De Salvador/BA, Malefactor oferta o maior trabalho da sua carreira |
Lutar no underground para ter seu nome reconhecido é algo bastante árduo e, na maioria das vezes, não traz o retorno desejado. Fico muito contente quando uma banda com história segue mostrando que, apesar das dificuldades, até mesmo geográficas, é possível compor um trabalho digno dos mais altos elogios.
“Anvil of Crom”, lançado em abril de 2013 via Eternal Hatred Records, é o trabalho mais primoroso da carreira de cinco discos da Malefactor que, nascida em Salvador/BA, ainda lá no início dos anos 90 (época ingrata), conseguiu sintetizar a sonoridade auto-denominada Unholy Metal, que mescla passagens agressivas, com guturais, mescladas com momentos mais melódicos, tudo de forma tão encaixada, que não faz você pensar que trata-se de apenas mais uma banda sem identidade definida.
Pelo contrário, acho que poucos grupos realmente conhecidos apostam numa proposta assim. Um dos nomes que me vem à mente é o Septic Flesh (embora este seja definido por muitos como Black Metal Sinfônico).
Mais de duas décadas dedicadas ao Metal |
Rótulos a parte, o sexteto por Lord Vlad (vocal), Danilo Coimbra (guitarra), Jafet Amoedo (guitarra), Roberto Souza (baixo), Alexandre Deminco (bateria) e Chris Macchi (teclados) oferta, já na parte física do material, muita qualidade. Um digipak de luxo, contendo a bela ilustração de Marcelo Almeida conta com encarte com todas as letras, fotos e informações precisas, mostrando respeito aos fãs e a imprensa, que não precisa dar uma de investigador para saber informações simples do trabalho.
Colocado o trabalho a rodar, a impressão que fica é que estamos diante de um disco ousado, marcante, de ótima produção (méritos da banda e de Mattos e Franco) e, quiçá, futuro clássico nacional. Pensará que é exagero só quem não conhece músicas como “Black Road of Burning Souls” (que começa com teclados surpreendentes e termina com riffs e solos de encher os ouvidos), “Elizabathory” (com o coro de arrepiar, riffs inspirados e a cozinha dando um show a parte), a faixa-título, uma das épicas do trabalho, também vai mostrar a experiência e talento desse grupo. Vale mencionar, ainda, a sensacional “666 Steps To Golgotha” (com participação do grande Eregion, vocalista do Unerathly), provavelmente a mais pesada, sonora e liricamente falando. É de arrepiar ouvir sons de alguém sendo torturado à chibatadas.
Como para abrilhantar ainda mais o trabalho, uma faixa em português. Trata-se de “A Guerra Virá” (conta com Susane Hécate, da banda Miasthenia), literalmente um prelúdio da derradeira guerra contra o cristianismo. Empolgante do início ao fim, apesar de que fica um pouco difícil entender algumas passagens sem ter que conferir a letra no encarte.
“Anvil of Crom” é um daqueles discos que você ouve, sai cantando trechos, lembrando de riffs, tudo embalado em um belo material e que, se há justiça na cena nacional, será um divisor de águas não apenas para a Malefactor, mas para a proposta de mudança no Metal Extremo. Que mais bandas vejam que é possível fazer um disco pesado e agressivo, sem apostar só em elementos repetitivos.
Stay on the Road
Texto/edição: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Assessoria: Ms Metal Press
Ficha Técnica
Banda: Malefactor
Álbum: Anvil of Crom
Ano: 2013
País: Brasil
Tipo: Unholy Metal
Selo: Eternal Hatred Records
Assessoria: MS Metal Press
Formação:
Lord Vlad (Vocal)
Danilo Coimbra (Guitarra)
Jafet Amoedo (Guitarra)
Chris Macchi (Teclado)
Roberto Souza (Baixo)
Alexandre Deminco (Bateria)
Tracklist:
01 Into the Black Order
02 Elizabathory
03 666 Steps to Golgotha (com Eregion)
04 Anvil of Crom
05 Black Road of Burning of Souls
06 Blood of Sekhmet
07 Trevas
08 A Guerra Virá (com Susane Hécate)
09 The Mirror
10 Into The Catacombs (Goat of Mendes)
Assista ao video clipe official de “Blood of Sekhmet
Teaser do disco
Acesse e conheça mais sobre a banda
Compre o CD enviando email para lordvlad666@hotmail.com
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