24 anos de história, 5 Demos gravadas, três discos lançados e um grande
reconhecimento no underground nacional. Essa é a Carniça de Novo Hamburgo/RS,
que se mostra cada dia mais forte e relevante na cena underground.
Conversamos com o baterista Marlo Lustosa, onde o mesmo fala do começo
da carreira, planos futuros e muitos mais!
Confira agora mesmo:
Road to Metal: Já são 24 anos de banda. Olhando lá para o início, em
1991, de onde surgiu a ideia para formar a Carniça? E quais eram as influências
do grupo naquela época?
Marlo Lustosa: A Carniça surgiu de uma
banda já existente em NH chamada Sacrament, pelo Mauriano Lustosa e o antigo
baixista Marcio Veeck... Parahim Neto e eu tocávamos juntos já, mas não
tínhamos banda e o Mauriano nos convidou e em 1991 surgiu a Carniça. Tínhamos
nossas influências de Iron Maiden, Kiss, Whitesnake, WASP, Slayer, Destruction,
Sarcófago e Sepultura que estava estourando no exterior na época.
RtM: Em 1998 o álbum “Rotten Flesh” foi lançado de forma independente.
Quais as recordações que vem a mente dessa fase? E qual foi a sensação de ter em
mãos o primeiro trabalho?
ML: Cara na época tínhamos já 5 fitas Demo gravadas, e só
bandas grandes conseguiam ter seu trabalho em LP, logo em seguida CD... Apareceu
a oportunidade de gravar em Curitiba 2 faixas em uma coletânea, e fomos... Gravamos
no mesmo estúdio que o Amen Corner foi dukaralho! Depois a coletânea não saiu e
conseguimos ficar com as duas faixas e o restante gravamos no estúdio Live em
POA. Lançando oficialmente em 99 o “Rotten Flesh”, que foi um marco para o Vale
dos Sinos e para nós.
RtM: Como surgiu o convite para participar do tributo ao Running Wild?
E o que isso trouxe de retorno para a banda?
ML: Ficamos sabendo do tributo e estavam
convocando bandas de todo mundo para mandar um cover do Running para a
gravadora, e o próprio Rock and Rolff estava selecionando, nosso som foi
aprovado pelo cara e elogiado por mensagem num e-mail que ele próprio nos
enviou... Estávamos vibrando com a ideia! Sairia um CD duplo pela Sanctuary Records
com distribuição para todo mundo, e se falava em 2 shows na Alemanha de lançamento...
Tivemos um grande reconhecimento nacional e internacional.
RtM: Em 2004 a Carniça encerrou as atividades. 4 anos depois houve o
retorno. O que levou o grupo a essa parada? E a ideia do retorno partiu de
quem?
ML: A parada se deu pelo cancelamento do CD tributo ao Running
Wild, ficamos muito frustrados na época e um integrante da banda pediu um tempo
para resolver problemas pessoais... Nesse meio tempo eu continuei trabalhando com
outras bandas, e cheguei a ensaiar com o Mauriano em uma outra banda de
covers... Muita gente aqui do Vale dos Sinos nos perguntava e nos instigava
pela volta. Um dia marcamos um churrasco na minha casa e Mauriano, Parahim e eu
decidimos voltar e fazer história novamente...
RtM: Após o retorno, em 2010, o grupo lançou o álbum “Temple’s Fall...
Time to Reborn”. Com esse trabalho a banda tocou pela primeira vez na
Argentina. Como foi a recepção dos bangers de lá?
ML: O “Temple’s...” nos abriu muitas portas, tocamos no maior
fest de Brasília com RDP, Motorocker e outras bandas para umas 2 mil pessoas, e
logo depois fomos convidados para fazer uma mini tour na Argentina, que foi
fantástica! Os caras respiram Rock e Metal, estrutura, equipamento, tratamento
vip... Até mesmo nos lugares mais underground... Galera literalmente quebrou
tudo nos nossos shows lá!
Carniça + Claudio David (Overdose) |
RtM: No fim de 2012 “Nations of Few” foi lançado. Um trabalho mais
maduro e que contou com a participação de um grande nome do Metal nacional.
Cláudio David, do Overdose. De onde pintou a ideia da participação dele?
ML: Estávamos pensando em convidar um cara de renome para
participar, Mauriano deu a ideia de chamar o Cláudio, e eu conversei com ele
através do Facebook que foi muito receptivo e aceitou o convite. Baita honra,
influência e ídolo da banda, acabou vindo tocar conosco no show de lançamento
aqui em NH no C3 Rock Bar. Cara fantástico, muitas histórias sobre o Metal
mineiro, muita ceva e churrasco.
RtM: O álbum traz um tema bastante atual e que parece nunca se resolver
em nosso país. Inclusive, vocês lançaram o vídeo da faixa “Corruption”. Qual a
opinião de vocês sobre este tema?
ML: Lançamos antes dessas manifestações que vem ocorrendo, e
acredito que será sempre um álbum atual... Infelizmente. Nosso país está
corrompido desde a criança pequena que tem maus exemplos de seus pais a os
governantes gananciosos e corruptos que temos. O
videoclipe de “Corruption” retrata bem isso.
RtM: A Carniça fará o encerramento do 3° União Extrema Fest e que de quebra
comemora os 7 anos do Road to Metal. Qual a importância de festivais como esses
para o Heavy Metal underground? E de veículos como o Road to Metal?
ML: Cara o Road to Metal é um puta veículo de divulgação do
som pesado underground, de suma importância para nossa “cena”, bandas e público!
Hoje em dia há muita merda entre bandas, festivais, shows internacionais,
produtores e etc. O União Extrema é
um fest totalmente transparente e honrado, dignidade com as bandas e público,
assim como outros tantos por aí... Não podemos generalizar.
RtM: Olhando para trás e já observando uma perspectiva de futuro, o que
vem pela frente para a Carniça?
CONFIRME SUA PRESENÇA AQUI |
ML: Sempre seremos verdadeiros... Nunca cedemos a modas, nunca
pagamos para tocar e sempre fomos honestos com o público, produtores e etc...
Seguimos
fortes lutando pelo nosso lugar ao sol, sabemos das dificuldades que uma banda de
Metal tem para sobreviver. E enxergando o futuro temos o projeto de
relançamento do “Rotten Flesh” em formato LP com bônus e material da época, aguardem! Estamos prontos para mais 24 anos com
certeza!!!
Gravação do clipe de "Corruption" |
ML: Agradecemos o espaço e divulgação, assim
como o convite do Renato Sanson para fechar o 3º União Extrema Fest ao lado de
grandes bandas do under gaúcho! Grande abraço a todos seguidores da banda e a vocês
da ROAD!
HEAVY
ROTTEN METAL!!! \\m//
Entrevista por: Sergiomar Menezes
Revisão/edição: Renato Sanson
Acesse e conheça mais a banda:
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