segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Made In Brazil: Metheora - Buscando Seu Espaço


Num país do tamanho do Brasil, temos regiões e estados com uma riqueza de culturas, que, provavelmente não é possível de encontrar em qualquer outro canto do globo. Nada mais normal do que, nessa imensidão toda, e, ainda agora com a ajuda da internet, recebermos e descobrirmos a cada dia bandas de qualidade e dos mais diversos estilos dentro do Rock Pesado e do Metal.


Aqui no Road To Metal fazemos questão de abrir espaço para as bandas que buscam seu espaço, que trabalham em prol de um objetivo de mostrar seu trabalho, e, apresentamos hoje, a Metheora.

A Metheora, da cidade de Santos Dumont/MG, foi formada em 2009, trazendo influências do Metal mais moderno, principalmente o Norte Americano, sendo que a influência mais evidente é Evanescence.

A banda começou fazendo covers de Godsmack, Evanescence e Korn, entre outras, mas logo em seguida partiu para composições próprias, querendo já encontrar sua personalidade e mostrar um trabalho autoral, afinal, é muito fácil ficar brincando de banda cover e não ter a coragem de tentar vencer com trabalho próprio, e aí já mostra que personalidade o pessoal tem!


A Metheora também apresenta uma característica que causa muita controvérsia, pois canta em português, e muitos acham que o Rock só pode ser cantando em Inglês, que essa é a língua do Rock e alguns chegam ao ponto de nem ouvir trabalhos de bandas que cantam em línguas natais! Como ser preconceituoso de uma maneira a se privar de ouvir bandas como Mago de Oz e Tierra Santa, por exemplo, da Espanha, que cantam na língua natal, ou os argentinos do Rata Blanca? Ou bandas brasileiras como Carro Bomba, ou as históricas Stress e Harppia?


Se o trabalho é bem feito, com certeza não é a língua em que é cantado que vai reduzir o mérito do artista.
No caso do Metheora, o fato de cantar em português funciona muito bem. Boas letras, e um vocal muito afinado de Ana Lúcia, que mostra que não é somente mais um rostinho bonito na cena, trazem tudo para agradar os fãs da citada Evanescence.

Mas não entenda que a banda é uma mera cópia! Usei referências para o leitor se situar. Esse pessoal já mostra personalidade e sendo uma banda nova, não ficou arrumando desculpas, arregaçou as mangas e foi à luta, inscrevendo-se em festivais e conseguindo contatos e fãs. Abriu show do Matanza, no Space, em Juiz de Fora, onde também conseguiu uma boa divulgação. Já tem um CD lançado, "Apenas Ilusões", de abril de 2011, tendo sido gravado no estúdio Kolina, em Santos Dumont.

Atualmente a banda foi contratada pela gravadora digital Histeria Superstar (acesse aqui o site), prepara a gravação de seu primeiro vídeo clipe oficial , também vai participar de um dos maiores festivais de Rock da América Latina, o Grito Rock, que é famoso também por ter diversos eventos culturais, como feiras e workshops e dia 3 de março tem um grande show em Belo Horizonte, abrindo para o Noturna, que está lançando seu segundo trabalho.

O Metheora segue buscando e batalhando seu espaço e com a personalidade, vontade e competência demostradas até agora, eles vão colher bons frutos.

Acesse o Myspace da banda e ouça as faixas do CD "Apenas Ilusões", destacando a balada  "Sombras", que vai agradar os fãs de Evanescence, e possui um bom potencial comercial e a pesada "Pedaços de Mim".
Ana Lúcia: A vocalista mostra que não é só mais um rosto bonito na cena
Texto/Edição: Caco garcia
Fotos:Divulgação e arquivo pessoal da banda

Formação
Ana Lucia: Vocal/Teclados
Raffael Tavares: Guitarra Solo
Edgar Nascimento: Guitarra/Vocal de Apoio
Claudio Vitor: Baixo
Richard Rodrigues: Bateria

Contatos: metheora@hotmail.com
(32) 8873 6430
(32) 8889 7537
(32) 3251 2575

domingo, 5 de fevereiro de 2012

[maua]: Sergipanos em Chamas

Representantes de uma grande cena nordestina


Realmente a cena Metal nordestina vem em um crescimento estrondoso onde temos muitas bandas com extrema capacidade e qualidade musical e não seria diferente com os sergipanos da [maua] que lançaram no ano de 2009 o EP “Conscience” no qual executam um Thrash/Death Metal de muita qualidade com influências de Arch Enemy e Pantera esbanjando não só agressividade, mas sim muito virtuosismo e melodias nas suas cinco composições.

Com essas características temos um lançamento consistente aliado a uma boa produção sonora deixando o som da banda cru, mas muito cristalino, dando um “Q” a mais na sonoridade que apresenta também belas pitadas de modernidade como na faixa “Bitch”, que abre os trabalhos, mostrando a agressividade de seu som, mas com toques de modernidade em seus andamentos e sem contar os solos altamente virtuosos comandado pela dupla André Cabral e Mahavir Feitosa.


Outro ponto de destaque são as faixas “Probably The End” que mostra o poder dos riffs e a força vocal de Érico Groman que alterna muito bem entre screams e guturais, deixando um belo contraste na agressividade da banda que investe em solos melodiosos e “Relief” que fecha o EP de forma soberba ,mostrando toda qualidade da banda com seus riffs e solos mais do que inspirados, vocais alucinantes e uma cozinha esmagadora que libera muita fúria, mas aliado aos momentos calmos de quebras de tempo.

Mais uma grande banda surge em nosso underground nacional, não inovando, mas também não fazendo apenas o “mais do mesmo”, mostrando seu diferencial de querer se manter vivo na cena.

Fiquem ligados, pois o Road To Metal estará sorteando em breve o EP “Conscience” desta excelente banda.

Texto: Renato Sanson
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: [maua]
Álbum: Conscience
Ano: 2009
País: Brasil
Tipo: Thrash/Death Metal
Gravadora: Independente

Formação
Groman (Vocal)
Cabral (Guitarra)
Maha (Guitarra)
Jess (Baixo)
Thomas (Bateria)



Tracklist
01 Bitch
02 Probably The End
03 The Awake In The Beginning Of The End
04 Nothing Is Like The Same
05 Relief

Acesse e conheça mais sobre a banda

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Jon Schaffer Inspirado Também no Sons of Liberty

Novo EP do projeto do líder do Iced Earth


Jon Schaffer, a mente principal por trás do Iced Earth, sempre foi um cara com uma pegada forte dentro do Metal, tanto que na sua banda brindou-nos com, pelo menos, três clássicos absolutos do gênero, além de ótimos discos.
            
Jon Schaffer
A verdade é que na última década o cara estava “perdendo a mão”, a inspiração para fazer mais do básico e melhor estava acabando e o experimentalismo foi uma saída para que Schaffer continuasse com o Iced Earth, a ponto de lançar discos fracos, em comparação com os clássicos dos anos 90.
            
A verdade é que Schaffer passou a se envolver com o Demons & Wizards (ao lado do Hansi, vocal do Blind Guardian), lançando dois discos, para depois também criar o Sons of Liberty, cujo disco de estreia, lançado em 2009, traz muita força e riffs cavalares, exatamente aqueles que enchiam os punhos dos fãs do Iced Earth.
            
Como se o cara precisasse de uma área de escape, com o Sons of Liberty pode focar na sua “paranoia norte-americana” para voltar com “Dystopia”, na sua banda principal, como um dos melhores discos de 2011, mesmo já sem o unânime Matthew Barlow (saltou do barco definitivamente).
            
Mas e os seus demais projetos? Demons & Wizards ainda parado (estava anunciado disco para este ano, mas não se acha informações oficiais de verdade) e o Sons of Liberty, enquanto não traz um segundo disco completo, brinda os fãs com o EP “Spirit of the Times”, lançado no final de 2011.
            
Jon vem ao Brasil com o Iced Earth em março
Conta com apenas 5 músicas, porém todas inéditas e lançado de forma independente. Com “Full Spectrum Dominance”, “Mind Control” e “Molon Labe” temos músicas que bem poderiam estar no “Brush-Fires Of The Mind” (2009), pois possuem muita força, o vocal agressivo de Schaffer (naquele timbre do seu ex-companheiro de banda Matt Barlow)

As demais, especialmente a faixa-título, traz um lado mais um lado acústico, aquelas baladinhas que só Schaffer e seu violão conseguem fazer, mas que não empolgam muito, talvez no refrão, onde adquirem maior peso.
            
“Spirit of the Times” acaba sendo bem aquilo que veio a ser: um “tira-gosto” do projeto que destaca o vocal de Schaffer e seus riffs cavalares, mas muito aquém do disco completo de estreia que, se passou meio despercebido, foi por falta de maior seriedade na sua divulgação (aquele monte de falatório entre as músicas também tira o tesão) do que pela qualidade.
            
