domingo, 13 de outubro de 2013

Entrevista: Roland Grapow Após a Tormenta


(Check out the original interview in English)

Após deixar o Helloween, Roland Grapow montou o Masterplan, que, contando com um line-up de primeira, com músicos que já tinham uma grande experiência e também despontava como grandes nomes de uma nova geração, como o vocalista Jorn Lande, já elevou a condição da banda a possível novo "super-grupo" e grande promessa, gerando expectativas altas. O álbum de estreia foi muito bem recebido, porém os resultados posteriores não alcançaram as expectativas geradas, e, devido a conflitos internos, idas e vindas de integrantes, o grupo foi perdendo espaço.

Porém, agora com um novo e revigorado line-up, a banda lança "Novum Initium", e, como o nome sugere, eles pretendem recuperar o tempo perdido e elevar o Masterplan ao patamar esperado em sua fundação. Conversamos com Roland Grapow para saber sobre suas expectativas a respeito dessa nova fase, e mais alguns assuntos, onde percebermos que muitas arestas com ex-companheiros não foram aparadas. Confira!


Road to Metal: Roland, uma curiosidade, em 1997 você lançou seu 1° álbum solo, o excelente "The Four Seasons of Life", onde você também era o vocalista, em meio a todas essas mudanças no Masterplan, você já pensou em assumir os vocais da banda em definitivo?

Roland Grapow: Você sabe... Eu amo cantar, mas eu poderia não suportar a pressão sozinho, ainda mais depois de um grande cantor como Jorn ter passado pelo Masterplan... Mas, no futuro, eu adoraria ter minhas pequenas participações... De qualquer forma, ao vivo eu canto um monte de harmonias.

RtM: O Masterplan acabou de lançar "Novum Initium", o que esse álbum difere dos lançamentos anteriores? E como está sendo a recepção por parte dos fãs?

RG: Tem um som pouco mais direto e moderno para o meu gosto, e também foi mixado por mim... Mas nas composições nós não queríamos tomar um caminho diferente... Eu escrevi a maioria das músicas com Axel enfim... Como nos álbuns anteriores.

RtM: "Novum Initium" marca um novo recomeço para banda, poderia nos falar o que as letras do álbum abordam?

RGNós ainda queremos manter a energia positiva do Masterplan, sempre enviando esperança, nós gostamos de ser críticos também às vezes, mas nunca somos negativos!



RtM: Já se passaram 13 anos desde sua saída do Helloween, você mantém algum tipo de contato com os músicos? Em meio a esse tempo, nunca rolou alguma oportunidade de Masterplan e Helloween tocarem juntos?

RG: Eu não tenho qualquer contato com o Helloween, eu acho que eles ainda são negativos quanto a mim... Eu os procurei muitas vezes, mas não obtive nenhuma resposta até agora... Isto não é mais problema meu ;).

RtM: Ainda sobre sua época no Helloween, muitos dizem que os álbuns "Better Than Raw" e "The Dark Ride" são como um pré-Masterplan, você concorda com isso?

RG: Para mim só o "The Dark Ride" é um pré-Masterplan... Naquele período de gravação eu mudei muito, pois trabalhei juntamente com Roy Z, e devo dizer que "The Dark Ride" é muito legal, fico orgulhoso de  ter deixado um álbum tão forte.

RtM: Certamente uma das duplas mais pensantes em termos de composição do Power/Melódico dos anos 90 e começo dos 2000, foi você e o baterista Uli Kusch, onde criaram grandes hinos no Helloween e lançaram dois álbuns juntos no Masterplan que são verdadeiros clássicos do estilo. Porem a saída de Uli chocou os fãs, pois ninguém esperava tamanho acontecimento, vocês mantem algum tipo de contato hoje em dia? E devido a todas as mudanças de baterista no Masterplan, você pensou em algum momento em chama-lo de volta?

RG: Não, eu devo admitir que Uli é um grande músico e baterista, mas como amigo, digo que não quero mais trabalhar com ele... Ele está fora dos negócios de qualquer maneira.



RtM: Como você chegou a esse novo line-up? Que critérios você tinha em mente quando contatou Jari, Rick Altzi e Martin Skaroupka? Acredito que a diversidade tenha sido um deles, pelo background de cada um dos novo integrantes, já que o Martin, por exemplo, além de trabalhar como músico de estúdio, passou por bandas como Mantas e Cradle of Filth.

RG: 1° procurando. 2° tinham que ser grandes músicos. 3° tinham que ser também grandes pessoas... Você não criará nada de bom por longo prazo ou período ao lado de ego maníacos...

