Um legado inquestionável, falar de Death Metal no Brasil e não
mencionar a Rebaelliun é mais que um ato falho, pois os gaúchos são uma referência
mundial e a cada lançamento mostram o porquê dessa alcunha.
Dificuldades surgiram, mas seguiram em frente mantendo uma trajetória
repleta de conquistas e admiradores. Para explanar um pouco mais o momento
atual da banda, conversamos com o baixista/vocalista Lohy Silveira que nos
contou do grande baque que foi a perda do guitarrista Fabiano Penna, seu
trabalho preferido com a banda, tours na Europa e muito mais!
RtM: A Rebaelliun é considerada um ícone do Death Metal mundial como é lidar
com isto?
Lohy Silveira: Hehehe... obrigado pelo “ícone”. Estamos longe
disso, até porque o Death Metal sempre será um estilo underground, e
nunca será motivo de ostentação ou algo do gênero. Fico deveras
satisfeito por fazer parte de uma banda que sim, já tem sua página registrada
na história do Metal nacional e isso me deixa muito orgulhoso, sem dúvida. De
qualquer forma eu agradeço a referência.
RtM: Atualmente vocês estão com um novo guitarrista – Evandro Passos –
conte-nos sobre sua adaptação e entrosamento.
Lohy Silveira: O Evandro foi uma escolha nada lógica ao olhar da
maioria das pessoas, por não ser um músico que tem como escola o Metal extremo,
mas consideramos outros critérios para escolher ele como guitarrista. Ele vem
de uma escola mais Rock and Roll e Metal clássico, coisa que o próprio Fabiano
já estava buscando nos últimos anos, portanto o estilo dele caiu como uma luva
para o que buscamos musicalmente. Ele é um exímio músico e muito dedicado e
cada vez mais estamos mais e mais entrosados. Tanto que ele está sendo peça
fundamental nas composições novas.
RtM: Impossível não perguntar, mas a ida precoce de Fabiano Penna para outro
plano pegou todos de surpresa. Como foi remontar o grupo? Em algum momento
pensaram em encerrar as atividades?
Lohy Silveira: De fato foi um golpe inesperado e covarde em nossas
vidas e na vida da banda também. Mas a morte é a única certeza que essa vida
nos traz e só temos que aprender a lidar com ela. No dia em que
aconteceu nós pensamos (eu e o Sandro) que não havia outra escolha se não
seguirmos trabalhando com o Rebaelliun, mostrando que o legado do Fabiano é imortal, e que seria o que ele faria no nosso lugar. Em nenhum momento
pensamos em parar com a banda, trocar o nome, ou coisa parecida. Achar alguém
para ser o novo guitarrista era um desafio hercúleo óbvio, mas conseguimos
encontrar o Evandro que está honrando com muito respeito e admiração todo o
legado do Fabiano conosco como músico.
"O Death Metal sempre será um estilo underground, e nunca será motivo de ostentação ou algo do gênero." |
RtM: Uma discografia sólida e um grande clássico nas lacunas, o grandioso “Burn
the Promised Land”. Olhando para ele hoje em dia, você mudaria algo? Ainda
sobre a discografia da banda (incluindo os EP’s) qual o seu disco favorito?
Lohy Silveira: Apesar de não ter gravado o primeiro disco, acho que
falo por todos quando digo que o que poderia ser mudado hoje em dia seria a
produção/gravação. Claro, eram outros tempos e a banda fez seu melhor com a
grana e tecnologia disponível, mas se pudesse mudar algo seria isso, gravação e
produção. Olha, acho que todo o músico aprecia mais os trabalhos mais recentes,
por se tratar de como é a visão atual do artista sobre o seu trabalho. Mas como
as músicas novas ainda não foram divulgadas, o pessoal não teria referência ha ha ha. Dos trabalhos lançados eu gosto demais das últimas músicas que fizemos
para o relançamento do “Bringer of War” (2000), são 4 sons apenas, mas que
refletem muito bem como está a nossa visão e perspectiva do som do Rebaelliun.
"...não havia outra escolha se não seguirmos trabalhando com o Rebaelliun, mostrando que o legado do Fabiano é imortal " |
RtM: Foram algumas turnês na Europa, além de diversos shows por todo o
Brasil. Mas é praticamente uma constante que quando uma banda nacional se
destaca ela acaba realizando mais shows fora do que em seu próprio país. Qual a
diferença entre essas produções?
Lohy Silveira: Nossa, poderia citar uma porção de
diferenças e poderíamos falar disso por muitas linhas. Mas vou resumir em uma
palavra só: infraestrutura. Falar da diferença cultural e que no exterior o
apoio ao músico underground e o rock em si e seus subgêneros seria covarde e
chover no molhado, então acho que a infraestrutura de modo geral é algo que
podemos buscar para ficarmos “devendo” menos para as produções gringas.
Já está muito melhor do que já foi, mas ainda temos muito chão pela frente
nesse sentido.
"Acho que a infraestrutura de modo geral é algo que podemos buscar para ficarmos “devendo” menos para as produções gringas." |
RtM: “The Hell's Decrees” é o mais recente trabalho da banda e foi
extremamente aclamado pelo público e imprensa. Como foi o processo de
composição do álbum?
Lohy Silveira: “The Hell’s Decrees” foi composto em praticamente 6
meses, em um processo de composição que consistia no Fabiano compondo a parte
instrumental no seu home studio e me enviando pela internet e eu compondo as
letras. Acertávamos detalhes e arranjos nos ensaios entre nós 3 e nas gravações
de pré-produção que ele fazia. Funcionou muito bem na ocasião, tanto que
repetimos esse processo para compor as 4 músicas que incluíram o relançamento
do “BOW”.
RtM: Vocês esperavam toda a repercussão recebida?
Lohy Silveira: Acho que toda a banda espera que o seu trabalho mais recente seja bem recebido, mas o “THD” superou nossas expectativas. Foi um trabalho intenso, e nos dedicamos demais para dar nosso melhor em cada detalhe, então foi muito recompensador ver que as pessoas se identificaram com esse “novo” Rebaelliun.
RtM: Vocês esperavam toda a repercussão recebida?
Lohy Silveira: Acho que toda a banda espera que o seu trabalho mais recente seja bem recebido, mas o “THD” superou nossas expectativas. Foi um trabalho intenso, e nos dedicamos demais para dar nosso melhor em cada detalhe, então foi muito recompensador ver que as pessoas se identificaram com esse “novo” Rebaelliun.
RtM: Obrigado, Lohy, pela atenção, fica o espaço para as considerações finais.
Lohy Silveira: Gostaria de agradecer ao Renato
pelo espaço e aos leitores do Road to Metal. Curtam a página do Rebaelliun no
Facebook, e sigam o Rebaelliun no Instagram. Lá postamos as novidades, shows,
merchandising, e nos comunicamos com a galera. Obrigado por todo o apoio e
continuem dando suporte ao underground. We are Legion!!
Entrevista por: Renato Sanson
Revisão e Edição Final: Carlos Garcia
Rebaelliun atualmente é:
Lohy (vox/bass)
Evandro (guitars)
Sandro (drums)
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