terça-feira, 17 de agosto de 2010

Made in Brazil: A Revelação Amazonense Glory Opera


Quem acompanha o blog deve ter percebido que destacamos principalmente as bandas da região sul do Brasil, mas isso mais por uma questão geográfica do que por opção. Obviamente que o Brasil não se limita apenas às regiões sul e sudeste quando o assunto é Metal de qualidade.

Ninguém melhor do que a banda amazonense Glory Opera para figurar aqui na seção Made in Brazil, afinal, o grupo que foi considerado pelas revistas especializadas Rock Brigade e Roadie Crew como revelação do Metal nacional, contando com dois álbuns lançados e que valorizam na medida certa a cultura local, merece a atenção de todos.


A banda surgiu no norte do Brasil, em Manaus, em 1997. Mas antes de se chamar Glory Opera, carregava o nome Nostradamus, em 1994. Três anos depois a banda muda para o nome atual. Com a chegada do vocalista Humberto Sobrinho, vindo de Recife, no ano 2000, gravam uma demo e o vocalista é efetivado na banda. Nesse período, participou de testes para ingressar no Angra, assim como o baterista Helmut Quacken (atualmente no Suprema), tendo inclusive gravado algumas demos com a banda, cantando a música “Nova Era”, que se imortalizaria nos vocais do escolhido Edu Falaschi (que estava no Symbols). Mesmo não tendo sido selecionados, isso colocou o grupo em evidência.

Investindo em algo até então inédito, que é mesclar Power/Prog Metal com instrumentos da cultura local, especialmente indígena, além de letras que destacam o folclore, lançaram o debut em 2002 chamado “Rising Moanga” que é muito bem recebido, inclusive no exterior.


Nesse primeiro disco, além de Humberto Sobrinho (atualmente frontman do Hangar) e do baterista Helmut Quacken, o Glory Opera era formado por .

A formação se manteve a mesma também quando foram convidados à participar de um tributo à banda Stratovarius, organizado por uma gravadora italiana. A banda escolheu a música “Forever Free” para fazer parte do tributo.

Mas em 2007, é anunciada a saída e três integrantes da banda, Jean Rothen, Emerson Dácio e Casé Mar. A saída foi amigável e se deu devido à impossibilidade dos três músicos se deslocarem para o sudeste do país junto com os demais integrantes. Para a banda, foram anunciados Renato Sotto e Gustavo Di’Pádua nas guitarras, Carlos Ceroni nos teclados e Fernando Giovannetti no baixo.



Com essa formação e nesse ano sairia seu segundo e até então último disco. “Equilibrium” (2007) mantem a temática e proposta da banda, porém, agora mais ousada e com uma melhor produção. O álbum é simplesmente perfeito e, ao longo de suas 11 faixas traz uma banda ainda mais madura, com a utilização de outros elementos, incluindo vocais femininos e masculinos guturais.

Mas, além disso, marca também a ousadia da banda na canção épica “Drowning Into Madness”, que com 25 minutos de duração é um dos sons mais bem construídos do Power Metal e, disparado, o melhor da banda. A utilização de alguns corais também é de encher de orgulho.


A banda estava se preparando para turnê de divulgação desse muito bem recebido disco, que duraria, pelo menos, os anos 2008 e 2009. Entretanto, Humberto Sobrinho é efetivado como novo vocalista da banda Hangar, substituindo Nando Fernandez que deixou a banda pouco antes do processo de gravação do disco seguinte, que viria a ser “Infallible” (2009) e fora gravado já com Humberto nos vocais.

Mas, e o Glory Opera? Ficou aí uma dúvida: Humberto permanece na banda paralelamente ao Hangar, ou o Glory Opera deve ir em busca de um novo frontman?

Nem um, nem outro. Humberto sai da banda (embora o myspace da banda ainda conte com ele na formação) e o grupo faz uma pausa que já dura dois anos. Porém, para um show (que acabou não acontecendo devido à problemas na organização e revolta das bandas de Metal de um festival “eclético), foi convidado Nando Fernandez para o posto de vocalista, o que alimentou a idéia (com sentido) de que teria havido uma troca de vocalistas entre as duas bandas, o que não é verdade.

O que aconteceu foi o convite para esse único show, marcando a estréia de Nando na região norte do Brasil, e, se tudo tivesse dado certo, mais alguns shows.


Mas, além disso, o baterista Helmut Quacken sofre de uma doença (grave, diga-se de passagem) no coração que o afasta por muitos meses, marcando realmente a inativação do grupo, enquanto os demais integrantes seguiam com outros projetos.

Assim, a banda deixa a atividade por tempo indeterminado, em que alguns fãs já lamentam pelo fim dela, enquanto muitos (incluído quem aqui escreve) acreditam que esse original e orgulhoso grupo brasileiro irá se reerguer, independente de quem estiver nos vocais, dependendo da melhora de Quacken, para voltar a nos presentear com belas composições e daqui para o mundo.

Stay on the Road

Texto: EddieHead

Pesquisa: Myspace da banda, comunidade no Orkut e blog de Humberto Sobrinho.

Discografia

Rising Moanga (2002)
Equilibrium (2007)

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