Sabendo disso, o Krisiun trabalhou muito no seu novo álbum, o sucessor de “Southern Storm” de 2008, e surpreendeu, pois saiu da sua zona de conforto, já que estão naquele grupo de bandas que possui uma base de fãs fieis que sempre esperam com bons olhos os seus lançamentos. Dificilmente se eles gravassem um novo “Conquerors of Armageddon“ (considerado o maior clássico da carreira do grupo) a galera iria reclamar, mas o trio gaúcho foi além de suas próprias fronteiras musicais e o resultado disso torna o seu álbum um dos melhores de sua carreira.
“The Great Execution” (2011) é sem dúvida um álbum viciante e cada nova audição você acaba descobrindo novos detalhes, percebe como foi bem dosado o equilíbrio entre bases mais cadenciadas ao lado de verdadeiros quebra pescoços que você realmente fica na dúvida de como apenas 3 caras fazem tamanha destruição. É claro que uma boa produção ajuda e nesse ponto o figurinha carimbada de Andy Classen manteve a boa fase com uma sonoridade orgânica e muito densa, caindo como uma luva nessa nova fase do grupo.
Krisiun no estúdio com o produtor Andy Classen
Um belo interlúdio dá inicio a “The Will to Potency”. São poucos segundos de calmaria que dão espaço para um ataque riffs espetacular. Repare como Moyses se tornou mais versátil, sendo que em muitos momentos sua guitarra se aproxima do Metal mais tradicional. Ouça “Blood of Lions” e a faixa titulo para comprovar.
Já em faixas como “Descending Abomination” e “The Extremist Alex”, Alex Camargo consegue se distanciar ainda mais dos outros vocalistas de Death Metal mundial, porque ele consegue vociferar que nem um urso raivoso, ao mesmo tempo que é fácil entender o que ele está cantando, coisas que só um longo período na estrada e muita técnica fazem.
Falando em técnica, não poderia deixar de citar o “MONSTRO” Max Kolesne (bateria). Está na hora da ciência comprovar que esse cara não é um ser humano, porque a velocidade e a técnica que ele atinge é absurda. É até engraçado lembrar que alguns posers, 10 anos atrás, acusaram o cara de usar bateria eletrônica no “Ageless Venomous” (20101) e aqui vem mais uma lição de como uma bateria pode soar brutal.
Provando que esse é um trabalho diferente na carreira, o Krisiun nos brinda com duas participações especiais: a primeira em “The Sword of Orion” do guitarrista Marcello Caminha da dupla Cesar Oliveira e Rogério Mello (confesso que nunca ouvi falar) que ao longo da faixa acrescenta um dedilhados bem interessantes que ficaram bem incorporados na música.
Já a segunda participação, é uma figura carimbada no Punk nacional, o polêmico João Gordo (Ratos de Porão) e ai amigos, podem falar o que quiser do cara, mas quando ele começa a cantar (ou berrar, se preferir), não fica pedra sobre pedra e nunca o nome de uma música veio tão a calhar porque aqui é realmente uma “Extinção em Massa”, um crossover de Krisiun com Ratos de Porão e que ao vivo deve abrir circle pits mortais.
Krisiun e João Gordo no Kool Metal Fest (24/09/11), executando "Extinção em Massa"
“Shadows of Betrayal”, a ultima faixa, caminha por mais de oito minutos e causa aquela sensação de cenário pôs apocalíptico. Uma obra prima que fecha um trabalho primoroso.
É, meus amigos, estamos vendo o nascimento de um clássico e mais uma vez o trio gaúcho surpreende o mundo.
Texto: Harley
Revisão/Edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação, Phil Rogers e Sah Guerreiro
Ficha Técnica
Banda: Krisiun
Álbum: The Great Execution
Ano: 2011
País: Brasil
Tipo: Death Metal
Gravadora: Century Media
Formação
Alex Camargo (Vocal e Baixo)
Moyses Kolesne (Guitarra)
Max Kolesne (Bateria)
Tracklist
1. The Will to Potency
2. Blood of Lions
3. The Great Execution
4. Descending Abomination
5. The Extremist
6. The Sword of Orion
7. Violentia Gladiatore
8. Rise and Confront
9. Extinção em Massa
10. Shadows of Betrayal
Veja "Extinção em Massa" ao vivo aqui.
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Veja teaser do álbum
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