sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Brutal Morticínio: uma aula de história em formato extremo

Resenha por: Renato Sanson

A ideia do Black Metal cantado em português e retratando uma realidade histórica pouco difundida, traz esse diferencial necessário liricamente, indo na contramão e deixando o excesso de blasfêmias e xingamentos de lado e sim focando nas conquistas europeias em cima do povo sul-americano, onde muita tortura, escravidão e mortes ocorreram sem limites.

Esse é o Brutal Morticínio, que nos apresenta em seu segundo lançamento – Os Obsessores Espíritos das Florestas Austrais (14) – uma continuidade muito bem esmerada de seu Debut (“Despertar dos Chacais... Outono dos Povos – 11), apresentando uma temática lírica em volta do povo sul-americano dizimado pelos europeus com uma sonoridade ríspida, mas que aqui ganha novos elementos.

Se em outrora o Brutal Morticínio investia em um Black Metal mais atmosférico e técnico, aqui temos boas doses de melodias soturnas se entrelaçando com o Depressive Black Metal, e com boas nuances da obscuridade do Heavy Metal tradicional, transbordando muito feeling e momentos marcantes.

A produção mais apurada também engrandece sua sonoridade com muito peso e os instrumentos individualmente soando como navalhas cortantes em prol do som extremo.

Um álbum que infelizmente foi muito pouco comentado na época de seu lançamento, porém não deixa de ser mais um marco para a cena gaúcha e underground, pois os gaúchos de Novo Hamburgo mostraram novamente que é possível fazer um som autentico e diferenciado, nos dando ainda de brinde uma bela aula de história em suas letras.

 

Links:

https://www.facebook.com/BrutalMorticinio

 

Formação:

Tormento (vocal/guitarra)

Mielikki (baixo)

André Rodrigues (bateria)

 

TRACK LIST:

1. Intro

2. Não Darei A Outra Face

3. Para O Eterno Sofrimento De Cuauthemoc

4. Evocando Os Espíritos Obsessores Das Florestas Austrais

5. Vingança Ancentral

6. Anacrônico Tempo, Obsolescência Da História

Bonus Tracks:

7. Densas Névoas Das Profundezas

8. Estúpido E Podre Homem Branco Cristão

 

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