segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Cobertura de Show - NOFX: Quebrando tudo em nome do Hardcore! (15/12/15, Bar Opinião - POA/RS)


2015 foi o ano do Hardcore em Porto Alegre. Além do cenário independente que nunca para, bandas como Pennywise, Face to Face e Satanic Surfers marcaram presença na capital. O NOFX que era para se apresentar alguns meses antes (mais precisamente em março), cancelou a primeira data marcada por conta de problemas internos, mas fechou com chave de ouro esse ano especial para o HC.

O público que já acompanhava a banda no backstage passaport parte 3 pela web compareceu em peso numa quente noite do dia 15 de dezembro. Noite propícia para tomar uma cerveja e pogar ao som dos clássicos da banda que já não passava por aqui desde 2010.

A abertura ficou por conta da banda Reffer que apresentou um set curto porém direto e sem dó. Melodias colantes, guitarras aceleradas e bateria frenética chamaram a galera toda para o pogo, que apesar de tímido respondeu com energia.


Enfim, vamos ao prato principal: a banda entra saudando a galera e é muito bem recepcionada. De cara Fat Mike (trajado por um baby doll cor de rosa) já se depara com um garoto com uma camiseta do Slayer na frente e atacam com “60%” (uma lentinha) só para debochar. Os caras brincam muito e interagem sem cerimônia com a plateia: Fat oferece sua agua para a galera, mas já adianta que tem urina, El hefe encorajando Mike a mostrar seus peitos sem timidez.

O pessoal mais chegado já sabe que o setlist varia muito conforme o humor medonho de Fat. Ouve a notícia de que tocaram “The Decline” (o clássico absoluto) interinha no show anterior então obviamente um clima de expectativa tomava conta. Logo depois de clássicos como “Eat The Meek”, “Leave it Alone”, “Dinossaurs” e “Franco Unamerican” eis que começa “The Decline”, a banda anuncia como quem não quer nada o som que alguns aguardavam pra ouvir ao vivo desde 97 no primeiro show em solo gaudério. Uma emoção toma conta do lugar, sem dúvidas o ponto mais alto do show: um vago silencio seguido da introdução da bateria, seguida do riff de baixo. Era o momento. “The Decline” executada na íntegra para delírio dos fãs e deste que vos escreve.


Era como se todos fizéssemos parte de um mesmo time comemorando com o hino. Cada trecho foi reverenciado. Cada momento daqueles 18 minutos de duração da faixa foi absorvido e apreciado por este mísero espectador. Confesso que já posso morrer tranquilo depois desse dia. Depois desse fato a insanidade tomou conta do lugar.

A banda se sente à vontade na casa destilando pérolas como “Moron Brothers”, “Don't Call Me White” e “Perfect Government”. Antes de uma saída estratégica para o bis “Linoleum” é tirada da cartola pra arrebentar quem estava de bobeira. Pausa e a banda se retira. Era o fim? Bem capaz eles queriam é ouvir a multidão: “Olê, olê, olê, olê, NOFX, NOFX” ecoava por toda cidade baixa. Era a hora de voltar com “Bob”. Fat ironiza a piazada presente na plateia e ataca com “Fuck The Kids”, brinca com o segurança em “Kill All The White Man”, pede desculpas pelo erro em “Bottles to the Ground” e quebra tudo com “The Brews”.


Enfim, uma apresentação calorosa, autentica e contagiante como um show de Hardcore deve ser.


Cobertura por: Ériton da Silva
Fotos: Billy Valdez

Revisão/edição: Renato Sanson

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