domingo, 9 de dezembro de 2018

Soulfly: Fôlego Novo e de Volta ao Jogo!



Há pouco tempo atrás, Max Cavalera e o produtor Josh Wilbur anunciavam um álbum nos moldes do Tribal Thrash do primeiro  trabalho do Soulfly, lançado em 1998. A belíssima gravura da capa (novamente a cargo de Eliran Kantor, que fez a capa do "Archangel") e o título, "Ritual", sugerem os predicados anunciados, abrindo a expectativa pelo que Max mostrou de melhor aos ouvidos dos fãs.

Se no trabalho anterior, "Archangel" (2015), o Soulfly voltava a mostrar um trabalho consistente e que chamou novamente a atenção de muitos, me incluo aí, que haviam perdido um pouco de interesse no trabalho de Max e seu Soulfly, "Ritual" consolida esse "renascimento", salvando a banda de se tornar apenas um trabalho paralelo, com aquela sonoridade "genérica" comum, dentre tantas outras bandas desse Thrash mais atual.


Os elementos prometidos dão as caras na abertura, com "Ritual", Thrash carregado de groove e com cânticos tribais, remetendo aos tempos de Max no Sepultura fase "Roots" e aos primórdios do Soulfly. Riffs e refrão marcantes, solos furiosos de Rizzo, mais a pegada da cozinha formada por Zyon Cavalera e Mike Leon fazem com que a abertura seja um ótimo prenúncio do que vem pela frente.

Felizmente, o álbum não fica só na primeira impressão, e mesmo que os prometidos elementos tribais não estejam tão presentes no restante do álbum, temos um ótimo apanhado de Thrash/Death que alterna doses de groove, peso, fúria e técnica, aliados a grandes refrãos. Peso e técnica que encontramos em "Dead Behind the Eyes", destacando a destreza e doses de melodia na guitarra de Marc Rizzo, além de alguns elementos tribais mais tímidos.

O álbum empolga, e arrisco dizer que é o melhor da banda em muito tempo. Para o fã do trabalho de Max Cavalera, realmente é um álbum para comemorar, acredito que um dos principais ícones do Metal brasileiro novamente se mostra focado e criativo. 

Dentre o nível elevado das faixas, cito também como destaques a excelente "Demonized", que inicia com guitarras acústicas, para em seguida se transformar em um turbilhão de peso, agressividade e técnica, destacando novamente o trabalho de Zyon na bateria; "Blood on the Streets", onde alguns elementos diferentes surgem, trazendo um pouco mais das nuances tribais na percussão, além de flautas na intro.


Destaque ainda para "Bite the Bulett", ao lado da faixa título dividindo o título de melhor momento do álbum. Groove, peso e doses de criatividade em uma faixa empolgante. E fechando o disco, a instrumental "Soulfly XI", bem surpreendente, com elementos acústicos e saxofone. Calmaria após a tempestade. 

"Ritual" representa o retorno definitivo de Max e do Soulfly ao jogo, remetendo novamente àquela sonoridade característica, continuidade do que Max tinha em mente desde "Roots" (com o Sepultura) e com seu álbum de estreia do Soulfly. Sendo direto, um grande álbum de Thrash/Groove Metal contemporâneo. Max rules again!

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Soulfly
Álbum: "Ritual" 2018
Estilo: Thrash/Death/Groove Metal
Produção: Josh Wilbur
Arte de Capa: Eliran Kantor
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records


Line-Up:
Max Cavalera: Guitarra e Vocais
Zyon Cavalera: Bateria
Marc Rizzo: Guitarras
Mike Leon: Baixo

Tracklist:
1. Ritual
2. Dead Behind The Eyes
3. The Summoning
4. Evil Empowered
5. Under Rapture
6. Demonized
7. Blood On The Street
8. Bite The Bullet
9. Feedback!
10. Soulfly XI


           

           

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