Sábado, 24 de maio, foi marcado por uma noite cheia de surpresas na vinda de Tarja Turunen e Marko Hietala a São Paulo em sua turnê no Brasil. E quando falamos de surpresas, não é eufemismo, começando pela banda de abertura Madzilla, vinda de Las Vegas que nos trouxe um show pra cima, melódico e com a apresentação de sua nova guitarrista e de um arriscado português demonstrando seu respeito ao público brasileiro.
Infelizmente, ao final da abertura, tivemos a notícia de que Marko Hietala não poderia fazer seu show acústico devido a problemas médicos, mas quem decidiu desistir do show e receber o reembolso não esperava que Marko iria se recuperar a ponto de conseguir subir ao palco ao lado de Tarja na parte final e encerramento de seu show.
Tarja subiu ao palco junto a sua orquestra impecável fazendo o público vibrar com seu vocal potente e sua simpatia, sem falar de sua beleza impactante e sua desenvoltura em cima do palco relembrando clássicos de sua carreira solo.
Para quem vêm acompanhando seus shows ao Brasil, já sabe que Tarja fez uma homenagem a Rita Lee cantando seu grande sucesso Ovelha negra, mas o que não estávamos esperando era a participação de seu amigo, Kiko loureiro, o que deixou fez o chão do Tokio Marine Hall tremer. Importante lembrar que Kiko Loureiro, já considerado um dos melhores guitarristas do mundo estará no mesmo palco no dia 7 de junho.
Após esse dueto Tarja volta ao seu show e o que todos esperavam aconteceu, Marco entra ao palco para fazer sua participação e nos surpreende cantando boa parte do show, incluindo sucessos do Nightwish da época em que estavam juntos na primeira formação.
Tarja encerra seu show com um dos seus maiores sucessos da carreira solo I Walk Alone e com um discurso emocionante se despedindo da sua turnê e de São Paulo. Não precisamos dizer o quanto tudo foi incrível, a orquestra, músicos, os duetos, mas nada próximo a luz e força que Tarja Turunen nos trouxe nesta noite.
Marko Hietala, conhecido por sua carreira no Nightwish e no Tarot, está prestes a lançar
Roses from the Deep, seu segundo álbum solo, no dia 7 de fevereiro pela Nuclear Blast.
Durante uma entrevista coletiva com jornalistas sul-americanos, Marko compartilhou
detalhes sobre o novo projeto, que reflete sua jornada pessoal, liberdade artística e
experimentação musical.
Por que um álbum solo?
Marko explicou que a ideia de criar um álbum solo veio de forma natural durante o
período de isolamento da pandemia, enquanto superava um longo episódio de
depressão e ansiedade. “Eu já tinha começado a compor antes mesmo de decidirmos
oficialmente fazer um álbum. A ideia cresceu quando percebi que tinha as pessoas
certas para trabalhar comigo e explorar sonoridades diferentes das do Tarot ou
Nightwish.” Ele destacou que Roses from the Deep é menos centrado no heavy metal
tradicional e combina rock clássico, metal progressivo e elementos acústicos.
Som cinematográfico e diversidade
A atmosfera cinematográfica de faixas como Frankenstein’s Wife chamou a atenção dos
entrevistadores. Marko explicou: “Não foi algo exatamente intencional, mas quando
adicionamos camadas, dinâmicas de banda e orquestras, o resultado se torna
expressivo dessa forma. Buscamos variedade entre as músicas sem perder a coerência
do álbum como um todo.”
Influências e temas
Marko mencionou que Left on Mars reflete seu amor por ficção científica: “Tenho um
grande histórico de leitura de ficção científica, então uso simbolismos fortes
conscientemente nas letras.” Já Impatient Zero é mais pessoal, abordando um período
de escuridão em sua vida: “Essa música é como colocar em palavras e música uma
parte sombria da minha história, algo para eu observar e processar.”
Colaborações marcantes
O álbum inclui participações especiais, como Tarja Turunen em Left on Mars e JP
Leppäluoto em Two Soldiers, uma balada orquestral com tema anti-guerra. “JP e eu
compartilhamos uma espécie de irmandade de estrada, então foi natural fazer essa
parceria. A música ganhou um impacto emocional tão forte que até minha esposa e
sogra choraram ao ouvi-la pela primeira vez.”
Um álbum com identidade própria
Marko enfatizou que o processo criativo foi profundamente colaborativo. “Eu sempre
entrego demos aos caras da banda e deixo espaço para eles contribuírem. Isso
enriquece o resultado final e adiciona elementos que eu nunca teria pensado sozinho.”
Ele também ressaltou que a gravação seguiu uma abordagem "old school", com a
banda tocando junta no estúdio: “Queríamos capturar o groove e a vibe do grupo, e não
algo excessivamente polido ou artificial.”
Turnês e futuro
A turnê de lançamento começa no mesmo dia do lançamento do álbum, na Finlândia,
com a participação de Nora Louhimo (Battle Beast). Depois, Marko se junta a Tarja
Turunen para uma série de shows na Europa, antes de chegar à América do Sul em
maio. Sobre os planos futuros, ele afirmou: “Não quero me limitar a um gênero
específico. Se surgir uma ideia que seja realmente poderosa e sinfônica, eu a seguirei.
Mas, no momento, estou gostando da liberdade de explorar diferentes estilos.”
Reflexões pessoais
Hietala revelou que o diagnóstico de TDAH o ajudou a compreender melhor sua
jornada: “Estar deprimido e ansioso é exaustivo. Quando alcancei um ponto em que
comecei a melhorar, isso também se refletiu na música. Este álbum é mais enérgico e
positivo, mesmo que algumas faixas ainda tenham uma atmosfera sombria.”
Roses from the Deep não é apenas um álbum, mas um testemunho da resiliência e
criatividade de Marko Hietala, unindo narrativas profundas, sonoridades diversificadas e
sua marca única no heavy metal.
