sábado, 24 de setembro de 2011

Na Mira da Navalha: Angra - Será que a história vai se repetir?

Esta é a seção chamada Na Mira da Navalha, a cada postagem você irá conferir um texto que caminha entre o polêmico, o radical e o extremo, onde os redatores "chutarão o balde" ou colocarão "à prova" algum grupo ou assunto, buscando expressar sua opinião. A ideia não é impor verdades absolutas, mas demonstrar o que pensam os redatores sobre assuntos que são pautas nas conversas antes de shows, ou entre amigos num churrasco regado com muito Metal. E, claro, a galera pode comentar! Stay on the Road

Formação atual do Angra abalada: mudanças podem ser anunciadas após o Rock in Rio

Um músico que não é da formação original entrou para o Angra, a maior banda de metal melódico do Brasil sendo responsáveis por clássicos insuperáveis como “Rebirth” (2000) e “Temple Of Shadows” (2004) , sendo que o mesmo possuindo uma banda paralela se sente mais realizado na mesma e desabafa para uma grande mídia fazendo que sua saída não seja das mais agradáveis, deixando um clima de incerteza para os fãs. Pois bem, foi essa situação que aconteceu com o Aquiles Priester (Hangar) e, de acordo com os últimos dias, a situação aparentemente se repetirá, mas dessa vez esta acontecendo com o Edu Falaschi (vocal).

Em uma entrevista para a rádio UOl, no programa Heavy Nation, Eduardo deixou bem claro sua felicidade com o lançamento de “Motion” onde ele declara que é o melhor álbum que já gravou com uma banda, muito parecido com as declarações que o Aquiles deu para a Roadie Crew na época do lançamento do “The Reason of Your Conviction” (2007), com o Hangar.

Sempre alvo de críticas, Edu Falaschi participa de discos e projetos internacionais, e é um dos nomes mais lembrados do Brasil

"Depois do show no Rock in Rio se não voltarmos a ser uma banda de verdade, sinceramente eu não vou ter mais vontade de continuar nela. Cansei de fazer música por dinheiro!"

O fato é que desde o lançamento do “Temple of Shadows”, o Angra viveu um verdadeiro inferno astral, sendo que primeiramente foram os problemas do vocalista, que acabou prejudicando muito a voz, o que fez com que o mesmo muitas vezes cancelasse apresentações ou fizesse as mesmas abaixo da média. Após, foi o choque entre Aquiles com Rafael (Bittencourt, guitarrista) que trocaram farpas culminando na saída do monstro das baquetas. Para piorar a situação, vieram as brigas com empresários, a volta do Ricardo Confessori (que saiu da banda em 1999 junto com outros dois integrantes, montando o Shaman, banda que faz parte até hoje) e a expectativa pelo álbum novo que veio na forma do “Aqua” (2010) que, na minha opinião, é um álbum muito bom, mas nem todos concordam achando esse um álbum muito aquém do que o próprio Angra já criou.


Almah, o projeto paralelo que virou banda e, quem sabe, a única banda de Edu Falaschi

A fala do Edu deixa uma incógnita no ar: seria o Angra uma fábrica? Uma empresa que faz música só para faturar mais e mais? Dúvidas que pairam na cabeça dos fãs, pois Edu deixa bem claro que o Almah é a sua prioridade e aparentemente esse pensamento é compartilhado pelo Felipe Andreoli, baixista do Angra e do Almah.

O Angra ainda não se posicionou acerca dessas declarações, especialmente na véspera de um show importante para a história do grupo, que será a apresentação dia 25 de setembro no Palco Sunset do Rock in Rio (inclusive o Edu postou foto ao lado da convidada especial Tarja Turunen, ex-Nightwish).


Texto: Harley

Revisão/edição: Eduardo Cadore

Fotos: Divulgação


Confira a entrevista citada no programa Heavy Nation aqui.

