quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Resenha de Show - VII RS Metal Fest: Satisfação Garantida!


Capitulo I – Chumbo Grosso

Calibre grosso carregado do mais puro Heavy Metal, a Zerodoze pisa no palco com pontualidade. Tocaram para um público bem restrito e aqui poderíamos discorrer sobre uma gama de motivos (chuva, horário, domingo, etc.), mas enfim, não vamos deter energias nisto. Alias energia é uma palavra interessante a ser usada para ilustrar a apresentação da banda, André Lacet inicia a festa com o baixo bem marcado de “Ninguém”:

 - “Vou embora desse lugar, não quero encontrar mais ninguém...” Tá mais do que na cara que eles não estavam falando do Opinião, pois a imagem vista, mostrava três músicos em perfeita sintonia e demonstrando gostar muito de estar no lugar que nasceram para estar: -  O Palco!


Pra brindar o começo da festa, o trio emenda na épica “Symphony Of Destruction” do Megadeth e pronto, era como se estivem dizendo:

- Oficialmente, declaramos que o VII RS METAL FEST começou!

Apresentação sóbria, mas nem um pouco contida. A Zerodoze mostrou experiência e deixou evidente que, os anos (de estrada) de palco ensinaram que, pouco importa o número do público (claro que quanto mais pessoas, a festa fica mais bonita). Seja uma platéia de 100 pessoas ou 10 000, uma coisa é certa: A explosão musical será a mesma!

Parabéns fizeram bonito e empolgaram a galerinha colada na grade. Mas só pra deixar bem claro, já vimos o Opinião lotado pra aplaudir o (Power) trio. Logo abaixo segue o link do clipe de “Essa Mulher”, sonzera que também compôs o set da noite.


Aproveitaram muito bem cada segundo do tempo que foi destinado, e pra encerrar desferiram um pataço em cheio no meio da turma, chamado “Da Onde Veio”. Nessa noite, quem assumiu a batera foi o Jean Montelli, ainda em fase de testes na banda, vamos torcer para que tudo se acerte e que, se for melhor para a banda, o Jean possa permanecer.

A Zerodoze é:
Cristiano Wortmann (Voz e Guitarra)
André Lacet (Baixo)
 Jean Montelli (Bateria)

Set Zerodoze:
 Ninguém
Symphony Of Destruction (Megadeth cover)
Essa Mulher
Wrathchild (Iron Maiden cover)
Horas Vagas
Black and Gray
O Gole
Da Onde Veio





Capitulo II – Um Atentado

Após alguns minutos de silêncio, o telão começa sua elevação novamente e revela a segunda banda da noite, que daria continuação no embalo iniciado pela Zerodoze. Em ritmo de comemoração dos seus 20 anos de estrada, assume o palco a Grosseria, com muita história pra contar, letras irreverentes e muita atitude. Este era um dos shows mais curiosos da noite, considerando a faixa etária do público, um número pequeno apenas já havia visto a Grosseria ao vivo.

A banda exibiu uma apresentação enérgica, também para um público restrito, mas a casa já dava sinais de despertar, a hora já estava se avançando e era chegado o momento dos bangers deixarem as tocas para ir até o Bar Opinião. Neste mesmo palco, em 2013, a Grosseria esteve ao lado da gringa Biohazard. Apresentação solidificada e calcada no Thrashcore, com certeza de curiosidade satisfeita.


O que foi visto e ouvido agradou olhos e ouvidos dos iniciados. A banda se preparava para o encerramento da apresentação, e o rufar dos tambores chega ao som do trio “Carro Bomba”, “Degradação” e “Porrada!”. O que era novidade para alguns, para outros significava matar saudades. Saudades de ouvir Grosseria e outros matando saudades do palco. Vida longa Grosseria e obrigado pela bela noitada!

Grosseria é:
 Leandro Padraxx (Vocal)
 Guga Prado (Guitarra)
 Rick Santos (Guitarra)
 Daniel Lobato (Bateria)
 Guilherme Carvajal (Baixo)

Set Grosseria:
1 Desossar
2 Sem Controle
3 Cidade Obscura
4 Mordaça
5 Demente
6 Carro Bomba
7 Degradação
8 Porrada!




Capitulo III – Morte da Carne

Hora de começar a desgraceira, tudo acertado para a terceira banda da noite e o palco recebe mais um trio, o Clã Lustosa havia chegado. Demonstrando claramente na expressão do olhar, a sede de estar no palco mais uma vez. O público atingiu contingente mínimo para que se formassem os primeiros indícios de mosh.

They´re stealing you
While you smile
They´re raping you
As you celebrate your carnival
Few cultures know
Appreciate themselves…” – The Protester

Sem muita conversa mole, saíram disparando todo o poder de fogo disponível. Abriram com “The Protester” e “Liars” na sequencia. Mauriano impulsionando a destruição pela imposição do vocal poderoso e manobrando o baixo em formação de combate, Parahim conduzindo os solos e riffs no flanco direito do palco e na contenção, Marlo brandindo baquetas ao fundo, caso alguém conseguisse passar ileso pelo primeiro pelotão.  

Particularmente falando, este era a grande expectativa da noite, foi à primeira vez ante a Carniça ao vivo. Não poderia ser diferente, assim como muitas outras bandas gaúchas, a Carniça se mostrou muito digna do respeito adquirido. Além das músicas extremas, com letras contundentes e chamadas para a realidade, o trio vestia-se com o que há de melhor.

Mauriano estava homenageando a Torvo, Marlo estava com a camiseta da Krisiun e Parahim era Carniça de corpo, alma e sentimento. Pois é, coisa melhor não há e é “tudo nosso” (Torvo e Krisiun... seriam pedidos de inclusão no próximo Fest? Quem sabe!).


