Testoni: Os músicos são novos no Casa, mas todos tem muita experiência e vivência musical, o único mais novo em idade é o Cadu Moreira (guitarrista), mas traz na sua mala um grande conhecimento musical, é formado em Licenciatura em Música e também já fez parte de algumas bandas, o nosso baixista é nada mais, nada menos que o Geraldo Vieira (Geraldinho), músico de um nível altíssimo que já tocou e gravou com vários nomes como, Raul Seixas, O Terço, Terreno Baldio, Kiko Zambianchi, e outros.
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"O Casa das Máquinas é como uma escola" |
Testoni: Brilho nos Olhos trará uma mescla do que foi o Lar de Maravilhas e o Casa de Rock, que são estilos marcantes do Casa das Máquinas.
Testoni: Lançamos A Rua, Brilho nos Olhos e Tão Down ( N. do R.: Lançado recentemente o single "Horizonte"), estamos voltando para o estúdio, como estamos com as músicas praticamente prontas, é só gravar e fechar o trabalho, acredito que ainda lançaremos mais um Single. Essa Pandemia atrapalhou toda programação, tínhamos um lançamento do CD no dia 13/06/2020 no SESC Pompeia. Será lançado em CD, Vinil e talvez K7, juntamente com a Monstro Discos.
Testoni: É verdade, o primeiro Álbum estava indefinido, na verdade iria sair com o nome de Novos Incríveis, mas por sugestão do empresário da época foi mudado para Casa das Máquinas.
Testoni: Com a minha entrada e do Marinho Thomaz, o Casa passou a ter uma identidade, que na época caiu para o Rock Progressivo, até porque como eu tive uma formação Erudita foi uma coisa natural e somando com o que ouvíamos na época, não deu outra, caímos no Prog.
Testoni: Eu acho que Lar de Maravilhas é a melhor música do álbum, mas a Som Livre optou por Vou Morar no Ar, que também é uma música muito boa, enfim foi a música que mais tocou e alavancou o Álbum, mas temos Astralização, Vale Verde, que são obras primas, na minha opinião.
Testoni: Então, o disco Casa de Rock começou a ser gravado com dois bateristas, tecladista e um guitarrista...... muito louco né? Mas foi o que aconteceu, gravamos algumas faixas com essa formação, na verdade o Pisca que era o guitarrista, gravou os baixos primeiro e depois as guitarras e violões, e em playback eu os teclados, o Simbas entrou na banda sofrendo, pois as tonalidades foram feitas para a formação que tínhamos, Aroldo e Carlinhos cantando, mas acabou dando certo, e mesmo estando altas as tonalidades o Simbas acabou dando conta do recado e ainda trouxe para gravar, a música “Stress”.
Testoni: O estigma do roqueiro sempre foi o marginalizado, independente do que a pessoa é ou faz, sempre terá o direito de se expressar em qualquer assunto ligado a sua realidade, sua vida, seu dia a dia, seus familiares. Só acho que cada um deveria cuidar do seu quintal, se formos ver a história a Inglaterra do Waters e outros já fizeram muitas falcatruas, já destruíram muitas coisas e já aniquilaram muitas pessoas........ falar dos outros sempre é fácil, deixe que nós cuidamos do nosso quintal, ou pelo menos tentemos cuidar......
Testoni: O atual cenário CULTURAL é desastroso, não só no Brasil, claro que aqui é maior, por sermos um País de quinto mundo tudo é mais difícil, mais complicado, ainda bem que os dinossauros estão na ativa e voltando, aqueles que estão ainda nesse plano, se esperamos alguma coisa mudar em relação ao Rock, a música, letras, CULTURA de um modo geral, estaremos fritos no azeite.
Cadu: É complicado, a grande mídia tenta empurrar lixo, desde música a comportamento, tentam colocar essa coisa mais vazia, para que a população consuma. O que tentamos fazer é o oposto. O rock tem que voltar a ser essa música de protesto, de contracultura ele sempre viveu mais no cenário underground. Acredito que a influência dos anos 70, deveríamos conhecer mais. Principalmente para quem é do interior, as informações parecem que não chegam.
Hoje a internet está aí, mas mesmo assim, parece que essas informações não chegam. Se não temos um meio de chegar a essa informação mais naturalmente, dificilmente alguém vai ouvir um Rock Progressivo, por exemplo. Através do Testoni, acabei me aprofundando muito mais nesse mundo, e é impressionante a riqueza da música daquela época. E muitas dessas bandas ainda estão aí. Essa música deveria chegar a mais pessoas, provavelmente não estarão na grande midia, mas através da gente. Procuro mostrar a amigos, e eles se surpreendem, e eu mesmo também, descobrindo novas coisas.
Testoni: Um grande abraço a todos e espero que curtam o novo Álbum do Casa das Máquinas, Brilho nos Olhos.
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Os 4 singles do vindouro novo álbum |