Depois do Drama, a Superação: Dream Theater Prova Que Segue em Frente

Em meio a mudanças, Dream Theater lança seu 11º disco

Há algumas semanas escrevi aqui sobre o primeiro single e música que apresentava o Dream Theater com nova formação, agora sem seu maior líder, o baterista e co-fundador Mike Portnoy. Na ocasião, a resenha foi negativa, já que minhas expectativas não haviam sido superadas, algo que o Dream Theater sempre consegue fazer.
Porém, com o novo disco já lançado, a história mudou. Pude compreender que “On the Backs of Angels”, música do single e aquela que abre o novo trabalho da banda, se encaixa perfeitamente no restante de “A Dramatic Turn of Events” (2011), disco que traz, pela primeira vez, outro baterista que não Portnoy, no caso, o talentoso Mike Mangini (Annihilator, Extreme, Steve Vai).
A história toda da saída de Portnoy, seu super grupo no Adrenaline Mob, além das “viúvas de Portnoy” que também deixaram a banda com sua saída, tudo isso poderia ser justificativa para o título do álbum.
Mas como o novo líder John Petrucci (guitarra) deixou claro, o 11º trabalho em estúdio dos norte-americanos fala da contemporaneidade, dos eventos que mudam a vida das pessoas (guerra, terremotos, etc), conforme entrevista para a edição deste mês da Roadie Crew.
A verdade é que a banda prova, neste disco, que encontrou o substituto certo (o melhor dentre os selecionados para a audição, que contou até com o Aquiles Priester, do Hangar) para o posto que jamais foi imaginado ser deixado por Portnoy.
Mike Mangini já manja (trocadilho infame, rs) da coisa e não é nenhum novato. Mesmo que boa parte das linhas de bateria já estivesse elaboradas por Petrucci (que as gravou de forma eletrônica), Mangini já pode colocar alguns de seus elementos, mas fugindo muito pouco do que o “velho Mike” fazia.
Mike Mangini estreia em estúdio com o Dream Theater
Mas, como todo álbum do Dream Theater, não é apenas um músico que se destaca. James LaBrie (vocal) canta como sempre, mostrando seu lado melodioso e não querendo soar muito pesado (não estamos diante de outro “Train of Thought”). John Myung (baixo), além de escrever sua primeira letra em mais de uma década, está lá, sempre efetivo e fazendo seu trabalho, embora seu auge tenha sido nos anos 90 (onde seu baixo possuía maior destaque nas músicas). Jordan Rudess (teclados) traz seu trabalho mais intenso. Provavelmente nenhum disco com seus teclados desde que entrou na banda possua tanta presença de efeitos eletrônicos, sons de pianos e afins.
O disco, em suas 9 faixas, traz o mesmo Dream Theater dos últimos anos, embora alguns climas mais anos 90 estejam presentes. Mas, de cara, notamos maior destaque para os teclados, inclusive com passagens quase sinfônicas, como no já citado single e em “Build Me Up, Break Me Down”.
Aliás, esta segunda faixa do álbum pode assustar de inicio os fãs mais radicais, afinal, Rudess resolveu abusar dos efeitos eletrônicos, incluindo também o uso de bateria eletrônica e modeladores de voz. Mas o resultado, pessoal, é uma das melhores canções da banda no disco, bastante empolgante, com riffs certeiros de Petrucci.
De praxe, temos belas canções calmas, soturnas, como “Far From Heaven”. Começando aquele clima com piano, violinos, o belo vocal de James, para trazer uma melodia muito bonita e que tem agradado bastante os fãs em geral. Da mesma forma, “Beneath the Surface”, que fecha o disco, é o grande destaque, na minha opinião, pois é a canção mais bonita que a banda fez desde “Through Her Eyes” (do disco de 1999 “Scenes From a Memory”). Simplesmente de se emocionar ouvindo e viajando na letra.
A banda abusou de canções longas que já é de praxe. No álbum, entre as mais longas está “Bridges In The Sky”, com seus mais de 11 minutos e com um começo totalmente fora dos padrões da banda. Os corais e o clima mórbido, está mais para uma introdução do Rhapsody of Fire. Sinceramente, não combinou nada com a banda. Mas a cosia melhora com o peso que Petrucci traz na guitarra e a agressividade de Mangini na bateria (resquícios de seu tempo no Annihilator).
Petrucci agora lidera a banda, compondo quase todas as músicas do novo álbum
Por falar em Petrucci, o cara escreveu praticamente todas as músicas, algo que fez pela primeira vez, já que Portnoy também era um dos mais ativos nas composições. Embora essa constatação, o discurso da banda é de que todos participaram do processo de composição. Bom, difícil de acreditar, mas está valendo.
Outras que merecem menção são “Lost Not Forgotten” (outra canção longa e cheia de quebras de ritmos), “Breaking All Illusions” (única letra feita por Myung), que é a mais longa do álbum, mas um dos pontos fortes do álbum. Ouvindo-a de olhos fechados, não tem como não imaginar o velho Mike nas baquetas, tamanha a semelhança entre a forma de tocar entre ambos. Mas o que se destaca na música são os teclados e o belo refrão, cuja melodia nos prende.
Ao contrário do que a banda falava, não estamos diante do melhor álbum de sua carreira. Longe disso. Clássicos como “Images and Words” (1992) e “Falling Into infinity” (1997) não voltam, mesmo com a leve tentativa em “A Dramatic Turn of Events”.
Mas este trabalho, diante de todas as mudanças e toda a novela que levou o foco para outro lado que não a música, prova que o Dream Theater pode seguir com a nova formação sem decepcionar os antigos e novos fãs, apostando um pouco mais na simplicidade (sim, a banda já fez álbuns mais doidos).
Texto: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Dream Theater
Álbum: A Dramatic Turn of Events
Ano: 2011
País: EUA
Tipo: Metal Progressivo
Selo: Roadrunner Records

