sábado, 20 de junho de 2020

Entrevista: Grave Stompers - Psychobilly Old School até os Ossos!




O Grave Stompers foi formado em 1993, em Munique (Alemanha), uma história familiar a muitas outras, amigos que queriam montar uma banda e fazer o som que gostavam. Para os estilos underground, como o Metal e o próprio Psychobilly, não podemos dizer que é um caminho fácil, pois muitos ficam pela estrada.   (English Version)

No caso dos Grave Stompers, eles realizaram o sonho, fazendo shows e gravando álbuns, tendo conquistado fãs do estilo por todo o mundo, e seguem levando a bandeira do Psychobilly, mantendo o estilo vivo e ativo. 

Conversamos com o vocalista/guitarrista e fundador Gernot, que nos contou um pouco mais da história da banda, que se intitula "Psychobilly Old School", tendo inspiração em nomes clássicos do estilo, como The Cramps, contos de horror e até chegaram a colocar elementos do Metal em sua música. Confira:


RtM: Olá Gernot vamos começar com um pouco de história, o Grave Stompers foi formado em meados de 1993 em Munique, conte-nos um pouco mais sobre esse início da banda.
Gernot: Um amigo da escola (o nome dele era Florian) e eu queríamos formar um grupo e tocar música Psychobilly. Psychobilly era a nossa vida!! E nós queríamos fazer nosso som próprio. Nós precisávamos de um baixista e eu sabia que Holzi (um cara adepto do Psychobilly, de uma cidade perto da nossa) tinha um contrabaixo. Então, uma tarde, peguei meu violão, fui até a casa dele e perguntei se ele queria formar uma banda conosco e que deveríamos fazer uma jam session ali mesmo. 

Ele disse que sim e nós três nos tornamos amigos. Então precisávamos de um baterista, e outro cara que eu conhecia tocava bateria. Depois de alguns shows, trocamos o baterista e Martin se juntou à banda. Nesse ponto, entramos em contato com alguns promotores, então tivemos a chance de fazer shows e festivais como banda de apoio de muitas dessas grandes bandas de Psychobilly que costumávamos ouvir. Significou o mundo para nós!


RtM: A partir de quando vocês estabilizaram essa formação que segue até hoje?
Gernot: Nós fizemos nosso primeiro disco, "Rising From the Darkside" 1997). Depois disso, fizemos shows na Alemanha e na Áustria e tivemos outra mudança de formação: o vocalista Florian deixou o grupo e eu passei para o microfone também. Portanto, o Grave Stompers são: Martin (bateria), Holzi (baixo e backing vocals) e eu,  Gernot (guitarra e voz).  Desde então, a formação nunca mais mudou e estamos muito felizes com isso. Fizemos uma música, “Never Never You Go!”, em “Bone Sweet Bone”, que foi dedicada à nossa amizade e musicalidade ao longo de todos esses anos.

RtM: A  banda buscou um som mais sombrio, com contos de horror clássico como inspiração. Conte-nos que outras coisas mais lhe inspiram para compor?
Gernot: Histórias clássicas de horror gótico são os principais itens de nossas letras. Bebendo, festejando e ouvindo Psychobilly também. Para ser sincero, nós gostamos mais de groove e música do que letras profundas e sofisticadas (risos)

RtM: Falando sobre sua música, além desse rock n 'roll obscuro, você tem outros estilos musicais que lhe influenciam no processo de composição?
Gernot: Quando começamos em 1993, fazíamos o Psychobilly limpo e dançante. Então começamos a incorporar elementos de metal, guitarras pesadas e distorcidas em nossa música (Rising from the Darkside, Funeral Suite). Isso ocorreu durante um período de dois ou três anos, depois voltamos ao estilo tradicional novamente. O conceito lírico sempre foi assustador e sinistro.

RtM: O The Grave Stompers se identifica como Psichobilly Old School, mas o quanto o Metal influenciou seu estilo de tocar?
Gernot: Bem, tivemos alguns anos influenciados pelo Metal em toda a existência da banda, mas no geral não tem grande influência no Grave Stompers. Eu mesmo posso dizer que, além de Psychobilly e Rockabilly, gosto muito de Metal e ouço desde meados dos anos 80. Black Metal especialmente! E Mötley Crüe e Saxon.


RtM: Você poderia nos listar algumas bandas ou  estilos que influenciaram sua carreira?
Gernot: Eu diria que os Cramps, Meteors e todo o material psychobilly inglês dos anos 80 foram de grande influência para nós. Krewman, Batmobile, Long Tall Texans, para citar alguns. Nós estávamos totalmente interessados ​​nisso e queríamos tocar a música que estávamos ouvindo !! Também gostamos dos anos 60 e garage punk! Todo esse som também foi uma influência para nós!

RtM: Houve um episódio curioso em 1997, quando vocês lançaram seu álbum de estreia “Rising From The  Dark Side". As fotos da arte do CD foram tiradas no cemitério, certo? Parece que houve algum tipo problema com a polícia, e os seus equipamentos para a sessão de fotografia, os machados, ossos e caveiras incomodaram os oficiais? Conte-nos sobre esse episódio.
Gernot: As imagens mostradas nesse álbum não foram tiradas daquela sessão em especial no cemitério. Mas deve ter sido nessa época em que tivemos outra sessão de fotos em um cemitério local, o que causou alguns problemas com a polícia. Uma tarde, entramos no cemitério com roupas de couro, bem equipados com caveira, ossos e machados para fazer uma sessão de fotos. Se você gosta de terror e Psycho, é óbvio que você precisa fazer uma sessão de fotos como essa no cemitério local! (risos)

Após a sessão, saímos de carro, e logo que nos afastamos vimos que a polícia chegou ao cemitério e entrou com armas nas mãos. Não tínhamos ideia de que era por nossa causa. Na mesma noite, nosso baterista Martin, que dirigia o carro, foi visitado pela polícia. Algumas pessoas no cemitério que nos viram, obviamente se sentiram ofendidas com a nossa aparência, chamaram a polícia e deram o número do nosso carro. Então tivemos alguns pequenos problemas com a coisa toda e, no final, ela foi descartada porque ficou claro que o caso todo não era tão sério. Hoje é uma história engraçada do passado!!



RtM: A banda passou por mudanças de sonoridade, onde ficou mais pesada e mais dark, as turnês afetaram você pessoal e musicalmente?
Gernot: Começamos a banda em 1993 e por volta de 1996 começamos com aquele som mais pesado e mais sombrio. Martin tinha aquelas raízes orientadas ao punk e eu tinha minha paixão por Black Metal, então foi por alguns anos que esses gêneros musicais foram incorporados em nossa Psychobilly Music, mas com o álbum “Bone Sweet Bone”, voltamos ao estilo Psycho Rockabilly clássico dos anos 80 novamente. 

Os shows não tiveram nenhum efeito real sobre nós - foi divertido, adoramos tocar ao vivo e foi uma grande aventura para nós quando entramos nessa coisa de música/concertos full time!! Bem, um efeito pode ser que você começa a beber mais bebida do que provavelmente deveria - isso é porque as bebidas são de graça! (risos)

RtM: O Grave Stompers fez muitos shows na Europa, vocês têm 25 anos de trabalho duro. Para finalizar nossa conversa e sobre eu quero perguntar, é possível dizer aos seus fãs brasileiros se há alguma chance de anunciar uma turnê brasileira no futuro,  já teve algum convite? Embora sua música seja mais restrita e underground, há muitos fãs seus em todo o país.
Gernot: UAU!!! Estamos muito satisfeitos em saber que existem muitos fãs em todo o país! Nós apreciamos totalmente isso!! Sentimo-nos profundamente honrados! Infelizmente ainda não há planos de irmos ao Brasil ...

Rtm: Sinta-se à vontade para enviar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Gernot: Então, finalizando, eu agradeço muito pelo interesse nos Grave Stompers! Desejo a você tudo de melhor para seu futuro e seu site - mantenha o ótimo trabalho! É totalmente necessário que as pessoas nunca parem para manter a cena musical viva e agitada! E  erguemos nossas garrafas de bavarian brew a todos os roqueiros, metalheads e psycho do brasil - obrigado por seu apoio - nós os saudamos!! Um Brinde!


Entrevista: Louise  C. Wagner
Tradução/Edição: Carlos Garcia

Grave Stompers Facebook

         

       

       

Nenhum comentário: