terça-feira, 19 de julho de 2016

Datavenia: Estreia Madura e de Peso!



Formada em 2007 na cidade de Frederico Westphalen, interior do RS, o Datavenia chega ao seu primeiro full lenght, já com uma maturidade lapidada por quase uma década de estrada, experiência essa refletida nas dez faixas de "Welcome to the Underground", transpirando personalidade, peso, melodia e muitos riffs.

A primeira coisa que chamou a atenção, foi a produção excelente (o álbum foi produzido pela banda e por Moris Drumm, no estúdio Drumm), mostrando essa maturidade que comentei no início, ou seja, a banda buscou registrar seu debut, um passo importantíssimo, de maneira profissional e de qualidade. Ressalto isso porque em mais de 30 anos mergulhado neste cenário, ainda vejo muitos trabalhos com uma qualidade sofrível, o que é algo imperdoável, o álbum é o cartão de visitas, então, ótima primeira impressão do Datavenia.

Segundo, as composições são bem acabadas, maduras e o álbum é muito bem balanceado, com peso, melodia e boas variações nas 10 faixas, e as músicas tem o principal, elas te prendem, e dá vontade de você ouvir de novo. Fazer boa música parece ser algo simples para alguns e tão complicado para outros, não é mesmo?


Partindo para as músicas que compõem "Welcome to the Underground", posso citar como referências o Metallica, principalmente ali entre o "And Justice.." e o "Black Album", e também Pantera, Black Label Society e Iced Earth, resumindo, aquele Metal pesado, beirando o Thrash às vezes, mas sempre com melodia, com a cozinha pesadona e segura, muitos riffs, refrãos marcantes e os vocais rasgados de Guilherme Busatto, que lembram algo entre James Hetfield e John Bush, casando muito bem com a sonoridade da banda.

Na abertura, com a  faixa título, vocês de cara poderão perceber esses pontos que toquei acima, e o Heavy Metal pesado, com um pezinho no Thrash, riffs marcante e boas melodias, inclusive algumas intervenções discreta de teclado, mas somando-se muito bem a massa sonora do Datavenia. As referências à Metallica me parecem bem evidentes, destacando o grande refrão e os solos com o uso certeiro do wha-wha; "Hate to the Bones" é outra paulada, mais cadenciada, e novamente ressalte-se os riffs e refrão marcantes, além do peso da cozinha; "Metal God" tem aqueles riffs arrastados e abafados, tipo a "Walk" do Pantera, só pra citar uma referência. Abro parênteses para a letra, que, pelo que percebi, critica a atitude de alguns nessas questões de "o que é 'true' ou o que não é".


"Even if Dies" começa com ótimos riffs, em um andamento mais acelerado e porrada, alternando com trechos mais cadenciados e melódicos; "The Last Chance" traz um pouquinho de calmaria, sendo aquela típica balada Metal, destacando os violões e solos bem melodiosos, com os teclados contribuindo de forma mais marcante. Como referência, citaria o Black Label Society, Zakk Wylde é um expert em baladas pesadas.

"Hot Ginger Woman" segue carimbando a qualidade e o equilíbrio do álbum, que volto a ressaltar, é bem balanceado, mas sem perder a personalidade, como acontece às vezes de algumas bandas atirarem em várias direções, mas sem uma coesão. Voltando à música, ela tem um andamento estilo Blues, um Heavy Blues, destacando os Hammonds, que sempre são perfeitos para que uma canção soe ou traga traços "setentistas"; "Bang your Head" é outra com andamento mais acelerado, não economiza peso, principalmente na cozinha, e com Busatto até beirando o gutural, num Heavy/Thrash que me lembrou o Anthrax.

Seguindo essa boa dinâmica do álbum, "Bad Days" é um dos destaques, soando meio melancólica, com bases pesadas, cadenciadas, densas e melódicas, inclusive com os teclados novamente sendo bem colocados, deixando a canção com um ar épico; "Rescue Me" e sua base arrastada e compassada mantém a qualidade, com muito peso e melodia, e parece inesgotável a fonte de bons riffs e refrãos da banda; "Unprotected" Thrash moderno, pesado e com aquele andamento meio tempo, invoca mais uma vez o grande Pantera, fechando o álbum da maneira que abriu, com peso, melodia e personalidade.


"Welcome to the Underground" deixa as melhores impressões, mostrando uma banda madura, produção profissional, trazendo 10 composições muito boas, com peso, melodia e boa diversidade. Traz o que se espera de um álbum bom de Metal, ou seja, riffs e refrãos marcantes, cozinha pesada e bons solos, e o mais importante, aquilo que ressaltei no início, músicas que são marcantes, que dão vontade de ouvir de novo, que a melodia e o refrão grudam na mente.

Texto: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Datavenia
Álbum: "Welcome to the Underground" (2016)
Estilo: Heavy/Thrash
País: Brasil
Produção: Datavenia e Moris Drumm
Design Gráfico: Carlos Trelles
Selo: Independente

Contatos: 
bandadatavenia@gmail.com

Line-Up:
Guilherme Busatto: Vocals & Guitars
Guilherme Argenta: Bass & Backing Vocals
Eduardo Pegoraro: Drums
Gabriel Quatrin: Guitars

Track List:
Welcome to the Underground (clique no link e assista ao clipe)
Hate to the Bones
Metal God
Even if it Dies
The Last Chance
Hot Ginger Woman
Bang Your Head
Bad Days
Rescue Me
Unprotected


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