Formação
James LaBrie (Vocal)
John Petrucci (Guitarra)
John Myung (Baixo)
Jordan Rudess (Teclados)
Mike Mangini (Bateria e Percussão)
Tracklist
1. On the Backs of Angels
2. Build Me Up, Break Me Down
3. Lost Not Forgotten
4. This Is the Life
5. Bridges in the Sky
6. Outcry
7. Far from Heaven
8. Breaking All Illusions
9.
Beneath the Surface
Assista o vídeo do single clicando aqui.
Compre o álbum na Die Hard aqui.

Acesse e acompanhe a banda

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pervencer Levando o Metal Extremo Para Outro Patamar

Banda paulista Pervencer já chegou a abrir show do Evergrey em 2011

Quando se fala em Death Metal muita gente associa às bandas que pretendem tocar na velocidade da luz, ou então um som mais emético não passível à evoluções, nada contra estilos mais tradicionais ou mais rápidos do Death (que sou particularmente fã) ,mas quando surgem bandas que conseguem manter a essência aliada a novos experimentos, aí não há pescoço que agüente, por isso vamos destacar o poderoso trabalho da horda Pervencer.

Formada em 2006 por Ricardo Gallonetti (guitarra), Adriano Machado (baixo) e Fábio Amaro (bateria) em Sorocaba/SP, a banda passou pelas historias que 99% das bandas passam: mudanças de formação (nos vocais) e evoluções na proposta musical, até chegar no momento atual em um Death Metal técnico, que muitas vezes fazem ligações com o progressivo e até mesmo linhas do heavy tradicional. Pode soar muito estranho, mas imagine os momentos mais esporrentos do Krissiun, Nile aliados aos momentos progs do Dream Theater, ou seja, massacre perfeito.


UFOs, Death Metal, Progressivo, agressividade e técnica

Em 2009 saiu sua primeira demo "Labyrinth of Death", com Eduardo Gruska nos vocais, apenas 4 faixas mas já davam noção do que os caras estavam preparandom como hinos da destruição “Occult Faces", "Pervencer" e "Mythology".