RtM: Mais especificamente sobre Rick Altzi, acredito que a escolha foi perfeita, até pelas influências dele, que vem muito dos anos 70 e 80 (é fantástico ouvir ele cantar músicas na linha de Whistesnake, Rainbow...), assim como as suas, tendo também como uma de suas bandas preferidas o Toto. Gostaria que você comentasse um pouco sobre essa parceria com Rick, que, além de um ótimo vocalista, também escreve ótimas letras.

RG: Rick é a pessoa mais realista e sensata que você pode imaginar... Eu amo trabalhar com ele... Ele ainda é capaz de ouvir e aprender com a minha experiência. Eu realmente já estou olhando para o próximo álbum, e eu estou feliz que ele era um grande fã de Masterplan, o que significa que ele realmente está feliz e orgulhoso de ser um membro da banda agora.

RtM: Ainda sobre influências dos anos 70, Axel Mackenrott ama o som do Hammond, muito presente em bandas clássicas como Deep Purple e Uriah Heep. Fale um pouco também sobre ele e o que ele traz e ainda pode trazer ao som do Masterplan (particularmente, os Hammonds presentes nas novas músicas deram um tempero muito especial).

RG: Axel é o meu melhor amigo e também meu "parceiro no crime"... Ele pegou a parte que Uli tinha tempos atrás no Masterplan, eu escrevo muitas músicas com Axel, e arranjamos todas as canções juntos... Eu realmente posso confiar nele como um irmão e um grande amigo... Isso não é sobre dinheiro ou fama! 

Nós todos amamos os anos 70, mas não mostramos tanto isso no Masterplan até agora... Mas quem sabe? Talvez possamos fazer algo muito drástico no futuro??




RtM: E quais suas expectativas para esse “Novum Initium” do Masterplan? Você acredita que esse line-up conseguirá ter uma longevidade capaz de colocar a banda em um patamar mais elevado?

RG: Sim, temos um grande sentimento de amizade entre nós. Nós estamos fazendo mais shows do que nos últimos 10 anos... Eu estou muito otimista!

RtM: Algo que ficou bem evidente nesses últimos anos foi sua decepção com o vocalista Jorn Lande, e em uma recente entrevista sua ao  webzine Myglobalmind.com, você menciona que "Jorn nunca fez nada pela banda". Você poderia nos falar mais a respeito, pois a visão que temos que Jorn acabou de um certo modo "prejudicando" o Masterplan em sua trajetória.

RG: Eu não gosto de falar sobre o Jorn... Ele é um grande cara e de qualquer maneira, ainda é meu amigo, mas ele ama somente a si mesmo e somente sua banda solo... Nada que eu pudesse mudar... Desejo-lhe toda a sorte e espero que ainda podemos tomar uma cerveja juntos no futuro!



RtM: O Direcionamento musical, parece que está mais pesado e soturno, também lembrando essas influências dos anos 70 e 80. Essa seria a sonoridade que você acredita ser a mais natural para o Masterplan? Desde o primeiro álbum podemos encontrar músicas mais pesadas, diretas e soturnas, e acredito que são os melhores momentos do Masterplan, sempre gostei desse lado mais pesado e menos “Melodic/Power” da banda.

RG: São dois corações em mim. O pesado... Com sangue nos olhos e também algo que eu amo tipo heróis e feridas... Eu amo isso... Eu nunca gostei de compor somente em uma direção, música é sentimento pra mim... E eu tenho muitos sentimentos... Baladeiros, ou felizes ou progressivos... E happy Metal... Como... Como Helloween! (N. do R.: "Happy happy Heloween, Heloween, oh oh oh...).

RtM: Sobre as músicas do novo álbum, você poderia comentar a respeito de algumas delas, as que você acredita que terão um maior impacto, ou quais você aposta que cairão mais no gosto dos fãs e porque?

RG: Hum isso é sempre uma questão de gosto... Eu amo "Keep My Dream Alive", "Black Night of Magic", "Novum Initium" e "The Game", "Betrayal"... Vamos tocar todas ao vivo na próxima turnê ;).



RtM: Roland foi uma honra para nós poder entrevistar um dos músicos mais influentes da cena metálica, deixo o espaço final a você.

RG: Obrigado, eu estou feliz em dizer que estamos de volta e fazendo tours novamente... Espero ver todos vocês em breve!

Muito obrigado a todos os nossos fãs!
Roland.

Entrevista: Renato Sanson/Carlos Garcia

Revisão/tradução: Renato/Carlos
Fotos: Divulgação

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