segunda-feira, 4 de julho de 2016

Attomica: "Seguimos em frente com toda força para honrar uma história que já ultrapassou 3 décadas"


Mais de 20 anos de história e um legado consistente. Assim podemos dizer que o Attomica trilha seu caminho e supera cada adversidade imposta pela vida e pelo underground.

Conversamos com o mentor Andre Rod (baixo) onde o mesmo nos explica como foi seguir adiante pós a perda do vocalista Alex Rangel, material inédito que está sendo gravado e muito mais!

Confira e deleite-se com está lenda do Metal nacional:


Road to Metal: São mais de 30 anos de história em uma trajetória de muita persistência. Em uma linha do tempo, quais os melhores e os piores momentos que o Attomica passou até o momento atual?

Andre Rod: Acho que entre bons e maus momentos todos servem com aprendizado dentro da trajetória de qualquer pessoa, em particular procuro absorver o que a de bom nos bons momentos e tornar-se parte da minha realidade e nos maus momentos não deixar que isso represente algo real, deletar o que não soma para prosperar. De modo geral coloco como bons momentos tudo que foi conquistado ao longo desses anos como por exemplo o carinho dos fãs nos shows e fora deles, e um momento triste que tivemos que enfrentar sem dúvidas foi o ocorrido com o amigo Alex Rangel.

RtM: É inevitável não perguntar sobre a tragédia que ocorreu em 2015 com o vocalista Alex Rangel. Até porque víamos e ouvíamos um Attomica reestruturado e massacrando os thrashers com o ótimo “4” (lançado em 2012). Como foi passar por isso? Em algum momento o Attomica pensou em cessar as atividades?

AR: Então... São momentos que sem dúvidas nos pegam de surpresa. Perder um profissional com o talento de Alex Rangel nos fez repensar toda uma estrutura já montada, mas a perda do amigo foi ainda mais complicada. Alex era extremamente dedicado a banda e fiel as suas amizades, temos orgulho de tê-lo conhecido e trabalhado com essa ótima pessoa humana que foi Alex Rangel. Pessoalmente não pensei em parar com o trabalho, nos reunimos acertamos alguns detalhes e seguimos em frente.

Alex Rangel, falecido em 2015 pós um acidente de moto
RtM: Andre, você resolveu assumir os vocais do Attomica novamente como já tinha feito em 1989 no “Limits of Insanity”. Como está sendo este “novo” momento? O Attomica pensa em um futuro próximo recrutar um novo vocalista?

AR: A readaptação foi um pouco difícil principalmente nas linhas de voz do Attomica “4”, mas agora já estou mais tranquilo. A princípio fiquei sem saber o que fazer e resolvi assumir o vocal por uma questão de tempo, achei que seria mais rápida a minha adaptação em virtude de já conhecer todo o repertório do que selecionar um vocal novo. Não descarto a possibilidade de futuramente recrutarmos um novo vocalista, acho que este é um processo que tem que acontecer naturalmente.


RtM: Trocas de integrantes sempre foram um dos obstáculos que o Attomica enfrentou, como é lidar com essas adversidades? E sobre a saída do guitarrista João Paulo que disputa a marca Attomica com você, como anda essa questão?

AR: Bom... uma situação que acho comum quando se tem que lidar com pessoas que na maioria das vezes tem seus próprios pensamentos e enfrentam problemas pessoais de diversos aspectos, ter uma banda é o mesmo que ter uma empresa qualquer com sócios que não tem os mesmos objetivos. Nunca tivemos dificuldades em conseguir bons músicos para substituições, nossa região é um celeiro de bons músicos assim como todo país. Com relação a marca só existe um pedido de registro no INPI que estou aguardando, mas nós podemos continuar a trabalhar normalmente.

RtM: Sobre o clipe de “The Last Samurai” que você já aparece como vocalista, essa seria a prévia do novo disco do Attomica?

AR: Sim. Todo o novo trabalho estava sendo produzido para explorar os vocais do Alex Rangel inclusive a música “The Last Samurai” que ele chegou a ensaiar algumas vezes. O processo de composição teve que ser interrompido em virtude da minha adaptação no vocal, mas agora já voltamos a trabalhar no novo CD.

Assista ao videoclipe de "The Last Samurai" agora mesmo: https://www.youtube.com/watch?v=TXGqyIvdl7s

RtM: Em 2004 vocês lançavam o que é para mim um dos melhores ao vivos já lançados no Metal nacional, “Back and Alive”. Que soa extremamente agressivo e viciante. Como surgiu a oportunidade de gravar esse live na época? E qual história você poderia nos contar dessa época da banda?

AR: No início dos anos 2000 reuni a formação original e chegamos a ensaiar algumas vezes, mas não foi possível continuar. Em consequência disso após algum tempo reunimos a formação do “Disturbing The Noise” para o show que deu origem ao live “Back and Alive”. Este show teve um ar mais festivo de reunião e nem estava nos planos lançar este ao vivo, mas como a qualidade ficou boa resolvemos oferecer para o selo Hellion de São Paulo. O vocal Fabio Moreira foi convidado especialmente para este show, após isso a banda continuou a fazer apresentações até 2006 com o guitarrista João Marcio Francis no vocal.

RtM: Qual o disco do Attomica você recomendaria? E qual você mudaria algo se tivesse a oportunidade?

AR: Gostaria que os fãs conhecessem melhor o “4” (2012) foi um trabalho feito com muita determinação e nos mínimos detalhes, foi esse que quebrou o jejum de mais de 20 anos sem lançar um trabalho de estúdio. Se tivesse oportunidade gravaria com melhor qualidade o “Attomica 1” (1987), é um trabalho excelente que vai completar trinta anos e merecia ter tido uma melhor produção no passado.


RtM: Ainda para 2016 quais os planos futuros da banda? Teremos um novo disco em breve?
AR: Sim, estamos com todos os planos para 2016 bem atrasados em virtude de todo ocorrido, mas a nossa meta ainda para este ano é de ter em mãos um trabalho novo pronto para entrar em estúdio e também continuar com a turnê de comemoração de 25 anos do “Disturbing The Noise”.

RtM: Finalizando, gostaria de agradecer pelo tempo cedido, pois não é sempre que temos a honra de entrevistar uma lenda do Metal nacional e alguém que sou extremamente fã. Deixo o espaço final a você para demais considerações, muito obrigado!

AR: A honra é toda nossa meu amigo!! Obrigado a Road to Metal pela oportunidade que nos deu para esclarecer alguns pontos e poder dizer que seguimos em frente com toda força para honrar uma história que já ultrapassou 3 décadas. Peço desculpas pelos contratempos e quero também agradecer a todos os fãs que nos acompanham ao longo desses anos... Forte abraço a todos os leitores do Road to Metal!!!

Entrevista por: Renato Sanson

Links de acesso:


Nenhum comentário: