segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Lacerated And Carbonized: Pequena Amostra do Massacre a Caminho

Banda do Rio de Janeiro prepara matador álbum lançando EP


O ano é 2006, a região é o Hell de Janeiro e, nesse fatídico período, o Undeground nacional conhece mais um representante da “podreira” nacional: Lacerated And Carbonized.  Primeiro foi a demo "Chainsaw Deflesher” e, finalmente, o debut "Homicidal Rapture" (resenha leia aqui).

O EP "Third World Slavery" (2012) vem como prévia de seu próximo álbum, já batizado como "The Core Of Disruption". São apenas três músicas curtas e, para nossa alegria e desespero dos vizinhos, muito brutais, o que dá gosto de ouvir e correr para apertar o botão de repetição. 

“L.A.C” é uma música perfeita para abrir shows, rodas e quebrar pescoços, sendo ideal pra apresentar a banda para quem não conhece o som da banda. Aqui é Death Metal, sem restrições.

"Third World Slavery” tem tudo para ser um novo clássico do Death Metal nacional, e, como baterista, tenho que dizer o senhor conhecido como Victor Mendonça é um monstro. Partes cadenciadas aliadas a brutalidade, só para ter uma idéia o Lacerated and Carbonized já passou pelo velho mundo em turnês ao lado de bandas como  Vile. 

Banda obteve sucesso na turnê europeia nos meses de setembro e outubro

Há tempo de dizer que as gravações do EP e do cd foram mixados pelo mestre da podreira Andy Classen (já trabalhou com Krisiun, Belphegor, entre outros), e se o cara reconhece a força do nosso Metal extremo, você está esperando o que? Corra, ouça e se prepare para o caos.

Texto: Harley
Revisão/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação


Ficha Técnica
Banda:  Lacerated And Carbonized
Álbum: Third World Slavery (EP)
Ano: 2012
País: Brasil
Tipo: Death Metal 
Gravadora/selo: Eternal Hatred Records
Assessoria: MS Metal Press

Formação
Jonathan Cruz (Vocal)
Caio Mendonça (Guitarra) 
Paulo Doc (Baixo)
Victor Mendonça (Bateria)


Tracklist
01. L.A.C.
02. Third World Slavery
03. Awake The Thirst

Acesse e conheça mais sobre a banda

Confira a faixa-título ao vivo


Achillea: Sem Autoafirmações e com Muito Power Metal!





Formada por Humberto Sobrinho (Glory Opera, Ex-Hangar) no vocal, Paulo Jupe (guitarra), Betovani (guitarra/violão), Garry King (bateria), Gus Magalhães (baixo), Fab Jablonski (teclado/piano) e Paula Melf (backing vocal), a banda Achillea, pelo que nos foi mostrado nos vídeos das gravações e no teaser oficial, apresentará um Power Metal da melhor qualidade, com vocais muito marcantes.

Em julho seu primeiro single oficial foi lançado, intitulado de “Imprisoned”. Como na época o posto de vocalista ainda não era ocupado por Humberto Sobrinho, a banda decidiu por regravá-lo para sair no CD que está sendo preparado.

Após passagem de sucesso pelo Hangar, H. Sobrinho representa o Brasil na Achillea

Sobre o CD, o que se sabe é que as faixas foram gravadas e produzidas em estúdios na França, Reino Unido, Brasil, Grécia e EUA. Além do CD, a banda também prepara a gravação de um videoclipe e no dia 23 de novembro gravará um DVD em Novo Horizonte/SP.

Como o próprio Humberto faz questão de salientar, esse foi um disco feito com o coração, e a banda quer fugir de qualquer autoafirmação. Todos fazem questão de dizer que é apenas “música honesta” e que foi feito com o melhor de cada um. Mas cá entre nós, se foi feito com o melhor de cada um, podemos com certeza esperar um massacre sonoro.