Agradecimentos à Nuclear Blast e ao Marcos Franke pelo oportunidade de ter participado da coletiva online
Após 18 anos, a rainha do Metal Sinfônico, Tarja
Turunen, e o brilhante multi-instrumentista e cantor Marko Hietala, conhecidos
no mundo todo por serem as magníficas vozes da principal formação clássica do
Nightwish, finalmente se reencontram para a turnê latino-americana “Living the
Dream – The Hits Tour” para matar a saudade de seus fãs que sonhavam em
revê-los juntos. Em São Paulo, o evento ocorreu na sexta-feira passada (08/03)
no Tokio Marine Hall, incluindo outras datas aqui no Brasil.
Infelizmente a
noite chuvosa atrapalhou a logística, e nos impediu de chegar a tempo de
assistir à apresentação da banda de abertura Allen Key, que por sinal executa
um Rock moderno muito competente, destacando-se os belos vocais de Karina
Menasce.
O set acústico de Marko
(contrabaixo e voz), acompanhado de seu parceiro e guitarrista Tuomas Wäinölä, começou às 21h com a bela “Stones”, primeiro track de seu álbum solo “Pyre Of
The Black Heart”. É muito fácil apreciar qualquer música na belíssima voz de
Marko, que continua em plena forma como sempre. Ao término da “Crazy Train”,
cover de Ozzy Osbourne, Marko fala sobre sua carreira solo e sobre o lançamento
do single “Left On Mars”, que
conta com a participação de Tarja Turunen. Logo após tocam “Two
Soldiers”, que também estará em seu segundo álbum solo, a ser lançado em 2024. Marko agradece ao final da música, disse que é ótimo estar de volta a São
Paulo, o público aplaude e começa a gritar “Marko” sem parar.
A próxima música, de acordo com o Marko, “é algo que nunca fica velho” e de um
outro grande astro do Metal. Fazem uma pequena intro com firulas e, então,
tocam “Holy Diver” (cover do Dio), que ganhou uma improvisação no final com
Tuomas batendo os pés rápido como se tivesse um pedal duplo, além de fazer
ressoar os instrumentos. Marko gritou “Don’t Talk To… Don’t Talk To
Estranjeros”, fazendo alusão a outra canção de Dio. O público seguiu empolgado
e aplaudindo.
Após os agradecimentos, Marko deixou o seu baixo
em repouso por um tempo e pegou uma guitarra acústica para tocar a próxima
música, “The Islander”, do Nightwish. Antes de começar, ele brincou falando que
pode tocar várias coisas, deixando todos felizes em vê-lo cantando e tocando a
música de sua antiga banda.
Com o baixo novamente em mãos, fechou seu set
acústico com a poderosa “Children Of The Grave”, cover de Black Sabbath, que
teve um coro bem empolgante do público. Ao final, Marko despede-se com os
gritos de ‘Marko, Marko, Marko’ mais uma vez.
Enquanto todos aguardavam o próximo show, notava-se o calor aumentando ao redor
da imensa pista premium, que estava lotada. Mas neste momento seria impossível
sair para o bar, correndo o risco de perder o lugar para a principal atração da
noite. Tarja Turunen, às 22hrs e com um leve atraso de poucos minutos, começa o
set com “Eye Of The Storm”, canção inédita que consta na coletânea “Best Of:
Living The Dream” (2022) e que levaram a plateia à loucura quando a cantora
entrou no palco.
Em inglês e português, Tarja disse que é lindo estar de
volta aqui no Brasil e ver todos sorrindo e felizes. “Demons In You” – do “The
Shadow Self” (2016) e que em estúdio conta com a participação de Alissa
White-Gluz, mas com os backings do guitarrista Alex Scholpp e do baixista Pit
Barret ao vivo – deu seguimento ao show.
Uma bela intro com a orquestração de Guillermo
de Medio e um solo de bateria bem interessante de Alex Menichini fez
com Alex Scholpp entoa-se os acordes de “Die Alive”, um clássico do “My Winter
Storm” (2007). A plateia ficou bastante animada cantando junto ao ponto de a
Tarja fazer agradecimentos no meio da música, que sem perder tempo, mandou a
música com o título que faz jus a sua beleza, “Diva”, do “The Shadow Self” (2016).
Logo depois, ela
perguntou se alguém sabia quantas vezes ela veio a São Paulo, mas ninguém soube
dizer: ‘como assim, eu achei que vocês sabiam! Eu não sei, quem sabe? Ok, a
primeira vez foi em 2000, certo? Isso é 24 anos atrás! É bastante tempo, mas eu
amo isso’, falou.
No piano, cantou a bela “Shadow Play”, do “In The Raw”
(2019). Neste momento, principalmente, ficou evidente o bom entrosamento entre
Alex, Julian, Pit e ela, que deixou o palco para que o Alex Scholpp e Julian
Barret executarem um belo dueto de guitarras.
Eis que, finalmente, chega o momento mais
esperado da noite: Tarja e Marko chegam juntos ao palco, sendo fortemente ovacionados
pela galera. Afinal, são 18 anos desde que os ouvimos juntos pela última vez no
Nightwish. Começaram com o clássico “Dead To The World”, do “Century Child”
(2002) e depois com “Dark Star”, do “What Lies Beneath” (2010). Não há palavras
suficientes para descrever este momento, mas vocês podem imaginar a empolgação
de todos do início ao fim cantando junto. É maravilhoso ver Tarja e Marko
cantando felizes, como se o tempo não houvesse passado. Suas vozes permanecem
intactas e parecem bem à vontade no palco.
