Somente o fato da formação que gravou "Antes do Fim", "Dividir e Conquistar" e "Searching for the Light", que não gravava e não tocava há mais de 22 anos, ter anunciado reunião no início do ano, já foi uma notícia que deixou a nação banger esperançosa, afinal, muitas das bandas clássicas brasileiras voltaram a ativa nos últimos tempos, como Stress e Metalmorphose (que dividiu com o Dorsal o clássico "Ultimatum").
Em seguida, a banda acenou com a possibilidade de lançamento de um novo álbum, e numa atitude pioneira e também polêmica, lançou, através do site catarse.me, campanha de financiamento coletivo, realizada durante 45 dias, onde os fãs puderam contribuir, sendo que cada tipo de "pacote" disponibilizado, daria direito a recompensas de acordo com a contribuição.
Como sabemos, a campanha logrou êxito e a banda entrou em estúdio para registrar as músicas para o álbum e também preparar o restante do material, como camisetas, canecas e adesivos, além de nova edição do livro "Guerrilha".
No encarte do CD estão os nomes de todos que contribuíram com o projeto, todos os "Dorsal Banzais" que entraram para a história junto com a banda, mostrando que é possível encontrar caminhos alternativos e novas soluções, sem depender dos meios convencionais.
Foram aí seis meses de dedicação ao projeto, e início de dezembro o material começou a ser enviado.
Tudo isso já bastaria para que o álbum merecesse o status de "Marco no Metal", porém o que a banda apresentou aos fãs é um material de qualidade, com uma banda empolgada, trazendo características conhecidas dos fãs do Dorsal, como elementos do Thrash, Punk e Hardcore e as letras em português, sempre inteligentes, com aquele senso crítico, mas também apresentando soluções, além de contar histórias do cotidiano e fatos históricos.
Apesar desses elementos que podemos identificar em outros álbuns da banda, "2012" é diferente, mais Metal Tradicional, com mais melodia, mais limpo, inclusive com Carlos Lopes optando por vocais mais roucos e cantados, como o próprio esclarece, que hoje este é seu registro de voz e buscou enveredar por caminhos diferentes.
O álbum soa muito bem, com muita pegada, com Carlos contando que a intenção foi deixar o som com cara de ao vivo, com os elementos se somando, com aquela sonoridade vintage, sendo melódico como as bandas clássicas, prestando homenagem a mestres como Judas Priest, Ozzy Osbourne, C.O.C., Motorhead, Discharge, Maiden, Angel Witch, etc.
Pois bem, são doze faixas de Metal de qualidade, formando um álbum forte e com pelo menos mais meia dúzia de pérolas para a coleção da banda e do Metal nacional. A abertura, com "Meu Filho Me Vingará", traz riffs bem Thrash oitentista, lembrando o Metallica do "Kill'Em All"; "Stalingrado", que fala sobre a famosa batalha, é veloz e bem Hardcore; "A Invasão do Brasil", apresenta também riffs do Thrash e Metal Tradicional, com bastante velocidade nas palhetadas; "Eu Minto, Todo Mundo Mente", lembra Ratos de Porão nos riffs e linha vocal.
"Colonizado Entreguista" também é porrada Punk e Hardcore e vocais mais raivosos; "Corrupto Corruptor", é uma das minhas preferidas até agora, riff bem marcante (novamente lembra aquela pegada "Kill'Em All"),uma das mais melódicas, com Carlos arriscando alguns agudos no refrão, e aqui na metade do play, você com certeza pode comprovar que o que a banda falou sobre o álbum ter uma mistura de Metal, Hardcore, Old School e melodia, mas com a cara brasileira, é o que podemos ouvir neste "2012"! Muito Bom!!!!
"168 BPM", é uma vinheta acústica, enquanto que a seguinte, "Contenda", outra das minhas preferidas, mesclando elementos do Metal e Hardcore, riff e refrão pegajosos, destaque também para os vocais roucos do Carlos, lembrando o Taneli Jarva, primeiro vocalista do Sentenced; "Comissão da Verdade", é mais um dos destaques, dentre tantas faixas muito boas, letra excelente, é uma das faixas com mais melodias, tanto nas guitarras como vocais, uma música que com certeza vai pegar o ouvinte de primeira, daquelas que gruda na mente. Detalhe do sampler de trecho de discurso da Presidenta.
"2012" na mão, feliz por ouvir um grande álbum e ter participado do projeto! |
"Operação Brother Sam", começa com uma melodiazinha na guitarra para depois o pau comer, com mais riff old school, guitarras dobradas no solo, bem Metal Tradicional, e com vocais bem melódicos no refrão, aliás, vale ressaltar que dá pra ouvir perfeitamente tudo que é cantado no álbum; "Jango Goulart", é mais uma porrada, mesclando partes Metal e Hardcore e a letra nos contando um pouco da história que não querem que seja contada.
"Imortais", a derradeira faixa, é uma homenagem aos fãs da banda, um hino que nasceu clássico! Heavy Metal!!!! Segue um trechinho da letra: "Inabalável como história, certos da vitória, em busca da verdade, por liberdade, pela honra e glória... fãs da Dorsal são imortais, essa honra pertence a vocês".
Mais um marco! Pela qualidade do trabalho, por mais uma vez ser diferente e não ter medo de ousar, buscando uma alternativa fora das usuais para lançar este álbum, ao invés de ficar reclamando e achando desculpas, como muitos preferem, por ter culhões para fazer um trabalho autoral!!! Não precisa falar mais nada!!!
Ah sim, vale lembrar que está sendo produzido o filme "Dorsal", veja informações no site abaixo, além de mais detalhes também da produção do álbum 2012:
Revisão: Eduardo Cadore
Formação:
Carlos Lopes: Guitarra e vocais
Hardcore: Bateria
Cláudio Lopes: Baixo
Tracklist
01-Meu Filho Me Vingará
02-Stalingrado
03-A Invasão do Brasil
04-Eu Minto, Todo Mundo Mente
05-Colonizado Entreguista
06-Corrupto Corruptor
07- 168 BPM
08-Contenda
09-Comissão da Verdade
10-Operação Brother Sam
11-Jango Goulart
12-Imortais
Acesse e conheça mais sobre a banda
Site Oficial
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