Mais de 20 anos de história e um legado consistente. Assim podemos
dizer que o Attomica trilha seu caminho e supera cada adversidade imposta pela
vida e pelo underground.
Conversamos com o mentor Andre Rod (baixo) onde o mesmo nos explica
como foi seguir adiante pós a perda do vocalista Alex Rangel, material inédito que está sendo gravado e
muito mais!
Confira
e deleite-se com está lenda do Metal nacional:
Road to Metal: São mais de 30 anos de história em uma trajetória de
muita persistência. Em uma linha do tempo, quais os melhores e os piores
momentos que o Attomica passou até o momento atual?
Andre Rod: Acho que entre bons e maus momentos todos servem com
aprendizado dentro da trajetória de qualquer pessoa, em particular procuro
absorver o que a de bom nos bons momentos e tornar-se parte da minha realidade
e nos maus momentos não deixar que isso represente algo real, deletar o que não
soma para prosperar. De modo geral coloco como bons momentos tudo que foi
conquistado ao longo desses anos como por exemplo o carinho dos fãs nos shows e
fora deles, e um momento triste que tivemos que enfrentar sem dúvidas foi o
ocorrido com o amigo Alex Rangel.
RtM: É inevitável não perguntar sobre a tragédia que ocorreu em 2015
com o vocalista Alex Rangel. Até porque víamos e ouvíamos um Attomica
reestruturado e massacrando os thrashers com o ótimo “4” (lançado em 2012).
Como foi passar por isso? Em algum momento o Attomica pensou em cessar as
atividades?
AR: Então... São momentos que sem dúvidas nos pegam de surpresa.
Perder um profissional com o talento de Alex Rangel nos fez repensar toda uma
estrutura já montada, mas a perda do amigo foi ainda mais complicada. Alex era
extremamente dedicado a banda e fiel as suas amizades, temos orgulho de tê-lo
conhecido e trabalhado com essa ótima pessoa humana que foi Alex Rangel.
Pessoalmente não pensei em parar com o trabalho, nos reunimos acertamos alguns
detalhes e seguimos em frente.
Alex Rangel, falecido em 2015 pós um acidente de moto |
RtM: Andre, você resolveu assumir os vocais do Attomica novamente como
já tinha feito em 1989 no “Limits of Insanity”. Como está sendo este “novo”
momento? O Attomica pensa em um futuro próximo recrutar um novo vocalista?
AR: A readaptação foi um pouco difícil principalmente nas linhas de
voz do Attomica “4”, mas agora já estou mais tranquilo. A princípio fiquei sem
saber o que fazer e resolvi assumir o vocal por uma questão de tempo, achei que
seria mais rápida a minha adaptação em virtude de já conhecer todo o repertório
do que selecionar um vocal novo. Não descarto a possibilidade de futuramente
recrutarmos um novo vocalista, acho que este é um processo que tem que
acontecer naturalmente.
RtM: Trocas de integrantes sempre foram um dos obstáculos que o
Attomica enfrentou, como é lidar com essas adversidades? E sobre a saída do
guitarrista João Paulo que disputa a marca Attomica com você, como anda essa
questão?
AR: Bom... uma situação que acho comum quando se tem que lidar com
pessoas que na maioria das vezes tem seus próprios pensamentos e enfrentam
problemas pessoais de diversos aspectos, ter uma banda é o mesmo que ter uma
empresa qualquer com sócios que não tem os mesmos objetivos. Nunca tivemos
dificuldades em conseguir bons músicos para substituições, nossa região é um
celeiro de bons músicos assim como todo país. Com relação a marca só existe um
pedido de registro no INPI que estou aguardando, mas nós podemos continuar a
trabalhar normalmente.
RtM: Sobre o clipe de “The Last Samurai” que você já aparece como
vocalista, essa seria a prévia do novo disco do Attomica?
AR: Sim. Todo o novo trabalho estava sendo produzido para explorar
os vocais do Alex Rangel inclusive a música “The Last Samurai” que ele chegou a
ensaiar algumas vezes. O processo de composição teve que ser interrompido em
virtude da minha adaptação no vocal, mas agora já voltamos a trabalhar no novo
CD.
Assista ao videoclipe de "The Last Samurai" agora mesmo: https://www.youtube.com/watch?v=TXGqyIvdl7s
RtM: Em 2004 vocês lançavam o que é para mim um dos melhores ao vivos
já lançados no Metal nacional, “Back and Alive”. Que soa extremamente agressivo
e viciante. Como surgiu a oportunidade de gravar esse live na época? E qual
história você poderia nos contar dessa época da banda?
AR: No início dos anos 2000 reuni a formação original e chegamos a
ensaiar algumas vezes, mas não foi possível continuar. Em consequência disso
após algum tempo reunimos a formação do “Disturbing The Noise” para o show que
deu origem ao live “Back and Alive”. Este show teve um ar mais festivo de
reunião e nem estava nos planos lançar este ao vivo, mas como a qualidade ficou
boa resolvemos oferecer para o selo Hellion de São Paulo. O vocal Fabio Moreira
foi convidado especialmente para este show, após isso a banda continuou a fazer
apresentações até 2006 com o guitarrista João Marcio Francis no vocal.
RtM: Qual o disco do Attomica você recomendaria? E qual você mudaria
algo se tivesse a oportunidade?
AR: Gostaria que os fãs conhecessem melhor o “4” (2012) foi um
trabalho feito com muita determinação e nos mínimos detalhes, foi esse que
quebrou o jejum de mais de 20 anos sem lançar um trabalho de estúdio. Se
tivesse oportunidade gravaria com melhor qualidade o “Attomica 1” (1987), é um
trabalho excelente que vai completar trinta anos e merecia ter tido uma melhor
produção no passado.
RtM: Ainda para 2016 quais os planos futuros da banda? Teremos um novo
disco em breve?
AR: Sim, estamos com todos os planos para 2016 bem atrasados em
virtude de todo ocorrido, mas a nossa meta ainda para este ano é de ter em mãos
um trabalho novo pronto para entrar em estúdio e também continuar com a turnê
de comemoração de 25 anos do “Disturbing The Noise”.
RtM: Finalizando, gostaria de agradecer pelo tempo cedido, pois não é
sempre que temos a honra de entrevistar uma lenda do Metal nacional e alguém
que sou extremamente fã. Deixo o espaço final a você para demais considerações,
muito obrigado!
AR: A honra é toda nossa meu amigo!! Obrigado a Road to Metal pela
oportunidade que nos deu para esclarecer alguns pontos e poder dizer que
seguimos em frente com toda força para honrar uma história que já ultrapassou 3
décadas. Peço desculpas pelos contratempos e quero também agradecer a todos os
fãs que nos acompanham ao longo desses anos... Forte abraço a todos os leitores
do Road to Metal!!!
Entrevista por: Renato Sanson
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