terça-feira, 22 de agosto de 2017

Cobertura de Show – Sepultura: Três Noites de ‘Sold-Out’ (29/07/2017 – Sesc Belenzinho – SP)

 


Eu me considero uma pessoa de boa sorte, por ter visto grandes bandas tocando ao vivo, nas quais, algumas, já até perdi as contas de quantas vezes eu presenciei o show.  Era a vez de conferir o Sepultura, que há três décadas vem levando o Heavy Metal do Brasil para o mundo, e move sua originalidade nos discos na mais pura genuinidade, e quem já presenciou um show deles, sabe que eficiência e disposição é o que não falta. Tive a oportunidade de apreciar isso, pela primeira vez, mais precisamente no dia 29 de julho (sábado), em São Paulo.  

Vindo de uma rápida passagem pelos principais festivais europeus, a banda programou três apresentações no projeto Música Extrema no Sesc Belenzinho, que foi do dia 27 até o dia 29 de julho. Ambos os dias teve lotação máxima de público, esgotando os ingressos em menos de dois dias de venda, ocasionando um surpreendente ‘sold-out’. Na minha ocasião, estive presente no último dia, e o lugar já era tomado de pessoas a espera do show do quarteto. 


O circuito reproduziu uma primorosa qualidade de som, que graças ao curto espaço, o publico teve a chance de se aproximar cada vez mais do palco para ver a banda atuando ao vivo. E apesar de terem feitos dois shows seguidos, a banda não mostrava, de maneira alguma, ar de cansaço. Dado a largada com a fúnebre introdução, às 21h30, começando já com duas do bombástico “Machine Messiah”: “I Am The Enemy” e “Phantom Self”. Regressando dois álbuns, procedido pelos de clamores de ‘Sepultura, Sepultura’, “Kairos”, do CD de mesmo nome, evidenciou a boa performance de Derrick Green e Andreas Kisser, que mostram-se simpáticos e autênticos ao vivo. 


O primeiro clássico da noite apareceu em “Desperate Cry”, do emblemático “Arise” (1991), onde a galera soltou a voz com fervor, arrancando brilho e vigor de todos. E Eloy Casagrande vem provando o motivo de estar na banda, parecendo um ser de outro planeta martelando todas as peças de sua bateria e tocando que nem louco. Perguntando se todos estavam bem, Derrick rapidamente fez seus agradecimentos, pedindo gritaria pra fazer mais uma do mais recente disco: “Sworn Oath”, que arrancou interação do público no refrão harmonioso, ratificando que o “Machine Messiah” continua recebendo boa aceitação. 


Era a vez de Andreas Kisser desejar boa noite, gratificando a grande presença de todos nas três noites de ‘sold-out’. Além de estarem tocando músicas do último álbum, Andreas afirmou que também tem espaço pra coisa velha, tirando uma com o Paulo Jr. por ser a pessoa mais velha da banda. E com esse gancho que retornaram pra 1989 e executaram “Inner Self”, presente no “Beneath The Remains”. A hora de reverenciar a técnica dos músicos foi vista em “Iceberg Dances”, que apesar de ser instrumental, puxou a ação e aplausos do público. 

Lembrando os primórdios da fase Derrick, “Choke”, do “Against” (1998), pôs a casa abaixo, e arrebatou um fã alucinado, com a ajuda dos que estavam ali na roda, foi até o palco pra dar um ‘mosh’, repetindo o feito na cadenciada “Dialog”. “Resistant Parasites” encerrou o ciclo do “Machine Messiah”, com Derrick pronunciando que estava sendo muito especial em poder tocar naquela noite. 


As próximas músicas seriam uma revisita aos álbuns “Chaos A.D” e “Arise”, instaurando, dali em diante, o caos com “Biotech Is Godzilla”, junto a frenética “Polícia”, esquentando os tamborins para “Territory” e “Refuse/Resist”, emendando com a marcante “Arise”. 

Antes de partir para os momentos finais, Andreas convidou todos a estarem no próximo show na Zona Leste de São Paulo, a ser realizado no dia 11 de novembro, no Clube Juventus da Mooca, ao lado de outro ícone do Metal brasileiro: o Krisiun. As tatuagens foram expostas com a pujante “Under My Skin”, concluindo o terceiro dia de apresentação com as tradicionais “Ratamahatta” e “Roots Bloody Roots”. 



Doa a quem doer, mas esta fase está sendo a melhor da história do Sepultura, estão no auge. Essa turnê deve ser obrigatoriamente registrada em DVD. 

Texto: Gabriel Arruda
Fotos: Leandro Almeida
Edição/Revisão: Carlos Garcia

Set-List
1. I Am The Enemy
2. Phantom Self
3. Kairos
4. Desperate Cry
5. Sworn Oath
6. Inner Self
7. Iceberg Dances
8. Choke
9. Dialog
10. Resistant Parasites
11. Biotech Is Godzilla/Policia
12. Territory
13. Refuse/Resist
14. Arise
15. Under My Skin
16. Ratamahata
17. Roots Bloody Roots

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