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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

2014, Uma Retrospectiva, Pela Visão dos Redatores do Road Parte II (Carlos Garcia)

Posso até soar antiquado para alguns, mas não consigo engolir a grande maioria das novas bandas que pregam que estão fazendo algo novo, moderno ou atual, tanto que muitas caem no esquecimento, ou mudam de sonoridade conforme a maré (seguir um “modismo” não é evoluir), ou simplesmente soam tão parecidas a tantas outras, e não tendo qualidade suficiente, vão dando lugar à outras.


Felizmente, em um cenário tão inchado, onde vemos os “dinossauros” chegando em idades avançadas, alguns já partiram (registrando aí grandes perdas em 2014, como Fergie Frederiksen, Jimi Jamison, Joe Cocker e Hélcio Aguirra), outros diminuem as atividades e alguns também já são senhores aposentados, temos nomes, que se não vão chegar num patamar de gigantes como Deep Purple, Black Sabbath, Judas Priest, AC/DC, Iron Maiden, Motorhead e outros, pelo menos seguirão levando o legado, embora de forma mais distribuída, sem a capacidade de ser praticamente unanimidade, ultrapassar barreiras, como alguns desses grandes nomes ficando dentro mesmo de um cenário ou nicho mais segmentado.


Claro, temos que conviver com a grande oferta, e o fato de qualquer banda que lance um álbum mais ou menos, e que ganhe uma atenção maior da mídia especializada e da promoção da própria gravadora, já é apontada como ”salvação” ou “grande novidade”, e defendida por unhas e dentes pelos que se acham vanguardistas e querem se dizer “descobridores” deste ou de outra banda. Vamos ver onde estarão algumas destas novas “sensações” daqui a alguns anos. Os downloads continuam, mas por outro lado os meios digitais tem tido sucesso, como a comercialização em sites como o iTunes, o futuro está aí, tem que se adaptar sempre, os linguarudos proclamando a morte do Rock e Heavy Metal também vez por outra aparecem, buscando promoção, ainda há público, e acredito que sempre haverá, para as mídias físicas, e as gravadoras e bandas tem agregado valor com lançamentos especiais, com boxes e inclusive edições em vinil!




De outro lado, temos a boa notícia que todo dia estão surgindo grupos novos, os fãs se renovando, e dentre essas milhares de opções, surge sim, material de qualidade, que seguirão o legado.

Em 2014 já tivemos novidades, alguns dos nomes interessantes que surgiram também mostrando que estão realmente querendo ficar entre os que terão longevidade, como Mastodon, Grand Magus, Sabaton, Orphaned Land e também muitos “veteranos”  lançando bons álbuns, nenhum novo clássico, mas dignos, como Judas Priest, AC/DC, YES, Uriah Heep, Magnum, e outros com estrada também, mas  já de gerações  seguintes, como Accept, Grave Digger, Winger, Mr. Big, Hammerfall, Machine Head, Arch Enemy... muitos lançamentos...e muitos novos nomes também, que surgem em todos os cantos do planeta (no Road tivemos entrevistas, por exemplo, com o Concordea, da Rússia, Majesty of Revival, da Ucrânia, entre outros), e também muitos retornos.


E o Brasil não ficou de fora, apesar de Carnaval, Copa do Mundo e brigas sem sentido por causa de política, tivemos lançamentos muito bons, incluindo ai o histórico DVD do Super Peso Brasil, numa campanha de crowdfunding de sucesso, que traz registrado o show que reuniu 5 bandas clássicas e pioneiras do Metal Brasil, além de vários convidados. Belo exemplo de mobilização e de que existe sempre uma outra saída para as coisas, que podemos fugir do óbvio. E ainda, novos álbuns do Korzus, Cavalera Conspiracy, Hangar, Angra, Eterna, Amen Corner, Carro Bomba, etc, além de boas surpresas entre as novas caras, com as bandas nacionais, as que estão nessa porque realmente querem algo, cada vez mais profissionais, e posso citar aí Tellus Terror, Lords of Aesir e Maestra, que foi fundada após os problemas no Eterna, e já dá indícios de que será uma grande revelação.


Finalizando, pesando tudo, os lançamentos, retornos, novas caras e shows que passaram por aqui, com a nota triste de alguns eventos cancelados por falta de capacidade, e, pelo que pareceu também, um pouco de falta de honestidade, 2014 foi um bom ano no Metal, e 2015 me anima também, com festivais nacionais como En Carna Rock Metal e grande eventos como o Monsters, além de lançamentos já anunciados de Toto, Whitesnake, Fear Factory, Black Sabbath (ao que tudo indica), Gentle Storm (projeto de Arjen Lucassen e Anneke), Danzig, UFO, Circle II Circle, e falando dos retornos, o que  mais me empolgou, a Savatage Reunion.


Gosto de ser positivo, de tentar ver sempre o lado bom e ver o horizonte, acredito que todos temos que ser, se cada um parasse de reclamar um pouco, de ver sempre o lado ruim, de querer tirar sempre vantagem, e ter mais respeito pelo próximo... um pouquinho que seja. Vamos lá, faça a sua pequena parte, vai ver que não dói dividir, ceder um pouco, deixar a ganância e inveja de lado, que não acrescenta nada e vamos fazer um mundo melhor, pelo menos no espaço que nos cerca. Já estamos em 2015... e que seja um grande ano para todos!!!


Texto e Edição: Carlos Garcia
Revisão: Vincent Furnier

Dedicado a Fergie Frederiksen (Toto, Le Roux, Frederiksen & Denander, Angel), um guerreiro, que encontrou na sua música a força para batalhar contra problemas sérios de saúde. Sua música é eterna.







terça-feira, 23 de dezembro de 2014

2014, Uma Retrospectiva, Pela Visão dos Redatores do Road - Parte I (Fernanda Vidotto)

2014, O Ano das Máscaras Caírem.



