A história do Sinsaenum, que já nasceu com status de supergrupo, começou, segundo o baterista Joey Jordison, quando estava na tour de sua ex-banda, o Slipknot, com o Dragonforce, e em conversas com Frédéric, baixista desta última, descobriram o gosto em comum por Death Metal, e a partir daí, a ideia de formar uma banda foi amadurecendo, culminando no Sinsaenum, que lançou seu álbum de estreia, "Echoes of the Tortured".
Seguindo as influências da dupla mentora, o Sinsaneum tem uma sonoridade inspirada na cena clássica do Death Metal da Flórida, aquela do fim dos anos 80 e anos 90 (Morbid Angel, Death, Deicide, Obituary e Atheist, pra citar alguns), aliando brutalidade e técnica, porém com uma capacidade instrumental e produção ainda mais apurada. Outros elementos bem clássicos são facilmente identificáveis, como a arte da capa e do logo da banda (naquele estilo "hã? Como é nome da banda mesmo? brincadeira he he... o logo deles está até bem legível), assim como os interlúdios entre as músicas (somados com as músicas são 21 faixas), que lembram alguns álbuns do Morbid Angel.
Attila Csihar (Mayhem) e Sean Zatorsky mostraram-se ótimas escolhas para os vocais, tendo uma alternância bem interessante, com Attila e seu know-how Black Metal trazendo ainda mais agressividade em trechos em que colocam o pé no estilo mais negro do Metal. O destaque maior é para as insanas performances de Joey Jordison na bateria, apesar de que os demais músicos são ótimos também, e o trabalho de guitarras não deixa por menos, com riffs em profusão, com aquelas bases e timbragens bem características do Death Metal da calorosa Flórida, agressivas, mas sempre com técnica, principalmente nos solos. Um trabalho em que tudo foi muito bem montado e estruturado para alcançar os resultados ouvidos em "Echoes of the Tortured".
É colocar pra tocar e logo após a abertura um dos interlúdios, "Materialization", já dá o tom, com aquele sensação de que uma tempestade se aproxima, e "Splendor and Agony" inicia destacando a bateria insana de Jordison, além da velocidade e os riffs Death Metal clássicos, mas há trechos mais cadenciados, já mostrando as doses de técnica e melodia nas guitarras, e o que mais chama a atenção é a grandiosidade do som, em uma produção límpida.
Resumindo, é o que afirmei nos parágrafos anteriores, o grupo presta homenagem ao Death Metal clássico daquelas bandas da Flórida, do cultuado Morrisound Studio, e é brutal, mas muito técnico, e com essa produção
É um álbum bem uniforme, não saindo muito do Death Metal, com algumas pitadas de Black Metal, mas tem seus destaques, como "Army of Chaos", que para mim é a melhor do álbum, com um riff principal marcante, destacando a sobreposição de vozes no refrão, aliás, muitas vezes os refrãos lembram algo de Dimmu Borgir (nesta faixa temos Schmier, Dr. Mikannibal e Mirai Kawashima, como convidados nos vocais, sendo que os dois últimos também estão no interlúdio "March", que a antecede); A cadência e peso descomunal do início de "Dead Souls", que alterna momentos de pura brutalidade e velocidade, mas tudo sempre muito audível e muito técnico.
Os interlúdios dão ares ora épicos, ora mórbidos e de trilha de horror, e as faixas seguem alternando velocidade, cadência, técnica e brutalidade, e destaco ainda "Echoes of the Tortured", que alterna trechos mais pesados e técnicos, com andamentos que vão do extremamente brutal ao quase épico, beirando o Black Metal, destacando o solo melodioso e técnico, e o encerramento com "Gods of Hell", onde temos andamentos mais comedidos e bem marcantes, apesar de que Joey não alivia no pedal duplo. Destaque por conta do trabalho das guitarras nos riffs e solos.
Uma estreia bem empolgante, principalmente para os fãs do clássico Death Metal de bandas como Morbid Angel, Obituary, Death e outras do cultuado cenário da Flórida. Vê-se que não foi pretensão trazer grandes inovações, mas tem um balanço interessante pelo background variado dos músicos, e pode agradar a fãs não muito aficcionados ao estilo. Prestam um tributo àquela época prolífica do gênero, satisfazendo o gosto pessoal dos integrantes, sendo o Sinsaenum uma moderna representação do Death Metal clássico, trazendo no DNA características que vão desde a apresentação gráfica, até os riffs, vocais e andamentos tradicionais, aliados a muita técnica e precisão, além de uma produção irrepreensível. Vamos aguardar se é apenas um projeto de um álbum, ou haverá uma continuidade do grupo.
Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica/Informações
Banda: Sinsaenum
Álbum: "Echoes of the Tortured" 2016
Estilo: Death Metal
País: EUA
Produção: Jens Bogren
Selo: ear Music/Shinigami Records
Line Up
Sean Zatorsky: Vocais
Attila Csihar: Vocais
Frédéric Leclercq; Guitarras, Sintetizadores, Baixo
Stéphane Buriez: Guitarras
Heimoth: Baixo
Joey Jordison: Bateria
Track List:
Materialization
Splendor & agony
Excommunicare
Inverted cross
March
Army of chaos
Redemption
Dead souls
Lullaby
Final curse
Condemned to suffer
Ritual
Sacrifice
Damnation
The forgotten one
Torment
Anfang des Albtraumes
Mist
Echoes of the tortured
Emptiness
Gods of hell
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