Texto: Luan Matos
Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Segue o teaser e um sampler do que a banda está preparando






Ficou curioso e quer saber mais sobre a banda?

domingo, 4 de novembro de 2012

Sacrario: A Procura de Novo Guitarrista



A banda gaúcha de Thrash Metal Sacrario, anunciou em seu Facebook que está a procura de um novo guitarrista para substituir Ricardo Lemos, que está deixando a banda devido a problemas de saúde. Confira abaixo a nota oficial de Ricardo sobre sua saída da banda:

"Venho oficialmente comunicar que DEIXO A SACRARIO por MOTIVOS DE ÍNDOLE PESSOAL já expostos a todos os membros da banda. A minha saída aconteceria após a turnê a ser feita no Chile/Argentina em abril de 2013, porém, um grave problema de saúde veio a ANTECIPAR esse fato. Após longa conversa com todos os integrantes concluímos que seria menos prejudicial para a banda essa antecipação, uma vez que continuo impossibilitado de acompanhar a banda em shows e ensaios por tempo indeterminado. Agradeço de coração por todos os momentos e oportunidades proporcionados a mim pela SACRARIO e que possamos seguir em frente não só como bons amigos, mas como irmãos. Desejo todo o sucesso a vocês e que sigam crescendo como músicos e banda".

Enquanto a Sacrario não encontra o substituto, seguem os shows agendados como trio


Então, você que é guitarrista e se interessa pelo som da banda, não perca tempo para fazer um teste com os músicos. Interessados devem entrar em contato pelo telefone: (51) 9161-2134 (falar com Everson) ou pela página do Facebook: http://www.facebook.com/sacrario?fref=ts.

Nota por: Renato Sanson
Edição: Renato Sanson
Fotos: Divulgação


sábado, 3 de novembro de 2012

Entrevista: Distraught - Thrash Metal Crítico

Banda gaúcha é um dos maiores nomes da cena Thrash Metal brasileira

Vivendo no underground da cena gaúcha, a Distraught criou seu nome ao longo dos 22 anos de história dedicados ao Thrash Metal crítico e pesado.

Desde 1990, a banda passou por mudanças na formação, idas e vindas, sempre seguindo com André Meyer (vocal) como único membro original e uma figura característica da história cena porto alegrense, fechando na atual formação com Ricardo Silveira (guitarra), Marcos Machado (guitarra), Nelson Casagrande (baixo) e Dionatan Santos (bateria).

Mas foram com seus dois últimos álbuns que o grupo alcançou um patamar digno à sua história. “Unnatural Display of Art”, em 2009, e “The Human Negligence is Repugnant”, lançado neste ano de 2012, mostram a banda no seu ápice.

Para falar sobre este momento, os shows, planos e muito mais, conversamos com Meyer, Dionatan e Ricardo. Confira!



Road to Metal: Olá. É muito legal podermos falar com a banda neste momento em que estão divulgando seu mais recente disco “The Human Negligence is Repugnant”. Falando desta fase, como tem sido o trabalho de divulgação do álbum? A banda tem feito shows?

Ricardo Silveira: Valeu! Estamos muito contentes com a repercussão positiva tanto dos fãs como da mídia especializada. A divulgação tem sido feita por todos os meios que a gente tem disponível, Redes Sociais, Sites etc.. Enviamos material para o Japão, Europa e EUA. Esse mês saiu a resenha na Young Guitar (Japão) e estamos aguardando sair mais umas. Mês passado gravamos o Vídeo Clipe da música “Justice Done by Betrayers” em um cenário bem legal sob a direção de Lucas Cunha que no momento está editando e logo estaremos divulgando também. Shows, fizemos nossa terceira Tour na Argentina em maio (uma semana depois do lançamento aqui no Brasil) tocamos em Buenos Aires – Mar del Plata – San Juan – Mendoza. Aqui em POA no Beco (junto com a Hibria) e Opinião com Krisiun e Leviaethan.

Mais recente trabalho tem obtido ótimas críticas na mídia e com os headbangers

Road to Metal: A primeira coisa que este novo disco impressiona é pela sua capa. O artista foi o Marcelo Vasco. Como foi a elaboração da arte toda? Vocês indicaram o caminho ou o artista apresentou algo original dele?

Ricardo: Antes de entrar em estúdio para gravar já vinha conversando com o Marcelo sobre a temática das letras. A gente deu a ideia e ele começou a criar. Como ele já tinha feito a capa do “Unnatural Dilplay of Art” tínhamos plena confiança que iria vir uma capa animal e que em uma camiseta a arte iria ficar muito mais animal ainda.  

Road to Metal: Ao longo das 11 faixas parece que temos um fio condutor básico, mesmo que não seja um álbum conceitual, podemos dizer que em cada faixa a banda trata de algum aspecto “repugnante” do ser humano? Contem-nos mais sobre a temática.

André Meyer: Procuramos sempre direcionar o novo álbum a um assunto, mas não necessariamente que se torne conceitual, o “The Human Negligence is Repugnant” fala sobre a corrupção, a presença da injustiça que nos acompanha todos os dias, a desigualdade social que mata povos famintos, a luta de alguns por um dia melhor... isso tudo explica o aspecto “Repugnante”.


Road to Metal: "The Human Negligence Is Repugnant" mostra uma banda mais coesa, porém mais “melódica”, definindo cada vez mais uma característica própria no grupo.  Como funciona o processo de composição da banda? E sobre as melodias que estão cada vez mais presentes no som, é algo natural do processo ou é proposital que a banda arrisque cada vez mais?

Ricardo: Logo após o Unnatural já pensávamos que as próximas composições teriam que ter peso obviamente, melodia, refrões diretos e grudentos com letras com temas atuais e protestantes. O processo nesse álbum foi bem diferente dos anteriores, esse foi bem mais tranquilo e rápido. Eu ia gravando os riffs conforme surgiam as ideias quando estava tocando/estudando na minha casa e o Marcos na dele, já com os Grooves de batera e quando as letras iam ficando prontas comecei a Pré-Produção na minha casa, o André ia lá e gravava as ideias de voz. Fomos para o estúdio com a estrutura das músicas mais concretas, lá íamos lapidando junto com o Dio e o Nelson. A Pré-Produção foi um fator importantíssimo porque nós tínhamos como escutar as músicas depois de um tempo e sentir o som como fã, não só como integrante da banda e se fosse o caso ia ajustando o arranjo dos sons. Sobre as melodias é natural, surgem mais de forma espontânea assim como os riffs. A melodia é um ingrediente importante assim como o ritmo, é ela que faz a diferença entre as músicas, se não tem parece que você tá escutando a mesma música o disco todo. O que nós cuidamos é a dosagem certa de melodias e refrões sem que perca a agressividade e o peso da banda,  e usá-la  a nosso favor.

Formação da banda em 2009, ainda com Evérson Krentz (Sacrario) como baterista

Road to Metal: Em 2010, durante a divulgação de "Unnatural Display Of Art" (2009), vocês anunciaram a entrada do baterista Dionatan Britto. Sobre a saída de Everson Krentz, teria algum motivo em especifico? Perguntamos, pois realmente os fãs não esperavam tal mudança.

André: O que aconteceu é que tínhamos uma tour na Europa pra ser feita e o Everson disse que não poderia nos acompanhar, então ele sugeriu que procurássemos um outro baterista para fazer a tour, nós dissemos a ele que o fato de colocar um outro em seu lugar poderia ser definitivo e ele estava ciente disso. E foi o que aconteceu com a entrada do Dio. O Everson já vinha a um bom tempo se mostrando descontente com a Distraught, segundo ele mesmo “divergência musical”, o que ficava muito difícil de trabalharmos juntos, então foi mais que natural que o Dio ficasse definitivo na banda.


Atual formação estabilizada com Dionatan nas baquetas e um álbum em divulgação
Road to Metal: A banda está com uma formação estabilizada, embora o novo álbum conte com a estreia de Dionatan. Para você, Dionatan, como tem sido esse período desde a abertura para o Megadeth em 2010, até o atual momento em que lança material com suas baterias gravadas?

Dionatan Santos: Tem sido do caralho! Eu já era fã da banda, e agora sou mais ainda! (risos) Com certeza está agregando demais tocar com eles, não só ao meu currículo na música, como às minhas experiências e profissionalismo na área. Me sinto totalmente parte da banda, onde sempre sou ouvido e bem tratado.

Road to Metal: Conte-nos um pouco sobre a parceria com o guitarrista Diego Kasper (ex-Hibria), que sempre está presente nos álbuns da banda, sendo em participações ou ajudando nos arranjos das composições.