Tuomas Wäinölä apareceu ao palco para fazer participação em “Left On Mars”, que
foi lançado oficialmente nas plataformas digitais na última quarta-feira
(13/03). Porém houve um problema em seu equipamento, e Tarja brincou dizendo
que foi culpa dela quando foi abraçá-lo. Todos encararam de boa, tanto é que o
público começou a gritar ‘ole, ole, ole, ole, Tarja, Tarja’ e logo depois ‘ole,
ole, ole, ole, Marko, Marko’. Sem dúvidas é um belo dueto, e esperamos que eles
façam mais duetos em breve! ‘Bem, neste ano nós gravamos um novo dueto
novamente. É uma música que eu e Tuomas Wäinölä compomos, eu convidei a Tarja e
ela disse sim. Foi um acordo de cavalheiros, o que fizermos depois, eu prometo,
vocês vão curtir’, falou Marko antes de executá-la.
De volta ao palco, Marko e Tarja cantaram a
empolgante “Dead Promises”, mais uma do último álbum “In The Raw” (2019), com
Alex, Pit e Julian agitando bastante. Tarja perguntou se Marko estava feliz,
que respondeu: ‘sim, está sendo realmente muito divertido’. Tarja disse que,
realmente, depois de todos estes anos, está sendo uma grande diversão. Sendo assim, despejaram mais pérolas, como a poderosa “Planet Hell”, do “Once” (2004) – último
álbum do Nightwish com Tarja nos vocais e que esse ano completa duas décadas de lançamento. Com
certeza um dos pontos altos da noite, com o público cantando e agitando sem
parar do início ao fim. A animação seguiu com “I Wish I Had An Angel”, também
do “Once” (2004), com Tarja bangueando.
Mais músicas da carreira solo da Tarja foram tocadas antes do tradicional Bis: a clássica “I Walk Alone”,– que no finalzinho fez um
trocadilho cantando ‘na verdade eu caminho com vocês’ – e “Victim Of Ritual”,
do “Colours In The Dark” (2013). Nesta música o público faz um belo coro junto
com a cantora. O final apoteótico desta música, mais uma vez, mostrou a
competência dos músicos de apoio com direito a mini solos de guitarra e
bateria.
Novamente sob os gritos de ‘ole, ole, ole, ole, Tarja, Tarja’, a cantora e seus
músicos voltam para mandar a última trinca da noite, dando o pontapé inicial
com a bela “Innocense”, do mais uma do álbum “The Shadow Self” (2016). Ao longo do show, o telão
passava os clipes de várias músicas. Tarja apresentou seus músicos e agradeceu
o apoio de todos. O público reagiu com muitas palmas, que pediu sem parar “The
Phantom Of The Opera”, seu mais famoso dueto com Marko, mas era a vez de
executar mais uma do álbum “What Lies Beneath" (2010), e a escolhida foi “Until My Last
Breath”.
A galera queria ver mais um dueto com Marko,
tanto é que gritaram novamente (sem parar) “The Phantom Of The Opera”. Ele e a
Tarja, que neste momento estava vestida com uma camiseta da Seleção Brasileira
de futebol, se uniram novamente para encerrar o show com o cover de “Over The
Hills And Far Away”, do Gary Moore, e que é bem conhecido entre os fãs de
Nightwish. Mais uma vez, o público ensandecido gritou com todas suas forças
“The Phantom Of The Opera”, mas sem sucesso. Quem sabe numa próxima...
Em tempo, esperamos que Tarja e Marko se
recuperem totalmente e que voltem a brilhar tanto quanto como brilharam nesta
noite maravilhosa, em São Paulo, fazendo novos duetos no futuro.
Sold out! Assim definimos o show
da Tarja no dia 22/09 na capital gaúcha, Porto Alegre. Algo que me surpreendeu
positivamente, já que nos últimos shows em que fui cobrir tínhamos um público
muito
abaixo do esperado.
Com a abertura dos portões um
pouco antes das 21h e com a casa já praticamente lotada, os paulistas da Santo
Graal fizeram as honras da noite. Nos apresentando um ótimo Symphonic Metal
deixando o público bem à vontade e participativo.
O sexteto mostrou bastante
energia e poder em suas composições próprias, e a ideia de ter um violoncelo
traz muito magnetismo e curiosidade. Um ótimo show de uma banda que está na
ativa desde os anos 2000.
Pois bem, era hora da rainha, da
Diva Tarja Turunen retornar aos palcos do Rio Grande do Sul para a sua nova
tour: “Living The Dream The Hits Tour 2023”. Trazendo os maiores sucessos de
sua carreira solo.
Diga-se de passagem, uma bela
carreira solo após sua saída do Nightwish onde sempre se manteve em alta e com
muita relevância e com uma sonoridade bem diferente da sua antiga banda.
Mostrando todo o seu poder criativo.
Exatamente as 23h (horário
marcado para o show) as luzes diminuem, os PA’s ecoam, a excelente banda
formada por Alex Scholpp e Julian Barret (guitarras), Pit Barret (baixo),
Guillermo de Medio (teclado) e Alex Menichini (bateria) entram em cena e a
ansiedade só aumenta quando ela chega maravilhosamente junto com a excelente “Eye
of the Storm”.
Os presentes estavam extasiados e
como sempre, Tarja é uma simpatia em pessoa e com uma presença de palco
encantadora ganha a todos facilmente.
A sequência com “Demons in You” e
“Falling Awake” seguiu em alta e fez com que todos cantassem e interagissem com
Tarja a cada chamado seu.
É incrível como a finlandesa é
magnética e sempre sorrindo e agitando com os fãs, batendo cabeça, cantando
olhando nos olhos dos presentes, simplesmente a melhor frontwoman que o Heavy
Metal já teve.
Destaco o momento que para mim
foi o mais belo e lindo da noite, me deixando atônito. Quando um belo teclado
chega ao palco, onde Tarja se senta a frente do mesmo e após terminar seu diálogo
com o público “Oasis” e “You and I” são executadas magistralmente. Inesquecível!
A voz da Diva segue potente e inconfundível,
claro, é entendível que o lado lírico não esteja tão presente nas notas mais
altas, mas mesmo assim, segue um alto nível para poucos e poucas.
Chegando perto da metade do show
ainda tivemos a fantástica “Shadow Play” e seu refrão cantado por todos no Bar
Opinião, “Enough” e seu lado mais pesado e a lindíssima “I Feel Immortal”.
Sua passagem pelo Nightwish não
ficaria em branco nesta noite e o maior sucesso dos finlandeses “Nemo” abre
alas para um verdadeiro caldeirão e não é para menos, pois estávamos diante da
verdadeira voz do Nightwish cantando um clássico que embalou uma geração,
sensacional!
Um palco simples, com um belo
pano de fundo com seu logo e um jogo de luzes que se destacou, pois trazia um
ambiente diferente a cada música. A sonoridade em si foi bem satisfatória e
aparentemente não tivemos falhas. Com uma vasta gama sonora de influencias e
com uma voz tão poderosa o som tinha que ser no mínimo satisfatório e foi o que
tivemos nesta bela noite.
Em seguida a que considero a
minha preferida de sua carreira solo, “I Walk Alone”, e todo o seu poder
emocional, levando muitos presentes as lágrimas e o seu refrão cantado em uma única
só voz por mais de 1500 pessoas.
A banda que acompanha Tarja é
excelente e não fica devendo nada para o Dream Team montado pela cantora anos
atrás. Além de grandes musicistas em palco são extremamente carismáticos e se
entregam junto com a mesma a cada momento.
Chegando em sua reta final as já
clássicas “Dead Promises” e “Until My Last Breath” encerram está noite mágica,
que ficará marcada na história de muitos que ali estavam. Algo a se mencionar é
a mescla do público presente que se dividiu entre adolescentes, crianças e o
pessoal da velha guarda. Mostrando que sua música agrada ambos os públicos.
Ao final Tarja deixou todo o seu
agradecimento e amor por Porto Alegre e adiantou que estará retornando no dia
09/03/24 para um show especial junto ao seu amigo e ex-companheiro de Nightwish
Marko Hietala. Não preciso dizer que o Opinião veio abaixo!
Sem mais delongas, um dos
melhores shows que vi nos últimos anos e a segunda vez que pude ver
presencialmente a minha vocalista preferida do som pesado!
Depois do lançamento de "Once" em 2004, tudo o que se poder esperar do Nightwish é grandiosidade, algumas vezes entregue de forma impecável e em outras de forma questionável.
O fato é que a
cada novo álbum o Nightwish tem se mostrado uma nova banda, cada vez mais se
afastando daquela atmosfera “Danny Elfman” e explorando novos horizontes, algo
mais folk.
Confesso que após “Endless Forms Most Beautiful” minhas expectativas
em relação à um próximo álbum da banda eram bem baixas ao ponto de nem me
empolgar com o lançamento de “Human. :II: Nature”, mas claro que sendo eu uma
admiradora do trabalho de Floor Jansen eu não podia simplesmente ignorá-lo,
então sentei e tentei ouvir com cabeça e coração abertos à novidades.
O álbum
começa com “Music”, nessa faixa os arranjos orquestrais e atmosféricos estão
presentes o tempo todo, destaque para a ousadia de Tuomas ao adicionar
elementos tribais na introdução.
Em seguida “Noise”, que foi o primeiro single
lançado. A primeira vez que eu ouvi essa música fiquei feliz ao ouvir a Floor
Jansen usando todo seu potencial vocal ( algo que senti falta no álbum anterior
). Confesso que em certo momento da música é impossível não notar uma
semelhança de um trecho cantado pelo coral com a abertura de Game of Thrones,
mas nada que incomode, não sei se foi algo intencional mas de qualquer forma
não me surpreenderia que Tuomas tenha se influenciado na épica trilha sonora da
série.
A seguir “Shoemaker” me divide um pouco pois eu gostei no que diz
respeito a apresentação da voz de Floor Jansen, mas particularmente eu não
consigo entender como o Tuomas tendo um vocalista como Marco Hietala preferiu
dar destaque para o multi- instrumentista Troy Donockley e isso é algo que me
incomodou durante o álbum todo. Eu já tinha ouvido “Harvest” quando o single
foi lançado, confesso que essa é uma música difícil de digerir, novamente com
vocais de Troy, nem parece Nightwish ( ou o que eu esperava ouvir da banda ).
Continuando com a fascinante “Pan” este é um ponto alto do álbum, são 5 minutos
de peso e sinfonia. A próxima faixa é “How’s the Heart?”, aqui os elementos
folks tomam espaço novamente, mas sem tornar a canção irritante, pelo
contrário, a letra é muito bonita e a carga emocional traz uma sensação de
aquecer o coração.
A seguir uma das minhas canções favoritas do álbum
“Procession”, os pianos e vocais líricos dessa música me trazer uma certa
nostalgia melancólica do antigo Nightwish, com belas composições de piano,que podia soar mais suave, sem perder a
característica de um som de metal.
“Tribal” é um show à parte, aqui é a chance
do baterista Kai Hahto brilhar, quando se tem uma identidade muito bem
estabelecida é perigoso tentar inovar, mas aqui eu senti que deu muito certo a
utilização dos elementos tribais juntos ao peso dos instrumentos e vocais.
E
para finalizar o primeiro CD do álbum, “Endlessness” e aqui eu preciso dizer o
que mais me decepcionei com esse álbum, a subutilização de Marco Hietala, eu
trocaria todos os vocais de Troy pelos do baixista sem dúvida! Precisei ouvir 8
músicas até finalmente poder ouvir sua voz!! Ao menos compensou, como sempre
Marco entrega vocais versáteis, cheios de personalidade e aqui eu senti que ele
é uma das razões pelas quais eu ainda insisto em ouvir os novos trabalhos do
Nightwish.
Em “Endless Forms Most Beautiful”, Tuomas já havia apresentado uma
obra grandiosa com a música “Greatest Show on Earth” e seus 23 minutos, mas
parece que ele não se sentiu satisfeito e compôs uma música maior ainda ao
ponto de demandar um álbum inteiro só para ela.
