sábado, 24 de fevereiro de 2018

Pänzer: Tanque de Metal 80's



O The German Pänzer retorna com seu segundo álbum, "Fatal Command", e estreando as mudanças nas fileiras, o outrora trio agora conta com duas guitarras, o já rodado e excelente guitarrista suéco Pontus Norgren (atual Hammerfall, e que já passou por grupos como Talisman, Humanimal, Jeff Scott Soto, The Poodles. Quando vi que o cara entrou na banda, já esperei mais melodia e técnica) e o suíço V.O. "Otti" Pulver (Gurd, Poltergeist, e que também co-produziu "Thrash Anthems II" do Destruction), substituindo Herman Frank (Victory, Ex-Accept), completam a formação os membros remanescentes, Schmier (Vocais e baixo, Destruction) e Stefan Schwarzmann (ex-Accept), lembrando que a banda foi formada naquele período em que Herman e Stefan acabaram demitidos do Accept, e logo em seguida o então trio lançou "Send Them All to Hell" (2014). trazendo um Metal de raízes oitentistas, mas com sonoridade atual,  e com um pé no Thrash, sendo muito bem recebido.

No segundo ataque o grupo já traz reflexos da mudança de line-up, e o que logo podemos notar é que o lado Thrash Metal está mais contido, e trazem uma sonoridade mais limpa e melódica, principalmente nos riffs, solos e melodias de guitarra, o que deixou as músicas mais cativantes, bem mais na veia do Heavy Metal anos 80, e acredito que o Accept clássico é uma das grandes referências, e claro, nomes como Saxon, Judas Priest e Iron Maiden.


Essa pegada mais cativante e melódica já se apresentam na abertura, com a excelente e vibrante "Satan's Hollow", com seus riffs marcantes, licks cativantes e um refrão grudento; de pegada veloz a faixa título "The Fatal Command" traz mudanças de andamento e riffs bem na veia 80's, assim como na faixa anterior (o clima NWOBHM pode ser sentido nas duas), destacando o trabalho da dupla de guitarristas, e há de se destacar que funcionou muito bem a adição de duas guitarras, abrindo mais o leque para a banda, aproximando-a ainda mais das raízes oitentistas.

em "We Can Not Be Silenced" Schmier busca nuances diferentes em seus vocais, em linhas mais melodiosas, o que funcionou muito bem, principalmente no refrão. As guitarras novamente se destacam, alternando peso e melodias cativantes, sempre apoiadas pela cozinha firme e consistente de Schmier e Stefan; o quarto petardo, "I'll Bring You the Night", que inicia com uma grande melodia e tradicionais e maravilhosas guitarras gêmeas,  só corrobora as primeiras impressões, de que é um álbum bem mais puxado pro Heavy Metal tradicional, e também com sonoridade mais cativante e melódica. Impossível não lembrar Accept aqui, principalmente nos coros do refrão e os trechos com riffs cavalgados.


"Scorn and Hate" tem uma intro bem melódica, em seguida os riffs principais e andamento remetem ao Iron Maiden clássico. Vibrante e melodiosa, destacando novamente o excelente trabalho das guitarras; Que álbum empolgante de ouvir! Possui uma vibração que te deixa pra cima! Confesso que ouvi 3 vezes uma trás da outra. "Afflicted" começa, e mais um riff que imediatamente remete aos áureos anos 80. Com variações de andamento alternando partes cadenciadas e trechos com bateria estilo "locomotiva", o destaque segue sendo os grande trabalho das guitarras, onde salta aos ouvidos a técnica de Pontus, e tenho certeza de que quem já conhecia o trabalho dele, já esperava que traria mais melodia e técnica ao som do grupo. "Sullbreaker" vem com um andamento mais arrastado e nervoso, enquanto que "Bleeding Allies" vem agressiva e nervosa.

"The Decline (...and the Downfall)" traz ares de Judas Priest no riff principal, lembrando o andamento da "Metal Gods". As nuances oitentistas e as mais atuais estão bem casadas, alternando trechos bem tradicionais com outros mais agressivos; "Mistaken" inicia com a cozinha ditando o peso. Andamento moderado e pesado, riffs em palm mute e Schmier novamente mostrando linhas diferentes do que apresenta tradicionalmente no Destruction; Junto ao quarteto inicial, "Promised Land" é mais um dos destaques de um álbum de um nível muito bom. O andamento veloz e empolgante é recheado de riffs e solos certeiros, além do refrão e coros "grudentos": "oh oh oh oh! the promised land!"; Fechando esta edição nacional lançada aqui pela Shinigami Records, como bônus a versão para "Wheels of Steel" do Saxon, reverência a um dos grandes nomes do Heavy Metal 80's, em uma execução um pouco mais acelerada e "thrashy".


Abrace sem medo, Heavy Metal de primeira, com aquela raiz "oitentista", porém soando atual!Feito com gosto, sem invenções, com grandes riffs e melodias cativantes. Talvez alguns sintam um pouco de falta de mais elementos do Thrash, mais presentes no debut, mas confesso que essa sonoridade mais cativante e com duas guitarras me agradou muito mais. Absolutamente prazeroso de ouvir e bater cabeça!

Texto: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação

Ficha Técnica:
Banda: Pänzer
Álbum: "Fatal Command" 2017
Estilo: Heavy Metal
País: Alemanha
Produção: Schmier e V.O. Pulver
Selo: Nuclear Blast/Shinigami Records

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Line-up:
Schmier: Baixo e Vocais
Stefan Schwarzmann: Bateria
Pontus Norgren: Guitarras
V.O. Pulver: Guitarras

Tracklist
Satan's Hollow
Fatal Command
We Can Not Be Silenced
I'll Bring You the Night
Scorn and Hate
Afflicted
Skullbreaker
Bleeding Allies
The Decline (...And the Downfall)
Mistaken

Promised Land



     


     

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