quinta-feira, 18 de abril de 2024

Entrevista - Rhapsody Of Fire: Explorando Novos Caminhos


Por Mey Maeve, com condução de Gabriel Arruda e Pamela Gaiguer

Fotos: Divulgação

Rhapsody Of Fire, uma das bandas mais famigeradas da história do Power Metal, volta ao Brasil para um show único, em São Paulo, no próximo dia 9 de maio no Carioca Club. A turnê, que também vai passar por outros países da América Latina, faz parte da divulgação do novo álbum, “Glory For the Enchanted Lands”, a ser lançado também no próximo mês via AFM Records. 

O fundador, tecladista, compositor, produtor e arranjador, Alex Staropoli, atendeu a ROAD TO METAL para um bate papo bem descontraído falando um pouco de como é o seu processo de compor novas músicas e o que gosta de estar fazendo durante e longe das turnês, além de relembrar os momentos especiais que teve com os saudosos cantores Christopher Lee e Andre Matos.

Hoje quais são suas inspirações para compor? Você sente que mudou em algo ou as suas inspirações pessoais, seus gostos, sua visão de vida são as mesmas?

Alex Staropoli: No que diz respeito à música, temos uma visão, temos um plano musical, sempre seguiremos nosso coração, nossa energia. Cada nova produção é uma emoção, onde queremos fazer cada vez mais e experimentar coisas novas. Esse novo álbum em particular, não tem baladas, não tem introdução, são só músicas mais pesadas, bem rápido, onde todos estão no seu auge em seus instrumentos, e é emocionante poder, finalmente, após três anos, lançar um novo álbum.

E pegando esse gancho, muitas pessoas do meio musical comentam que é importante inovar, experimentar coisas novas, até porque acaba acontecendo naturalmente de a vida seguir novos rumos e até mesmo sendo a formação da banda diferente do original, acredito que o processo de composição acaba sendo diferente. Eu queria saber o que você sente que é mais importante: inovar o estilo, buscar coisas novas ou manter a essência e os elementos que já deram certo?

Alex Staropoli: Não se trata de uma fórmula que funciona, e sim da música que amamos fazer. O que gostamos de fazer é criar música que esteja ligada à música clássica, à fantasia, imaginação. Você pode trazer novos elementos, claro, mas como músico, compositor e produtor da banda, o que eu gosto de trazer são novos instrumentos que nunca usamos, como por exemplo, a gaita de fole e entre outros que gosto de combinar com a nossa música. Não sei em que tipo de banda e/ou estilo a palavra inovação significa, quero dizer, em nosso mundo, tentamos ser mais modernos. Uma grande parte é maneira como a bateria, baixo e guitarras soam. 

Eu, por exemplo, sou um músico da linha clássica, então é muito importante que a seção rítmica passe essa sensação de modernidade. E é claro, a mistura pode mudar tudo. Outra coisa que pode mudar tudo é a mixagem, que era mais simples, antigamente a bateria soava mais leve e dava mais espaço a orquestra. 

Hoje em dia, isso não corresponde mais ao estilo. E bom ter uma bateria mais poderosa, talvez menos espaço de orquestra, mas precisamos desse punch, dessa força, dessa energia, então, existem diferenças se você comparar o som do passado com os de hoje em dia.

Qual a parte que você mais gosta da realidade da vida musical? O processo de compor, o momento de estar no palco, as gravações, ou o momento de voltar para casa com a sensação de dever cumprido?

Alex Staropoli: Claro que apreciar todo o processo é o mais legal na vida de um músico, mas fico muito feliz quando estou em casa, escrevendo novas músicas, uma vida mais pacata, mesmo com prazos e tendo que criar um álbum novo do zero, mas, tudo é especial.

Conhecer os fãs também é importante, você não pode só escrever música e ficar em casa o tempo todo, mas sim, voltar para casa é uma sensação ótima. Quando eu viajo para o exterior, eu tento combinar momentos para aproveitarmos além do trabalho. 

Quando fomos ao Japão, por exemplo, fiquei umas duas semanas, pois queria passar férias lá, descobrir mais os países, especialmente a América Latina. É emocionante ir a um país e fazer os shows, mas conhecer a cultura é muito bom também. Em São Paulo temos uma churrascaria preferida, mas infelizmente não lembro o nome agora.

As mais conhecidas daqui de São Paulo são Fogo de Chão e Barbacoa, seria um desses?

Alex Staropoli: Não lembro mesmo.

Vocês têm um feat clássico com o Christopher Lee em “The Magic of Wizard's Dream”. Para álbuns futuros, fazer um feat é uma possibilidade? Se sim, tem alguém que você acha que seria interessante convidar para fazer uma participação em alguma música?

Alex Staropoli: Christopher Lee foi muito especial para nós, pois somos apaixonados por O Senhor dos Anéis. Especificamente gostamos da voz grave dele, então falamos: ‘esse cara tem uma voz fantástica!’. No começo, nem pensamos em quantos filmes ele tinha participado ou se estava em O Senhor dos Anéis. 

Depois de nos encontrarmos com ele, acho que foi quando “O Retorno do Rei” tinha acabado de ser filmado, ele não podia contar nada sobre o filme. E foi muito especial pois ele representa uma conexão com O Senhor dos Anéis, a voz dele é muito marcante.

Encontramos ele em Londres para fazer as narrações, esse era o trabalho. Ele veio, saiu da cabine de gravação e disse: ‘tudo bem, ok, mas eu também sei cantar e ninguém me pediu nada. Vocês têm algo que eu poderia cantar também?’. Foi então ideia dele e foi realmente único. Para o futuro, não sei ainda, mas seria fantástico ter outra participação, mas depende do preço. Atores famosos são realmente caros.

Vocês fizeram uma tour com o Shaman após o lançamento do álbum “Ritual” (2002). Você tem alguma memória especial com o Andre Matos que você gostaria de compartilhar?

Alex Staropoli: Não especificamente da turnê em si, mas eu encontrei muitas vezes quando estávamos gravando na Alemanha, no estúdio do Sascha Paeth. Era sempre bom estar com ele, “um cara super legal” era o que diziam, mas era totalmente verdade. Um músico fantástico. Fiquei muito chocado por ele não estar mais conosco, ele era muito jovem.

Agradecimentos a Dark Dimensions e a JZ Press pelo agendamento desta entrevista!






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