Vamos aos fatos: Com a separação Queensrÿche
e Geoff Tate muito se especulou o que viria, até mesmo um futuro incerto para
ambas as carreiras.
Começando pelo Queensrÿche, a
banda se revigorou com Todd La Torre nos vocais, tanto que em 2013 lançou “Queensrÿche”,
um álbum acima da média e que resgatava o que a banda tinha criado de melhor no
final dos anos 80. Remetendo ao clássico “Empire” (90), e sendo disparado o
melhor disco do Queensrÿche desde “American Soldier” (09 – que convenhamos não
é um grande álbum, mas também não é ruim).
Enquanto o Queensrÿche juntava os
cacos deixados por Tate, o mesmo lançava o disco “Frequency Unknown” (13), sob
o nome de Queensrÿche. Onde gerou uma grande briga judicial de quem realmente
poderia ou não utilizar a marca.
Esquecendo as desavenças, “Frequency
Unknown” que poderia ser o álbum de redenção de Tate, infelizmente não foi,
pois é apenas mais um enlatado de seus experimentos musicais, que em nada casam
com sua voz, e muito menos soa agradável aos ouvidos. Não é exagero ou
saudosismo, mas o que Geoff já vinha fazendo no Queensrÿche já era duvidoso e
bizarro, basta ouvir o seu último disco com a banda, “Dedicated to Chaos” (11),
que beira o ridículo! E sim, sou fanático pela banda e por Tate, mas é inegável
quanto o disco soou de mau gosto, além de estar muito longe do que foi o Queensrÿche
um dia.
Tempos que não voltam mais... |
Enquanto isso Scott Rockenfield
& Cia continuavam a divulgação de seu belo trabalho, porém nem tudo eram
flores, pois estavam enfrentando uma certa resistência dos fãs, pois sim, La
Torre lembrava (e muito) Tate em seus tempos áureos. O que ao vivo soava como
uma dita “cópia”, em estúdio não era diferente, porém o sopro de vida que La
Torre deu ao grupo é inegável, pois o Queensrÿche tentava mostrar que o
problema não era a banda em si, mas sim quem comandava os vocais, o que deu um
empurrãozinho a mais para o declínio de Tate. Já que o Queensrÿche estava
voltando a boa forma sem ele.
Passados dois anos de seus
lançamentos, eis que tanto o Queensrÿche quanto Tate anunciam seus respectivos novos
discos, o Queensrÿche anuncia “Condition Hüman”, que gerava grande expectativa
se manteriam o mesmo nível do anterior, e Geoff anunciava sua nova banda
Operation: Mindcrime e o álbum “The Key”.
Com ambos os anúncios, Geoff acabou
atraindo a maior atenção, pois vinha de uma sequência ruim de lançamentos, e
logo anuncia sua nova banda que leva o nome de sua maior obra prima. Sim, muita
expectativa foi gerada, pois estaríamos diante da volta por cima de Tate? Ou
seria mais um enlatado experimental que carregaria um grande nome?
Então dada as devidas proporções
(ou até mesmo exageradas), é indiscutível a qualidade vocal e musical de Tate
(mesmo que não tenha explorado mais ambas a bastante tempo), e com um anuncio
desse, que segundo o mesmo será uma trilogia, e que conta com músicos renomados
ao seu lado, todos esperavam algo na linha do Queensrÿche, e com o lançamento
do videoclipe da faixa promocional “Re-Inventing the Future”, pode-se se notar
algo mais agradável, e que de certa forma convencia, mas não sabíamos se “The
Key” seguiria essa linha.
E para tristeza dos fãs mais uma
grande decepção, um álbum mediano, com composições fracas e arranjos pobríssimos.
Mostrando que Geoff está realmente em sua pior fase da carreira, pois não
consegue emplacar algo que agrade os fãs, e gostando ou não, todos que o
acompanham esperam ouvir algo parecido ou no mesmo nível que foi criado no Queensrÿche.
Mais um grande fiasco |
Já o Queensrÿche de Scott
Rockenfield & Cia lançou o poderoso “Condition Hüman”, que resgatam ainda
mais a boa forma, lançando um disco (guardada as devidas proporções é claro) na
linha do Debut “The Warning” (84), com passagens mais pesadas e obscuras, com
melodias de tirar o folego, e com La Torre cantando muito (mesmo tendo uma
semelhança incrível com Tate no auge).
Nessa briga Queensrÿche x Geoff
Tate é visível quem saiu “perdendo”, se Geoff achava que a banda não conseguiria
seguir sem ele, acabou se enganando feio, o Queensrÿche conseguiu e com sobras,
lançando discos relevantes. Já Tate mantem suas ideias experimentais a todo
vapor, que com certeza deve agradar somente a ele mesmo, já que tínhamos indícios
fortes que ele não queria seguir o lado Heavy Metal no Queensrÿche, sendo
assim, nada mais justo que ambos seguirem seus caminhos fazendo o som que lhes
agrada.
Os fãs agradecem, pois pelo menos
o Queensrÿche investiu forte em voltar a fazer música de qualidade. Me desculpe
Tate, mas os seus discos de 2011 para cá infelizmente são péssimos.
Matéria: Renato Sanson
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