Mas desta vez a demora por um disco novo não foi longa, felizmente. A banda
começou, depois de vários boatos por parte dos integrantes, a compor e
trabalhar no seu 22º álbum em 2013, que está sendo lançado nesse ano via
Frontiers Records, sob o título de "Heaven & Earth", disco que
marca a estreia do vocalista Jon Davison, substituindo o canadense Benoît David
que, segundo as fontes, saiu da banda por problemas de saúde. E para lembrar,
tanto Davison e Benoît, vieram de bandas tributos ao Yes.
Antes de falar um pouco sobre o mais recente disco é bom lembrar de alguns pontos do álbum antecessor, que recebeu ótima aceitação e até figurou em algumas listas de "Melhores discos de 2011", confesso que foi até uma surpresa pra mim, tanto como fã e admirador da banda. Mas o que vale ressaltar do "Fly From Here" é o resgate das características dos anos 80, principalmente momentos que lembram o álbum "Drama", registro bastante injustiçado por causa da ausência de Jon Anderson, mas que tem canções especiais, como "Machine Messiah". E outro ponto importante também, foram os vocais de Benoît David, que tem uma característica vocal muito parecida com a de Jon Anderson.
Se
houvesse uma disputa entre o "Fly From Here" e "Heaven &
Earth", acho que quem se sairia melhor é o primeiro, não somente pelo que eu
destaquei no parágrafo acima, mas também por ser um disco de mais fácil assimilação, e todas as músicas são ótimas. Mas não significa que é uma crítica negativa ao mais novo trabalho, muito pelo contrario, "Heaven &
Earth" é um disco que absolutamente mantém o bom gosto nas composições, e que vai ser muito
bem aceito pra quem é apaixonado pela banda, com uma audição pra lá de agradável
do começo ao fim.
"Heaven
& Earth" tem tudo o que podemos esperar do Yes: Prog Rock com uma
filosofia de composições e arranjos ricos, canções marcantes e muita qualidade
e técnica por parte de Steve Howe (guitarra), Chris Squire (baixo), Alan White
(bateria), Geoff Downes (teclado) e do novato Jon Davison (vocal), e o grupo, que chega aos 46
anos de estrada, já não tem mais nada o que provar para ninguém, e com o
passar dos anos, a banda prosseguiu mostrando todo o seu valor em estúdio e fazendo
shows espetaculares pelo mundo, mostrando porque é um dos principais nomes do
Rock Progressivo de todos os tempos, ao lado de Pink Floyd, Gentle Giant e entre tantas outras bandas clássicas do gênero.
Jon Davison (o novo "Jon" do Yes) e Chris Squire |
As
faixas, a maioria delas longas, o que por sinal é uma tradição do Yes, não
são monótonas ou repetitivas, cada uma sempre tendo inovações e diferentes nuances, o que é bem interessante. E já começo dando destaque
para a primeira faixa, "Believe Again", que tem a base toda
trabalhada no sintetizador de Geoff Downes, e Chris Squire e Steve Howe executando com maestria o trabalho das cordas, uma faixa que cresce ainda mais no refrão, com brilho e força, prevalecendo o
talento do vocalista Jon Davison, que possui um timbre parecido ao de Jon Anderson. E uma
semelhança muito legal é que Davison também se chama Jon (risos).
"The
Game" já vem com menos sintetizadores e menos timbragens de teclado, dando
mais ênfase nas guitarras e melodias semi acústicas de Steve Howe, que logo
na introdução já entra um som bem empolgante e Chris Squire segurando a base. Em seguida, um refrão memorável, terminando com
um solo de guitarra impecável de Steve Howe, num sincronismo perfeito
com os backing vocals bem suaves.
A
minha preferida, e que me levou a ouvi-lá repetidas vezes, é a "To Ascend",
balada de tirar lágrimas dos olhos. Nela tem uma espécie de pergunta e resposta
nos acordes de Steve Howe e do baixo inconfundível e palhetado do Chris Squire,
que pra mim (e para muitos) é o integrante que mais se destaca até hoje dentro da
banda, além de ser um dos melhores baixistas de toda a história do Rock. E para completar, a música ganha uma linda melodia de piano para dar ainda mais luz e harmonia.
"Lights Of The Age" é uma das mais experimentais do disco, tendo dois lados, ou seja, passa por momentos mais obscuros e épicos, e em certos pontos, ganha tons mais leves no começo e na ponte final da música, apresentando variações diversas dentro da mesma faixa, entendo que os músico são mestres e gênios nesse quesito.
A
última e a mais gigante faixa, "Subway Walls", até que poderia entrar
em um disco dos canadenses do Rush, porque toda a atmosfera da música lembra um
pouco do que a banda fez nas suas fases mais prog. Essa música já tem uma linha
mais Jazz, principalmente na bateria de Alan White e também no baixo, e logo
chegando na metade, Geoff Downes entra com um hammond bem executado, seguido de ótimos
solos de guitarra de Howe.
Para
quem é chegado ao lado mais Pop da banda, destaco as faixas "Step
Beyond" e "It Was All We Knew". A "In A
World Of Our Own", também se difere pela pegada meio Beatles.
O Yes 2014: Squire, White, Downes, Howe e Davison |
Todos
nós esperamos que o Yes continue fazendo bons discos, pois a qualidade e bom gosto continuam intactas, agradando os antigos admiradores, e sempre existirão novos fãs e apreciadores de boa música que descobrirão o legado que o grupo já deixou, e, afinal, qualidade é sinônimo de longevidade. Também ficamos
torcendo para que Jon Anderson e Rick Wakeman, além de outros integrantes que já
fizeram parte da banda, possam se reunir para celebrar, logo ali em frente, os 50
anos de carreira.
Texto: Gabriel
Arruda
Edição/Revisão:
Carlos Garcia
Fotos:
Divulgação
Ficha Técnica
Banda: Yes
Álbum: Heaven & Earth
Ano: 2014
País: Inglaterra
Tipo: Rock Progressivo
Selo: Frontiers Records
Line Up:
Jon Davison (vocal)
Steve Howe (guitarra)
Chris Squire (baixo)
Alan White (bateria)
Geff Downes (teclado)
Track-List
1. Believe Again
2. The Game
3. Step Beyond
4. To Ascend
5. In A World Of Our Own
6. Light Of The Ages
7. It Was All We Knew
8. Subway
Walls
Acesse os
canais oficiais da banda:
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