show com um repertório só de músicas novas. O tempo que a pandemia nos deu para fazer isso foi de aprendizado, porque aprendemos que, para fazer qualquer tipo de trabalho dessa magnitude, precisa de um tempo de preparação, então a pandemia nos forjou a entender isso.

Alfredo: O JP falou meses, mas parando para pensar, foram dois anos de ensaio (risos). O fato de se apresentar para o público pela primeira vez tocando uma porrada de música inédita foi uma experiência muito massa, porque era o público da nossa cidade que nos conhecia, conhecia nosso trabalho e que já tinha ouvido o nosso EP. E eles não sabiam o que iam ouvir na nossa primeira apresentação, então foi muito especial a reação da galera. 

Eu falo por mim que, naquele momento, tinha uma coisa muito especial entre o nosso público e a gente. Tudo o que aconteceu com a gente tem sido a primeira vez para mim, rompendo barreiras até no âmbito particular. Eu me sinto muito desafiado em fazer essas coisas, mas eu me sinto muito feliz com o resultado que a gente vê, sem dúvida.  

Antes do “Parasite”, vocês lançaram o EP de estreia, “Pretty Ungly People”, e tanto nele quanto o primeiro álbum percebemos a identidade que a banda busca, que é agressividade, melodia e versatilidade, além de influências como Slipknot, Machine Head e Alice In Chains. Essas referências acabam vindo naturalmente ou de forma intencional na hora de compor?

Alfredo: Nada intencional. Não fazemos nada com premeditação do tipo: ‘Ah, isso tem que soar como tal coisa’, mas é inevitável que o ponto de partida seja alguma coisa que você conheça. Eu acho que não tem como reinventar a roda, de você pegar uma coisa que já existe na sua mente, você já pensou muito sobre ela e ela acaba sendo o seu ponto de partida. 

Mas tudo é muito natural. Eu, por exemplo, não sou fã assíduo do System Of a Down, mas já ouvi várias vezes (várias vezes mesmo) comparações do tipo: ‘Cara, vocês me lembram muito o System Of a Down’. Eu não consigo ouvir System Of a Down e entender o que o pessoal vê tanto de System Of a Down no nosso som, mas é só para algumas pessoas. 

Outras pessoas veem Machine Head e digo: ‘Caralho, você vê Machine Head no som?’. Eu consigo entender bastante quando um cara diz que tem Sepultura, Slipknot, Korn, Pantera; eu consigo perceber o Alice In Chains e alguma coisa do Soundgarden aqui e ali... Essas coisas passaram pela minha cabeça em determinado momento da produção das músicas, então quando alguém vem e repete essas bandas que citei eu digo: ‘Sim, eu entendo e saco isso’.

A música me lembra muito a comida, a comida tem um sabor para uma pessoa e para outra tem um sabor completamente diferente. Por exemplo, o cara come uma coisa e diz: ‘Pô, isso parece amendoim’, o outro experimenta e fala: ‘Que amendoim, isso aqui parece manteiga’ (risos). Manteiga e amendoim são coisas completamente diferentes, mas para cada pessoa causa uma sensação diferente.

JP: Muita coisa que você falou de influências ouvíamos a vida inteira, escutamos essas bandas desde de criança, adolescência e crescemos ouvindo elas e mais algumas derivadas. E é impossível começar a compor e não sair algo ou outro não é porque a gente quer, é porque é o que gostamos de ouvir, então é normal acabar vindo uma coisa ou outra das bandas que foram mencionadas. Se a gente fosse fazer algo proposital e que saísse de alguma banda, ia ficar muito mecânico e não natural. Resumindo, ia ficar uma merda! Não ia funcionar muito bem (risos).  

Falando sobre a questão do estilo, a banda navega por um som calcado no Groove Metal. Nos dias atuais, vemos poucas bandas que buscam essa roupagem no som. O que os motivaram a estar apostando num estilo que vem sendo pouco lembrado?

JP: É praticamente a mesma resposta que eu vou dar referente às composições. Quando eu e o Alfredo se juntamos para compor não sabíamos bem o que íamos fazer, só queríamos compor e ver o que ia sair entre eu e ele, e o que saiu foi esse som. O que você ouviu no “Pretty Ugly People” foi o que começou a sair. Não pensamos tipo: ‘Vamos fazer isso aqui? Vamos aumentar o volume de tal coisa? Vamos colocar a bateria de tal jeito?’. 

