Por: Renato Sanson
Poucos meses depois de sua última passagem pela capital gaúcha, o Angra retornava mais uma vez e dando continuidade à turnê do seu aclamado novo álbum: “Cycles of Pain” lançado no ano passado.
O local escolhido, mais uma vez o
Bar Opinião, mas desta vez o Angra trazia uma participação especial, a do icônico
vocalista Jeff Scott Soto para um show acústico.
A abertura (assim como no ano
passado) ficou a cargo do excelente guitarrista Luiz Toffoli. Uma grata
surpresa, pois, apresenta um Prog Metal de alto nível tendo como base os
americanos do Dream Theater. Mas nada que tirasse o brilho de suas composições.
Com um som nítido e cristalino, a
banda de Luiz desfilou técnica e requinte com sua musicalidade. Sendo o guitarrista
um show a parte. Vale ainda destacar a presença do baterista Pedro Tinello
que dispensa apresentações e do excelente vocalista maranhense Cassio, da banda
Alchimist. Mandando muito bem em sua performance e tendo aquela influencia melódica
de Halford com a vitalidade de Tim Owens.
Uma excelente abertura de uma banda muito profissional e promissora.
Eis que as 22h Jeff Scott Soto
entra em cena acompanhado do fiel escudeiro Leo Mancini. O palco já montado
para o acústico e ambos com seus violões em mãos. Começando a noite com “Livin
the Life” (criada para a trilha sonora do filme Steel Dragon) levantando o
público, seguida do clássico “Mysterious” do Talisman, que abriu caminho para “Alive”
do Sons of Apollo.
É impressionante como canta Scott
Soto. De forma natural e encantadora. Com muita simplicidade e simpatia ganhando os presentes. Sendo um caso raro de talento e humildade.
As composições ficaram muito bem
nesse formato acústico, a exemplo de “Comes Down Like Rain” do W.E.T. e “Carry
On Wayward Son” do Kansas que fez a galera cantar junto do começo ao fim.
Um show curto, mas muito bem executado com Soto bem à vontade e um som muito bom ecoando dos PA’s, o que deixou a apresentação ainda mais incrível.
Passado das 23h era hora da
atração principal e a intro “Crossing” ecoa nos alto falantes, com Bruno
Valverde fazendo a frente para o delírio dos fãs e aos poucos a banda vai
adentrando e “Nothing to Say” inicia o caldeirão para o mago Fabio Lione dar o
seu show. Mais um clássico chega com tudo e “Angels Cry” adentra para a
felicidade dos presentes. Dispensando comentários.
O Angra atualmente consolidou o
seu novo momento com Lione, Bruno e Barbosa. Mostrando muita personalidade até
aqui, mas solidificando essa formação com “Cycles of Pain”. Não que os dois álbuns
anteriores fossem ruins (longe disso), porém “Cycles...” traz uma formação mais
amadurecida e com a “cara” do Angra. Com Lione muito mais encaixado a
sonoridade.
E sim, os grandes destaques deste show ficaram por conta das composições novas, que embalam essa fase atual como: “Vida Seca” (um show de interpretação de Lione), “Dead Man on Display” (com Barbosa e Bruno soberbos), a faixa titulo que é um show de técnica e variações.
Tendo ainda a rápida e agressiva “Ride
Into the Storm” e a moderna e bela “Tide of Chances Pt. 01 e Pt. 02” que contou
com a participação de Jeff Scott Soto em um dueto magnifico com Fabio
Lione. Que de quebra, ainda tocaram “The Show Must Go On” do Queen.
Claro que outros momentos do show também foram marcantes, como o set acústico que o Angra adotou já há alguns anos, Rafael sempre a frente, informou que desta vez tinha esquecido seu violão em casa e pegou emprestado o do amigo Leo Mancini, e brincou que teria que improvisar. Destaque deste pequeno set fica para a belíssima “Gentle Chance”. “Make Believe” também apareceu, mas no formato acústico a mesma perde força, pois é extremamente emocional e seria incrível se o Angra voltasse a tocar a mesma em seu formato original.
Outra grata surpresa foi “Time”
tendo uma interpretação de tirar o folego de Fabio. Assim como "Morning Star”
e “Beeding Heart”.
Mas, “Silence and Distance” foi
em minha opinião o ponto alto do show em uma performance que honrou essa época
dourada da banda.
O encerramento vocês já sabem: as mais que clássicas “Carry On” e “Nova Era”. Matando a saudade dos fãs gaúchos que não lotaram a casa, mas estavam em peso em mais uma sexta-feira chuvosa em Porto Alegre.
Alguns pontos a se considerar:
Fazia muito tempo em que não via
um som tão cristalino e redondo no Bar Opinião. Todas as bandas que tocaram
estavam com uma qualidade acima da média. O que é ótimo para os fãs e imprensa.
Referente a polêmica pista vip.
Penso que, em um local como o Opinião que abrange de 1500 à 1900 pessoas, se
torna desnecessário a pista vip. Pois, o local já é pequeno e você limitando os
presentes que não pagam barato para estar ali, fica insustentável. Já que era visível
o desconforto dos fãs na pista vip que ficou extremamente pequena e apertada.
Finalizando, o local destinado às
pessoas com deficiência deveria ser revisto, pois, é um local baixo demais e
para as pessoas que utilizam cadeira de rodas é um desafio ver os shows daquela
posição. Um pequeno elevador até o mezanino resolveria esse impasse e daria
mais qualidade às pessoas com deficiência que pagam tanto quanto os outros para
estarem prestigiando seus artistas favoritos.
P/S: infelizmente nossos fotógrafos não estavam disponíveis nesta data. Por isso, a cobertura consta sem fotos. Pedimos desculpas e contamos com a compreensão de todos.
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