Mas que Schaffer siga, sempre, com dedicação total ao Iced Earth e que essa parceria da banda com o jovem Stu Block rende mais discos com potencial de clássicos do Heavy Metal!

Stay on the Road

Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Sons of Liberty (projeto de Jon Schaffer)
Álbum: Spirits of the Times (EP)
Ano: 2011
País: EUA
Tipo: Heavy Metal
Selo: Independente


Tracklist
01. Alive
02. Full Spectrum Dominance
03. Molon Labe
04. Mind Control
05. Spirits of the Times

Ouça o EP online aqui.

Leia nossa resenha do álbum de estreia do projeto clicando aqui.

Acesse o site oficial e conheça mais sobre o projeto

Van Halen: Um Tipo Diferente de Verdade... Mas a Essência do Velho e Bom VH!


Provavelmente um dos mais aguardados (senão o mais) lançamentos deste 2012, afinal, após a estranha e discutida saída de Sammy em 1996, o lançamento da coletânea, que contou com as inéditas "Me Wise And Magic" e "Can't Get This Stuff no More", com David Lee Roth, mas a banda acabou frustrando a expectativa dos fãs e efetivou Gary Cherone em 2004 com a tour de reunião com Sammy Hagar, e o lançamento da coletânea "The Best of  Both Worlds", com 3 músicas inéditas, houve também expectativa de um novo trabalho com essa formação (Eddie, Sammy, Michael e Alex), mas novamente Hagar saiu, seguido de Michael Anthony.

Há muito se comentava, pairavam boatos, pedidos de fãs, apostas na imprensa especializada, quanto a possibilidade de um novo álbum contando com Diamond Dave.

Em 2007 a banda anuncia a volta de Dave e a efetivação de Wolfgang Van Halen, filho de Eddie, no baixo.


Todos os problemas contratuais, desavenças pessoais, os problemas de Eddie, instabilidade... fatos contrários ao possível lançamento desse play não faltaram, e até mesmo quando a banda anunciou que estava compondo, que estava em estúdio, ainda haviam dúvidas. 

Pois bem, se temíamos uma novela tipo "Chinese Democracy", agora estamos aliviados, pois "Different Kind Of Truth" é realidade! E ao contrário do citado parto mastodônico de Axl Rose, o álbum até demorou a nascer, e, como já dissemos, foi cercado de dúvida, expectativa e polêmica, mas dá uma goleada covarde no patético "Chinese Democracy", o que, convenhamos, não é parâmetro.


Todo trabalho de uma banda do tamanho do Van Halen, do que ela significa, do que criou, afinal, apenas ter dado ao mundo um gênio como Eddie Van Halen já bastaria, naturalmente é cercado de expectativas, e fica aquele medo da frustração. Exemplos não faltam.

Com a divulgação do single "Tattoo" não poderiam deixar de aparecer as primeiras controvérsias, com alguns fãs elogiando e saudando a volta de David (14 anos de espera não é pouca coisa), e outros colocando que esperavam mais e até acusando a banda de utilizar composições antigas, requentando algumas coisas engavetadas! Ora pois, como diriam os irmãos portugueses, quanto a isso, não é problema, quem vive o meio da música sabe que quem compõe música, grava muita coisa, guarda muitas idéias que são depois aproveitadas, modificadas ou complementadas.

Em minha opinião, os primeiros acordes de "Tatoo" soaram simplesmente como Van Halen... os riffs, o suingue, a voz de David... eles estavam de volta mesmo!!!!


Ok, concordo que não é um álbum que se pode chamar de genial, mas tem boas músicas, boa vibração, momentos de destaque, como "Blood and Fire", simplesmente Van Halen, aquele mesmo da chamada "era David Lee Roth", só que sem Michael, e, confesso, fazem falta ás vezes os seus backing vocals... mas o suingue, o bom humor (ouça "Stay Frosty", por exemplo), a identidade, e a técnica e pegada de Alex estão ali também, a malícia dos vocais de Diamond Dave, toda a classe do indiscutível gênio Eddie e a competência do filho do homem, Wolfgang, completa muito bem o time.

E isso é o que encontrei nas 13 faixas do álbum, uma audição que me deixou satisfeito e também aliviado, pois não me decepcionei, o CD não é nenhuma obra-prima, mas vai crescer junto com a tour que se inicia, e, espero que mais maduros, tenham agora pela frente muita música a nos oferecer. Um retorno digno, simplesmente Van Halen.

Texto: Caco Garcia
Edição/revisão: Caco Garcia/Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Van Halen (formada em 1972)
Álbum: A Different Kind Of Truth
Ano: 2012
País: USA
Tipo: Classic Rock/Hard
Gravadora/selo: Warner


Tracklist   
01. Tattoo (4:44)
02. She's The Woman (2:57)
03. You And Your Blues (3:43)
04. China Town (3:15)
05. Blood And Fire (4:26)
06. Bullethead (2:31)
07. As Is (4:47)
08. Honeybabysweetiedoll (3:47)
09. The Trouble With Never (3:59)
10. Outta Space (2:54)
11. Stay Frosty (4:08)
12. Big River (3:51)
13. Beats Workin' (5:03)





SITE OFICIAL

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Iron Fire: Uma Salvação para o Power Metal Europeu

Grupo da Dinamarca é uma das apostas da Napalm Records em 2012
Não sei bem explicar porque, mas o Power Metal praticado na Europa estava passando por uma estagnação, depois de praticamente criar o estilo com Helloween, Blind Guardian entre outros e ter agregado novos elementos sinfônicos com Rhapsody Of Fire (Itália) e elementos mais pesados com o Nostradameus (Suécia), por exemplo, o estilo se mostrava desgastado e poucos nomes de expressão cruzavam os mares para serem apreciados pelos ouvintes daqui.


8º disco de estúdio dos dinamarqueses
Sorte nossa que existem verdadeiros guerreiros que não desistem de sua proposta musical e a cada lançamento nos brindam com verdadeiras pérolas do nosso tão amado Heavy Metal e atualmente quem vem dando as cartas nesse cenário são os dinamarqueses do Iron Fire. Após a audição de “Voyage The Damned” (lançado no final de janeiro), posso afirmar que essa banda está a caminho da ascensão.

Na realidade já é até fácil para o Iron Fire fazer um trabalho tão consistente, já que os mesmo são veteranos na cena, com sete lançamentos nas costas e incontáveis demos e EPs, sendo que atualmente a formação consta com Martin Steene nos vocais, Kirk Backarach e J.J. nas guitarras, Martin Lund no baixo e Jens B na bateria.
Então é só o CDcomeçar a rolar e deixar a intro (desnecessária) passar, que logo você já se empolga e começa a banguear que nem louco ao som de “Enter Oblivion” que vem apresentando uma proposta mais moderna nos vocais e andamento, mas sempre fiel ao Metal verdadeiro. Um ótimo começo provando que o Metal pode evoluir sem perder suas essência.

“Taken” vem pesadona e já é de cara a minha favorita ao lado de “Leviathan", música que ganhou um vídeo clipe (veja no fim desta matéria) e apresenta alguns elementos vindos do Death Metal Melódico, o que ficou bem interessante na proposta do grupo. “Ten Year Space” aborda um pouco a questão do espaço e impossível não ouvir essa música e não lembrar do Gamma Ray, não só pela temática mas também pelo andamento acelerado da mesma.

Martin Steene
Uma das características principais do Iron Fire foi sempre saber mesclar elementos sinfônicos nas suas composições, e nesse lançamento não é diferente, ouça a faixa título e os seus dez minutos de duração que criam uma atmosfera bem condizente com a letra da mesma e “The Final Odyssey", onde Steene dá um show de interpretação, uma música que poderia muito bem estar em uma Metal Opera do Avantasia, por exemplo.

Ao final de tudo podemos dizer que o Iron Fire conseguiu aliar novos elementos a sua sonoridade e sem descaracterizar o seu estilo, algo que poucas bandas conseguem e exatamente por esse motivo e mais a excelente produção,  “Voyage Of The Damned” é um trabalho que pode ser um marco para Steene e seus asseclas.

Texto: Luiz Harley
Edição/ Revisão: Caco Garcia

Ficha Técnica
Banda: nome da banda: Iron Fire
Álbum: nome do disco Voyage Of Damned
Ano: ano de lançamento: 2012
País: Dinamarca
Tipo: Power Metal
Gravadora/selo: Napalm Records

Formação
Martin Steene (Vocal)
Kirk Backarach (Guitarras)
 J.J (Guitarras)
Martin Lund (Baixo)
Jens B (Bateria)


Assista o vídeo "Leviathan"


Tracklist
1) The Darks Beyond
2) Enter Oblivion OJ- 666
3) Taken
4) Slaughter of Souls
5) Leviathan
6) The Final Odissey
7) Ten Years in Space
8) Voyage Of The Damned
9) With Different Eyes
10) Dreams of te Dead Moon
11) Verge to Collide
12) Realm of Madness
13) Warmaster of Chaos


To/Die/For: Novo Álbum, Finalmente!


Após 5 anos sem um álbum de inéditas, Samsara, que no sânscrito pode ser traduzido como o fluxo constante de renascimento através dos mundos, é realmente um renascimento para a banda de Gothic Metal finlandesa.

Após muitos períodos conturbados, incluindo até a saída temporária do vocalista, que depois retornou trazendo um To/Die/For totalmente reformulado, e a morte do irmão caçula de Jape, em 2010, a banda manteve um padrão de qualidade muito bom em sua discografia, e, depois dessa longa espera, o anterior, "Wounds Wide Open" (é de 2006), retorna com "Samsara", e sem querer ser clichê, a espera valeu a pena, e já coloco o trabalho como um dos melhores dos finlandeses, ao lado da estréia, "All Eternity".


O álbum abre com "Kissing the Flames", uma ótima carta de apresentação do CD, peso, melodia, a voz inconfundível de Jape, sem ele a banda jamais seria a mesma, e refrão marcante. De cara já traz uma excelente impressão do que podemos esperar. A seguinte, a cadenciada "Damned Rapture", vem cheia de peso e amargura, com variações bem interessantes. 

Uma coisa a se louvar no trabalho dos finlandeses é o fato de manterem um padrão, de ter uma identidade, e nunca deixaram de lado o peso nas composições, ao contrário, por exemplo, de bandas do estilo, como Lacrimas Profundere, que modificou seu som para algo mais comercial, numa linha parecida com o HIM.


Jape
A terceira faixa é o tradicional cover que a banda traz em seus álbuns e é algo sempre aguardado (confira no final da matéria alguns covers), desta vez a escolhida foi "Cry For Love", de Iggy Pop, e ficou muito boa, aliás, tirando a versão para "(I Just Want) You", que achei meio morna, as covers sempre são uma bela surpresa e um dos destaques nos trabalhos da banda.

No geral, "Samsara" agrada muito, principalmente porque a banda mesclou composições mais vibrantes, com outras mais cadenciadas, não tornando a audição cansativa em nenhum momento. "Death Comes in March", por exemplo, é um tema praticamente acústico, seguida depois da balada "Folie a Deux", que traz momentos bem viajantes no final, com belos climas de teclado e corais, e depois já vem outro tema mais rápido e vibrante, "Hail of Bullets", com destaque para os teclados. "Love's a Sickness", é mais lenta, mas contém variações interessantes, alternando momentos mais calmos com outros mais pesados.

Matti Huopainen
"Raving Hearts" também é uma boa candidata a Hit do CD, ao lado de "Kissing The Flames" e "Cry For Love", trazendo vibração, melancolia, ótimo refrão e peso, mais uma daquelas músicas bem características do TDF.

As duas últimas, "Oblivion:Vision", é bem experimental, e traz elementos dos anos 70 e algo do psicodélico, e "Someday, Somewhere, Somehow", é mais uma balada melancólica, que inicia com um solo de guitarra tocante, seguindo após uma base pesada e arrastada, acompanhada pelas linhas de teclado. No pré-refrão em diante, a música cresce e ganha mais vibração, nada muito original, mas funciona muito bem e encerra com louvor o álbum.



Com balanço muito positivo, trazendo todas as características tradicionais da Banda, algumas novidades, mesclando influência dos anos 70, e, como Jape mesmo definiu "Gothippie music! Gothic rock, Melancholy rock meets some influences from 70´s and also from India music too", em entrevista ao site Subexistance.  . O trabalho vai deixar os fãs satisfeitos e merece ser conferido sem medo!


Por: Caco Garcia (texto e edição)
Revisão: Eduardo Cadore

Ficha Técnica
Banda: To/Die/For
Álbum: Samsara
Ano: 2011
País: Finlândia
Tipo: Gothic Metal
Gravadora/selo: independente



Formação
Jape Von Crow
Juppe Sutela
Antza Talala
Eza Viren
Matti Huopainen
Juska Salminen

Tracklist


01.Kissing the Flame
02.Damned Rapture
03.Cry For Love
04.Death Comes In March
05.Folie Deux
06.Hail of Bullets
07.Love's A Sickness
08.Raving Hearts
09.Oblivion: Vision
10.Someday Somewhere Somehow



                                                                 In the Heat of The Night
                                                                       New Years Day

It's A Sin