Entrevista por: Renato Sanson
Músico entrevistado: Fernando Boccomino (Guitarra/Vocal) – Banda:
ChaosFear de São Paulo/SP.
Recentemente o ChaosFear lançou uma versão matadora de “Toxic Waltz” do
Exodus contando com a participação do vocalista Zetro Souza. Como surgiu esta
chance?
Inicialmente iríamos gravar um EP
de covers de bandas que influenciaram o ChaosFear. Comentamos com o Johnny Z (nosso
assessor/Metal na Lata/JZ Press) que nessa lista tínhamos o Exodus. Queríamos
muito fazer a “Toxic Waltz”, mas ainda estávamos em dúvida pois os estilos de
vocal são completamente opostos... então o Johnny soltou a seguinte pérola: “sou
amigo do Zetro, querem que eu tente falar com ele? Vai que ele tope a idéia…” resumindo:
o Zetro topou e ainda escolheu as partes onde queria cantar! Surreal... sonho
de adolescente realizado. Ficou sensacional!! A idéia do EP ficou para 2021.
Apesar da pequena pausa que tiveram, retornaram com tudo em 2020 com
“Be the Light in Dark Days”, conte-nos mais sobre o novo álbum.
O novo CD veio pra consolidar a
nova formação e também pra mostrar que não paramos no tempo. Estamos sempre
inovando e procurando novas influências. “Be the Light in Dark Days” foi todo gravado no esquema “home Studio”. Nosso
baixista Marco Nunes é produtor, então tivemos a sorte de conseguirmos
trabalhar durante esses tempos caóticos de pandemia.
O ChaosFear passou por reformulações interessantes em sua formação, mas
sem deixar sua essência de lado e seguindo sua evolução musical. Essas mudanças
ajudaram a construir a identidade da banda?
A essência do ChaosFear está
cravada em nossa música. Acredito que consolidamos nosso estilo no álbum “Image
of Disorder”. Dali para a frente fomos absorvendo e incorporando influências
vindas dos novos integrantes. Trabalhar com o Fábio e o Marco é fácil. Os caras
são mente aberta, tem identidade naquilo que tocam, ou seja, as mudanças foram
altamente benéficas para a banda.
De Sick Mind à ChaosFear. O que levou a mudança de nome?
Em 2002 começamos a ser
confundidos com uma marca de skate com o mesmo nome. Muitos nos procuravam
pensando que nosso som era associado ao punk/hardcore. Pensando em evitar esse
tipo de confusão resolvemos mudar o nome para ChaosFear.
Em relação aos lançamentos anteriores, vocês mudariam alguma coisa?
Nada! Tenho orgulho e respeito
por tudo que fizemos até hoje. Era o que sentíamos naquele momento, naquela
época. Começamos mais extremos, depois caminhamos pelo Groove... hoje temos um
leque ainda mais aberto. Caminhamos do hard rock até o black metal sem problema
algum. Mas a raiz do ChaosFear é thrash/death!!
“Be The Light In Dark Days” é a consolidação musical que esperavam?
Na minha opinião este é o
trabalho mais maduro e conciso da banda. Fizemos aquilo que realmente tínhamos
em mente e estamos muito felizes e orgulhosos com o resultado final.
São três discos de estúdio, um EP e diversos Singles. Com o mundo
digitalizado é mais fácil expandir sua música, porém a mídia física nunca
perderá seu valor. Com essa digitalização extremada se torna cada vez mais
difícil encontrar gravadoras para lançamentos em formato Físico?
Eu acho que a primeira coisa que
precisamos fazer é contextualizar a situação. Estamos em 2020, em plena era
digital, onde a música é via streaming e mega pulverizada. As gravadoras praticamente inexistem. Os
trabalhos, principalmente no underground são “by yourself”. O público também é
outro. Essa galera mais nova que nasceu meio que pós-CD é completamente
diferente. Um garoto de vinte e poucos anos usa as mídias de streaming para
consumir música. Dificilmente compra CD. Então, investir dinheiro e prensar o
seu trabalho passa a não ser nem um pouco lucrativo para uma gravadora. Assim,
as bandas acabam fazendo isso e optando por uma distribuição, que também não é
lucrativa, para fazer o seu produto chegar em locais mais distantes. É por isso
que sou a favor se utilizando a tecnologia até onde der, pois assim a gente
consegue chegar em locais e pessoas que jamais imaginaríamos que curtiriam o
nosso trabalho. O CD acaba ficando como produto de mersh em shows. Mas como nem
isso temos hoje, aí fica difícil.
Este ano está sendo muito difícil para a maioria das pessoas no mundo. Nós aqui no Brasil estamos mais ferrados ainda. Desemprego, falta de otimismo, milhares de mortes, desinformação, isto realmente é muito triste. Mas, dizem que precisamos encarar o problema, tirar algumas lições dele e nos reinventarmos. Para nós, o ano de 2020 está sendo muito proveitoso. Conseguimos lançar um álbum novo, fizemos várias lives, entrevistas, tivemos uma Collab com uma lenda do thrash metal mundial (Zetro do Exodus), lançamos alguns vídeos, ganhamos de fãs 2 vídeos!! Pô, tá legal demais!!!! Acredito que a repercussão do trabalho chegou à níveis que a gente nunca nem sonhou. Para 2021 nós iremos lançar um novo álbum, participaremos de dois tributos (ao Slayer e Black Sabbath), e esperamos poder tocar ao vivo de novo!
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