Tivemos total liberdade para deixar em aberto o que pode vir enquanto estamos compondo, e isso aconteceu no “Parasites” e está acontecendo, neste momento, nas músicas novas que estão por vir. Não estamos seguindo um tipo de roteiro como: ‘Ah, o “Pretty Ungly People” foi desse estilo, então todo trabalho que vier a seguir será dessa forma’. Não foi uma aposta nossa, mas acabou que vimos que esse tipo de som realmente está em falta hoje em dia e mais fora da curva do que estão fazendo. 

Tem muita banda apostando em um Metalcore mais eletrônico como o Sleep Token – que é grande pra caramba nos Estados Unidos –, e o Slang The Previours, que é uma banda que segue a mesma linha. Tem outras bandas dessa forma que estão surgindo e que estão conquistando a galera mais adolescente, mas a gente não quis apostar nisso, porque vimos que tinha muita coisa igual. E muita gente acaba chegando em nós e fala: ‘Isso está em falta, isso não se vê mais, isso só tinha mais nos anos 90’. E acabou que isso veio muito a nosso favor, porque quando vamos mostrar nosso som para as pessoas, gravadoras e produtores, já vê uma coisa diferente. Então acabou que, o que conseguimos fazer naturalmente, acabou trazendo muito benefício.

Alfredo: O que é muito massa também é ver a galera fazendo um som ‘vintage’, querendo fazer um resgate que vai além da música. Eu acho que a naturalidade do nosso som faz com que não fiquemos presos a nenhum tipo de etiqueta, a nenhum tipo de rótulo, a nenhum tipo de mapa mental e a nenhum tipo de estratégia musical. E isso, primeiramente, é motivo de muito orgulho. E segundo é que isso enche os olhos e nos dá muito terreno para fazer muita coisa. Então você pode definir assim: ‘O HEADSPAWN é Groove Metal’. Ok, você pode definir como Groove Metal, mas o que é Groove Metal? Quais são os elementos que definem o Groove Metal? A presença do Groove? Se for isso, samba tem groove, forró tem groove, axé tem groove. 

Muita coisa tem groove! A boa música tem groove! O fato de ser um groove pesado, você consegue fazer de várias formas diferentes. Eu acho que será momentâneo esse rótulo, creio que é algo que não vai perdurar por muitos anos. Eu acredito que daqui um tempo, conforme formos lançando as coisas, as pessoas vão apontar para direções diferentes. Eu acho que essa pluralidade de sons só nos engrandece, e isso me deixa muito ansioso do que está por vir.

O “Parasites” tem uma progressão significativa comparado ao EP, com a adição de elementos de música regional e da música nordestina em geral. Gostaria que vocês falassem um pouco sobre esses componentes e dos convidados que se incumbiram de executá-las.

Alfredo: A ideia de colocar esses elementos nordestinos surgiu de improviso durante os ensaios, testamos timbres de algumas coisas, começamos a puxar um som (forró, batuque, maracatu) e acaba saindo algo inusitado. E de tanto fazer isso, a gente percebeu que gostamos desse tipo de coisa. A primeira composição regional, por assim dizer, foi “Terra Solis”, que logo que bateu a ideia, todo mundo se olhou e disse: ‘É, vamos gravar isso’. Aquele triangulo, na verdade, é a cúpula da percussão da bateria. 

Convidamos o Pablo Ramires, que é baterista de uma banda paraibana – conhecida internacionalmente – chamada Cabruêra. Ele é um baterista histórico! Só no nosso disco, ele toca triângulo, alfaia, cuíca, zabumba e um sampler de percussão de madeira, chinesa, em “Everybody Hates Somebody”. A participação dele foi excepcional, temos muito orgulho de ter trabalhado com ele.


E também teve outra participação, do Fabrízio Colga.

Alfredo: Ele é guitarrista do Incessante, banda de hardcore daqui de João Pessoa, e tocou berimbau e pandeiro em “Fili Catinga”. Ele também tocava numa banda muito antiga, chamada Mobiê, que era uma banda que misturava Metal com música regional, principalmente o maracatu.

As ideias para absolutamente tudo não foi nada que ficasse cozinhando demais, são coisas que estão sempre presentes e flutuando na nossa cabeça. Esse é o nosso processo criativo, de consolidação de ideias e de tirar coisas da filosofia para o mundo material. Tudo o que a gente faz tem a cara da gente, e eu acho que isso é uma vantagem muito grande. Eu estou aqui só contando vantagem, mas é porque eu sinto isso (risos).

O disco, por enquanto, só está disponível nas plataformas digitais, e outra coisa que notei é que, mesmo ouvindo pelo streaming, a sensação que dá é que estamos ouvindo o Lado A e o Lado B de um vinil devido ele ter duas introduções. Isso também veio de forma natural?

JP: Pensamos nessa sequência justamente para caber em todo tipo de mídia, vamos dizer assim: ele dá certo em CD, dá certo como K7 e dá certo, obviamente, como LP. E isso acabou prevalecendo, porque o primeiro álbum, querendo ou não, já nasce clássico e com total nostalgia por ser o primeiro. E o primeiro álbum deve ter tudo! Quando fechamos o álbum, falamos: ‘Velho, isso cabe direitinho com o LP’. As introduções que saíram casaram muito bem com essa ideia. Tudo nesse álbum foi muito bem pensado, desde das mídias que iam sair até a sequência das músicas para quem está ouvindo a progressão.  

Falando sobre as músicas, “Failure, Death and Decay” se encaixaria perfeitamente no “Roots”, do Sepultura; “Ghost of Myself” e “You Are” também tem seus destaques, principalmente as linhas de baixo que remete a pegada do Flea, do RHCP, e do Robert Trujillo nos tempos de Infectious Grooves. Gostaria que falassem um pouco sobre elas e se tem alguma música em especial que vocês recomendariam para as pessoas que não conhecem a HEADSPAWN?

JP: Realmente foram músicas que tiveram bastante dedicação, a gente pensou muito como seriam as partes instrumentais. E quando chegou o resultado final, a gente viu que foram colocadas muito bem as ideias, tanto de composição quanto de técnica. Eu não vou dizer que teve influência desses baixistas que você citou, mas acaba que está ali enraizado. Eu sempre gosto de usar várias técnicas no baixo, nunca quis ficar só no básico acompanhando a guitarra ou fazendo um acompanhamento só para deixar a música mais pesada. Eu gosto de usar as técnicas que eu estudei, e acabou que houve espaço nessas músicas para usar isso. E casou muito bem, eu fiquei muito contente que deu certo.

E para quem não conhece a HEADSPAWN, do “Parasites” – dependendo da região e do gosto –, eu indicaria a “You Are”, que é uma música que passa por várias nuances, desde da parte mais comercial até a parte pesada; e também indicaria a “Everybody Hates Somebody”, que é uma música que entrega muito da gente; e a “Ghost of Myself” também, que tem uma pegada mais pesada. São essas três músicas que eu projetaria a banda.

Alfredo: O cara que gosta de porrada, pode ouvir “Sinking Jetsam” tranquilo. É um som que, geralmente, pega a galera mais ‘old school’. É a música que a galera começa a ouvir e falar: ‘Ah, eu não gosto muito desse Metal pula, pula’, os comentários começam assim (risos). Mas quando a música começa a se desenvolver (N.T.: Alfredo começa a banguear nesse momento) e depois que ela termina o pessoal fala: ‘Porra, essa música é do caralho!’; “Butchers” também é muito legal.... E só para ser diferente, eu vou de “Brought into this World”. É uma música que acaba jogando várias imagens, várias coisas diferentes e com uma probabilidade maior de agarrar o ouvinte.

O disco foi produzido por Victor Hugo Targino, que também produziu o EP. Como iniciou essa parceria? Ela tende a continuar nos próximos trabalhos?

JP: O Victor é nosso parceiro, ele que me ensinou a tocar baixo (risos). E falando de mim, especialmente, vai completar vinte anos que eu o conheço. Estamos trabalhando com ele não só por causa disso, mas porque ele conseguiu entregar uma qualidade de música que eu achava que só tinha em outros estados ou, até mesmo, em outros países. Quisemos fazer uma coisa de qualidade e um produto que fosse apresentável, porque realmente estamos tentando fazer alguma coisa com isso, e desde o início queríamos a melhor qualidade de gravação e captação. 

E com ele foi muito bom ter encontrado isso, porque é daqui da nossa cidade, perto da nossa casa, qualquer problema que tenha vamos lá, a comunicação é muito mais fácil, as reuniões são mais fáceis e as gravações também. Então tudo isso contou para que repetíssemos com ele nesse álbum o que foi feito no EP. E não só a gente, como outras bandas – com anos de estrada –, estão trabalhando com ele. 

Teve uma época que saímos numa rádio americana, através de um produtor brasileiro que mora nos Estados Unidos, e ele falou que a qualidade não tem diferença nenhuma comparado ao deles, então por isso que pensamos em não trocar de produção do EP para o álbum. Eu acredito que os próximos trabalhos – estando aqui em João Pessoa ou em algum canto no Brasil – vamos estar contando com ele com certeza.

Alfredo: Muitas vezes negligenciamos as pessoas que estão perto da gente, acaba não prestando muita atenção e busca as coisas muito longe. E eu vou dizer para você que, pessoas de diversos lugares do país, me procuraram para perguntar: ‘Cara, quem foi que produziu vocês? Quem foi que fez esse trampo de gravações com vocês?’. O nosso processo de gravação é um mix de compadres, um bocado de gente que se conhece, se gosta e se encontra para trabalhar junto e esmiuçar as coisas. É tudo muito rápido, muito mais rápido do que eu poderia sugerir. É impressionante mesmo. 

Além da ótima receptividade que tiveram com o EP e estão tendo com o “Parasites”, vocês receberam elogios de grandes nomes do Heavy Metal nacional como o baterista Amilcar Christófaro (Torture Squad, Matanza Ritual), os vocalistas Marcello Pompeu (Korzus) e o Leandro Caçoilo (Viper) e o guitarrista Jairo Guedz (ex-Sepultura, The Troops Of Doom). Como é esse networking com essas pessoas que são muito mais do que músicos, e sim lendas?

JP: O networking foi uma das coisas que a pandemia também nos fez pensar no que poderíamos fazer além de estar gravando ou compondo. E quando todo mundo estava em casa ouvindo música durante esse período, aproveitamos para lançar a nossa primeira música, “Voices”, que teve uma receptividade muito massa. Mas queríamos fazer algo mais, e aí que começamos a fazer lives no nosso Instagram e também no nosso canal do Youtube com essas pessoas, conseguimos contato com eles através de assessorias. 

O Johnny Z, nosso assessor, conseguiu fechar algumas entrevistas, ele trouxe para gente várias pessoas para conversar. E além dessas lives que fizemos no Instagram, aproveitamos (nos bastidores) de trocar uma ideia com os caras: trocamos ideia sobre música, muitos nos ajudaram em várias coisas.... O Raphael Dafras, baixista do Edu Falaschi, me ajudou em várias coisas. Ele foi o meu professor durante alguns meses; o Amilcar nos recebeu muito bem! A entrevista com o Jairo Guedz foi sensacional!

O papo com todos eles deve ter rendido muita coisa, então...

JP: Foi uma troca de ideias, não digo que nem foi entrevista ou algo assim. E foi mais fácil chegar até eles quando lançamos o nosso álbum, e foi muito massa a receptividade deles com o nosso primeiro trabalho. É o nosso primeiro álbum ainda, estamos no início, mas estamos recebendo grandes feedbacks dessa galera que são lendas, como você mesmo disse. E não mostramos nem 5% do que temos ambição de mostrar, e eu tenho certeza que vamos ver essas pessoas futuramente e vão ver muito material nosso. Mas, desde o início, foi muito foda ter o abraço desses caras.

Alfredo: Esses feedbacks aconteceram, só para esclarecer, na época do EP, ainda não tínhamos lançado o “Parasites”. Na verdade, esses feedbacks ainda são referências ao “Pretty Ugly People”, eles conheceram a banda naquela fase e as coisas que eles falaram foram referentes a ele. Eu estou doido para chegar neles novamente e dizer: ‘E aí cara, o que você achou do trabalho novo? Como é que você está vendo a gente agora?’ (risos). 

Eu ainda não tive essa oportunidade, espero fazer isso em breve. O feedback deles não vai inflar meu ego ou vai me deixar intrigado se for negativo, é porque quando você faz uma parada que você se orgulha, você sabe que vai ser relevante para você e para a pessoa que você tem um carinho especial. E você fica feliz quando uma pessoa gosta do seu trabalho, é diferente de uma pessoa que você não conhece diz: ‘Eu gosto do seu trabalho’. 

O sentimento é diferente mesmo quando uma pessoa renomada, e respeitada por muita gente, reconhece o trabalho das bandas e artistas que estão batalhando por um espaço na cena.

Alfredo: Existe essa coisa especial de quando é alguém que você gosta e percebe que você é fã demais. O Amilcar, Pompeu e o Jairo são lendas! Tem uma galera daqui de João Pessoa – eles não devem lembrar disso – que colava nos rolês do Sepultura em Caruaru (PE). E a galera lembra do Jairo, porque tem memória de momentos dos shows. É muito doido isso. E hoje em dia estamos conversando com o cara e opinando sobre a nossa música. Isso é muito relevante para gente, mas não quer dizer que isso vai nos colocar em outro patamar.

E como está sendo a sensação de ser mais um representante do Heavy Metal paraibano e de todo o Nordeste, que tem muita boa?

JP: Está sendo muito foda! Quando a gente iniciou, fizemos bem o trabalho de casa em questão de ir atrás, apresentar o material e de chegar e mostrar que é uma banda nova, mas mostrando também que o que estamos fazendo está sendo com uma produção legal, está sendo com cuidado e mantendo carinho com esse trabalho. Então quando chegamos, as bandas mais antigas viram o nosso empenho e abraçaram a gente. Estamos sempre tocando com bandas não só de João Pessoa, mas também da Paraíba, bandas aí que tem anos de carreira que estão junto conosco organizando os shows. 

E fomos muito bem aceitos, tanto que teve muita coisa que mostramos para essas bandas e elas pensaram: ‘Pó, com a HEADSPAWN vai dar certo!’, porque viemos de outras bandas, então já chegamos querendo pegar um pouco do nosso espaço, mas também entendendo que já tem que respeitar, entendendo o que tem que fazer, sabendo o que pode melhorar, botar a cara à frente da coisas.... Enfim, com essa postura, aceitaram bem a nossa chegada.

Alfredo: E tem aquela questão também de se comunicar com muitas vertentes e sons diferentes, e a gente acaba que comunicamos e fazemos shows com eles. Como o JP falou, a gente preza muito por determinadas coisas. Tem que fazer parte do evento, tem que fazer parte da parada. E quando a galera vê isso, ela já indica e fala: ‘Irmão, chama os caras para tocar, vamos fazer um negócio’. 

João Pessoa não é uma cidade muito grande, você consegue conhecer muita gente do mesmo grupo social e dos mesmos interesses de música, de Rock, de Metal, de arte e tal. Por mais que não tenha amizade, você acaba conhecendo essa galera. E aí, de repente, todo mundo se vê trabalhando junto no mesmo rolê. E isso é uma alegria! Eu acredito que, muito em breve, vai dar um ‘boom’ fodastico aqui no Paraíba e que você vai dizer: ‘Puxa, bem que ele falou naquela época que ia estourar um movimento lá na Paraíba’. Eu estou sentindo isso.

E quais são os planos da HEADSPWAN para o futuro?

JP: Lançar o “Parasites” no formato físico. Sabemos que uma banda independente, como a nossa, tem muitos gastos que sai aí do nosso bolso, porque teve a questão da produção do álbum e entre outras coisas. Porém tem, sim, o plano de lançar o “Parasites” na versão física, já temos todo trabalho de encarte e toda arte desenvolvida para que isso aconteça. 

Os outros planos que estão para acontecer é lançar os clips do “Parasites”, que não lançamos ainda. Logo após lançar os clips, queremos lançar um EP no final desse ano ou início de 2025, mas os planos é que seja lançado no final deste ano. E, no final do ano que vem, lançaremos o segundo álbum da banda de músicas que já estamos trabalhando e compondo. 

Estamos aí bem ansiosos para ficar nessa sequência de estar lançando álbum e ep, álbum e ep, porque temos muita coisa, muita ideia e muita coisa em construção que vai dar para trabalhar em muita coisa ainda. Quem estiver ansioso por trabalho novo e que já ouviu muito o “Parasites”, saiba que vai vir muita coisa nova.  

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Agradecimentos ao Johnny Z (JZ Press e Metal na Lata) por ter agendado a entrevista!









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