O Grave Stompers foi formado em 1993, em Munique (Alemanha), uma história familiar a muitas outras, amigos que queriam montar uma banda e fazer o som que gostavam. Para os estilos underground, como o Metal e o próprio Psychobilly, não podemos dizer que é um caminho fácil, pois muitos ficam pela estrada. (English Version)
No caso dos Grave Stompers, eles realizaram o sonho, fazendo shows e gravando álbuns, tendo conquistado fãs do estilo por todo o mundo, e seguem levando a bandeira do Psychobilly, mantendo o estilo vivo e ativo.
Conversamos com o vocalista/guitarrista e fundador Gernot, que nos contou um pouco mais da história da banda, que se intitula "Psychobilly Old School", tendo inspiração em nomes clássicos do estilo, como The Cramps, contos de horror e até chegaram a colocar elementos do Metal em sua música. Confira:
RtM: Olá Gernot vamos começar com
um pouco de história, o Grave Stompers foi formado em meados de 1993 em Munique,
conte-nos um pouco mais sobre esse início da banda.
Gernot: Um amigo da escola (o
nome dele era Florian) e eu queríamos formar um grupo e tocar música
Psychobilly. Psychobilly era a nossa vida!! E nós queríamos fazer nosso som
próprio. Nós precisávamos de um baixista e eu sabia que Holzi (um cara adepto do
Psychobilly, de uma cidade perto da nossa) tinha um contrabaixo. Então, uma
tarde, peguei meu violão, fui até a casa dele e perguntei se ele queria formar
uma banda conosco e que deveríamos fazer uma jam session ali mesmo.
Ele disse
que sim e nós três nos tornamos amigos. Então precisávamos de um baterista, e
outro cara que eu conhecia tocava bateria. Depois de alguns shows, trocamos o
baterista e Martin se juntou à banda. Nesse ponto, entramos em contato com
alguns promotores, então tivemos a chance de fazer shows e festivais como banda
de apoio de muitas dessas grandes bandas de Psychobilly que costumávamos ouvir.
Significou o mundo para nós!
RtM: A partir de quando vocês
estabilizaram essa formação que segue até hoje?
Gernot: Nós fizemos nosso primeiro
disco, "Rising From the Darkside" 1997). Depois disso, fizemos shows
na Alemanha e na Áustria e tivemos outra mudança de formação: o vocalista
Florian deixou o grupo e eu passei para o microfone também. Portanto, o Grave
Stompers são: Martin (bateria), Holzi (baixo e backing vocals) e eu, Gernot (guitarra e voz). Desde então, a formação nunca mais mudou e
estamos muito felizes com isso. Fizemos uma música, “Never Never You Go!”, em “Bone
Sweet Bone”, que foi dedicada à nossa amizade e musicalidade ao longo de todos
esses anos.
RtM: A banda buscou um som mais sombrio, com contos
de horror clássico como inspiração. Conte-nos que outras coisas mais lhe inspiram
para compor?
Gernot: Histórias clássicas de
horror gótico são os principais itens de nossas letras. Bebendo, festejando e
ouvindo Psychobilly também. Para ser sincero, nós gostamos mais de groove e
música do que letras profundas e sofisticadas (risos)
RtM: Falando sobre sua música,
além desse rock n 'roll obscuro, você tem outros estilos musicais que lhe
influenciam no processo de composição?
Gernot: Quando começamos em 1993,
fazíamos o Psychobilly limpo e dançante. Então começamos a incorporar elementos
de metal, guitarras pesadas e distorcidas em nossa música (Rising from the Darkside,
Funeral Suite). Isso ocorreu durante um período de dois ou três anos, depois
voltamos ao estilo tradicional novamente. O conceito lírico sempre foi
assustador e sinistro.
RtM: O The Grave Stompers se
identifica como Psichobilly Old School, mas o quanto o Metal influenciou seu
estilo de tocar?
Gernot: Bem, tivemos alguns anos
influenciados pelo Metal em toda a existência da banda, mas no geral não tem
grande influência no Grave Stompers. Eu mesmo posso dizer que, além de
Psychobilly e Rockabilly, gosto muito de Metal e ouço desde meados dos anos 80.
Black Metal especialmente! E Mötley Crüe e Saxon.
RtM: Você poderia nos listar algumas
bandas ou estilos que influenciaram sua
carreira?
Gernot: Eu diria que os Cramps,
Meteors e todo o material psychobilly inglês dos anos 80 foram de grande influência
para nós. Krewman, Batmobile, Long Tall Texans, para citar alguns. Nós
estávamos totalmente interessados nisso e queríamos tocar a música que
estávamos ouvindo !! Também gostamos dos anos 60 e garage punk! Todo esse som
também foi uma influência para nós!
RtM: Houve um episódio curioso em
1997, quando vocês lançaram seu álbum de estreia “Rising From The Dark Side". As fotos da arte do CD foram
tiradas no cemitério, certo? Parece que houve algum tipo problema com a polícia,
e os seus equipamentos para a sessão de fotografia, os machados, ossos e
caveiras incomodaram os oficiais? Conte-nos sobre esse episódio.
Gernot: As imagens mostradas
nesse álbum não foram tiradas daquela sessão em especial no cemitério. Mas deve
ter sido nessa época em que tivemos outra sessão de fotos em um cemitério
local, o que causou alguns problemas com a polícia. Uma tarde, entramos no
cemitério com roupas de couro, bem equipados com caveira, ossos e machados para
fazer uma sessão de fotos. Se você gosta de terror e Psycho, é óbvio que você
precisa fazer uma sessão de fotos como essa no cemitério local! (risos)
Após a sessão, saímos de carro, e
logo que nos afastamos vimos que a polícia chegou ao cemitério e entrou com
armas nas mãos. Não tínhamos ideia de que era por nossa causa. Na mesma noite,
nosso baterista Martin, que dirigia o carro, foi visitado pela polícia. Algumas
pessoas no cemitério que nos viram, obviamente se sentiram ofendidas com a
nossa aparência, chamaram a polícia e deram o número do nosso carro. Então
tivemos alguns pequenos problemas com a coisa toda e, no final, ela foi
descartada porque ficou claro que o caso todo não era tão sério. Hoje é uma
história engraçada do passado!!
RtM: A banda passou por mudanças
de sonoridade, onde ficou mais pesada e mais dark, as turnês afetaram você
pessoal e musicalmente?
Gernot: Começamos a banda em 1993
e por volta de 1996 começamos com aquele som mais pesado e mais sombrio. Martin
tinha aquelas raízes orientadas ao punk e eu tinha minha paixão por Black Metal,
então foi por alguns anos que esses gêneros musicais foram incorporados em
nossa Psychobilly Music, mas com o álbum “Bone Sweet Bone”, voltamos ao estilo
Psycho Rockabilly clássico dos anos 80 novamente.
Os shows não tiveram nenhum
efeito real sobre nós - foi divertido, adoramos tocar ao vivo e foi uma grande
aventura para nós quando entramos nessa coisa de música/concertos full time!!
Bem, um efeito pode ser que você começa a beber mais bebida do que provavelmente
deveria - isso é porque as bebidas são de graça! (risos)
RtM: O Grave Stompers fez muitos
shows na Europa, vocês têm 25 anos de trabalho duro. Para finalizar nossa
conversa e sobre eu quero perguntar, é possível dizer aos seus fãs brasileiros
se há alguma chance de anunciar uma turnê brasileira no futuro, já teve algum convite? Embora sua música seja
mais restrita e underground, há muitos fãs seus em todo o país.
Gernot: UAU!!! Estamos muito
satisfeitos em saber que existem muitos fãs em todo o país! Nós apreciamos
totalmente isso!! Sentimo-nos profundamente honrados! Infelizmente ainda não há
planos de irmos ao Brasil ...
Rtm: Sinta-se à vontade para
enviar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Gernot: Então, finalizando, eu
agradeço muito pelo interesse nos Grave Stompers! Desejo a você tudo de melhor
para seu futuro e seu site - mantenha o ótimo trabalho! É totalmente necessário
que as pessoas nunca parem para manter a cena musical viva e agitada! E erguemos nossas garrafas de bavarian brew a
todos os roqueiros, metalheads e psycho do brasil - obrigado por seu apoio -
nós os saudamos!! Um Brinde!
Entrevista: Louise C. Wagner
Tradução/Edição: Carlos Garcia
Grave Stompers Facebook
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