O que não é de todo ruim já que
comparada com a canção do álbum anterior eu teria cortado todas as partes
faladas por Richard Dawkins, que me deixou com a sensação de estar ouvindo um
audiobook. Aqui em “All the Works of Nature Which Adorn the World” se você não
quiser ouvir a obra completa você pode simplesmente pular para o seu trecho
favorito.
O conteúdo em si é muito bom, diria que algo cinematográfico. Tuomas
a descreve como sua “carta de amor ao planeta Terra”, mas é totalmente
orquestral, então fica como opção do ouvinte dedicar todo esse tempo ou não.
Minhas considerações finais sobre esse álbum é que não é tão bom como os
trabalhos anteriores ao “Endless Forms Most Beautiful”, mas também não é tão
ruim quanto o mesmo. Minha maior decepção dessa vez foi a subutilização de
Marco nos vocais e Emppu nas guitarras,de modo geral eu acho que esse não será um álbum que eu ouvirei inteiro
até não aguentar mais, mas tem aquelas músicas que provavelmente serão
adicionadas à minha lista de favoritas.
Texto: Raquel de Avelar Lauretto
Edição: Carlos Garcia
Banda: Nightwish
Álbum: “Human. :II: Nature” 2020
Estilo: Symphonic Metal
País:Finlândia
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records
A frase “Antes
tarde do que nunca” cai muito bem no que diz respeito ao projeto Northward,
parceria entre Floor Jansen(Nightwish) e Jorn Viggo Lofstad(Pagan’s Mind)
que ficou engavetado por 10 anos. O álbum homônimo foi lançado em outubro de
2018 via Nuclear Blast (e aqui no Brasil via parceria NB com a Shinigami Records) e eu não estava preparada para essa maravilha.
“While
you died”, foi a primeira música a ser divulgada e serve como uma introdução
perfeita, mostrando uma Floor Jansen poderosa e muito à vontade. Em seguida a
marcante “Get What you give”, com um refrão potente e cativante.”Storm in a
Glass” é uma música com vocais carismáticos que nos surpreendem pela
performance natural de Jansen, como se ela estivesse há anos em carreira hard
rock. Em “Drifiting Islands” um som básico mas de muito bom gosto, com destaque
para o dueto entre Floor e sua irmã Irene Jansen.
Em “Paragon” um início
semi-acústico com refrão expansivo, a voz de Jansen é simplesmente excepcional
aqui, misturando vibração e delicadeza. Em “Let Me Out”, mais uma vez fui
surpreendida pelos vocais empolgantes. Quando ouvi “Big Boy” pensei “como eles
não fizeram isso antes?” pois a sonoridade é tão boa, agradável e envolvente,
não tem como não gostar dessa parceria! Enquanto isso, na charmosa “Timebomb”,
Floor Jansen pode exibir mais uma vez a grandiosidade de seus vocais.
Pausa
para a suavidade de “Bridle Passion” e em seguida somos contagiados pela
frenética “I need”. Finalizando, a balada poderosa “Northwards”. Apesar de
metal sinfônico ainda ser meu gênero favorito, faz algum tempo que eu tenho
reclamado da falta de inovação da maioria das bandas do meio.
Admiro a ousadia
de Jansen ao trazer um estilo completamente diferente de sua atual banda (onde
francamente não acho que estejam aproveitando todo o potencial da vocalista), trazendo aqui um som mais direto, Rock/Hard Rock, e
entregando um trabalho tão bem feito, meio nostálgico, mas ao mesmo tempo
completamente novo. Minha surpresa com o resultado foi tamanha que só posso
considerar o melhor álbum de 2018!!!
O trio AURI, formado por Tuomas Holopainen (Nightwish), sua esposa Johanna Kurkela, e o inglês multi-instrumentista e também parceiro de Nightwish, Troy Donockley, é a mais nova empreitada paralela à sua banda principal, e a exemplo de seu trabalho solo "The Life and Times of Scrooge" (que também contou com Johanna), segue, naturalmente, por um caminho bem diferente do que faz no Nightwish.
O AURI é um álbum para quem gosta da música produzida por Holopainen, um disco para apreciar de mente aberta, sem esperar algo ligado ao Metal ou o Sympho Metal do Nightwish. O que temos aqui são atmosferas mágicas, belas e muitas vezes introspectivas, banhadas por música Folk, alguns momentos estilo "soundtrack", e lindos arranjos de teclados, violinos, flautas, percussões e muitos outros instrumentos que vão dando um colorido a cada momento do trabalho.
As parcerias são perfeitas, pois Troy já mostrou sua capacidade criativa ao mundo, após juntar-se ao Nightwish, e Johanna tem uma voz doce e com um lindo timbre, criando linhas que encaixaram muito bem às canções. Um trabalho praticamente "em família", o que certamente contribuiu no entrosamento e cumplicidade, resultando em um álbum com muito bom gosto e emoção. O AURI tem seus temas inspirados nos livros de Patrick Rothfuss (a faixa "The Name of the Wind" é inspirada no nome do primeiro livro do escritor), e o nome "AURI" deriva do latim "Aurora".
Excelente para momentos de reflexão e paz. Simplesmente coloque para ouvir e deixe a música lhe envolver. Vou tentar passar um pouco do clima de alguns momentos do álbum, como na abertura com "The Space Between", que soa, digamos, como um Pop/Folk moderno, mixando algo de música eletrônica na batida e teclados, além de um belo e grandiosos refrão; após, temos uma mudança de direção, com a dramática e sinfônica "I Hope Your World is Kind"; a música folk e pesada é o tom em "Skeleton Tree" e nos belíssimos arranjos de piano, violino e cordas na acústica e introspectiva "Desert Flower".
Deixe-se envolver nas percussões, quase que tribais, o som da água, e os belíssimos arranjos de teclado e violino de "Aphrodite's Rising", os quais são uma trilha perfeita para a bela voz de Johanna e suas tocantes linhas vocais. Que música bela e cativante! Viaje nos climas e na aura etérea da quase totalmente instrumental "Savant" ou na melancolicamente bela "Underthing Solstice".
