quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Fear Factory: Identidade Mais Acessível


O FEAR FACTORY forjou um estilo no início dos anos 90, lançando um dos discos mais emblemáticos daquela época: ‘Soul Of A New Machine’. A mistura de Death Metal com Industrial lhes garantiu uma boa exposição, servindo de influência para inúmeras bandas na sequência. Passaram-se anos e, a despeito de várias trocas na line-up do grupo, absorção de novas tendências, chega-se a este “Genexus”. Sem traçar parâmetros com os álbuns anteriores, percebo uma banda atualizada com o que de mais moderno rola no cenário do Metal, mas nem por isso no que existe de melhor. Refiro-me às tendências exageradas de flertar com o Metalcore. O FEAR FACTORY não precisa deste expediente para se destacar, haja vista que são músicos experientes numa banda consolidada. Mas enfim... Acho que está faltando um pouco da atmosfera fria característica do Industrial, algo cético, denso; não se vislumbra isso aqui. Ao passo que partes eletrônicas se tornam presentes sem agregar nada de produtivo ao som.

 
Tudo bem que a guitarra de Dino Cazares ainda despeja riffs e mais riffs pesados na linha ‘robotizada’, algo que é uma marca registrada do FEAR FACTORY. Não poderia ser diferente. Ele ainda gravou o baixo no álbum e fez um ótimo trabalho. Nota-se um incremento no quesito bateria. Mike Heller agregou uma potência maior às músicas e uma pegada voraz, ainda que tenha mantido os mesmos timbres de sempre. Deen Castronovo faz uma participação especial na música “Soul Hacker”. Os vocais de Burton C. Bell continuam na mesma linha, altenam-se entre o urrado e o limpo, que parece estar ainda mais melódico. De qualquer forma, são bem feitos e um ponto peculiar da banda, certamente.

Dentre as dez músicas de ‘Genexus’ posso mencionar que “Dieletric” (que tem um vídeo bem legal), “Protomech” e “Regenerate” são algumas que se destacam positivamente em relação às demais. Mas o que realmente chama a atenção no álbum é “Expiration Date”, uma espécie de balada eletro-industrial, em que temos um leve clima ‘romântico’ e vocais melodiosos. É algo que realmente foge à regra do que a banda faz, mas pra quem curte esse tipo de proposta não é de todo ruim. É, sim, improvável.


De qualquer modo, não se trata de um disco ruim, porém acredito que o FEAR FACTORY deveria investir em partes mais pesadas e densas em detrimento da melodia e partes ‘pula-pula’. No entanto, não creio que isso aconteça, e é somente uma opinião deste que vos escreve. No que tange à produção e mixagem, ambas ficaram a cargo de Andy Sneap, que naturalmente soube extrair o melhor da banda e deixar o disco na medida certa. A bonita arte da capa ficou por conta de Anthony Clarkson (LEGION OF THE DAMNED, KATAKLYSM, BLIND GUARDIAN, outras).

Texto: Marcello Camargo
Edição: Carlos Garcia

Lançamento:Nuclear Blast - 

Line-up:
Burton C. Bell – vocals
Dino Cazares – guitars, bass
Mike Heller – drums

Track-List:
"Autonomous Combat System"
"Anodized" 
"Dielectric" 
"Soul Hacker" 
"ProtoMech" 
"Genexus" 
"Church of Execution" 
"Regenerate" 
"Battle for Utopia" 
"Expiration Date"





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