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Álbum é um marco no Death Metal nacional |
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Banda é uma das atrações da nona edição do Obscure Faith Festival em Santa Maria/RS (12/01/13) |
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A arte externa completa; imagens refletem o massacre sonoro do álbum |
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Evento conta com apoio Road to Metal |
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Álbum é um marco no Death Metal nacional |
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Banda é uma das atrações da nona edição do Obscure Faith Festival em Santa Maria/RS (12/01/13) |
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A arte externa completa; imagens refletem o massacre sonoro do álbum |
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Evento conta com apoio Road to Metal |
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Um dos maiores clássicos do Metal brasileiro |
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Um dos grandes nomes da cena carioca de todos os tempos |
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Banda está de volta à ativa |
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Durante o show da volta, em 2011 |
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Spartacus é uma das bandas mais antigas ainda na ativa no Rio Grande do Sul |
Seria impossível falar de álbuns
clássicos de Metal do Brasil e não lembrar desse que marcou época no
underground nacional. Estamos falando de “Smile” (1990) da banda gaúcha
Leviaethan, um álbum que mudaria a história do cenário gaúcho.
Nascida em 1983, uma das bandas
mais respeitadas do Brasil, fundada por Flávio Soares (vocal e baixo), o
Leviaethan participou logo no seu início da coletânea Rock Garagem com
“Guerreiros Das Rua”, música que teve bastante repercussão e levou o nome da
banda a percorrer os becos de Porto Alegre.
Após esta boa recepção dos
bangers à música lançada na coletânea, o Leviaethan entra em estúdio para
gravar sua primeira demo “Thrash Your Brain”, levando de vez a banda a ficar
conhecida no meio underground pelo seu Thrash rápido e agressivo, influenciado
por bandas como Exodus, Testament, Venom e Motorhead (por ironia do destino,
atualmente Flávio Soares tem uma banda tributo ao Motorhead chamada Iron First
RS).
Capa do disco de estreia da
Leviaethan
Após algumas mudanças de formação,
somente em 1989 se estabilizam com os seguintes membros: Flávio Soares (baixo e
vocal), Danillo Pizzato (bateria), Carlos “Lots” Henrique e Alexandre Colletti
(guitarras) e entram em estúdio para gravar seu primeiro álbum - “Smile” - que
foi lançado no segundo semestre de 1990 pela Rock Brigade Records. Então o
estrago estava feito: “Smile” é lançado e realmente mexeu com a cena, pois o
que ouvimos no álbum é um Thrash Metal maduro, técnico e agressivo, deixando
muitos espantados: como quatro jovens malucos por som pesado conseguiram fazer
tamanha proeza?
Pois bem, ao ouvir o álbum
podemos constatar como conseguiram, porque o que se ouve não é apenas música,
mas sim uma paixão pelo que se faz transparecendo cada sentimento de
brutalidade em cada faixa.
De cara o álbum abre com “The
Last Supper”, mostrando muito feeling e técnica deste quarteto e é notória a
influência de bandas como Exodus e Testament, principalmente nas vociferações
de Flávio. Esta faixa em especial tem um solo surpreendente com um arpejo que
surge do nada surpreendendo o ouvinte e sem contar os riffs que essa dupla
dispara, e a cozinha não fica pra trás, o baixo de Flávio marcante e dando
ainda mais peso à música e Danilo segurando muito bem as pontas na bateria.
Os garotos da Leviaethan no início
da carreira nos anos 80
“Live Free Or Die” vem para fazer
os ouvidos sangrarem, com um início mais cadenciado e quebrado, logo cai em uma
riffarama sem fim, com Danilo dando um show na bateria, um refrão que gruda na
cabeça, pois mesmo sendo de uma agressividade tamanha, a banda sabia onde
colocar seus toques de melodia.
“AIDS” começa mais cadenciada e
mórbida, mas isso é só os primeiros 30 segundos, depois cai no Thrash Metal
característico, mas com um pouco mais de cadencia fazendo o banger perder o
pescoço.
Para quebrar pescoço de vez,
“Echoes From The Past” com um riff fenomenal que marca a música até o seu
final, um refrão característico e grudento, que fica no seu cérebro por semanas.
“Bred To Die” dispensaria qualquer comentário: técnica, rápida, pesada e
perfeita! Um dos melhores sons do play com riffs intrincados e uma bateria
marcante acompanhado do baixo de Flávio que segue de perto as batidas.
“Pilgrimage To Insanity” com
certeza a faixa mais agressiva do play lembrando muito o Thrash praticado pelo
Exodus, com uma violência descontrolada, fazendo você quebrar tudo ao seu
redor. Flávio soltando vociferações mais que agressivas e Danilo esmurrando a
bateria sem dó, sem contar na variação rítmica desta faixa que é de cair o
queixo e os riffs e solos altamente técnicos da dupla Carlos “Lots” e Alexandre
Colletti.
Ao meio a essa brutalidade o
Leviaethan faz uma versão bem-humorada para um clássico infantil Pimponeta que
com um toque da Leviaethan se tornou “Pimponetta”. Exatamente com 1 minuto de
duração, faz abrir muitas rodas em seus shows devido à velocidade em que é
tocada.
Agora um momento em especial: a
faixa que fecha o disco, a que pra mim é a melhor música do play sem dúvidas...
Estamos falando da épica “Spanish Blood” com seus mais de 7 minutos. Muitas
variações e a banda ousando e utilizando vários elementos da música espanhola,
levando o ouvinte a uma viagem inesquecível! O que temos aqui são violões,
riffs na velocidade da luz, baixo pesado, variado e uma bateria massacrante,
sem contar as mudanças rítmicas que acontecem no decorrer do som.
Eis aí mais uma banda que figura
entre os grandes no Brasil, mesmo tendo somente dois álbuns lançados, o
respeito e admiração que a cena tem pela Leviaethan é fantástico e para alegria
dos fãs “Smile” será lançado em CD ainda neste ano de 2011, contando com metade
da demo “Thrash Your Brain” de bônus.
Enfim, um grande nome que merece
todo nosso respeito e admiração.
Para os mais desinformados o
Leviaethan continua na ativa, único remanescente desta formação é o guerreiro e
fundador Flávio Soares. Os mesmos seguem por todo Brasil fazendo shows e mais
shows, divulgando a cena e apoiando para que todos sejam grandes, um pensamento
coletivo que todas as bandas grandes e pequenas deveriam adotar.
Texto: Renato Sanson
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Leviaethan
Álbum: Smile
Ano: 1990
País: Brasil
Tipo: Thrash Metal
Selo: Rock Brigade Records
Formação
Flávio Soares (Vocal e Baixo)
Danilo Pizzato (Bateria)
Carlos "Lots" Henrique
(Guitarra)
Alexandre Colletti (Guitarra)
Tracklist
01 - The Last Supper
02 - Live Free Or Die
03 – AIDS
04 - Bred To Die
05 - Echoes From The Past
06 - Pilgrimage To Insanity
07 – Pimponetta
08 - Spanish Blood
Em tempos que parece que a música vai se tornando cada vez mais plástica, sem emoção e se aproximando perigosamente dos simples bussines, é uma luz no fim do túnel bandas que honram suas raízes e fazem um som de responsa, que bebe nas boas fontes, mas mesmo assim conseguem criar um trabalho deveras original e muito bom. Por isso mesmo “Jewel Box” já é um clássico.
Formado em 91 em Apiaí/SP, a banda Kappa Crucis é composta por F. Dória (bateria e vocal), G. Fischer (vocal e guitarra), R. Tramontin (baixo) e A. Stefanovitch (teclados) e está na batalha a bastante tempo, mas nunca se renderam ao comercialismo, pelo contrário, nadando contra a maré seu som lembra as grandes bandas dos anos 70 e 80 pegando tudo de bom que formações como Deep Purple, Uriah Heep, Led Zepellin, Thin Lizzy, Lynyrd Skynyrd ofereceram ao mundo e colocando um toque pessoal e altas doses de bom gosto.
Se você gosta do velho e clássico Heavy Rock, não apenas pode conferir sem medo, mas deve!
Sabe aquele tipo de som que faz você viajar? Pois é exatamente essa sensação que temos, já que os músicos são virtuosos, mas não ficam em disputa para ver quem toca mais notas por segundo. O som é feito por quem conhece e toca com emoção,”apenas” isso.
O CD abre com a pulsante “Back to the Water’, e essa faixa ao lado de “A New Seed” deveriam vir com uma proibição de ser ouvida ao volante, porque mesmo sem perceber você meteria o pé no acelerador...
Já em faixas como "Parallel Lines", "Handcuffs" ou "Judgement” os teclados roubam a cena, lembrando muito o mestre Jon Lord (ex-Deep Purple), além de leves pitadas de Prog Metal que trazem um tempero todo especial para o CD.
Vale destacar também o belo timbre de voz de G. Fischer, mas arrisco dizer que a jóia principal dessa caixa (com perdão do trocadilho) é a faixa “Son of The Moonlight”, a balada do CD. O leitor do Road deve ter pensado “Harley, seu desgraçado, elogiando uma balada?!”. É, mas aqui não é uma simples música feita para menininhas, é uma canção com uma carga de emoções que arrepia e o melhor: acabou o CD e eu estava cantando essa melodia que não saiu da minha cabeça até agora.
Esse é um trabalho que consegue uma verdadeira proeza: unir o Hard Rock ao Metal mais extremo, tudo em prol da boa música.
Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Ficha Técnica
Banda: Kappa Crucis
Álbum: Jewel Box
Ano: 2009
País: Brasil
Tipo: Hard Rock/Heavy Rock
Selo: Atomic Cellar
Formação
G. Fischer (Vocal e Guitarra)
R. Tramontin (Baixo)
A. Stefanovitch (Teclados)
F. Dória (Bateria e Vocal)
Tracklist
01. Back To The Water
02. Merchant Of Illusions
03. Parallel Lines
04. Faces
05. Son Of The Moonlight
06. Handcuffs
07. Judgement
08. Beyond The Envy Torch
09. Loadstar
10. A New Seed
Acesse
Compre o disco pela Die Hard aqui.
Hoje vocais femininos no Metal são comuns em bandas nacionais como Holiness e Shadowside, porém em 1999 na nossa cena isso era visto como incomum e quando algumas bandas optavam por esse caminho era sempre aquele dueto entre “a bela e a fera”, muito comum no Gothic Metal.
Mas nadando contra a maré, a banda Heavenfalls escala para seu time a vocalista Sabrina Carrión que apresentava à frente da banda vocais fortes que se encaixavam muito bem no Power Metal perpetuado pelos mesmos.
Banda foi grande destaque da cena brasileira na década passada
Com algumas trocas de integrantes, a banda lança o seu primeiro trabalho, um EP intitulado “Winter's Dance”. Continuando sua jornada, em 2002 sai o trabalho “Ethereal Dreams”, um CD com nove faixas que trouxe uma surpresa para os fãs antigos: a participação do ex Heavenfalls Hugo Navia no vocal de “Castles of Illusion” e “And The Heaven Falls”.
Para um álbum de estréia a repercussão foi extremamente positiva, ganhando notas altas em todas as resenhas. Tudo ia muito bem até que há a troca de integrantes, dessa vez sai Daniel White, sendo substituído por Carlos Janarelli (baixo) e Davis Vasconcelos (segundo guitarra, deixou a banda que a partir daí passa a ter uma guitarra só aos comandos do membro fundador Victor Montazão). Entrava, também, o tecladista José Luiz Faulhaber. Unindo forças a Sabrina e André Andrade (bateria).
Troca de integrantes e pressão de um novo trabalho, tudo isso era uma realidade e um caos (ahah, que trocadilho, hein, Harley), pois tudo isso foi crucial para o nascimento de um clássico.
O grande segredo desse trabalho é, em primeiro lugar, o cuidado tanto com a produção, que é muito melhor que os primeiros lançamentos, quanto à parte gráfica e as letras.
Além disso, os caras tiveram a “manha” de misturar uma pegada moderna ao nosso tão adorado Metal dos anos 80, ou seja, massacre para nossos pescoços.
O que você vai encontrar nesse CD é uma boa dosagem de Power, Prog, Thrash extremamente bem intercalado. Toma pancadaria com “No Sorrow”, “Fly High Away” e “Masquerade Down” ou “H.W.L.”.
Em “Through The Ruins” e Self To Self”, um clima meio medieval e melancólico invade o ar e os vocais de Sabrina conseguem mostrar grandes variações, dando um brilho todo especial para a canção, sem abusar dos líricos forçados.
Outra que rouba a cena é “Rising Of A New Soul” que compõem uma trilogia que se inicia com teclados inspirados para depois cair no peso e na melodia, uma verdadeira viagem musical.
Então bangers, lançado em 2005, essa foi uma grande obra do Metal brasileiro e merecedor de todos os elogios.
Infelizmente no Myspace dos caras não achei atualizações e realmente não sei por onde eles andam. Se alguém tiver uma notícia avisa ai e para quem ainda não conhece não perca mais tempo e se renda ao brilhantismo do Heavenfalls.
Texto: Harley
Revisão/Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Heavenfalls
Álbum: Reality in Chaos
Ano: 2005
Tipo: Power/Heavy Metal
País: Brasil
Selo: Hellion Records
Formação
Sabrina Carrión
Victor Montalvão (guitarra)
Carlos Janarelli (baixo)
José Faulhaber (teclados)
André Andrade (bateria)
Pedro Motta (guitarra)
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