Recomendo sem medo para os fãs de Tuomas, e quem gosta de ouvir uma música cheia de atmosferas folk, mágicas e introspectivas. Excelente produção, belas composições e bom gosto do trio Tuomas, Troy e Johanna. Algo me diz que no futuro teremos mais.
Anette Olzon,
esta talentosa suéca, dona de uma voz bela e delicada, começou cedo na música, mas também por diversos empregos antes de viver apenas disso, participando de shows de talentos, bandas cover (como a Take Cover, que fazia covers de ABBA) e tendo destaque com a Alyson Avenue, banda de Melodic Rock com a qual lançou dois bons álbuns, até que ficou mundialmente
conhecida após ser escolhida como a nova vocalista da banda finlandesa
Nightwish.
Após dois álbuns com a banda e viajar o mundo, ano passado a
vocalista teve uma saída conturbada do grupo finlandês, porém, já com um álbum
solo em mãos ("Shine", lançado ano passado), muitos planos, e também
aliviada por voltar a ter uma vida mais tranquila, Anette segue em frente,
mostrando que possui brilho próprio, talento e personalidade para seguir sua
carreira e também dedicar-se a familia e outras atividades.
RtM:Primeiro
de tudo, gostaria de dizer que eu realmente gostei do seu álbum, música de bom
gosto, belas interpretações, moderno e emocional. Há quanto tempo você vinha trabalhando
no álbum? Quando você começou a compor você tinha em mente algum direcionamento
musical?
Anette: Muito
obrigado, feliz em ouvir que você gostou! Eu escrevi todas as músicas em 2009, quando eu decidi que queria fazer um álbum
solo. Apenas uma não foi composta naquela época. Uma canção foi escrita pouco antes do lançamento, “One
Million Faces”. Quando eu comecei a escrever as músicas eu ainda estava no Nightwish
e não queria que soasse parecido com a minha então banda, e é por isso que é um álbum
muito mais suave.
RtM: E como você
avalia a recepção do álbum, um ano praticamente após o lançamento? Eu acompanhei
as opiniões e comentários dos fãs, e são em sua maioria positivas. Claro,
sempre vai ter aqueles que estavam esperando algo mais próximo ao Nightwish, ou
mais voltado para o metal sinfônico. Bem, eu acho que é algo que você vai
carregar para sempre, o fato de que você foi ex-vocalista do Nightwish.
Anette: Sim,
todos os comentários têm sido muito bons e muitos fãs realmente amaram o álbum,
mas como você diz, aqueles que são puramente fãs de Metal, claro, pensaram que
eu faria um álbum de Metal, e quando não foi o que fiz, meio que o rejeitaram.
RtM: A
faixa-título, "Shine", é muito bonita, traz uma roupagem moderna,
refrão cativante. Gostaria que você falasse um pouco mais sobre essa música e
sua bela letra.
Anette: Shine
é uma música muito especial para mim, principalmente porque as letras significam muito para mim, e como eu quero que,
aqueles que foram vítimas de bullying ou ridicularizados, maltratados por
alguém, levantem e sintam esperança em
minhas letras.
“Shine” fala que essas pessoas que querem intimidar você são apenas
pessoas amargas, sem vida, então simplesmente levante a cabeça e siga em
frente. Mostre a eles que você é melhor do que eles por permanecer forte.
RtM: Acredito
que algumas das composições possam ter refletido um pouco o clima conturbado no Nightwish. Ele traz uma certa melancolia,
sendo muito emocional. Lembro da música "Lies", que parece que
reflete alguns problemas que você passou.
Anette: Bem,
na verdade não, porque “Lies”, por exemplo, é sobre o meu casamento que não
estava mais funcionando, o que realmente aconteceu logo após eu entrar no NW.
E
o sentimento geral de melancolia é só porque eu busquei memórias e coisas de
dentro de mim, sentimentos que eu vinha internalizando, e os trouxe para a
superfície, o que deu as letras e músicas um sentimento melancólico.
RtM: "Falling"
também traz grandes melodias e refrãos cativantes, e é mais um dos destaques na
minha opinião. Eu gostei dessa música, e eu acredito que ela segue uma linha
como "Lies" e "Shine", mostrando já sua personalidade como
artista solo, criando uma identidade no primeiro álbum.
Anette: “Falling”
foi na verdade a primeira música que escrevi quando nos sentamos pra compor, e também é a mais “Metal” do álbum. Após essa canção eu senti que eu queria que as
músicas partissem para um lado mais suave e menos Rock/Metal, assim é por isso
que se difere um pouco das outras.
RtM: "Watch
me From Afar" é outra canção forte, e mostra um lado mais "New
Age" e "Folk", e eu senti você especialmente inspirada nesta
canção, com uma interpretação cheia de emoção. Conte-nos um pouco mais sobre
esta canção.
Anette: Essa
música é muito especial para mim e para Stefan e Johan, porque quando nós nos
sentamos no piano e bateria apenas para experimentar a melodia, então o sentimento
dela veio a nós imediatamente, e a letra é para o meu marido Johan, por isso é uma verdadeira
canção de amor.
RtM: Falando
sobre inspiração, que cantores e cantoras que você citaria como suas maiores
influências?
Anette: As
vozes que eu ouvia na minha infância, como Agneta Fältskog, Barbra Streisand,
Sting, Carola Singer, Whitney Houston e Mariah Carey. Grandes vozes que sempre me
inspiraram.
RtM: Você teve
alguns parceiros na composição do álbum, como Anders Bagge, gostaria que você falasse um
pouco sobre a contribuição dele nas composições, produção e os resultados
finais do álbum.
Anette: Bem, Anders
não foi co-writer, mas eu usei a sua equipe de compositores, Stefan Örn e Johan Glössner e gravei o álbum em seu estúdio por isso
ele foi lá e deu suas opiniões, o que foi muito útil. Ele é um grande compositor e
sabe como construir grandes linhas melódicas e criar aquele "gancho" para as canções.
RtM: Em um futuro
álbum, quem você gostaria de convidar para um dueto, ou dividir composições?
Anette: Eu quero
escrever canções com Stefan e Johan novamente e também Martijn Spierenburg, do Within Temptation, com quem escrevi "One Million Faces". Tenho
também pedido ao Peter Tägtgren do Pain, para co-escrever comigo, o que vai ser
divertido! Duetos...eu não sei quem, mas se eu tiver uma música que sirva ou necessite de um dueto, eu acho que existem muitos bons. Jake do Amaranthe
tem uma grande voz e é um amigo meu, por isso ele seria uma boa escolha para uma colaboração.
RtM: Gostaria que
você falasse um pouco sobre a experiência no filme "Imagenaerum", e
se bem me lembro que você já teve experiências no teatro. Você pensa em fazer
algum trabalho deste tipo no futuro?
Anette: Foi uma boa
experiência e também difícil, porque eu tenho um pouco de medo do palco e
mais ainda quando há um grande número de pessoas com câmeras em torno de mim,
de modo que fazê-lo foi um pouco estressante. Mas foi ótimo, por exemplo ver como um
filme é feito. Eu não acho que eu irei procurar estrelar um outro filme, mas um musical seria bom fazer. Isso encaixaria melhor comigo.
RtM: Eu conheci o seu trabalho através de um dueto no álbum "Conspiracy", de
Michael Bormann, a música "Two of a Kind", a partir daí, fui à
procura de álbuns do Alyson Avenue, e como um fã do Melodic Rock/Hard Rock,
Eu gostei muito. Gostaria que você falasse um pouco sobre esta participação no
álbum de Bormann.
Anette: Michael é um bom amigo do Niclas, do Alyson Avenue, então ele me perguntou, logo em
seguida, se eu queria cantar em uma canção sua, e assim aconteceu. Nós nunca nos encontramos, hoje em dia isso é comum, você enviar as músicas um para o outro somente, e é isso o
que nós fizemos.
RtM: E o seu
trabalho com Alyson Avenue? Você têm falado com os caras? Talvez você possa
voltar para a banda? Eu acho que seria ótimo, especialmente com a exposição que
você teve, juntamente com o potencial da banda. Eu acho que sua voz é perfeita neste tipo de música (Melodic Rock), e eu acho que você deve fazer algo no
futuro. O que você diz? Lembrei-me também a participação no álbum do Brother Fire Tribe, que segue a mesma linha.
Anette: Falamos o
tempo todo, eu e Niclas, pois somos como família um para o outro. Falamos
sobre como recomeçar o Alyson novamente e todos nós queremos que em algum momento isso aconteça,
mas deve ser no tempo certo para todos.
Niclas está bastante ocupado compondo canções para seu novo álbum com o Sapphire Eyes e eu estou ocupada com um
programa de TV na Finlândia nesta primavera (O programa estreou dia 1º de março, no final da entrevista você pode ver o vídeo, ou acesseAQUI). Mas espero que nós tenhamos algum
tempo em breve =)
RtM: Falando ainda sobre o Alyson Avenue e Melodic Rock, acho que é incrível como a Suécia é um país que
produz muitas bandas e artistas de grande qualidade, que criam ótimas e cativantes melodias. Como você explica este "fenômeno", esta
tendência para a criação de grandes melodias? Sem falar no ABBA, que é
idolatrado, inclusive por músicos de Metal, tendo até tributos. Recentemente eu fiz uma
entrevista com Snowy Shaw, e lembrei que ele tem tatuado ABBA em seus dedos.
Anette: Eu acredito
que é como você diz, o nosso amor por melodias cativantes e boas. Nosso modo de
falar também é muito melódico, talvez isso tenha algo a ver com isso. E o ABBA é,
creio eu, para muitos músicos suecos, ídolos, e é música que ouvíamos enquanto
crescíamos e, para mim, ABBA são os reis e deuses do pop e das grandes melodias, icones.
RtM: Você tem
planos de fazer alguns shows ao vivo ou turnê para divulgar o seu álbum? E
quais músicas você gostaria de tocar ao vivo? Além de canções de seu álbum, que mais você deseja incluir em um set-list?
Anette: Eu não fiz
tantos shows ao vivo do álbum devido a ter filhos pequenos, e não queria
deixá-los por longos períodos, mas agora eles já estão maiores e eu espero que
eu possa sair em tour com o "Shine", bem como com um novo álbum, que espero lançar
num futuro próximo. Ao vivo eu já toquei todas as minhas músicas de "Shine", e também
algumas novas canções que eu escrevi, alguns covers também. O meu próximo show deverá ter algumas músicas de meus tempos do Nightwish, e eu acredito que alguns fãs
vão gostar disso.
RtM: E o que você
faz agora que tem mais tempo livre? Deve ser bom ter mais tempo para estar com
a família. Eu li em uma entrevista que você iria se concentrar em continuar
seus estudos, e trabalhar com caridade, muito legal. Você está pensando em ficar mais longe de uma carreira dedicada exclusivamente à música?
Anette: Eu estava estudando sim, e ainda estudo, mas no momento os meus estudos tiveram que ficar de lado
um pouco, pois tem esse show de TV que estou participando na Finlândia a
partir primeiro de março, o que significa que preciso me concentrar nele por
um tempo . Gostaria muito de fazer as duas coisas e talvez eu possa, mas se eu
tiver que escolher, e eu posso viver isso novamente, a música é o que eu
quero fazer.
No show de TV, na MTV finlandesa
RtM: Eu sei que
você pode já estar cansada deste assunto (Nightwish), mas eu prometo que vou
fazer apenas algumas perguntas, a pedido de seus fãs aqui no Brasil. No DVD/
Blu-Ray que a banda lançou no ano passado, "Story Time: Live Time", que traz um documentário falando do período de sua saída
(ou demissão) do Nightwish, e você não autorizou o uso de sua imagem e voz
neste documentário, e na minha opinião eu acho que você fez a coisa certa, pois
não mostra a sua versão em alguns fatos.
