sexta-feira, 16 de março de 2012

Napalm Death: Definição Ampla de Grindcore



A frase que dá título a esse texto é uma citação do grande vocalista Mark "Barney" Greenway, e mesmo ele não sendo um membro fundador, é hoje uma das engrenagens principais que mantém a máquina de destruição sonora chamada Napalm Death, que desde 1987 nunca amaciou sua sonoridade e, mesmo acrescentando novos elementos, mantém o espírito brutal de sempre. O décimo-quarto álbum de estúdio está aí, e podemos sorrir e quebrar o pescoço bangueando, porque a podreira é de responsa!
Para situar os fãs, vale dizer que a banda não vive presa ao seu passado, ou seja, não espere um “Scum” Parte 2. Quem curtiu "Time Waits For No Slave" (2009), vai ver que as melodias apresentadas naquele trabalho são mantidas, e parece que as críticas feitas na época chegaram aos ouvidos do grupo inglês, porque "Utilitarian" mantém as experimentações, porém é muito mais brutal que seus antecessores.
Antes de mais nada acho que é dever geral citar o engajamento político deste trabalho. Na realidade é uma característica recorrente do grupo (vide a capa de Scum) temas como ética, meio ambiente e guerras.
O termo "Utilitário", resumidamente, pode ser encarado como a valorização moral das ações coletivas, o que é totalmente utópico na nossa sociedade, cada vez mais egocêntrica e individualista. Uma temática rica, que com certeza ajudou a despertar o ódio dos músicos. A propósito, quem completa essa formação ao lado de Barney é Mitch Harris, nas guitarras e backing vocals, um monstro das baquetas chamado Danny Herrera e o baixista multi-bandas, Shane Embury (na boa, como esse cara consegue participar de tanta banda boa como Brujeria, Lock up entre outras?)
A barreira entre o som podre e o mal gravado é muito estreita, e sabendo desse risco, a produção deste trabalho caiu nas mãos do cara certo, o que Russ Russel (Dimmu Borgir) fez vai servir de modelo para as próximas gravações! Ao mesmo tempo em que é executado um verdadeiro caos sonoro, todos os instrumentos soam cristalinos e audíveis. Parece um paradoxo, mas é de ficar boquiaberto.
E as músicas em si? Ah meu amigo, brutal, insano, caótico, desarmônico, sujo e violento! Para dizer o minimo! São mais ou menos 50 minutos de pura alegria para fãs dessa vertente mais extrema do Metal. Destaques? Qualquer uma! Mas vamos lá,  eu apontaria “Nom de Guerre”,  “Opposites Repellent” e  “Errors in the Signals”  que tem até aquela leve influência do Punk,  mas muito mais desgracento.
Recomendado é pouco. Eu diria que esse cd é obrigatório para qualquer Headbanger, em tempos que ainda foram lançados novos CDs do Aborted , Soulfly, Cannibal Corpse e Terrorizer, não há duvidas 2012 é o ano do fim do mundo!

Texto: Luiz Harley
Revisão/edição:Valdemar "Butcher"
Fotos:Divulgação

  
Ficha Técnica
Banda: Napalm Death
Álbum: Utilitarian
Ano: 2012
País: Inglaterra
Tipo: Grindcore
Gravadora/selo: Century Media Records

Formação
Mark “Barney” Greenway (Vocal)
Mitch Harris (Guitarra e Vocal)
Shane Embury( Baixo)
Danny Herrera(Bateria)

Tracklist
01 Circumspect
02 Errors In the Signals
03 Everyday Pox
04 Protection Racket
05 The Wolf I Feed
06 Quarantined
07 Fall on their Swords
08 Collision Course
09 Orders of Magnitude
10 Think Tank Trials
11 Blank Look About Face
12 Leper Colony
13 Nom de Guerre
14 Analysis Paralysist
15 Opposite Repellent
16 A Gag Reflex

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