sexta-feira, 9 de outubro de 2020

ChaosFear: a era digital em beneficio ao caos mundial

Entrevista por: Renato Sanson

 


Músico entrevistado: Fernando Boccomino (Guitarra/Vocal) – Banda: ChaosFear de São Paulo/SP.

 

Recentemente o ChaosFear lançou uma versão matadora de “Toxic Waltz” do Exodus contando com a participação do vocalista Zetro Souza. Como surgiu esta chance?

Inicialmente iríamos gravar um EP de covers de bandas que influenciaram o ChaosFear. Comentamos com o Johnny Z (nosso assessor/Metal na Lata/JZ Press) que nessa lista tínhamos o Exodus. Queríamos muito fazer a “Toxic Waltz”, mas ainda estávamos em dúvida pois os estilos de vocal são completamente opostos... então o Johnny soltou a seguinte pérola: “sou amigo do Zetro, querem que eu tente falar com ele? Vai que ele tope a idéia…” resumindo: o Zetro topou e ainda escolheu as partes onde queria cantar! Surreal... sonho de adolescente realizado. Ficou sensacional!! A idéia do EP ficou para 2021.

 

Apesar da pequena pausa que tiveram, retornaram com tudo em 2020 com “Be the Light in Dark Days”, conte-nos mais sobre o novo álbum.

O novo CD veio pra consolidar a nova formação e também pra mostrar que não paramos no tempo. Estamos sempre inovando e procurando novas influências. “Be the Light in Dark Days” foi todo gravado no esquema “home Studio”. Nosso baixista Marco Nunes é produtor, então tivemos a sorte de conseguirmos trabalhar durante esses tempos caóticos de pandemia. 

 


O ChaosFear passou por reformulações interessantes em sua formação, mas sem deixar sua essência de lado e seguindo sua evolução musical. Essas mudanças ajudaram a construir a identidade da banda?

A essência do ChaosFear está cravada em nossa música. Acredito que consolidamos nosso estilo no álbum “Image of Disorder”. Dali para a frente fomos absorvendo e incorporando influências vindas dos novos integrantes. Trabalhar com o Fábio e o Marco é fácil. Os caras são mente aberta, tem identidade naquilo que tocam, ou seja, as mudanças foram altamente benéficas para a banda.

 

De Sick Mind à ChaosFear. O que levou a mudança de nome?

Em 2002 começamos a ser confundidos com uma marca de skate com o mesmo nome. Muitos nos procuravam pensando que nosso som era associado ao punk/hardcore. Pensando em evitar esse tipo de confusão resolvemos mudar o nome para ChaosFear. 

 


Em relação aos lançamentos anteriores, vocês mudariam alguma coisa?

Nada! Tenho orgulho e respeito por tudo que fizemos até hoje. Era o que sentíamos naquele momento, naquela época. Começamos mais extremos, depois caminhamos pelo Groove... hoje temos um leque ainda mais aberto. Caminhamos do hard rock até o black metal sem problema algum. Mas a raiz do ChaosFear é thrash/death!!

 

“Be The Light In Dark Days” é a consolidação musical que esperavam?

Na minha opinião este é o trabalho mais maduro e conciso da banda. Fizemos aquilo que realmente tínhamos em mente e estamos muito felizes e orgulhosos com o resultado final. 

 

São três discos de estúdio, um EP e diversos Singles. Com o mundo digitalizado é mais fácil expandir sua música, porém a mídia física nunca perderá seu valor. Com essa digitalização extremada se torna cada vez mais difícil encontrar gravadoras para lançamentos em formato Físico?

Eu acho que a primeira coisa que precisamos fazer é contextualizar a situação. Estamos em 2020, em plena era digital, onde a música é via streaming e mega pulverizada.  As gravadoras praticamente inexistem. Os trabalhos, principalmente no underground são “by yourself”. O público também é outro. Essa galera mais nova que nasceu meio que pós-CD é completamente diferente. Um garoto de vinte e poucos anos usa as mídias de streaming para consumir música. Dificilmente compra CD. Então, investir dinheiro e prensar o seu trabalho passa a não ser nem um pouco lucrativo para uma gravadora. Assim, as bandas acabam fazendo isso e optando por uma distribuição, que também não é lucrativa, para fazer o seu produto chegar em locais mais distantes. É por isso que sou a favor se utilizando a tecnologia até onde der, pois assim a gente consegue chegar em locais e pessoas que jamais imaginaríamos que curtiriam o nosso trabalho. O CD acaba ficando como produto de mersh em shows. Mas como nem isso temos hoje, aí fica difícil. 


Quais os planos para 2021 já que 2020 poderia ter terminado.

 Este ano está sendo muito difícil para a maioria das pessoas no mundo. Nós aqui no Brasil estamos mais ferrados ainda. Desemprego, falta de otimismo, milhares de mortes, desinformação, isto realmente é muito triste. Mas, dizem que precisamos encarar o problema, tirar algumas lições dele e nos reinventarmos. Para nós, o ano de 2020 está sendo muito proveitoso. Conseguimos lançar um álbum novo, fizemos várias lives, entrevistas, tivemos uma Collab com uma lenda do thrash metal mundial (Zetro do Exodus), lançamos alguns vídeos, ganhamos de fãs 2 vídeos!! Pô, tá legal demais!!!! Acredito que a repercussão do trabalho chegou à níveis que a gente nunca nem sonhou. Para 2021 nós iremos lançar um novo álbum, participaremos de dois tributos (ao Slayer e Black Sabbath), e esperamos poder tocar ao vivo de novo!


Links:

https://www.facebook.com/chaosfear/?ref=page_internal

https://www.instagram.com/chaosfearband/?fbclid=IwAR3iv8IhGiXhOR7nBkTO3OcCGkB-7grbhzJRQovgmrV9IXXS8BMJicwekn4

https://open.spotify.com/artist/3V3WFlj68xP2Zf1TqYI7dB

Nenhum comentário: