O Death Metal continua sendo um
dos estilos mais atraentes do Heavy Metal, pois a variação musical que muitas
bandas apresentam impressionam, e mostra que o estilo em si é uma gama musical
rica e solida.
Não seria diferente com os
catarinenses do Sagrav em seu Debut “Kingdom Of Chaos” (19), que apresenta uma
produção de primeiro mundo (gravado e mixado por Fernando Nicknich no Estúdio
do Gere e masterizado por Neto Grous no conceituado Absolute Master) e
composições altamente diversificadas – sem exageros técnicos – e com muito
feeling e conhecimento de causa.
A velocidade não é uma constante
no trabalho, o que se entrelaça com o Death Metal old school, mas sem soar
datado, os flertes com ares mais atuais são perceptível e se entrelaçam
perfeitamente com o peso e agressividade que esbanjam.
Os riffs em profusão com solos
bem elaborados são o carro chefe de “Kingdom Of Chaos”, tendo uma base bem construída
do baixo e bateria com as vocalizações cavernosas.
Um álbum honesto e cheio de vida,
mostrando todo o poder sonoro do nosso underground.
Ah tempo de mencionar a bela
parte gráfica desenvolvida pela Burn Artworks em uma capa absolutamente
chamativa e criativa, assim como o design do layout gráfico que ficou de
primeira.
O Magnum é aquela típica banda que pode ser colocada naquela lista das injustiçadas, porque pela sua qualidade deveria ser muito mais reconhecida. Mas acho que esse quadro reverteu bastante, e os ingleses e seu belíssimo e refinado Classic Rock/Melodic Rock com nuances progressivas e sinfônicas têm ganhado mais fãs e visibilidade.
Além do excelente trabalho da gravadora SPV, que tem colocado os trabalhos do grupo em muito mais lugares, há claro também a sequência de ótimos álbuns da banda, além da visibilidade por outros canais, como a participação do vocalista Bob Catley no Avantasia, cujo mentor e criador, Tobias Sammet, é grande fã do cantor, inclusive também aparecendo como convidado no mais recente álbum do Magnum e em shows da banda.
Este duplo ao vivo, "Live At the Symphony Hall" foi gravado no final de uma sequência de shows da tour de promoção do álbum "Lost on the Road to Eternity", o vigésimo álbum da banda, e é um registro essencial e merecido, para coroar essa marca da banda e também a excelente fase.
O show programado para o registro do álbum ao vivo foi envolto de elementos positivos, a entrada de Lee Morris e Rick Benton trouxe fôlego renovado, e a dupla Tony Clarkin e Bob Catley com certeza ainda tem muito ainda a oferecer, e o aclamado mais recente trabalho de estúdio provaram isso. A gravação na terra natal da banda, Birmingham, além do fator local, já trouxe a banda ainda mais entrosada.
São 40 anos e 20 álbuns, então não é tarefa fácil escolher um set-list, mas temos uma boa compilação de canções mais recentes, e naturalmente do álbum de 2018, representado aqui por 4 faixas, e claro, outras músicas marcantes da carreira do grupo, como "Les Morts Dansant", "Vigilante" e "The Spirit".
Há participações bem especiais abrilhantando o show, e Tobias
Sammet (Avantasia, Edguy) aparece para viver em palco seu dueto com Catley em "Lost On The Road
To Eternity" e reaparece no final, junto à Catley na linda "When The
World Comes Down". Rebecca Downes adiciona
vocais a “Without Love” juntamente com outro veterano baseado em Birmingham,
Lee Small (Shy/ Phenomena).
Não há como apontar destaques, e isso mostra o quanto o Magnum produziu de músicas de qualidade e bom gosto, e os temas mais recentes estão à altura de clássicos do passado. E esses clássicos soam renovados, com alguns arranjos diferentes, principalmente nos teclados, e é isso aí, boa música não envelhece, as canções de 30, 40 anos atrás soam frescas e homogêneas.
Magnum é garantia de qualidade, 40 anos produzindo grandes canções, e renovando mais uma vez o fôlego, e com certeza Catley, Clarkin e o Magnum estarão por aí por mais um bom tempo mostrando à muitas outras bandas, até mais novas, como é que se deve fazer e não ficar produzindo música só por obrigação, mas para sua satisfação e consequentemente dos seus fãs.
Assim como outros shows gravados
para e TV ou rádio, como a série BBC Live Sessions, este “Live in Atlantic
City”, concerto do Heart realizado em 2006 e veiculado pelo canal VH1 em sua
série “Decades Rock Live!”, finalmente foi disponibilizado em CD/DVD ou Blu-ray,
tendo uma cuidadosa remasterização sonora.
A apresentação traz as irmãs Nancy e
Ann Wilson juntas a vários convidados especiais, entre eles, Dave Navarro
(Guitarrista do Jane’s Addiction e Red Hot Chili Peppers), Carrie Underwood
(que iniciava sua carreira de sucesso, após vencer o concurso American Idol),
Duff McKagan (Guns n’ Roses) e a banda Alice In Chains.
As irmãs Ann e Nancy iniciaram a
carreira com o Heart no início dos anos 70, e com seu Classic Rock com pitadas
de Folk, acumularam vários sucessos, como “Barracuda”, “Crazy on You” e “Magic
Man”, além de hits bem radiofônicos nos anos 80, como as baladas “Alone” e
“These Dreams”.
A banda original sofreu muitas mudanças, e somente as irmãs
Wilson permaneceram mantendo a banda na ativa, lançando trabalhos regularmente
e mantendo o legado, que vendeu mais de 35 milhões de álbuns pelo mundo.
Este “Live in Atlantic City” é um
belo presente aos fãs da banda, com um set-list bem escolhido, contendo canções
expressivas da carreira do Heart, como “Bébé le Strange”, “Crazy on You” e
“Alone”. Também há versões para dois clássicos do Led Zeppelin, influência assumida da banda, “Rock and Roll”
e “Misty Mountain Hop”.
Em uma performance com muita musicalidade e energia, destacam-se ainda
“Lost Angel” e “Dog and Butterfly”, ou seja, um set-list fugindo um pouco dos hits e baladas mais radiofônicas da carreira, dando mais ênfase no rock clássico e lindas canções com aquele acento folk, mostrando o quanto a banda possui de pérolas em seu repertório.
Há o interessante contraste com a participação
do Alice In Chains, com duas canções suas no set, “Would?” e “Rooster”, que acabam soando bem diferentes do restante.Duas
gerações do Rock de Seattle representadas no palco.
E claro, destaque também
para o final explosivo com “Barracuda”, onde todos os convidados sobem ao palco
para participar, ou seja, muita energia numa versão mais porrada, com direito a 4 guitarras duelando!
Enquanto as irmãs Wilson e o Heart não
retornam com material novo, pois estão em um “hiato” desde 2016 por problemas
familiares, este é um excelente material para os fãs, preenchendo, digamos, uma
lacuna e aplacando a falta de novas canções. O pacote com CD e DVD está
disponível no Brasil via Shinigami Records.
Após cerca de 3 anos do último trabalho de estúdio, os suecos do Enforcer apresentam "Zenith", seu quinto álbum em 15 anos de carreira. A banda tem seu estilo moldado e inspirado no Heavy Metal e Speed Metal 80's, inclusive incorporando essa inspiração em suas performances e figurinos de palco. Muitas vezes a música do Enforcer pode soar clichê, mas os caras fazem tão bem feito que, quem curte o estilo vai abraçar a ideia toda.
Em "Zenith" a banda manteve a estética 80's, mas tirou um pouco o pé do acelerador, tendo predominância de músicas com andamento mais cadenciado, como "Die for the Devil", carregada de elementos do Heavy e Hard 80's, naquela levada hit de arena ("Shout at the Devil" do Mötley, por exemplo), refrãozinho pra lá de grudento; e "Zenith of the Black Sun", menos Hard Rock que a anterior, mas em que esse andamento mais meio tempo funciona bem também, destacando os corais épicos.
Também nessa levada mais meio tempo, porém naquele estilo "hino", como em "Forever We Worship the Dark", que pode soar um pouco "brega" demais para alguns ouvidos.
O álbum vai tocando e é fácil notar mais presença de melodias grudentas e elementos do Hard Rock, adições bem marcantes, com a banda trazendo até mais teclados, arranjos orquestrais e coros, fazendo com que sua sonoridade se torne mais acessível. Temos por exemplo a balada "Regrets", com arranjos de piano, refrão e coros bem melodiosos. Acredito que é a primeira balada em um disco do Enforcer. Lembrou-me alguma coisa de Stryper, além de honrarem a escola sueca de criar melodias grudentas e marcantes.