Em suma, o ser humano no geral tem como regra “natural” o amadurecimento. Impreterivelmente ao término de cada ciclo percorrido, nos voltamos para uma retrospectiva sobre os acontecimentos internos e externos que ocorreram. E não seria diferente dentro da música pesada.

Creio que o ano de 2014, assim como  escancarado pelo título, foi o ano das máscaras caírem, o que é positivo e negativo.

Positivo, pois podemos ver realmente a sujeira e consertamos até mesmo nossas próprias faltas. (Lembre se sempre : Ao apontar um dedo na "ferida de alguém", esteja ciente de que não tem a mesma falha.)

E negativo:  Nunca vi tanta ignorância, preconceito, xenofobia, e mais alguns déspotas desfilando dentro e fora das redes sociais e eventos suas “verdades absurdas e ABSOLUTAS”.

Nunca senti tanto o peso da letra de “Metal Desunido” nas minhas costas moídas.
Estamos entrando em colapso.


Grandes ícones da música pesada nacional distribuindo farpas por NENHUMA RAZÃO, ofendendo as pessoas por simples “DISCORDÂNCIA” Política.

Ódio gratuito contra regiões, misoginia, racismo.
Não que tenhamos que ser “a família feliz”, afinal todos temos nossas restrições e coisas que não agradam (Seria utópico dizer que se GOSTA DE TUDO), porém esse ano passou dos limites aceitáveis.

Senti repulsa, vergonha de ser headbanger ao lado desse antro de podridão.
Onde não existe respeito mútuo, ali haverá caos. E não meu amigo, o caos e sua teoria só se fez boa ao Lendário Dissection (R.I.P Jon – MESTRE) e nada mais.

Quem fala o que quer, infelizmente pode ouvir o que não quer. Não é na base do quanto  pior, melhor. Não é na base do puxa saquismo, nem de puxar o tapete dos outros que a coisa funciona.

Em uma guerra TODOS PERDEM.

Outro fator à ser citado foi a picaretagem e falta de compromisso dos rip offs, vulgo “promotores” e “produtores”, que deixaram a imagem do Brasil manchada. E não é no “VAMO QUE VAMO” que a coisa funciona. Não é empurrando com a barriga até ver aonde chegará, não é falando uma coisa e vivenciando outra. O que você faz atinge uma pessoa, e o que você se propõe à fazer (e não faz com o mínimo de senso atinge, dez, vinte outras).


E eu quero esquecer o fracasso da espera de mais de uma década para assistir ao Carcass e ao Venom. Em contrapartida, vi o fortalecimento de várias bandas que realmente estão batalhando e acrescentando e muito ao mundo "metal".

Quero "não esquecer”, alertar que ninguém é cego e todos nós vemos quem luta do nosso lado e quem, ao contrário, faz ameaças contra as bandas e tenta calar a realidade. O grito das pessoas afetadas é maior do que o silêncio comprado de alguns. Pode se enganar todos por algum tempo mas não todos por todo o tempo do mundo. E mais, mentir para si mesmo é pior do que mentir para todos.

Devemos ter a responsabilidade de procurarmos a realidade, com frieza e discernir sempre o que realmente é legítimo do que é um jogo de interesses de uma minoria, que só quer ver o circo pegar fogo. Minoria essa, que depois de “pintar e bordar” some com a mesma rapidez que surgiu.

Sinto extrema falta dos  tempos das cartas, aonde podíamos criar vínculos um com o outro, sinto falta daquela amistosa demora para recebermos uma fita k7, que era muitas vezes regravada e passada aos diversos amigos e amigas que tivessem interesse em conhecer o material, e sem um questionamento. Se você tinha interesse, era bem-vindo.



Acho que devemos nos voltar nesse ano que termina às nossas raízes, ao tempo que não existia tanta necessidade de uma ostentação exacerbada.
Devemos voltar sim ao tempo que éramos mais "SER" e não "TER".
Devemos voltar a SER mais coração, a TER mais irmandade dentro do Metal e fora dele (Ou seja, respeito).

Não sei em qual região, ou mesmo país você estará lendo esse texto agora, eu não sei o que você está passando no momento, mas se você acredita que o Metal é algo que nos torna pessoas mais conscientes, iconoclastas e anti dogmas, mediante ao mundo a cada dia mais alienado... você é meu irmão, você é minha irmã.

Que o Metal seja mais do que música, que ele seja a nossa vida, nossa ideologia, fonte inesgotável de força.  E que com isso brindemos ao próximo ano.

Saúdo à todos os meus irmãos e irmãs do Metal!



Agradecimentos especiais:

À Equipe Road to Metal, por ser a primeira "casa" que me abriu portas, e acreditou no meu potencial.
Aos integrantes e amigos e suas respectivas hordas, bandas, produtoras, selos, zines e webzines do grupo“Laudo Extreme Bullying”
Aos integrantes e amigos da Page “Female Metalheads United “
Aos assessores, zines, revistas, rádios, e bandas que tenho contato dentro e fora do Brasil.
Aos amigos e amigas que me ensinam tanto dentro do Metal e fora.
A todos que passaram por minha vida, e independente dos motivos por não estarem mais presentes, sabem a importância que tiveram.
E aos meus familiares, em especial à minha amada avó. (R.I.P)


"Quem deixar de ser, NUNCA foi. A essência é algo que transpassa o tempo." - Nanda



Texto: Fernanda Vidotto
Revisão: Caco Garcia
Edição: Caco/Nanda