Os fãs de metal viveram uma noite épica no último sábado, 29 de novembro, quando o Avantasia transformou o Vibra São Paulo em um verdadeiro universo de fantasia, emoção e riffs poderosos. Em sua nova turnê mundial, Here Be Dragons World Tour 2025, o projeto liderado por Tobias Sammet mostrou por que é considerado um dos maiores fenômenos do metal contemporâneo.
Um pouco antes da apresentação, o grande telão de LED que seria usado no show foi gentilmente cedido pela produção para transmitir a final da Libertadores da América entre Palmeiras e Flamengo. Assim que o jogo terminou, as cortinas foram fechadas para que o palco fosse preparado para o espetáculo que estava prestes a acontecer.
Quando as luzes se apagaram e os primeiros acordes de “Creepshow” ecoaram, as cortinas se abriram novamente e ficou claro que a noite seria especial. Com luzes cinematográficas e uma banda extremamente afiada, o Avantasia entregou um espetáculo de quase três horas que prendeu o público do começo ao fim. A casa lotada respondeu com intensidade: coros, pulos, braços erguidos e muita emoção a cada refrão.
O setlist trouxe um equilíbrio perfeito entre faixas do novo álbum e clássicos queridos pelos fãs que acompanham o projeto desde os tempos de The Metal Opera. A sensação era de reencontro com uma história viva.
Em “Reach Out for the Light” — originalmente gravada pelo inigualável Michael Kiske, que infelizmente não estava nesta turnê — a excelente vocalista Adrienne Cowan assumiu os vocais e mostrou por que é considerada uma das grandes revelações da música pesada nos últimos anos. Na sequência, o vocalista do Kamelot, Tommy Karevik, interpretou com Tobias a “sombria” e enérgica “The Witch”.
Herbie Langhans, que até então estava no coral juntamente com Adrienne Cowan e Chiara Tricarico, assumiu o centro do palco para comandar “Devil in the Belfry”. Em “Phantasmagoria”, foi a vez do veterano Ronnie Atkins (Pretty Maids) mostrar a que veio, com vocais poderosos e a experiência de quem domina o gênero há décadas. Já em “Against the Wind”, Kenny Leckremo (H.E.A.T.) incendiou o local com sua energia e seu vocal impressionante. Na humilde opinião deste que vos escreve, esses dois últimos foram os grandes destaques da noite — roubaram a cena.
Visualmente, o espetáculo impressionou com luzes dramáticas, painéis de LED imersivos e um clima teatral que já é marca registrada do Avantasia. A qualidade do som foi outro ponto alto: firme, pesado, cristalino e muito bem mixado, permitindo que cada voz e instrumento brilhasse em seu devido lugar.
Para quem acompanha a cena do metal, ficou claro que esse show entrou para a lista dos grandes momentos internacionais de 2025 no Brasil, evidenciando que a banda funciona muito melhor em ambientes fechados do que em festivais — especialmente quando comparado aos dois últimos shows da Metal Opera que foram realizados justamente em festivais.
Antes do final do show houve também uma breve e tocante homenagem de Tobias a Andre Matos, falecido em 2019, levando o público a celebrar o saudoso vocalista brasileiro. Sempre é bonito ver Sammet demonstrando esse carinho por Andre, apesar de até o momento ele não ter participado do documentário sobre a vida do músico, cuja parte final está prevista para 2026. Vale lembrar que a última vez que Andre subiu ao palco foi justamente em um show do Avantasia, em junho de 2019 — uma semana antes de nos deixar.
“No Return”, dedicada a Andre Matos, foi tocada e cantada e uníssono por todos os presentes, que antecedeu “Lost In Space” e “Sign of the Cross”, essa última com todos no palco.
A combinação de técnica, emoção e grandiosidade fez da noite no Vibra São Paulo uma experiência inesquecível — daquelas que os fãs comentam por anos. O Avantasia provou mais uma vez que não é apenas uma banda: é um universo inteiro, e São Paulo teve o privilégio de mergulhar nele.
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