O Speed Metal, muito mais presente nos álbuns anteriores, não foi abandonado, e faixas como "Searching for You" e "Thunder and Hell" vão satisfazer os fãs da velocidade.
Um álbum em que o Enforcer buscou trazer novos elementos, com maior ênfase nas composições em andamento meio tempo, além das melodias mais "fáceis" e mais marcantes, somadas ao estilo sueco de criar canções cativantes. Fugiu daquela ciranda do auto-plágio, e creio que a banda foi bem sucedida nessa sua evolução sonora, embora para alguns possa soar mais acessível, e as melodias e nuances Hard Rock terem se sobressaído ao Speed Metal.
Enfim, diversão garantida com muitos riffs, refrão e melodias marcantes, e a inspiração no Heavy Metal e Hard 80's ainda batendo muito forte no peito.
Texto: Carlos Garcia
Ficha Técnica:
Banda: Enforcer
Álbum: "Zenith" 2019
País: Suécia
Estilo: Heavy Metal, Speed Metal, Hard Rock, Heavy Metal 80's
O Metal nacional e sua “sina” de ter grandes nomes, mas pouca
visibilidade. Porém alguns artistas descartam essa pressão de “reconhecimento”
a curto prazo e curtem o seu trabalho fazendo essa tarefa árdua chegar ao
natural em seus pilares. Dizer que o Forkill não ama tocar Thrash Metal seria
um sacrilégio, pois os caras nasceram para isso e curtem cada momento, e quem
sai ganhando? Nós os apreciadores do estilo e do Heavy Metal em geral.
Conversamos com o líder e guitarrista Ronnie Giehl que nos fala do novo
momento da banda, as dificuldades em suas lacunas e da superação com o novo
álbum lançado, que vem abrindo portas e mostrando que os cariocas já são uma
realidade.
Assim como qualquer banda do nosso cenário, o início sempre é
complicado, seja pelas adversidades de estabilizar uma formação, conflitos da
direção sonora e etc...
“Apesar da demora em lançar o
novo álbum (6 anos), o Forkill sempre esteve em atividade. Tivemos muitos
problemas com trocas de formação, (hora batera, hora vocal/guitarra), e
atrapalhou muito a banda que tem por finalidade fazer um trabalho sério. Infelizmente
muitos músicos que passaram por aqui, não tiveram o comprometimento e seriedade
necessária para fazer um trabalho correto e quando começam a atrapalhar o
andamento é hora de trocar.”
Mas nada melhor que superar as barreiras com um novo lançamento, e é
isso que o Forkill fez e nos brindou com um dos melhores álbuns de Thrash de
2019.
“The Sound of the Devil's Bell significa
muito, marca um trabalho de luta, dedicação, insistência e que temos muito
orgulho de conseguir lançar e superar os problemas. Ao mesmo tempo a banda tem
como principal característica, nunca se acomodar com situações adversas e
sempre enfrentar e vencer desafios e todas dificuldades que aparecem. Isso nos
fez crescer e nos deixa mais fortes sem dúvida. O Forkill sempre foi uma banda
de palco pois é lá que as coisas acontecem e nele nos sentimos mais à vontade
para mostrar nosso trabalho. Realmente, tocar numa banda
de Metal é muito difícil pelas circunstâncias, mas amamos isso e assim seguimos
em frente.”
Foram seis anos de espera até “The Sound of the Devil's Bell” nascer, e
a evolução entre o Debut (“Breathing Hate” – 13) e o novo lançamento são
latentes, como explica Ronnie:
“Acho que o principal foi o
amadurecimento da banda e esse álbum marca bem isso. Sempre procuramos melhorar
em todos os pontos e tivemos em nosso produtor – Daniel Escobar – uma forte
parceria em nos auxiliar em termos de sonoridade ao longo da gravação. Ficamos
mais experientes também, aprendemos bem como trabalhar nossas principais
características, para assim moldar e encontrar o nosso próprio estilo.”
Mas para essa evolução foi necessária uma mudança brusca em sua
formação, como explica o guitarrista:
“Não é fácil
depositar confiança num músico e da noite para o dia ele resolve abandonar
tudo, te deixar na mão em termos de agenda e compromissos importantes. Mas
mudanças quando necessário, são inevitáveis para a engrenagem voltar a rodar a
todo vapor. Tem o ditado que diz: “à males que vem para o bem” e
nesse caso aqui é muita verdade. Não adianta dar soco na ponta de faca e
insistir com alguém que te puxa para baixo, não demonstra força de vontade e
dedicação em busca de objetivos específicos em comum. Ninguém é insubstituível
e temos uma metodologia de trabalho a cumprir. Se o músico não corresponde mais
a nosso método, é hora dele partir e assim tem acontecido infelizmente. Claro
que isso torna o nosso trabalho mais difícil, atrasa todo planejamento, e
perdemos oportunidades importantes, mas mesmo assim acreditamos em nosso
potencial e lutaremos por ele. Temos amor ao Metal e fazemos isso pois gostamos
de tocar e principalmente nos divertir tocando Thrash Metal. As dificuldades
são muitas a toda hora e é aí que sabemos separar quem serve de verdade, de
quem está brincando.”
“The Sound of the Devil's Bell” apresenta uma arte formidável pelo
grande artista Rafael Tavares, rica em detalhes e ao mesmo tempo agressiva.
Ronnie comenta como foi a escolha do artista e da arte em si.
“Já acompanho o Rafael Tavares a
muitos anos e sempre achei que ele faz um trabalho fantástico! Desde o começo
da gravação, queria a arte da capa assinada por ele e assim foi. Passamos as
idéias, e ele captou muito bem o que tínhamos em mente. A capa retrata muitas
situações do que passamos nas letras num todo, representa muito bem a temática
das músicas e Rafael fez uma arte incrível, ajudando a valorizar ainda mais o
disco.”
Com um novo material lançado nada melhor que divulga-lo através de
shows e claro, tendo aquela bela ajuda das redes sociais, o que hoje é
inevitável para os artistas que querem mostrar sua música para o mundo.
“Estamos promovendo o álbum
através de shows e das redes sociais que ajudam muito! Tem rolado um bom
retorno, resenhas superpositivas e também grandes oportunidades.
Aproveitamos também e lançamos o
clipe do primeiro single para a música “Emperor of Pain”, o retorno foi sensacional
e abriu muitas portas. Penso que o vídeo clipe
hoje em dia é muito importante para a banda e vamos investir mais nesse formato
em breve. Sem dúvida ele nos possibilitou uma maior visibilidade ao público e
sentimos que a aceitação foi sensacional!Em
breve também, estaremos lançando o nosso primeiro Lyric Vídeo para a música “Warlord”
e vai ser o segundo single a promover o álbum. Mas é nos shows que recebemos o
retorno para valer. Ver a galera cantando as músicas junto, batendo cabeça e se
divertindo no mosh pit nos dá força para seguir em frente.”
Em tempos em que a era digital domina, não é sempre que vemos uma banda
underground lançando seu material em formato físico, ainda mais em edição
luxuosa, porém o Forkill se preocupa com esse quesito, e pensa ser tão
importante quanto o lançamento nas plataformas digitais.
“Sempre fui
colecionador, ainda acho o CD/vinil muito mais legal e sempre vai fazer parte
da cultura dos Headbangers! Ainda uma parte do público do Metal mantém essa
tradição viva e esse CD é em especial para esse pessoal, que coleciona.
Montamos o formato do CD (Slipcase, pôster, encarte com as letras, fotos e
informações com 20 páginas) em parceria de idéias com nossa gravadora (DarkSun
Records) e que apostou em fazer assim, dando esse lindo material aos fãs que
adquirem o formato físico. É claro que sabemos da importância das plataformas
digitais que ajudam a atingir um grande público, com muita rapidez e temos nos
adaptado bem a essa era. Muitos conheceram a banda ali, escutaram, curtiram o álbum
e acabaram adquirindo o CD.”
A máquina não para e o Forkill já está trabalhando em um novo material,
e Ronnie nos adianta o que podemos esperar para o futuro.
“Estamos com novas idéias, muitos
riffs e até algumas músicas prontas. Temos planos de aproveitar o bom momento e
lançar um EP em breve!
Aproveitando gostaria de
agradecer pela a oportunidade e pelo espaço. Espero encontrar com muitos de
vocês nos shows!Apoiem as suas bandas
preferidas do underground, pois isso é muito importante para elas...
Precisamos de mais uma versão do Rhapsody? Essa pergunta me veio a mente quando a dupla Turilli e Lione anunciaram que estavam trabalhando em um novo álbum, fruto das boas energias reunidas com a Farewell Tour, celebrando os 20 anos do Rhapsody original.
Essas tours nesses moldes, reunion/anniversary, são meio que caça-níqueis, mas tem o outro lado, aquele de que muitos fãs terão chande de ver alguns músicos no palco juntos novamente (Pumpkins United, por exemplo), ouvir alguns clássicos, então acho válidas, bom para o fã e para o artista, e quem não curte não vai e pronto.
Álbuns reunindo formações e ou parte delas também seguem por essa linha, então, depois da bem sucedida Farewell Tour do Rhapsody com Lione e Turilli, era quase certo um trabalho reunindo a dupla.
Respondendo a pergunta que me fiz, eu acredito que sim, uma versão do Rhapsody com Lione e Turilli seria válida, e gostaria de ouvir algo novo vindo deles. Para mim a voz do Rhapsody não tem outra, é Lione e ponto final. O Rhapsody Of Fire lançou um trabalho novo recentemente, um álbum legal, mas nada que realmente empolgasse, longe ainda dos primeiros discos quando existia uma versão só.
Chegou a hora e a dupla, acompanhada de outros músicos que passaram por formações do Rhapsody, apresentam ao mundo "Zero Gravity (Rebirth and Evolution)", e posso afirmar, não é um álbum simplesmente para ir na carona dos bons resultados da tour, e aproveitar a curiosidade e expectativa, é um excelente álbum de Epic Symphonic Metal, e traz um ar de renovação para o estilo.
Não é só o logo que está diferente, que abandonou o estilo medieval do original - esse ficou com o Rhapsody of Fire, as influências neo-clássicas saíram um pouco de cena para dar lugar à um tom mais futurista.
A dramaticidade, arranjos sinfônicos e incursões eruditas estão presentes, com esses novos elementos, que também incluem trechos utilizando instrumentos e sonoridades étnicas (indiana e persa, por exemplo), além de melodias que remetem ao Queen, como na ótima "I Am", que mixa o Symphonic Metal com trechos operísticos, com muita dramaticidade, tempos moderados com arranjos de piano e saxofone ao fundo.
Da mesma forma é em "Decoding the Multiverse", que também traz Lione em vocais bem dramáticos e trechos com DNA do Queen, porém com arranjos mais velozes nas partes Symphonic Metal, e claro. melodias marcantes não faltam.
O "Cinematic" ou "Hollywood Metal", como eles gostavam de definir o seu som, pode ser usado aqui, e em faixas como a abertura "Phoenix Rising", onde temos aqueles elementos que o fã encontrava nos primeiros álbuns, ou seja, arranjos grandiosos e melodias marcantes. Simphonic Metal explosivo, dramático e com essa nova roupagem futurística e incursões de instrumentos étnicos.
Lione está no seu habitat, e as suas linhas vocais são uma marca fortíssima na identidade do Rhapsody, e fez um trabalho excelente, com grandes interpretações, usando de muita dramaticidade e teatralidade (foram gastos 3 meses somente nas gravações das vozes, então, eles realmente trabalharam para trazer o melhor álbum possível).
Em "Zero Gravity", a faixa título, por exemplo, ele alterna vocais dramáticos e melodiosos com maestria. Turilli também está ótimo, criando grande melodias e solos, e a química da dupla é incontestável; E nesta mesma faixa, além dos arranjos com melodias orientais, há belos arranjos de teclados e trabalho majestoso de guitarras.
Os belos arranjos de piano são o destaque na balada "Amata Immortale", que traz outra característica do clássico Rhapsody, que são as canções em italiano. Com o acompanhamento de vocais femininos, Lione mostra seus dotes de cantor clássico. Também em italiano temos a grandiosa faixa final, "Arcanum (Da Vinci's Enigma)", com vocais clássicos e corais fantásticos.
E claro, além das faixas que destaquei, seguindo essa mesma linha, com muita coesão dos elementos, e "D.N.A.", que traz Elize Ryd como convidada, e já foi apresentada como single, e provável foi já usada por ser um Symphonic Metal mais tradicional, para apresentar gradualmente essa nova fase, "Fast Radio Burst", "Multidimensional" e "Origins" são também muito boas.
"Zero Gravity " reflete o que seu sub-título diz "Rebirth & Evolution", renascimento e evolução. Um belo de um trabalho, sonoridade renovada em uma obra de Metal sinfônico, futurístico, progressivo e operístico, carregado de dramaticidade e melodias memoráveis. Realmente, a química da dupla Turilli e Lione é um diferencial. Desse Rhapsody a cena precisava.