Cobertura por: Renato Sanson
Fotos: Giovanni Maglia
O Saxon retornava a capital gaúcha após seis anos e desta vez trouxe a tour comemorativa do clássico “Wheels of Steel” de 1980, que seria executado na íntegra! As vezes que passou por POA não consegui assisti-los, mas no final de semana anterior pude conferir o show dos britânicos no Bangers Open Air e já estava ansioso por está apresentação, já que, no festival não foi possível tocar “Wheels of Steel” na íntegra. Em um set mais compacto, mas não menos poderoso.
Uma verdadeira instituição do
Heavy Metal mundial ali diante dos nossos olhos!
Mas antes de iniciarmos dois pontos precisam ser salientados: a questão acessibilidade
do Bar Opinião que de fato parou no tempo e segue péssima. O local escolhido
pela casa para os PCD’s poderem assistir o show beira o ridículo (já mencionei
isso em coberturas anteriores e seguirei insistindo). Péssimo localizado e
horrível para se enxergar o palco se a casa já está com certo número de
presentes e no caso de um show que lotou como o desta noite, piora e muito.
Pois ficamos encobertos pelos os
demais fãs e só enxergamos camisetas pretas à frente. Isso tudo por quê? Porque
o local não tem a estrutura necessária e nem a padronização de altura para que
se possa ver o palco. No meu caso, sou da velha escola e consigo dar o meu
jeito de assistir o show, mas neste dia notei que as pessoas ao meu redor que
estavam neste péssimo local, mal enxergavam o palco. Um desrespeito total, pois
essas pessoas pagaram para estar ali e sabemos que o valor dos ingressos são elevados
e você pagar para não ver nada é sacanagem.
Outro ponto em questão que beira
o ridículo é a tal da “pista vip” em um local como o Bar Opinião, que, não tem
uma estrutura para ter essa manobra de lucrar mais. O local em si já é uma
grande pista com mezanino. Mas mesmo assim trazem a tal “vip” e os fãs vão lá e
pagam por uma estrutura que deixa a desejar.
Voltando a noite metálica, além
do Saxon tivemos as suíças do Burning Witches e a abertura da banda paulista
URDZA de São Paulo.
Por volta das 19h30min os
paulistas iniciam seu show e apresentam aquele típico Heavy Metal tradicional,
guiado por melodias e bons riffs. Porém, as bandas de abertura sofrem sempre do
mesmo mal, o som que não é satisfatório e isso prejudicou o URDZA que sofreu
bastante, principalmente as guitarras que em muitos casos não se ouvia e também
os vocais, que transitavam entre estar presente ou não. Uma pena, pois talento e
personalidade mostraram que tem e muito jogo de cintura, pois mesmo com o mundo
desabando não perderam a postura e entregaram um bom show dentre as
possibilidades apresentadas.
Com o palco já montado e usando a estrutura do URDZA a Burning Witches chega a capital com seu Heavy mais melodioso e épico, com as meninas esbanjando simpatia e entrosamento. O som também não estava bom, parecia que tudo estava em mono, sem força, sem pressão, sem peso. Inclusive a abertura com “Unleash the Beast” não tínhamos as guitarras da dupla Courtney Cox e Simone Van Straten, que eram inexistentes e isso se refletia no palco, pois a bela frontwoman Laura Guldemond berrava para poder se ouvir.
Sem muitas melhoras sonoras o
show seguiu e mostrou uma banda já polida ao vivo, trazendo muita energia e com
ótimas musicistas. Mas de fato, a péssima qualidade de som tirou o brilho da
apresentação das meninas que poderia ser muito mais impactante.
Após a curta apresentação da BW estávamos com um Bar Opinião lotado e meio apreensivos no quesito qualidade sonora, mas que foi embora logo de cara com a abertura de “Hell, Fire and Damnation” um som limpo, pesado e muito bem equalizado saiam dos PA’s e mostrava que os velhinhos que estão na “terceira idade” continuam tendo muita lenha para queimar.
É impressionante pensar que: Biff
Byford (vocal - 74 anos), Doug Scarrat (guitarra - 65 anos), Brian Tatler
(guitarra, (Diamond Head) - 65 anos), Nibbs Carter (baixo - 58 anos) e Nigel
Glockler (bateria - 72 anos) entregam mais que um show, mas sim um épico! Seja
em desempenho, seja em não usando partes pré-gravadas (como muitas bandas por
aí que nem veteranas são), não usando a famosa telinha para o vocalista ler as
letras...
É simplesmente o bom e velho Saxon destilando veneno sem artifícios. Cru, pesado e rico em melodias. Faltam elogios!
Então imagina para um show de 22
músicas! Isso mesmo, 22 músicas foram executadas nesta noite inesquecível em
Porto Alegre e fez muito marmanjo chorar.
Dentre elas “Power and Glory”, “Backs
to the Wall”, “Heavy Metal Thunder”, “The Eagle Has Landed”...
Isso somente para citar algumas da primeira parte, já que, a segunda parte do show tivemos o clássico “Wheels of Steel” em sua totalidade e falar o que de um álbum que só tem pedrada? “Motorcycle Man”, “Stand Up and Be Counted”, “Freeway Mad”, a faixa titulo e por ai vai...
Um show único e que fez a alegria
dos headbangers mais antigos e fez muitos reviverem suas adolescências estando
ali diante de seus ídolos.
Uma banda entrosada, sem espaço para falhas e muito comunicativos com os fãs. Biff é um dos maiores frontmans do mundo e uma das melhores vozes do Rock, interage, agita e leva emoção a plateia com suas interpretações únicas. A dupla Doug e Brian parecem que já tocam a séculos juntos e fazem tudo com precisão em uma chuva de riffs e solos memoráveis. O peso da cozinha cuidada por Nibbs e Nigel traz a agressividade e a diversificação necessária.
Os velhinhos voltam para o ato
final de seu show, mas sem antes com mais um momento marcante, onde dois fãs atiram
seus coletes em palco e Biff e Doug os veste para encerrar essa noite única em
que tivemos a honra de presenciar.
Um encerramento digno de soluçar com: “Crusader”, “Denim and Leather”, “And the Bands Played On” e “Princess of the Night”. Alma lavada e penso ser difícil nos próximos vinte anos ter um show que supere esse do Saxon em terras gaúchas!
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