André: Esse é nosso irmão, sempre aprendemos muito juntos, o Diego é um cara de muito talento e bom gosto e a opinião dele em nossas músicas sempre teve um peso importante.

Ricardo: É verdade! O Diego, assim como o Abel, são aqueles amigos que a gente escolheu para ser irmão. Conheço-os há uns 22 anos, sempre trocando ideias sobre o universo da guitarra, da música, riffs etc... No “Unnatural...” compusemos a “Hellucinations” nos 45 do segundo tempo (risos) junto com o Diego e o resultado foi excelente. No inicio a ideia era que o Diego produzisse esse último álbum. A gente queria alguém de fora da banda, mas ele não podia assumir esse compromisso porque estava muito envolvido na parte de mixagem do DVD  “Blinded by Tokio” (Hibria). Mas, por um lado, acabei me puxando mais e aprendendo mais sobre gravação e produção e acabei produzindo junto com o André. Quando estávamos com todas as músicas prontas e faltando uns 3 meses para entrar no estúdio para gravar, fizemos algumas reuniões com o Diego e ele sugeriu suas ideias nos sons que ele achava que poderia melhorar, que foram a faixa titulo, “Psycho Terror Class”, “Infect” e  “My God is My War”. Dos 4 sons, a “Infect” foi a que desmanchamos totalmente o arranjo e refizemos.

Banda durante a apresentação ao lado dos amigos da Leviaethan e Krisiun

Road to Metal: Um dos últimos grandes shows da banda foi no Bar Opinião, em agosto, quando tocou ao lado dos colegas da Leviaethan e da mundialmente reconhecida Krisiun. Como foi a experiência de estar mano a mano com duas importantes bandas que, assim como a Distraught, contribuíram ou contribuem muito para a cena pesada, não apenas gaúcha, mas nacional e internacional?

André: Já tínhamos feitos shows juntos, mas não com as 3 bandas no mesmo evento, isso foi muito legal, é parte de uma história comemorada em uma noite. Todos ensaiavam no inicio em um estúdio nos fundos da casa do Flávio, Leviaethan, Krisiun, Distraught e muitas outras, então começamos juntos essa batalha, foi gratificante pra nós estarmos ao lado dos amigos tocando e se divertindo...

Road to Metal: São cerca de 22 anos de história. Isso é muito tempo para uma banda sobreviver no underground brasileiro e conseguir, álbum após álbum, mostrar que é uma das grandes forças do Thrash Metal brasileiro. André, você é o único membro original da banda. Seja honesto e nos diga: você se imaginava lançando álbum em 2012 ou ansiava por mais do que conquistara com a banda até aqui?

André: Sim, são 22 anos de trabalho duro sem férias (risos). 15 anos junto com o Ricardo e o Marcos, 7 anos com o Nelson e 2 anos com o Dio. No inicio tocávamos apenas por diversão, sem pretensão de muitas coisas, queríamos fazer shows, mas lançar um disco nem passava pela nossa cabeça, eu sempre procurei não alimentar grandes expectativas, sabia que tinha que ir subindo degraus, evoluindo aos poucos com meus companheiros, acho que por isso que continuamos vivos ainda.


Road to Metal: A banda já tocou algumas vezes na Argentina e tem sido comum para várias bandas do nosso país tocar por lá. O que falta para que aqui no Brasil bandas como a Distraught toquem regularmente e por todo o Brasil? Vamos mais longe: há planos mais concretos para uma turnê na Europa, por exemplo?

Ricardo: Queremos muito tocar no resto do Brasil, assim como fizemos em outros álbuns, mas a dificuldade em montar uma Tour no Brasil esta cada vez maior tanto para as bandas como para os produtores. Na maioria dos lugares só rola show nos finais de semana o que faz com que tenhamos muitos Day Offs, gerando mais custos para a banda.  Planos para tocar na Europa ou em outro continente sempre têm, mas não queremos fazer uma Tour desestruturada. Como não temos suporte de gravadora, o que é mais do que natural no Brasil, a banda tem que se financiar para isso, então tem que ser bem planejada. Na época do “Unnatural...” estávamos negociando com uma agencia booking daqui do Brasil por mais de um ano para marcar datas na Europa, mas por falta de profissionalismo deles acabou não rolando. 

Road to Metal: Para finalizar, deixe um recado aos leitores do Road to Metal e conte-nos os planos da banda para 2012.

André: Queríamos agradecer pelo espaço cedido na Road to Metal, e dizer para os leitores que valorizem aquilo que é nosso, temos ótimas bandas no Brasil,  isso é de grande importância para que a cena permaneça viva.

Ricardo: Agradeço também a Road to Metal ao Renato [Sanson} que está  sempre  presente nos shows apoiando a cena  e aos fãs e amigos que sempre nos apoiaram de forma direta  ou indireta.

Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

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Leia resenha do novo álbum clicando aqui.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Division Hell: Emergindo do Inferno

Primeiro registro da banda surpreende


De Curitiba/PR, a Division Hell pode até não ter muito tempo de vida (surgiu em 2010), nem um lançamento completo, mas só pelo que apresentam no EP “Apokaliptika” (2011), mostra muito peso e energia, ingredientes necessários para uma estreia em alto nível.

Formada pelo quarteto Ubour (vocal e guitarra), Renato Rieche (guitarra), Gino Gaier (baixo) e Eduardo Oliver (bateria), a Division Hell nos presenteia com três composições próprias, carregadas de muito peso, caminhando pelas fileiras do Death e Thrash Metal, mas soando com personalidade própria e moderna.

Banda já é conhecida em Curitiba e está expandindo seu nome para todo o Brasil

Dos vocais furiosos e graves de Ubour, aos solos velozes e cortantes de Rieche, a faixa-título inicia o CD, mostrando uma construção competente de uma forte canção, além de apontar para a ótima produção (sonora e visual, com uma capa sensacional), algo que as bandas no Brasil tem tido grande esmero nos últimos anos, e com a Division Hell não podia ser diferente.

Após o massacre inicial, segue a quebradeira com “Pray & Cry”, onde o batera Oliver apresenta toda sua capacidade de bumbos à velocidade da luz, com a caixa sendo literalmente massacrada, pura batera Death. Aliás, esta é outra faixa que deve gerar muitos mosh pits ao vivo.

Banda surge a partir de ex-membros da extinta banda Legion of Hate

Fecha este curto lançamento “Flesh Blood Desire”, que traz mais uns elementos do Groove Metal, mas sem aliviar o peso, apenas seu desenvolvimento apresenta momentos mais cadenciados, que caem na quebradeira novamente, mostrando, à exemplo das demais faixas, que a Division Hell está preocupada em não ser apenas mais uma banda de Death Metal, mas uma grata surpresa do cenário extremo nacional. Agora é aguardar o álbum completo, já que a banda afirmou estar compondo mais músicas.

Stay on the Road

Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica
Banda: Division Hell
Álbum: Apokaliptyka (EP)
Ano: 2011
País: Brasil
Tipo: Technical Death Metal/Death Thrash Metal
Assessoria: Island Press




Formação
Ubour (Vocal e Guitarra)
Eduardo Oliver (Bateria)
Gino Gaier (Baixo)
Renato Rieche (Guitarra)



Tracklist
01 – Apokaliptika
02 – Pray & Cry
03 – Flesh Blood Desire

Acesse e conheça mais sobre a banda

Assista aos vídeos promocionais de “Apokaliptika” e “Flesh Blood Desire”




Metallica: Biografia Intimista Relata a História da Banda




Escrever biografias deve exigir muito trabalho e dedicação, mesmo para quem está acostumado a desenvolver tal modalidade de escrita.

É o caso de Paul Stenning, autor de “Metallica: All That Matters (A História Definitiva)”, obra que saiu este ano no Brasil pela editora Benvirá.

Já conhecido pelos trabalhos como biografo de outros grandes nomes do Rock, como Iron Maiden e AC/DC, Paul traz um retrato intimista da banda de James Hetfield e Lars Ulrich, desde a infância dos mesmos, com especial destaque dessa dupla, até a chegada da banda ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2009.

Os 4 jovens tomando o mundo com seu som rápido e pesado

Quase 400 páginas foram o bastante para que, após a leitura, pudéssemos sair sabendo de coisas muito importantes vivenciadas pelo grupo da Bay Area, definitivamente nos mostrando que o sucesso não vem sem muito suor e trabalho.

Percebe-se que Stenning tem uma notória admiração por James, retratando-o como uma pessoa de grande personalidade, que enfrentou uma infância repressiva (seus pais seguiam a chamada Ciência Cristã), passando pelo seu abuso de álcool (dando a entender que realmente a banda mais bebia do que propriamente fosse usuária pesada de drogas ilícitas), tanto é que a edição brasileira traz James na capa.

Cliff Burton, morto em 1986
A tradução para a língua portuguesa deixa o texto de fácil entendimento, não causando aquela impressão presente em alguns trabalhos de que você não entendeu o que acabou de ler, embora seja identificado alguns erros gramaticais, mas nada que comprometa a obra, em absoluto.

Interessante também o livro nos localizar no contexto sócio histórico dos anos 70 e 80, época crucial para o surgimento do Thrash Metal, ainda classificado como Speed Metal pelos norte-americanos.

Das beberragens e mudanças de formação (e, sim, fala-se de Dave Mustaine, atual Megadeth, sendo perceptível que Paul não gosta dele), à primeira turnê europeia (graças aos contatos do jovem dinamarquês Lars), da onde veio o roubo do equipamento e o frio e a fome, superados para seguir-se aos lançamentos, cada vez mais maduros, de “Ride the Lightning” e “Master of Puppets”.

Mas, definitivamente, um dos pontos marcantes dessa história, foi a morte do baixista Cliff Burton. É de emocionar os depoimentos da banda, amigos e pais de Cliff, além do relato fiel do que aconteceu naquele dia trágico durante a turnê pela Suécia, quando o ônibus da banda tomba, jogando o querido e talentoso baixista na pista, esmagando-o e matando-o:

Relato do acidente que matou Burton é um dos pontos mais emocionantes da obra

“No quarto de hotel, Hetfield demonstrou sua raiva e dor da única forma que conhecia – com violência. Berrando o mais alto que conseguia, estilhaçou duas janelas do quarto. Assim que chegaram, todos foram beber – apesar de ainda ser cedo, de manhã – em uma tentativa desesperada de bloquear a dor e o choque.
James Hetfield, que se sentia o mais próximo de Cliff, lidou com a perda como se fosse uma mãe chorando a perda de um filho. Saiu às ruas de Copenhague, na região do hotel, e, inebriado pela bebida, começou a gritar pelo amigo morto. Mais tarde, Kirk contou: ‘Quando ouvi aquilo, comecei a chorar’”.

Paul aproveitou para tecer comentários a cada lançamento, como se escrevesse resenhas dos discos, mas tudo dissolvido dentro do texto claro e coerente, fazendo a leitura fluir com rapidez e interesse.

Paul considera positiva a fase "Load" e "Reload" da banda, na 2º metade da década de 90

A chegada de Jason Newsted, o tratamento desleal que a banda lhe dava, relatado pelos próprios músicos remanescentes, mostram uma faceta tranquila e talentosa do baixista, que deixou a banda, por não aguentar o fato de não poder colaborar nas composições, culminando com a entrevista polêmica para a Playboy norte-americana e a luta de Lars contra a Napster.

Interessante também é acompanhar um pouco do que aconteceu para o nascimento perturbador de "St. Anger" (2003), verdadeira bizarrice na história da banda, até sua recuperação com "Death Magnetic" (2008) e sua coroação no Rock and Roll Hall of Fame.

Em 2009, Jason se reúne com o Metallica para entrar para a história reconhecida do R&R
Minha intenção não é oferecer um resumo da obra, mas indica-la obrigatoriamente aos fãs da banda e também àqueles que desejam saber um pouco mais sobre esse movimento (com foco na banda, claro) que foi o Thrash Metal norte-americano tomando o mundo aos acordes da banda.

Stay on the Road

Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação



Ficha Técnica
Livro: Metallica: All That Matters (A Biografia definitiva) 
Autor: Paul Stening
Ano: 2012
Editora: Benvirá

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