Os anos se passaram e mais mudanças na formação confirmando aquela máxima “males que vem para o bem”, pois Tiago Sammael assume os vocais e deixa o som ainda mais extremo, com o baixo assumido por Nando Ferreira um monstro nas 4 ou seria 5 cordas?!

Time pronto e afiado, é hora do primeiro trabalho que vem na forma do EP “Extermination Is Right", demonstrando uma parte lírica original com destaques para a destruição da humanidade, guerras e ufologia, trazendo um pouco de influências do Hipocrisy. Infelizmente só 4 faixas, mas impossível não se impressionar com a pegada de “Destruction Of Your Body", "Hipocrisy", "The Real Nightmare" e "Disease".

Sendo assim, está aí o underground mostrando que não precisa “dos paga pau” (como diria o Claustrofobia) para se manter ativo e cada vez mais impressionante.


Texto: Harley

Revisão/edição: Eduardo Cadore

Fotos: divulgação


Formação

Fabio Amaro (Bateria)

Ricardo Gallonetti (Guitarra)

Tiago Sammael (Vocal)

Nando Ferreira (Baixo)

Tracklist do EP
1- Destruction of Your Body
2- Hypocrisy
3- The Real Nightmare
4- Disease

Myspace

No Youtube, clipe da música “Destruction of your body”

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Volta de Um Gigante

Um dos Big 4 lançam grande disco após 8 anos

Passado longos oito anos desde o último álbum de inéditas dos nova iorquinos do Anthrax e após uma turbulência que a banda passou para ver quem assumiria os vocais, em 2011 o Anthrax lança “Worship Music” (2011) que originalmente teria sido gravado com o vocalista Dan Nelson, mas que após as gravações Dan deixou a banda por motivos não explicados.

Após está noticia inesperada, John Bush é chamado novamente para cobrir alguns shows e muito se falou que ele retornaria a banda, mas em 2010 mais uma surpresa aos fãs: a volta de Joey Belladonna para os shows com a Big 4.

E após alguns shows, o Anthrax anuncia que regravariam “Worship Music” com Belladonna, e não poderia ter melhor escolha, pois o que temos aqui é um dos melhores álbuns da carreira da banda.

No começo do ano o grupo já tinha lançado o single “Fight'em'til You Can't” já dando as cartas de como soaria este novo trabalho e o melhor de tudo: “Worship Music” segue a mesma linha do single, com a banda executando o seu Thrash Metal agressivo e com bons toques de melodia e em relação à Belladonna (nossa!), só elogios, cantando como nunca e mostrando que o tempo só fez bem a ele.

De shows no Big 4 à mais um clássico disco de Thrash Metal com Joey Belladdona nos vocais

Após a pequena intro “Worship Music” temos na seqüência "Earth on Hell" que já abre com blast beats alucinantes de Charlie Benante com massacre de riffs de Scott Ian e o baixo poderoso de Frank Bello. Logo após "The Devil You Know" com um refrão matador que ao vivo vai soar muito bem. Temos também a pesada "I'm Alive" e as duas que já nasceram clássicas: "In the End", que é uma homenagem aos falecidos Ronnie James Dio e Dimebag Darrell mostrando que Belladonna está na melhor forma possível, onde podemos ouvir uma das melhores cozinhas do Thrash Metal, os injustiçados Charlie Benante e Frank Bello dando um show a parte e que mereciam mais reconhecimento, pois o que esses dois tocam não é brincadeira, é criatividade aliada com muita técnica, e a épica "Judas Priest" que é um tributo aos “deuses do metal” de mesmo nome.


Shows do Big 4 fizeram bem à banda de Nova York

Sem mais palavras a este lançamento que traz o Anthrax de volta na melhor forma possível com a volta de Joey aos vocais, posto que nunca deveria ter deixado, com certeza “Worship Music” pode ficar tranquilamente ao lado dos clássicos: “Spreading the Disease” (1985) e “Among the Living” (1987).


Texto: Renato Sanson

Revisão/Edição: Eduardo Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Anthrax

Álbum: Worship Music

Ano: 2011

País: EUA

Tipo: Thrash Metal

Formação

Joey Belladonna (Vocal)
Scott Ian (Guitarras)
Rob Caggiano (Guitarras)
Frank Bello (Baixo)
Charlie Benante (Bateria)


Tracklist

01. Worship (intro)
02. Earth On Hell
03. The Devil You Know
04. Fight 'Em Til You Can't (Single)
05. I’m Alive
06. Hymn 1
07. In The End
08. The Giant
09. Hymn 2
10. Judas Priest
11.
Crawl
12. The Constant
13. Revolution Screams

Acesse:

Site Oficial

Myspace

Compre o décimo disco da banda na Die Hard aqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

HANGAR:André Leite é batizado com louvor! Conferimos o Show de estréia do novo vocal em São Borja-RS


André Leite, o novo vocal do Hangar, teve seu batismo como frontman da Banda dia 17/09/2011, na cidade de São Borja, fronteira com a Argentina.
Após se ver novamente obrigada a procurar novo vocal(André é o quarto vocalista, sendo que somente Mike Polchowicz gravou mais de um trabalho), devido a saída do excelente Humberto Sobrinho(os motivos a Banda e o próprio Humberto divulgaram no site), a Banda acertou em cheio na escolha do novo vocalista.


Antes de iniciar a resenha do Show, vamos voltar um pouquinho no tempo...conforme contou Nando Mello(baixista), Humberto há alguns meses mostrava-se preocupado com questões familiares, agravadas pelo fato da sua família viver em Manaus, mais o tempo que ficava na estrada viajando pelo País( logística complicada).A Banda tentou de todas as maneiras possíveis, inclusive sugerindo um tempo para que ele resolvesse suas questões, a fim de não ter que novamente recomeçar, já que Humberto estava integrado, tendo uma aceitação fantástica do público e fãs da Banda. Infelizmente não foi possível e, com agenda praticamente lotada até julho, com uma gravação de CD, no caso o acústico, programada, cumprindo as datas restantes, sendo que em 22 de julho, no SESC Pompéia, foi o último show com Humberto, a Banda quebrava a cabeça para resolver essa nova mudança.