Eles chegaram a falar-lhe sobre o conteúdo do documentário? Quais são as razões pelas quais você não
autorizou o uso de sua imagem?
Anette: Eles queriam me pagar, e ser incluída nesse DVD documentário depois de me chutarem
para fora de uma forma mesquinha e cruel, então é claro que eu não queria estar
nele. Por que eu? Eu não queria mais nada com a banda, nunca mais.
E devido ao
que eles fizeram com Tarja e Marcelo no documentário que eles lançaram após demitirem ela, onde eles só mostraram o lado deles, e fizeram ela parecer o lado mau, então eu
com certeza não queria que eles fizessem o mesmo comigo. Foi fácil decidir, eu
disse que não imediatamente e eu não me arrependo da minha escolha.
RtM: Eu acredito
que você deve ter tido bons momentos durante a sua permanência na banda, como
viajar para diferentes países, se tornar uma pessoa conhecida no mundo
inteiro, e, provavelmente, em alguns lugares, quase não podendo sair anônima na
rua! Como foi para você, de repente estar em palcos de grandes festivais com milhares de fãs à frente?
Anette: Na verdade,
foi um processo difícil para mim, porque eu não gosto de ser reconhecida nas ruas e me senti estranha com isso. Fui educada de uma forma em que aprendi que somos todos iguais neste mundo, e todos têm o mesmo valor, então para mim,
eu não tive ninguém como um grande ídolo, que eu pudesse ir a
shows, pedir-lhes uma foto ou autógrafo, por isso me senti muito estranha que alguém pensasse que eu era assim tão especial e importante.
Mas eu
aprendi e compreendi que isto faz parte do trabalho, porém hoje em dia eu ainda me sinto
um pouco constrangida se alguém me reconhece, mas também sinto que eles gostam de mim e se importam muito comigo.
RtM: O seu trabalho
na banda sempre acabava sendo comparado a Tarja, com uma leva de fãs não
aceitando a mudança, e lembro que você disse que até chegou a sofrer algumas
ameaças de morte de alguns estúpidos. É muito estranho que níveis podem chegar as idolatrias ou obsessões. As pessoas às vezes esquecem que no palco
são pessoas com famílias, sentimentos e uma vida além do trabalho.
Anette: Bem, eu
entendo a frustração que sentiam, Tarja foi a cantora oficial desde o início e
ela tem uma voz muito especial, sendo esta rainha do Metal um pouco
"fria" e intocável, e ela era o oposto total de mim, seja como ela se parece, canta e atua no palco.
Eu sou uma pessoa muito aberta, feliz,
extrovertida e canto com uma voz mais comercial, e soou tão diferente para os
fãs do NW, assim os fãs "die hard" não conseguiam aceitar. E foi
uma pena que eu levasse alguma culpa por isso, pois eu não deveria, mas às vezes
as pessoas não entendem, e agem como eles acham que devem agir quando estão movidos pela paixão por algo.
RtM: Você tem tido algum contato com alguns dos membros do Nightwish, ou alguns deles entraram em
contato com você? Como foi a sua relação com a banda e equipe? Agora, passado um tempo, quais seriam as principais razões para o rompimento com a banda?
Anette: Não, nós não
temos nenhum contato. A equipe e eu éramos todos amigos e não tinha
problemas. E na banda havia alguns membros que sempre ficaram comigo, assim como tinham os que me queriam fora. Assim, era um grupo de pessoas divididas. A razão para isso é, naturalmente, algo que só os membros sabem, então não
posso dizer exatamente o que, mas eu acredito que tivemos opiniões diferentes e
eu também fiquei grávida novamente, e não foi algo que os agradou, e então eles
me chutaram para fora.
Ensaio para o show de TV
RtM: Pelo que vemos do lado de fora, Tuomas controla quase tudo na banda,
parece-me que talvez chegue a um ponto que a banda se torne um projeto solo
dele. E agora, vamos ver como será o relacionamento com Floor Jansen, se ela terá
uma continuidade. Eu acho complicado para a maioria dos músicos não poder contribuir com ideias ou composições.
Anette: Sim, NW é
apenas Tuomas, e mesmo quando é escrito ou feito algum comunicado oficial, sempre escreve: Tuomas e Nightwish. Portanto, é a sua sua banda, ele
controla, ele toma as decisões, mas ele também ouve os outros e, por vezes, talvez as pessoas erradas, mas isso é a escolha dele e vamos ver até onde ele vai.
Acredito que ainda não ouvimos as últimas deles em se tratando de
trocas de membros porque algo não funcionou, simplesmente não funcionará, não
importa quem entrar para o grupo. Se eles não tentarem mudar e evoluir nada será
diferente, e vão surgir os mesmos problemas.
É fácil culpar o membro
"novo" pelos problemas, mas quando isso acontece várias vezes eu
acho que as pessoas vão perceber que não é bem assim.
RtM: Bom, finalizando, eu
gostaria que você citasse seus passatempos favoritos, e sobre música, quais
bandas ou artistas você ouve quando você está em casa?
Anette: Gosto de me exercitar, eu faço "cross fit", também gosto de estar na academia, musculação. Eu ouço todo tipo de música, pop, hip hip, rock, Metal... qualquer
coisa desde que eu acredite que a música é maravilhosa, não importa o gênero. Sou muito mente aberta quando se trata de música.
RtM: Anette, muito
obrigado pela sua atenção, estamos ansiosos pelos próximos trabalhos e para ouvir sua bela voz! Deixo estas linhas finais para que você envie uma
mensagem para os fãs brasileiros!
Anette: Obrigada, e eu
quero dizer obrigada para todos os fãs no Brasil e espero que eu possa ir cantar para vocês algum dia em breve =)
Entrevista: Carlos Garcia
Tradução e Edição: Carlos Garcia