Festival trouxe, dentre as atrações, a Motorocker (Curitiba/PR) |
A mais nova edição do Na Mira do Rock Festival, ocorrida dia 19/10 em Frederico Westphalen/RS, marcou 9 anos ininterruptos deste tradicional festival do interior do Rio Grande do Sul.
Luiz Carlos (Fuga), há 9 anos lutando pela música pesada em Frederico Westphalen/RS |
Capitaneado pelo Fuga, contando com uma equipe de colaboradores, a Ecco Eventos recebeu uma série de ótimos shows, abrangendo desde o Rock & Roll clássico ao Metal Sinfônico.
Foram 5 bandas (seriam seis, mas a Encéfalo cancelou de última hora por motivos internos da banda), diante de um público aquém do esperado, o que foi o único ponto decepcionante, já que ali se apresentariam ótimas bandas do underground, a noite foi brilhante para as bandas e o público presente.
Áudio Etílico, banda local campeã da Seletiva que garantiu vaga para o 9º Na Mira do Rock |
Por volta das 21:30 sobe ao palco a banda local Áudio etílico, vencedora da Seletiva sempre realizada antes do festival para a escolha de uma representante regional. O grupo apostou em vários covers (Rollings Stones, Cream, The Black Crowes, The Doors, dentre outros), sofrendo um pouco pela ausência de boa parte do público que ainda se dirigia ao evento. Mesmo assim, percebeu-se a segurança na proposta de um Rock Clássico, abrindo espaço para divulgar seu primeiro álbum, em composições próprias como “Tenho Usado”, “Por Favor, Seu Moço” e “Fogo no Colchão”, sempre competentes e buscando interação com os presentes, onde muitos parecem acompanhar a banda há tempos.
O organizador e apresentador Fuga (batizado Luiz Carlos), participa, em todos os intervalos para trocas de bandas, subindo ao palco, interagindo com o público e fazendo a galera sentir-se cada vez mais emc asa, além de sortear vários prêmios, incluindo CDs que este redator levou em nome do Road to Metal.
Save Our Souls (POA/RS) trouxe a única representante feminina, a vocalista/tecladista Melisa Ironn |
Com um público maior, chegava a vez da Save Our Souls, de Porto Alegre/RS, apresentar-se pela primeira vez na cidade, levando seu Prog Metal Sinfônico para o palco, onde, além de divulgarem o EP “Find the Way”, também apresentaram composições do vindouro debut completo, “Soul Domination”.
Andrêss Fontanela (SOS) |
A expectativa era grande de alguns presentes, já que a proposta da banda com vocais femininos da talentosa Melisa Ironn (que também é responsável pelos teclados), seu histórico de abertura de grandes nomes do Metal mundial, como Nightwish e Kamelot, levaram o público a concentrar-se à frente do palco para desfrutar do som da banda que é completada por Jackson Harvelle (baixo), Andrêss Fontanella (bateria) e Marlon Lago (guitarra).
Jackson (SOS) |
É notável a evolução do grupo a cada apresentação. Tive a oportunidade de assisti-los anos atrás e fiquei muito feliz em perceber que o grupo melhorou bastante, seja na confiança, seja na postura de palco, que agora está mais enérgica, dentro, é claro, do que o estilo musical permite.
O grupo optou por não executar covers, atitude louvável que, mesmo com muitas pessoas não conhecendo seu som, conseguiu que todos gritassem, sobretudo nas partes mais pesadas e rápidas. A impecável execução de músicas como "All The Lost Souls”, “Find The Way”, além das novas “Soul Domination”, “The Sound of Heart” (linda canção) e "The Judgement Day”, fecharam a aprsentação da Save Our Souls, que saiu satisfeita com o público e estrutura.
Aliás, não dá para deixar de mencionar a escolha da Ecco Eventos, um local limpo e bem organizado, além do atendimento de primeira e, o principal, ótima estrutura de som e luzes, à altura da tradição do festival.
Bravery Branded (Torres/POA) foi a responsável por levantar a bandeira do Heavy Metal tradicional |
Schlengmann (Bravery Branded) |
Após a saída da SOS, outra esperada e inédita atração foi a responsável por levar o Heavy Metal tradicional para o Na Mira. Falo da Bravery Branded, grupo que possui integrantes de Torres, Porto Alegre e Santa Catarina, que viajaram mais de 700 KMs para se apresentar, como o grupo fez questão de dizer no palco.
Munari (Bravery Branded) |
Não querendo ser injusto com as bandas que já haviam tocado, mas é inevitável que, àquela altura (e com muita cerveja na cabeça, hehe), o quinteto levou o público à loucura, executando ao longo do set muitas faixas próprias, puro Heavy Metal oitentista, mas também os clássicos “Eletric Eye” (Judas priest), “Aces High” (Iron Maiden) e “Ace of Spade” (Motörhead). Mas, diferentemente do que acontece com muitas bandas, que colcoam no set clássicos por receio da aceitação das músicas próprias, a Bravery Branded manteve o mesmo padrão de qualidade, energia e entusiasmo durante todas as músicas e o público respondeu à altura, da primeira à última faixa. Vale destacar o figurino dos músicos, muito Metal, fazendo jus ao som que tocam (e muito bem, volto a afirmar).
Cartel da Cevada retorna com seu Blues/Rock/Heavy e repete o sucesso |
Mais um pequeno intervalo, Fuga distribuindo mais brindes, e tudo pronto para a Cartel da Cevada, de Porto Alegre/RS, voltar a apresentar-se na cidade, já que na edição de 2011 o grupo debutou no Na Mira e retornou neste ano à pedidos do público, que caiu nas graças da banda que executou músicas variadas da sua carreira, incluindo o novo single “Lembranças de Melancia” (muitas doses, haha), além de canções esperadas pelo público, como “O Diabo é da Fronteira” e “A Puta Mais Feia”, com regular participação do Diabo pilchado, personagem de Santto Nerva e que é um show a parte, inclusive quando “despeja” com funil cerveja na boca da galera da frente do palco.
O Diabo é da fronteira! |
A festa foi imensa, com o Rock & Roll da banda energizando o público que, àquela altura, fazia coro às músicas da galera da capital.
Motorocker faz show histórico e público volta para casa cheio de hematomas! |
Com o término do show da Cartel da Cevada, o público se preparava para a principal atração da noite, os curitibanos do Motorocker, que prometiam um show recheado de clássicos da banda e do Rock e o que vimos foi exatamente isso, com o grupo capitaneada pelo vocalista Marcelus entrar detonando, de cara, “Igreja Universal do Reino do Rock”, maior clássico desta que é, certamente, uma das melhores bandas de Rock & Roll nacional.
Com o público enlouquecido, a banda, numa presença de palco espetacular, realmente divertindo-se com o show, emendou várias músicas de seus únicos dois lançamentos, os álbuns “Igreja Universal do Reino do Rock” (2006) e “Rock na Veia” (2010), com canções como “Acelera e Freia” (um dos grandes hits do grupo), “Vamo Vamo”, “Brasil”, “Zanon”, assim como as clássicas “Blues do Satanás” (com direito a participação do Diabo pilchado, do Cartel), “Salve a Malária” e “Tocando o Horror”, além de momentos mais grooveados, como em “Bem Estar” (quando várias garotas do público subiram ao palco dançar a música) e “Homem Livre”, outro single do álbum de 2010. Além disso, a banda também divulgava seu novo single, “Estação das Almas”.
Luciano Pico levantou a galera com sua postura de palco e grandes riffs |
Obviamente, com um set de cerca de duas horas, houve espaço para a festa seguir solta com interpretações fiéis de clássicos do AC/DC (afinal, a banda é reconhecida pelos australianos como principal tributo brasileiro), com o guitarrista Luciano Pico encarnando, literalmente, Angus Young, para delírio dos presentes. Além do óbvio, a banda também executou “Balls to the Walls”, do Accept, que casou perfeitamente com a proposta do festival, que é levar ao público o melhor do Rock ao Metal.
Vocalista Marcelus, show a parte em interação com o público. Atrás, Indio Véio. |
Após o show, a banda ainda ficou disponível para fotos e o que restou foram ótimas memórias do evento, hematomas e pescoços doloridos, mas a satisfação estampada no rosto de todos e a certeza de que, sim, o Na Mira do Rock é o melhor festival do interior do Rio Grande do Sul e assim sempre será. Azar de quem perdeu.
Stay on the Road
Agradecimentos: Primeiramente, ao Fuga, pela parceria de sempre, aos seus colegas de equipe (muito legais), aos amigos da cidade e região (Paty Cordeiro, Thaís Piovesan, Eduarda , Carlos, Winck, etc...) pela parceria, seja durante os shows, ou no domingo (curar ressaca) na belíssima Frederico Westphalen! Valeu!
"Senta aí, seu Satã, pega uma ceva e conte o que você faz" |
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