André foi "descoberto" quando o Daniel Fernandes e Rodrigo, membros da equipe técnica, mostraram um vídeo, Neblim, da Banda Iahweh, para Nando, que se impressionou com o vocalista, mostrando em seguida para Aquiles, que contatou André dois dias depois! E aí está, novo CD, nova formação já estreou ao vivo, hoje tem acústico em Novo Hamburgo(o Road estará lá também), e mais detalhes da entrada do André vocês podem conferir no blog do Nando(Acesse AQUI) em em breve em entrevistas aqui.
Voltamos ao Show de estréia.Nos consideramos sortudos por ele acontecer justamente aqui no Rio Grande do Sul, onde a Banda nasceu em 1997, e ainda pudemos acompanhar de perto os bastidores.
Dia 14/09, Workshop do Aquiles em Santa Rosa, dia 15/09, a gente(eu e Mauriel Ourique), tivemos a alegria de acolher essa Banda que acompanhamos desde o início, e que hoje consideramos como amigos, em nossa cidade, pois somente iriam a São Borja dia 16.
André foi um "monstro" no palco.
Pudemos então, sentir de perto a expectativa da Banda, e, claro, expectativa maior do André, que já de cara mostrou algumas de suas qualidades, uma pessoa carismática e comunicativa, fechando com o perfil do Hangar, que faz a questão de ter proximidade com os fãs.Fala tranquila, André nos contou histórias, trocou idéias, falou sobre suas Bandas e vocalistas preferidos(imitando alguns), citou o desejo de poder levar o filho ao show do Aerosmith, ficou encantado com a simplicidade e hospitalidade da cidade(aqui no interior do RS é assim!), tirou um tempinho para tirar umas dúvidas do set list da estréia(afinal, em poucos dias já gravou cd, e teve que aprender músicas em duas versões diferentes!), enfim, um sujeito sangue bom, que tem a capacidade de conquistar rapidamente as pessoas, deixando ótima impressão e a certeza que os caras acertaram na escolha.
André e Mauriel no camarim momentos antes da estréia.
Com a simpatia e humildade que lhe é peculiar, André agradeceu os elogios, as comparações com Jorn Lande e Coverdale, confessou o nervosismo e expectativa para a estréia e, juntamente com a Banda e equipe, dividou algumas horas aqui conosco(lógico que saiu aquela linguiça assada e regada a uma cerveja, Gaúcho não vive sem um churrasquinho, faz parte da etiqueta servir o chimarrão e um assado!).
Confraternização em Sto Antônio.
Foi muito especial podermos participar desse momento na Banda, conversar fiado, ouvir música, ouvir o Martinez mostrar sua veia erudita, as brincadeiras e piadas com a galera.
Vale lembrar que o Nando Mello nem aqui escapou de ser esmagado pelo Aquiles. Com o Mauriel de cúmplice, interromperam o descanso do Mello, que navegava tranquilo pela Net quando os dois "meliantes" invadiram aos gritos de "Nando Mello deve ser esmagado sempre que possível" e promoveram uma cena de MMA, sob protestos do Mello claro!!!
Bom, no dia seguinte, sexta, era hora de voltar ao trabalho, compromisso em São Borja, na loja Let's Rock, organizadora do evento.
Caco Garcia e Eduardo Cadore(Road To Metal) e Marcello (Entherror), na expectativa.
Haja expectativa para a hora de ver a Banda estreando com André a frente!! imagine então como deveria estar a cabeça e o coração do vocalista!!??
Por volta das 22hs já estávamos postados a frente do Clube Recreativo, um pouco decepcionados com o público, que poderia ser maior, visto a oportunidade de ver uma das grandes Bandas da atualidade do Metal nacional, e estreando novo vocal!!!Mas, pensamos bem e até consideramos razoável, visto a quantidade de eventos na região, além de estarmos em plena semana farroupilha e muita gente fez feriadão(dia 20 é feriado no RS).Mas o verdadeiro Banger não mede esforços!
Acompanhamos parte da apresentação da Banda de abertura, que agora já tem uma história pra contar, e fomos, a convite da Banda, acompanhar no camarim um pouco da concentração e expectativa para o Show.
Nando Mello, nosso grande "infallible bass", estava com o rosto inchado, devido a um problema em um dente que havia feito tratamento de canal!tem o lado bom não é Nando, imagine se isso acontecesse com o André!!!
Logo depois de desejarmos um grande show, deixamos o camarim para a galera fazer a última concentração e ter a última conversa com o André antes da estréia no palco!

A esta altura, o público já se aglomerava em frente ao palco, alguns ficavam mais perto dos drinks e outros ainda conferiam o merchandise, então cerca de 200 bangers entraram em êxtase ao primeiros acordes da introdução de "The Infallible Emperor(1956).
Me coloquei um pouco ao lado do palco, e pude ver que André aguardava ansioso a hora de pisar no palco, sendo que o restante da Banda já mandava ver, ovacionada pelo público presente.
Eis que na sua deixa, André Leite entra no palco pela primeira vez como frontman do Hangar, sob gritos da galera, o vocalista solta a voz frente a massa sonora da Banda, capitaneada pelo polvo Aquiles Priester, e pudemos notar que os Bangers imediatamente perceberam que André foi uma excelente escolha, pois não era tarefa fácil substituir um vocalista do calibre de Humberto Sobrinho, um cara com talento e humildade, que já estava, e vai continuar, no coração dos fãs.
Com intensa movimentação no palco, chegando toda hora bem a frente para cumprimentar os Bangers que estendiam as mãos, podemos dizer com segurança que o nervosismo da estréia já havia passado e André já parecia ser parte da Banda há tempos.
Quase sem tempo pra deixar o público respirar, a Banda manda "Your Skin and Bones", e já podiamos notar os olhares de aprovação da galera, e pudemos ver que aquele cara de fala tranquila, se transforma num monstro(no bom sentido) no palco, com um grande carisma e empatia.Para muitos, se o que vimos no palco no sábado é o normal do André, em termos de performance de palco, é o melhor frontman da história da Banda, que teve somente grandes vocalistas no front.
Uma pausa para uma alô ao público e André avisa que a próxima é a nova "Haunted By Your Ghosts", e já notamos a aceitação que a música teve com o público, que vibrou quando do anúncio, e vários cantaram junto com a Banda. "Haunted" é uma música que possui uma melodia e um refrão fáceis de assimilar e com certeza será muito pedida nos shows daqui em diante.Música com potencial comercial, no bom sentido. A versão ao vivo ficou bem legal, lembrando que ela foi gravada para o acústico.
Quem via a Banda no palco, caso não soubesse de todos os acontecimentos, jamais poderia dizer que era o primeiro show do vocalista.Os caras passavam a sensação de que não houve pausa nenhuma, e que estavam direto na estrada há dias.Martinez esbanjava pegada com suas Jacksons(marca que agora é endorser), fazendo malabarismos e seus "alongamentos" habituais, sendo que teve a manha de trocar o efeito durante um desses(veja na foto).
Nando Mello sempre preciso e coeso(com o rosto inchado por causa do problema dentário, mas isso não impediu a performance segura de sempre), pois não é mole completar a cozinha com ninguém menos que o polvo, há dez anos figurando entre os melhores bateristas do mundo, Fábio Laguna esbanjando sua técnica e musicalidade, agitando e bangeando atrás dos teclados.
Lógico, que por ser o primeiro show, um ou outro pequeno detalhe/deslize, praticamente imperceptíveis e irrelevantes, aconteceram, mas vão se ajustar com o tempo e o entrosamento natural.
Bom, quaisquer pequenas dificuldades foram superadas por muita emoção e garra de toda a Banda, que possui experiência de sobra.
Com a "To Tame a Land", André completa o ciclo e interpreta a primeira da fase com Mike, e, a exemplo das demais, que contavam com os vocais de Humberto e Nando Fernandes, também se saiu muito bem, ajustando a canção ao seu registro de voz.
A esta altura o público já gritava o nome de André, para satisfação do mesmo e da Banda.
Incansável, o frontman corria de um lado a outro, cumprimentava o público, fazendo esse interagir a todo momento.
A seguinte, "One more chance" para mim foi o ponto alto, com grande interpretação de André, com performance praticamente teatral, jogando-se de joelhos na parte da letra em que diz "God, just give me one more chance...", olhando e apontando para cima...muito bom!!
Após mais uma pausa para falar com o público, onde André mandou mensagens positivas e foi ovacionado.
A esta altura o vocalista e toda Banda tinham o público nas mãos, e se seguiram mais quatro grandes canções do cd "Infallible", sendo que "Solitary Mind" e "Dreaming of Black Waves" foram as que o público mais interagiu cantando junto; na sequência vem uma das melhores do grupo, "Call me in the name of death", que marcou uma nova fase da Banda, quando do lançamento do cd "TROYC", causando furor nos bangers, e com mais uma grande interpretação de André, que se saiu muito bem cantando músicas de todas as fases, que contaram com vocalistas com estilos próprios, tarefa complicada, e , ressaltamos mais uma vez, a Banda foi feliz na escolha.Aliás, confirmamos ao vivo o que André nos disse, que sentia-se mais confortável cantando as músicas do "TROYC", e, não por acaso, na minha opinião, "One More Chance" e "Call Me" foram os grandes destaques, numa noite que teve tantos pontos a enaltecer.

Após, a tradicional apresentação da Banda, com André apresentando os membros, e na hora em que foi apresentado pelo Aquiles, o "orgulho de Taubaté", segundo o baterista, foi muito aplaudido pelo público.Aquiles ainda se disse muito feliz de estarem fazendo a estréia da nova formação aqui no Rio Grande do Sul, e na semana farroupilha, sendo muito aplaudido.
Em seguida, para acabar com o fôlego da galera, mandam "Forgive the Pain", "Inside Your Soul", "The Reason of Your Conviction", que parecia ainda mais pesada!!Realmente, os caras estão cada vez melhores, e agora com a intensa movimentação do André no palco, a tendência são os shows terem uma carga energética ainda maior.

Fechando a noite, parece que passou tão rápido(tudo que é bom dura pouco), mandam "Painkiller", para delírio da galera, que cantou junto esse grande clássico dos deuses do Judas Priest.
Terminado o show, a Banda foi muito aplaudida pelo público, e deixou aquele gostinho de quero mais.
No final, a Banda, como é tradicional, ficou atendendo, conversando e tirando fotos com os fãs, sendo que André foi o último a ser liberado pela galera, que o vocalista atendeu com toda a atenção, calma e carinho.
Vale registrar a percepção do Aquiles, que, durante o final do show, quando a Banda estava jogando palhetas, baquetas e cumprimentando a galera ainda no palco, fez questão de entregar uma munhequeira a um rapaz com deficiência física, que estava no meio do público.
Como balanço final, podemos afirmar que André foi batizado com louvor, mostrou grandes qualidades, além de ser um grande cantor, se saindo muito bem na interpretação das músicas das outras fases que, como já dissemos, contavam com outras feras.


Os comentários gerais e reação do público foram ótimos.Nosso brother Diogo, grande fã da fase com Nando Fernandes, era só sorrisos, afirmando empolgado: "Bruce está para o Iron, assim como André está para o Hangar!"; um outro banger também saiu com uma frase no mínimo engraçada: "Esse André Leite tem café no bule!", heheheh, não sei se ele pensou em fazer um trocadilho ou saiu por acaso!
Dois momentos curiosos foram quando na apresentação da Banda, André após apresentar Nando Mello, apontou para o Fábio e dizendo: " E no contra-baixo...", sendo que prontamente Nando disse rindo: "De novo?"; André, também rindo corrigiu-se, atribuindo o pequeno lapso a emoção de estar ali!!
O outro momento, foi um momento "Pânico", quando a Banda deixou o Palco, para em seguida se dirigir ao salão atender a galera que aguardava, uma "Tia" que ali estava aplicou uma chave de braço no nosso brother Diego Pinto(guitarrista da X-Factor de Santa Maria), ao gritos de "André, André!". Antes que pudessemos registrar o fato, Diego escapou do abraço mortal quando a "tia" estava por lhe aplicar um "selinho"! hahahaah! Ele salvou o André dessa!
Finalizando, chegamos ao consenso que, o grande ponto positivo, inclusive o Eduardo Cadore já cravou que, para ele o André tem tudo para ser o melhor frontman da história da Banda, é essa movimentação intensa e o carisma que o cara tem no palco, interagindo com o público e fazendo esse interagir.
Torcemos pelo sucesso do André e do Hangar, e que essa formação seja duradoura e acabe a "Maldição do Vocalista" de vez.

Set List

1. The Infallible emperor (1956)
2. Your Skin and Bones
3. Haunted By Your Ghosts
4. Colorblind
5. Some Light to Find My Way
6. Captivity
7. To Tame a Land
8. One More Chance
9. Time to Forget
10. Solitary Mind
11. Based on a True Story
12. Dreaming of Black Waves
13. Call Me in the Name of Death –
14. Forgive the Pain
15. Intro + Inside Your Soul
16. Intro + The Reason of Your Conviction – Encore
17. Painkiller (Judas Priest Cover)





Texto:Caco Garcia
Fotos:Eduardo Cadore, Caco Garcia e Eduardo Garcia
Agradecimentos:Loja Let's Rock, Hangar e Equipe, e aos amigos que nos acompanharam na jornada(Diogo, Diego Garcia, Diego Pinto, Eduardo e Chirlei)