sábado, 28 de novembro de 2015

Phantasma: Uma Pequena Peça de Arte no Symphonic Metal

(English Version)
“Permita ser transportado para outro mundo pelo Phantasma”, é como inicia o release deste projeto encabeçado pelo trio Georg Neuhauser (Serenity), Oliver Philipps (Everon) e Charlotte Wessels (Delain), e foi uma frase muito feliz para apresentar este debut intitulado “Deviant Hearts”, pois é impossível mesmo não ser envolvido pela beleza e bom gosto das composições.

A sonoridade pode-se dizer que se situa entre o Symphonic Metal e Symphonic Rock, com aquelas nuances teatrais, aquele ar de musical, estilo Meat Loaf, por exemplo, além de Queen, e até alguma coisa do Savatage e Trans-Siberian Orchestra.

O projeto já era um desejo de longo tempo de Geog Neuhauser, e a força motriz foi complementada pelos outros dois componentes, além de alguns convidados especiais interpretando personagens da história, que é conceitual e baseada na novela escrita por Charlotte exclusivamente para o projeto, e a produção, primorosa, ficou a cargo de Oliver (que também é multi-instrumentista).

Então, como promete aquela frase inicial do release, o ouvinte é transportado para outro mundo, envolvido pela história e pela trilha musical, em músicas intensas, com belos arranjos e melodias cativantes e memoráveis. Pessoalmente, posso afirmar que o trio de compositores conseguiu seu intento, criando uma belíssima peça musical de muito bom gosto, e fui envolvido pelo álbum do início a fim, tornando-se audição constante desde que recebi o trabalho.

Charlotte está fantástica e também concordando plenamente com o que diz o release, ela está livre como o vento, explorando várias possibilidades da sua voz, mostrando que é uma cantora e interprete que possui uma capacidade além do que já conhecíamos no seu trabalho com o Delain, e acredito ser um divisor de águas para ela este álbum. É uma cantora que se coloca em outro patamar.

A viagem por esta belíssima peça musical inicia com “Incomplete”, que serve como uma introdução, trazendo um dueto entre Charlotte e Georg, acompanhados por belas melodias ao piano, nestes primeiros minutos você já sente que está diante de algo diferenciado, para em seguida “Deviant Hearts”, a faixa título que começa e já lhe prende de imediato, com seus belos arranjos e melodias, sinfônica, intensa e climática, com grandes interpretações de Charlotte e do convidado Tom Englund (Evergrey), desde já trazendo esse clima de musical.

Logo após, “Runaway Gray”, linda, sinfônica e teatral, numa grande interpretação vocal e com um refrão irresistível, e mal dando-lhe tempo de recuperar o fôlego, e a vontade de voltar e ouvir as primeiras canções novamente é demovida aos primeiros segundos da belíssima balada “Try”, com mais uma fantástica interpretação de Charlotte, destacando linhas vocais emocionais e profundas.

São canções de alto nível, enquanto a história vai sendo contada, e o que está em primeiro lugar são a sonoridade intensa e as belas e memoráveis melodias, além das interpretações carregadas de feeling de Charlotte e Georg, não espere canções com muito peso e velocidade, embora possamos encontrar momentos com mais peso nas guitarras e bateria, como na tensa “Enter Dreamscape” e “Novaturient”, com suas trocas de andamentos e trechos mais velozes.

A produção é de uma excelência que salta aos olhos e as composições são ótimas, porém há destaques, e além das 4 primeiras canções que abrem o álbum, há mais algumas que conseguem se sobressair diante de tantas ótimas músicas, como “Miserable Me”, que também ganhou um vídeo, e talvez seja uma das mais “teatrais; “Carry me Home”, e suas melodias que transmitem uma sensação de paz e bem estar, grandes duetos e suaves melodias, que culminam em um refrão memorável! Perceba o cuidado na produção, como os arranjos se preenchem, a sobreposição de vozes no pré-refrão e refrão traz um resultado muito bonito. De causar arrepios! Junto a "Runaway Gray" e "Try", acredito que são as que possuem os refrãos mais memoráveis.

Mas aí também temos “Crimson Curse”, com sua intensidade sinfônica, teclados e licks marcante de guitarra, além de mais um belo dueto vocal; a suavidade de “The Lotus and the Willow” e “The Sound of Fear”, outra linda balada, com belas melodias vocais, solo inspirado e melodioso à guitarra, canção no melhor estilo Meat Loaf. A emocionante “Let it Die”, que fecha o álbum, e, bom, como você percebeu, até tentei destacar algumas canções, mas seria injusto deixar de mencionar alguma.

Altamente recomendado, bom gosto, musicalidade, feeling e melodias memoráveis, em canções que combinam suavidade e intensidade, trazendo esse clima de “musical” e, conforme prometido na apresentação do projeto, transportando-nos para outro mundo. Espero que o Phantasma não pare neste álbum e que os membros encontrem tempo para produzir mais música como esta contida em “Deviant Hearts”. E este é o lado que emociona e envolve quem gosta de ouvir música, de sempre aparecerem trabalhos feitos por músicos que encaram isso de forma séria, como arte, e este álbum é uma peça de arte.

O álbum está disponível também em edição especial, um belo Earbook (veja aqui Charlotte apresentando-o), onde além do álbum, ilustrações e os capítulos, há dois CDs com Charlotte lendo a história inteira.

Texto: Carlos Garcia
Rate: 10/10

Ficha Técnica:
Banda: Phantasma
Álbum: Deviant Hearts (2015)
País: Áustria/Holanda
Estilo: Symphonic Metal
Selo:Napalm Records

Line-Up
Charlotte Wessels: Vocals & Lyrics
Georg Neuhauser: Vocals
Oliver Phillips: Producer/Multi-instrumentist

Official Channels:
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Napalm Records Page