terça-feira, 27 de outubro de 2015

Queensrÿche x Geoff Tate: Do ressurgimento das cinzas ao pior momento da carreira

Vamos aos fatos: Com a separação Queensrÿche e Geoff Tate muito se especulou o que viria, até mesmo um futuro incerto para ambas as carreiras.


Começando pelo Queensrÿche, a banda se revigorou com Todd La Torre nos vocais, tanto que em 2013 lançou “Queensrÿche”, um álbum acima da média e que resgatava o que a banda tinha criado de melhor no final dos anos 80. Remetendo ao clássico “Empire” (90), e sendo disparado o melhor disco do Queensrÿche desde “American Soldier” (09 – que convenhamos não é um grande álbum, mas também não é ruim).


Enquanto o Queensrÿche juntava os cacos deixados por Tate, o mesmo lançava o disco “Frequency Unknown” (13), sob o nome de Queensrÿche. Onde gerou uma grande briga judicial de quem realmente poderia ou não utilizar a marca.

Esquecendo as desavenças, “Frequency Unknown” que poderia ser o álbum de redenção de Tate, infelizmente não foi, pois é apenas mais um enlatado de seus experimentos musicais, que em nada casam com sua voz, e muito menos soa agradável aos ouvidos. Não é exagero ou saudosismo, mas o que Geoff já vinha fazendo no Queensrÿche já era duvidoso e bizarro, basta ouvir o seu último disco com a banda, “Dedicated to Chaos” (11), que beira o ridículo! E sim, sou fanático pela banda e por Tate, mas é inegável quanto o disco soou de mau gosto, além de estar muito longe do que foi o Queensrÿche um dia.

Tempos que não voltam mais...
Enquanto isso Scott Rockenfield & Cia continuavam a divulgação de seu belo trabalho, porém nem tudo eram flores, pois estavam enfrentando uma certa resistência dos fãs, pois sim, La Torre lembrava (e muito) Tate em seus tempos áureos. O que ao vivo soava como uma dita “cópia”, em estúdio não era diferente, porém o sopro de vida que La Torre deu ao grupo é inegável, pois o Queensrÿche tentava mostrar que o problema não era a banda em si, mas sim quem comandava os vocais, o que deu um empurrãozinho a mais para o declínio de Tate. Já que o Queensrÿche estava voltando a boa forma sem ele.

Passados dois anos de seus lançamentos, eis que tanto o Queensrÿche quanto Tate anunciam seus respectivos novos discos, o Queensrÿche anuncia “Condition Hüman”, que gerava grande expectativa se manteriam o mesmo nível do anterior, e Geoff anunciava sua nova banda Operation: Mindcrime e o álbum “The Key”.


Com ambos os anúncios, Geoff acabou atraindo a maior atenção, pois vinha de uma sequência ruim de lançamentos, e logo anuncia sua nova banda que leva o nome de sua maior obra prima. Sim, muita expectativa foi gerada, pois estaríamos diante da volta por cima de Tate? Ou seria mais um enlatado experimental que carregaria um grande nome?

Então dada as devidas proporções (ou até mesmo exageradas), é indiscutível a qualidade vocal e musical de Tate (mesmo que não tenha explorado mais ambas a bastante tempo), e com um anuncio desse, que segundo o mesmo será uma trilogia, e que conta com músicos renomados ao seu lado, todos esperavam algo na linha do Queensrÿche, e com o lançamento do videoclipe da faixa promocional “Re-Inventing the Future”, pode-se se notar algo mais agradável, e que de certa forma convencia, mas não sabíamos se “The Key” seguiria essa linha.

E para tristeza dos fãs mais uma grande decepção, um álbum mediano, com composições fracas e arranjos pobríssimos. Mostrando que Geoff está realmente em sua pior fase da carreira, pois não consegue emplacar algo que agrade os fãs, e gostando ou não, todos que o acompanham esperam ouvir algo parecido ou no mesmo nível que foi criado no Queensrÿche.

Mais um grande fiasco
Já o Queensrÿche de Scott Rockenfield & Cia lançou o poderoso “Condition Hüman”, que resgatam ainda mais a boa forma, lançando um disco (guardada as devidas proporções é claro) na linha do Debut “The Warning” (84), com passagens mais pesadas e obscuras, com melodias de tirar o folego, e com La Torre cantando muito (mesmo tendo uma semelhança incrível com Tate no auge).

Nessa briga Queensrÿche x Geoff Tate é visível quem saiu “perdendo”, se Geoff achava que a banda não conseguiria seguir sem ele, acabou se enganando feio, o Queensrÿche conseguiu e com sobras, lançando discos relevantes. Já Tate mantem suas ideias experimentais a todo vapor, que com certeza deve agradar somente a ele mesmo, já que tínhamos indícios fortes que ele não queria seguir o lado Heavy Metal no Queensrÿche, sendo assim, nada mais justo que ambos seguirem seus caminhos fazendo o som que lhes agrada.


Os fãs agradecem, pois pelo menos o Queensrÿche investiu forte em voltar a fazer música de qualidade. Me desculpe Tate, mas os seus discos de 2011 para cá infelizmente são péssimos.

Matéria: Renato Sanson


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