Som do Opinião já é famoso pela competência em segurar o tranco, alias um salve para a turma da equipe técnica de som e luz, sempre executando com maestria. Normalmente passam despercebidos, mas isso é sinal de que tudo correu bem. Se você sai de um show lembrando-se da equipe de som ou de luz, algo não saiu como deveria! Ainda que houvesse muito mais gás a ser queimado pela Carniça (e estou certo que sim), a apresentação deveria encerrar para que se cumprisse a profecia do tempo determinado anteriormente.

E assim como nas vestimentas, o carinho pelo que é nosso se mostrou em notas musicais também, o show chegou ao fim e foi em sentimento de homenagem aos mineiros da Sarcofago ao som de “Midnight Queen”.

Carniça é:
Mauriano Lustosa (Baixo e Voz)
Marlo Lustosa (Bateria)
Parahim Neto (Guitarra)

Set Carniça:
1 - The Protester
2 – Liars
3 - Nations Of Few
4 - Rotten Flesh
5 -  Oil War
6 - Prayers before the death
7 - Midnight Queen – (Tributo Sarcofago)




Capitulo IV – A Negligência Infernal

Com o público a pino, a Distraught chega “metendo o aríete na porta”, nada de novidade, pois não se podem esperar muitos afagos da banda quando estão no palco. Não condiz com a personalidade da banda. Veja bem que, estou falando em questão de atitude e agressividade no desempenho e sonoridade, já que pessoalmente são verdadeiros lordes e sempre atenciosos com os fãs.

A banda sobe no palco com ares de “dever cumprido” em relação ao The Human Negligence is Repugnant (seu trabalho mais recente), e a intenção é despedir-se da tour do disco, pois novas ideias e composições estão brotando. Hora de deixar o “Human...” descansar em paz, por um tempinho.


Já que é pra ser assim “Gates of Freedom” foi à eleita para promover o abalo sísmico inicial. Show foi equilibradamente linear o tempo todo, mantendo o calor sempre. André (vocal) e Nelson (Baixo) iniciaram uma sequencia “headbangs” que foi de dar inveja, isso elevou ainda mais o clima Thrash da noite. A surpresa chega à quarta música, uma prova cabal de que, coisa nova está por vir. “Lost” era o nome da destruição, que será parte integrante do novo trabalho da banda, digamos que aconteceu uma “degustação”.

Uma noitada que entrará para o hall da fama dos shows em Porto Alegre. Resta-nos agora aguardar para saber o que a banda nos trará de novidades. A apresentação encerra com o famoso Wall Of Death, em “Insane Corporation”. E emenda na finaleira destruidora ao som de “Reflections Of Clarity e “Hellucinations” (ambas do Unnatural Display Of Art).

Distraught:
André Meyer (Vocal)
Nelson Casagrande (Baixo)
Everton Acosta (Guitarra)
Ricardo Silveira (Guitarra)
Dio (Bateria)

Set Distraught:
1 Gates of Freedom
2 Psycho Terror Class
3 The Human Negligence Is Repugnant
Lost
5 Justice Done By Betrayers
6 Borderline
7 Insane Corporation
8 Reflections Of Claraty
9 Hellucinations.




Final – A Vingança Anunciada

Fechando a noitada com uma grande “chave de ouro”, com o cabo cravejado de diamantes, chega a Hibria e toda sua ira em forma de vingança silenciosa (que de silenciosa não tem nada, e o Opinião que o diga). A proposta era a seguinte: Rodar o Silent Revenge na integra sem dó nem piedade! Pois, senhores, que seja cumprido o seu desejo, certamente só temos a agradecer.

Durante a apresentação, conforme a proposta, claro que o público contou com a participação especial do André Meyer (vocalista da Distraught). Ainda seguindo nesta proposta, o público que lá esteve naquele domingo, presenciou algo único. Algumas das músicas do atual trabalho da Hibria foram executadas, ao vivo, pela primeira vez (sim, presenciamos um momento histórico para a banda), a exemplo da “The Place That You Belong”. Ainda que alguns fãs tenham notado um semblante mais sério e menos entrosado, a banda fuzilou o disco na íntegra com muita energia.


A sincronia da banda é cada dia mais visível, e por motivos óbvios, a Hibria acabou tendo mais tempo em palco, e todo tempo é pouco. Após a execução do Silent Revenge, a banda retorna para relembrar algumas faixas dos trabalhos anteriores.

Hibria é:
Iuri Sanson (Vocal)
Abel Camargo (Guitarra)
Renato Osorio (Guitarra)
Benhur Lima (Baixo)
Eduardo Baldo (Bateria)

Set Híbria:
Silent Revenge
Lonely Fight
Deadly Vengeance
Walking To Death
Silence Will Make You Suffer
Shall I Keep Burning?
The Place That You Belong
The Scream Of An Angel
The Way It is

…Mais Encore!


Cinco bandas, uma noite e um ciclone de energia. Após encerrar a apresentação, encerram também o Fest deixando os fãs de alma e coração lavados. Todos descem do palco e ficam trocando ideias e fotos com amigos e fãs. Parabéns a Pisca Produtora e Opinião Produtora, ainda teremos muita estória pra contar, graças a vocês. 

O ponto Negativo da noitada ficou por conta de uma falha de comunicação entre os seguranças do Opinião. 
Aconteceu um impedimento do nosso redator, ao tentar acessar o brête frontal, local onde ele permaneceu tranquilamente até o terceiro show. Um dos seguranças havia dito que era ordem da chefia dos seguranças, porém outro segurança falou que a chefia já havia se retirado do local. Apenas um fator a ser analisado com cuidado, afinal de contas estamos sempre do mesmo lado trabalhando em conjunto.


Cobertura por: Uillian Vargas
Fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson

Nenhum comentário: