sábado, 10 de julho de 2021

Road Crossover - Um Encontro de Mentes Geniais - Episode One: Voorhees/Caldeira



A ideia do Road Crossover surgiu ano passado, em uma conversa com o Alex Voorhees, que sugeriu que fizessemos algumas lives em conjunto com outros veículos dedicados ao Metal. Uma ótima ideia, que ainda queremos realizar, mas a sugestão do Alex me fez pensar em usar o formato entrevistando dois músicos de bandas diferentes, com suas particularidades e características próprias, estilos diferentes, mas ao mesmo tempo com coisas em comum. (English Version)

Surgiu então o Road Crossover, que terá também alguns formatos diferentes (entrevista publicada no site, podcasts e lives), e que estreia com esta entrevista com duas mentes brilhantes do Metal nacional, Alex Voorhees (Imago Mortis, fundado em 1995, RJ) e Fábio Caldeira (Maestrick, fundado em 2006, São José do Rio Preto - SP).

Gerações diferentes, artistas que não se impoem limites, tendo em suas influências, além do Rock e Metal, música clássica e folclórica, MPB, Synth/Pop, Progressivo, cinema e literatura, por exemplo. E aqui também ressaltamos mais um objetivo desta série, que é mostrar que o Metal precisa ser menos fechado e mais cabeça aberta.

E nesta entrevista você poderão saber um pouco mais destes grandes músicos, seus gostos pessoais, inspirações, suas visões sobre alguns assuntos, sua música e o trabalho um do outro. Ficou incrível, sem falsa modéstia, pois com o nível dos entrevistados era impossível ser diferente.

Com vocês então, o primeiro Road Crossover, com ALEX VOORHEES (IMAGO MORTIS) E FABIO CALDEIRA (MAESTRICK):

 

 
RtM: Passados mais de 2 anos dos últimos full-lenghts do Imago e do Maestrick, vocês acreditam que o público assimilou o conceito? Vocês sentiram que feedback de público e imprensa foi dentro daquilo que vocês esperavam?

Alex: Da imprensa nacional especializada, sim. Do público e do cenário musical em si? Não! Pouca gente entendeu. Mas eu me importo muito menos com isso e mais em tentar atingir a excelência musical, artística, é isso o que eu busco. Eu projeto continuar aprendendo e evoluindo a cada obra.
Mas devo destacar que algumas pessoas realmente mergulharam no nosso conceito! 

Vou citar um exemplo:
Quinze anos depois de seu lançamento, o álbum “VIDA” foi tema de uma dissertação de mestrado, “A Morte Como Acontecimento Semiótico – A Perspectiva Simbólica da Banda de Heavy Metal Imago Mortis”, de Bruno Pael dos Santos, pela Universidade Federal da Grande Dourados (Dourados – MS). Ao longo das 158 páginas de sua dissertação, o mestrando Bruno analisou minuciosamente muitas das mensagens secretas que a banda achava que nunca ninguém iria sequer notar.


Fábio: Sim. Creio que o conceito geral tratado no disco a grande maioria do público assimilou. O feedback foi e ainda é o melhor possível. Claro que existem muitos detalhes que as vezes levam mais tempo para serem percebidos. Isso depende muito da jornada individual de cada um ao ouvir uma música e do que buscam. Mas eu garanto, quem procurar, sempre vai encontrar.
 

RtM: E sobre o conceito de "LSD" e "Espresso Della Vita:Solare", gostaria que vocês falassem um pouco de onde vocês buscaram inspiração para os conceitos.

Alex: Em meados de 2010 eu tomei conhecimento dos estudos da antropóloga Helen E. Fisher e seu livro "Anatomia do Amor". Este livro explica (vou resumir aqui) que somos meras marionetes da natureza no sentido de que nascemos para nos reproduzir. E que o amor romântico se trata apenas de um mito. Simples assim. Junto com isso, buscamos a filosofia clássica (Schopenhauer, Platão, Nietzsche), arte, cultura, poesia, além de nossas próprias indagações existenciais e experiências pessoais para dissertar sobre esse tema.
LSD no contexto do álbum significa “Love, Sex and Death”, fazendo alusão às substâncias químicas que provocam a “paixão”.


Fábio: O Maestrick sempre procura “pintar o que está no seu quintal”, e no Solare não foi diferente. A ideia do conceito veio de um café da tarde com a minha mãe. Estávamos falando do meu avô Antônio que tinha feito sua passagem há pouco tempo e tanto ele como meu avô paterno, Eduardo, trabalharam na FEPASA (antiga empresa ferroviária do Estado de São Paulo), e eu cresci ouvindo histórias das suas rondas durante a madrugada. 
Minha mãe fez uma analogia linda, da vida como uma viagem de trem, onde embarcamos ao nascer e vamos vivendo até chegar nosso dia de descer. Eu levei a ideia pro Heitor e o Montanha, eles gostaram e aí já tínhamos a ideia base pra desenvolvermos juntos o que veio a ser o Solare e o que será o Lunare, com histórias que ouvimos de pessoas próximas ou que nós mesmos vivenciamos.

 

RtM: Vocês também exploraram elementos de vários estilos nesses álbuns, "LSD", por exemplo, tem até uma balada, com vocais femininos e elementos 80's, a "Promise", e em "Espresso...",  "Penitência", com percussões e peso beirando o Thrash. Elementos que provavelmente surpreendem o ouvinte, principalmente que vai ouvi-los pela primeira vez, e isso é uma característica das duas bandas. Gostaria que vocês comentassem sobre isso, coisas que talvez muitos "puristas" possam estranhar também.

Alex: Eu sou véio (5.1) portanto eu vivi os 80s e foi um período das “baladas românticas”. Não passei incólume, claro, sou um fã assumido. Portanto, como é um álbum temático e acontece um momento romântico nele, achei justo evocar o sentimento de inocência até juvenil que havia naquela década. Já os outros elementos, podemos dizer que o Imago Mortis nunca ficou paralisado dentro de limites impostos por rótulos, sempre exploramos sonoridades porém ampliamos um pouco mais o leque. 

Sem nunca perder a essência, a coluna dorsal ainda é o doom. Mas um fã de doom metal linear tende a ouvir o nosso trabalho e não entender nada, pois temos muitas influências do Heavy Metal clássico, Thrash e Prog e nossos músicos são muito técnicos, o que ajuda bastante. Seríamos atualmente prog doom? As definições eu deixo para vocês.


Fábio: Embora nós tenhamos alguns gostos em comum, no Maestrick, cada um tem suas predileções musicais e artísticas. Nós só buscamos explorar essa individualidade de forma espontânea e natural. Estamos mais preocupados em acertar do que com a direção que estamos mirando. Se julgarmos que é o melhor para o disco, estaremos lá. Não importa se for uma música pop vaudeville como a Daily View, um hard rock faroeste como a Far West, ou um repente thrash metal com maracatu em português, com participação da minha avó paterna, como a Penitência.
 

RtM: A mistura de estilos, fugir de rótulos, quais seriam os prós e contras? Muitas bandas que mudaram sua sonoridade, como um Anathema, por exemplo, acabam perdendo fãs, mas ganhando outros. Mesmo que desagrade alguns no caminho, eu entendo que o artista não deve se colocar limites.

AlexOs prós é que não ficamos presos, podemos experimentar mais, variar mais. Eu, por exemplo, acho chato fazer sempre o mesmo estilo de som. Eu tenho então, essa veia “noventista”, daquele começo dos 90 onde era comum ver crossover de estilos musicais dentro do metal, introdução do groove e bandas mais experimentais, eu gosto muito dessa época. E eu venho de bandas como “Dust From Misery” e “Alquimia”, que eram basicamente isso. Os outros músicos da banda, idem. Eles vem de estilos musicais diferentes, são versáteis então acaba que contempla o gosto de todo mundo pois em comum, o principal que nós temos é isso: ser uma banda versátil e musical. 

A característica própria acaba aparecendo naturalmente, pois o Imago Mortis já possui essa marca. Sabemos exatamente o que queremos atingir com cada música. Quanto a perder fãs, cara. A gente se importa muito pouco com isso, inclusive por conta disso que somos uma banda com poucos (mas muito fiéis) fãs. Não trocamos a integridade artística do Imago por nada. E quem gosta do Imago, espera justamente isso: o inesperado.


Fábio: Se a mudança é genuína, ela significa evolução. E isso é sempre bom, porque estamos em constante evolução. Sempre mudamos, amadurecemos, aprendemos, e é natural que os trabalhos que façamos, venham a representar quem nos tornamos. O nome álbum não é usado à toa. Ele representa o momento no espaço e tempo que aquelas pessoas, consequentemente artistas, estavam quando gravaram aquele trabalho. Claro que tudo depende, mas eu considero importante evoluir entendendo e dando a devida importância a tudo o que já se fez.

 

RtM: Qual música um do outro que vocês gostariam de fazer uma versão e por quê?

Alex: O material do Maestrick é muito diferente do nosso, mas há algumas coisas que compartilhamos, certamente. O nosso material é muito musical também, mas nossa abordagem é mais sombria, agressiva e pesada. Eles soam bem mais melódicos do que nós. A música que eu mais gosto dos caras é a Penitência. Me lembrou o velho “Dust From Misery”. E a letra em português, pegada mais suja, thrash mas com melodia no refrão. Essa música é a que mais lembra Imago!
Mas eu vou perguntar aqui pro Charles. Qual música do Caldeirão da Massa que tu gostaria que o Imagão interpretasse? 

Charles: Across The River (risos), pra juntar com Long River (Imago)!  (Nota do Entrevistador: "E completar a trilogia com 'Across the Desert'! Hahaha"


Fábio: A primeira música que ouvi do Imago foi a “Prayers In The Wind”, presente no projeto Hamlet. Acho que seria ela, por conta do caráter teatral que ela tem. 


 
RtM: Alex, cite qual a música mais surpreendente do Maestrick que você ouviu, que lhe causou um sentimento, tipo "nunca esperava ouvir algo assim num disco deles!", ou algo parecido.
E Você também Fábio, qual música do Imago lhe pegou de surpresa?

Alex: Justamente a que eu citei, Penitência. A mais fora da curva: pesadona, em português, com uns lances de curupira, etc… e thrashão no meio. Mas eu também posso destacar a viola caipira em “Rooster Race”. Eu fiquei entre essa e Penitência pro Imago tocar (risos). O Caldeira recentemente (vou dar spoiler) confidenciou para mim que no próximo play deles vai pintar coisas mais “sombrias”. Estou aguardando, parça ;)


Fábio: Eu sou um cara mais de discos do que de músicas. Eu aprecio muito a experiência completa, e por isso citaria o disco “Vida” na íntegra. O Gustavo Carmo, produtor do primeiro disco do Maestrick, “Unpuzzle!”(2011), também produziu o “Vida”. Então depois dele nos apresentar esse trabalho, um amigo nosso em comum me emprestou a versão física do disco, que vinha com cartas de Tarô e com um jogo. Aquilo me impressionou muito, tanto sonoramente, quando visualmente.

 
RtM: E se um fosse produzir um próximo trabalho do outro, o que vocês acreditam que poderiam acrescentar, tipo "Aquele álbum é muito bom, mas em um próximo eles fizessem tal coisa de tal maneira o resultado poderia ser ainda melhor, ou mais otimizado..."?

Alex: Cara, eu como produtor, sou um facilitador. Quanto menos eu influenciar na composição e na arte do outro, melhor. Eu me proponho sempre a encontrar as melhores soluções ou então jogar o meu colorido de timbres, que daí já é questão de gosto. 
Mas se o cara me chamou para produzir, é porque ele é fã justamente da sonoridade que eu tiro.

No caso do Maestrick: acrescentaria, sinceramente, pouca coisa ao trabalho deles porque o maestro Caldeira já pensa parecido comigo, ele tem os conceitos e as linhas das músicas que ele faz muito definidas na cabeça. Eu poderia sugerir algo, algum caminho - se me pedissem, mas ficaria a critério da banda aceitar ou não. E em termos técnicos, acredito que eles já tem definido exatamente como querem soar. Mas seria interessante juntar essas mentes tão malucas. Um dia, isso poderá acontecer.


Fábio: Eu não ousaria falar que algo do Imago seria melhor se eu pudesse produzir. Afinal eles já têm sua identidade e seu DNA. Seria mais fácil o Alex nos ajudar do que o contrário, tendo em vista que ele tem mais experiência que todos nós. Isso é algo que respeitamos muito, então se viéssemos a trabalhar juntos, eu me limitaria a dar minha opinião, quando solicitada, baseada simplesmente no meu ponto de vista. Seria algo para somar forças e não subtrair. Eles são perfeitos como são.  

 

RtM: Na opinião de vocês, como conseguir um equilíbrio entre a técnica e feeling? Ou seja, usar conhecimento musical e equipamentos e programas modernos, mas sem perder a espontaneidade. Falo isso porque vemos muitas produções em que há investimento, os músicos possuem conhecimento técnico, mas acabam não empolgando.

Alex: Pra mim, isso é a coisa mais fácil que tem: apenas deixe fluir. O som simplesmente vem de dentro. Tem que soar natural e corresponder exatamente ao que você está sentindo no momento. Isso quanto à composição. Podemos tomar um caminho inverso e decidir mentalmente o que queremos fazer? ah, quero compor algo na linha dos anos 80, um synthpop empoderado. 
Neste caso, há um trabalho grande de pesquisa de sonoridade, de texturas, timbres, que synths foram usados, como alcançar esse som, por aí vai. Citei um exemplo.

Quando acontece isso o que você falou, do artista ter conhecimento técnico mas não acaba empolgando, o que eu posso dizer… pode ser tanta coisa diferente? Talvez a vida pessoal do cara esteja ruim, ele não está inspirado, sofre pressão para soltar material ou então simplesmente são ideias que não dão certo. Isso acontece, é difícil acertar 100% das vezes.


Fábio: É interessante essa separação entre “técnica e feeling”, porque pela etimologia, técnica significa também arte. O sentido do que é técnica foi sendo deturpado a partir de algum momento, e associado de forma errônea como algo que é frio e sem sentimento. Mas vamos pensar de forma aleatória, se pegarmos uma escultura de Michelangelo, por exemplo. 

É impossível conceber uma obra como aquela sem saber os procedimentos, sem conhecer as ferramentas, os materiais profundamente. Sem técnica. Esse conhecimento é o que faz você se expressar da melhor forma possível. 
Voltando pra música, o que pode acontecer, é você ter se concentrado em tirar o melhor som de bateria, mas não parou para pensar na composição dos seus arranjos musicais. Nesse sentido há de se ter um equilíbrio.  



RtM: E que discos conceituais marcaram ou inspiraram vocês, seja como fã, ouvinte ou compositor?

Alex:

●      Pink Floyd - The Wall

●      Andrew Lloyd Webber - Jesus Christ Superstar

●      The Who - Tommy

●      King Diamond - Abigail

●      Dream Theater - Metropolis Pt. 2 - Scenes from a memory

●      Haken - The Mountain

●      Mensageiros do Vento - Anunnaki


Fábio:

·     Pink Floyd – The Wall

·     Dream Theater – Metropolis Pt.2 – Scenes From a Memory

·     Genesis – The Lamb Lies Down On Broadway

·     Symphony X – V

·     Queensryche – Operation Mindcrime

·     Angra – Holy Land

·     Queen – Queen II
 


RtM: Maestrick e Imago possuem características bem próprias, um vai mais para o progressivo, o outro para o Doom,  mas possuem algumas coisas em comum, como utilizacao de música brasileira e letras em português. Gostaria que vocês comentassem a respeito da utilização desses elementos da nossa cultura. Vejo que muitas bandas estão valorizando mais isso agora, e talvez existia um preconceito maior antes, uma visão radical de que música popular brasileira e Rock pesado e Metal não poderiam se misturar.

Alex: Você disse tudo, Caco! Eu vou falar sinceramente: eu gosto das influências brasileiras quando é real, quando o cara ouve mesmo MPB em casa, quando ele curte um Chico, um Caetano, um Tom Jobim, curte as percussões, os instrumentos e os timbres da nossa música. Porque é um universo muito amplo.
Eu acredito que o cara, por mais metaleiro brucutu que seja, vai soar com algum groove de brasileiro naturalmente. Mas entendi a questão, vou a fundo. Então, acho que é natural, quando ocorre de forma natural a tendência é que soe melhor, este é o caso do Imago visto que amamos a nossa música e temos muita influência das coisas daqui!


Fábio: No meu caso, o heavy metal foi um dos últimos estilos que eu conheci, com 15/16 anos. Em casa, sempre tocou música popular brasileira, Chico Buarque, Gal Costa, Raul Seixas, Elis Regina, Milton Nascimento, Ivan Lins, Tom Jobim, música pop nacional, internacional e música caipira. Então isso faz parte de mim e dos meninos também. Se você pegar composições como “Let Me Sing” ou “Eu Sou a Mosca” do Raul Seixas, a forma eclética e natural com que ele misturava os estilos e as culturas é algo que nós nos inspiramos até hoje. Então usar isso nas nossas composições, é apenas uma consequência de quem nós somos.  

 

RtM: Vocês são dois grandes intérpretes e vocalistas, dois dos melhores no cenário brasileiro. Falem-nos um pouco sobre as técnicas e "segredos" que vocês usam nas suas produções quanto a gravações das vozes.

Alex: Eu gostaria de ter sido, mas não sou, um cara muito estudado e técnico. As coisas que eu faço são na raça, na cara dura mesmo. Nunca me falaram que eu não podia cantar gutural e limpo na mesma música, mas você vai perceber que eu fui um dos primeiros a fazer isso aqui no Brasil, back in a day no final dos anos 80. 
Para produzir os meus vocais é muito simples, utilizo basicamente equalização, alguma compressão apenas para encorpar mais a voz e um pouco de ambiência. Quando a música pede, se acrescenta algum outro efeito, como “delay”. Eu já tenho os meus “presets” aqui, levei um tempinho para criar eles e funcionam bem!


Fábio: Muito obrigado mesmo! O estudo é algo constante na minha vida, primeiro porque eu sou um curioso de mão cheia (rs), e porque a voz é o resultado de ajustes musculares, então mesmo trabalhando como professor de canto, eu ainda faço aulas, pratico todos os dias, porque é necessário fortalecer os músculos e ficar mais fluente nas coordenações que eu uso quando canto. 

Um segredo que eu tenho é buscar interpretar cada música de uma forma diferente, como um guitarrista que usa pedais e timbres distintos de acordo com a proposta da música. Eu costumo imaginar o personagem em detalhes. Como ele anda? Como ele fala? Ele é bom? O que ele pensa disso que está sendo dito na música? 
E aí eu me empresto pra esse personagem. Nem sempre isso é possível porque às vezes a música não pede, mas eu sou sempre intenso e me cuido muito, tanto fisicamente, quanto vocalmente, seja em turnês ou gravações. 
 

RtM: E suas inspirações musicais fora do metal, quais seriam?

Alex: se eu te falar que 90% das minhas inspirações são justamente fora do metal? Eu gosto mais de música clássica, trilhas sonoras de filmes, músicas dos anos 80 (synthpop, essas coisas), MPB, folk, indie pop, etc…


Fábio: Vou falar sobre várias vertentes que me influenciam e ao Maestrick também.
Freddie Mercury e Brian May, o compositor francês Camille Saint-Saëns, Heitor Villa-Lobos, os diretores cinematográficos Tim Burton e Georges Méliès, os compositores contemporâneos Thomas J. Bergensen, Danny Elfman, John Williams, Hans Zimmer, os pintores Hieronymus Bosch e Pieter Bruegel e os escritores Graciliano Ramos e Dante Alighieri. 





RtM: Citem uma de suas bandas favoritas, a primeira que lhes vier a cabeça e a melhor canção de todos os tempos desta banda?

Alex: Não tenho banda favorita, tenho bandas de momento, as que eu mais ouço no momento mas se tiver MESMO que citar uma, eu vou de "Rush'' e não saberia escolher uma música só dos caras.

Fábio: Iron Maiden – The Rhyme of The Ancient Mariner
 


RtM: E o que vocês estão preparando de novo material do Imago e Maestrick.

Alex: O Imago Mortis tem feito vídeos para as lives, os festivais “online” e isso tem rendido boas parcerias também, como a versão que fizemos - junto com a banda “Lived” para um som do Killing Joke chamada “Virus”. Também rolou recentemente uma collab com amigos - entre eles a diva “Daísa Munhoz”. Soltamos no Youtube a faixa "Arthur'', um tributo ao mestre Rick Wakeman, que foi elogiada pelo próprio! Quanto ao material autoral inédito, já temos algumas boas ideias no forno sim e será questão de tempo até aparecer alguma coisa aí nas redes sociais da banda (falando nisso, se inscrevam para saber das novidades). Também deveremos investir mais nas nossas plataformas tipo o “Apoia-se” e soltar material exclusivo por lá!


Fábio: O Maestrick está na pré-produção do seu próximo disco, o “Espresso Della Vita: Lunare”, segunda parte do conceito que começamos no “Solare”, e que deve começar a ser gravado ainda esse ano para que saia em 2022.


Para finalizar, gostaria que vocês falassem de outras atividades músicais além das bandas. O Fábio poderia falar da participação dele no novo álbum do Edu Falaschi, "Vera Cruz", e Alex sobre as atividades como produtor e compositor no Voorhees Studios.

Alex: Para quem ainda não sabe, eu sou compositor e arranjador, além de produtor musical. Eu adoro compor, criar, experimentar e não necessariamente eu mesmo ser o intérprete. Gosto de ver minhas canções nas vozes de outras pessoas. Mas com alguma contrapartida. Eu vendo a licença da pessoa interpretar faixas exclusivas e inéditas minhas, com arranjos meus, pela internet ou fonogramas diversos por um valor surpreendente simbólico. E atuo principalmente na música pop. Vou deixar aqui um vídeo com algumas dessas músicas: ACESSE AQUI

Para saber um pouco mais sobre mim e este tipo de serviço, entrem em contato pelo e-mail alexvoorhees@gmail.com ou whats +5551982546508

Obrigado pela oportunidade de conversar e trocar ideias com gênios musicais como Fábio Caldeira e obrigado também a você, que tirou um tempinho para ler essa conversa. Beijos no coração (sem frescura gratiluz), tmj e Fora Bolsonaro!


Fábio: Eu trabalho como professor de técnica vocal, de piano e música em geral. Faço arranjos e composições para outros artistas, para produções teatrais, cinematográficas e também sou escritor. Eu fui o responsável por desenvolver e escrever a história do “Vera Cruz”, disco novo do Edu Falaschi, em cima do conceito e das ideias que ele tinha em mente e também cantei nos corais do disco. 

Quero aproveitar também pra agradecer pelo convite, pelo espaço e pelas excelentes perguntas. Além é claro de poder estar ao lado do meu querido Alex, um dos grandes artistas do metal brasileiro de todos os tempos. 
Desejo o melhor a todos! Luz, paz, arte e ciência!

Entrevista: Carlos Garcia
Edição: Carlos Garcia
Fotos: arquivo dos artistas












 

Nenhum comentário: