sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Saxon: Clássicos Re-energizados em Versões Acústicas e Orquestrais


As lendas do Metal inglês lançaram em novembro o álbum "Unplugged & Strung Up" (2013), contendo versões re-arranjadas de vários clássicos de sua carreira, não faltam canções grandiosas para escolher, e eu já imaginava, por exemplo, "Crusader", numa versão orquestral, imaginava que um dia eles iriam fazer algo assim, era inevitável, e isso aconteceu no CD bônus da edição especial do álbum "Sacrifice", e o resultado final ficou muito bom. Por conta disso, acredito, agora, a banda re-edita algumas daquelas versões e acrescentando outras faixas, inclusive regravações e versões acústicas.

Discos de versões acústicas e orquestradas já encheram o saco? Não quando o material é bem feito, honesto e não um simples caça-níquel, já que o Saxon se mantém relevante e lançando bons discos de inéditas periodicamente.


A banda comentou que que essa versões "re-energizadas e re-arranjadas" trazem uma nova dimensão às músicas, e, realmente, ficaram muito boas, até emocionantes, valendo a aquisição do álbum, tanto para quem tem, como para quem não conferiu as versões que saíra no citado CD bônus do "Sacrifice".

Confira, por exemplo, "Crusader" (Fucking Awesome!!!!Foi a primeira coisa que me veio na cabeça, hehehe), "Red Star Falling" e "Broken Heroes" (que é uma das minhas preferidas, apesar de ser de uma fase que eles estavam com um lado mais "comercial", mas essa música é um hino), onde os novos arranjos corroboram os comentários da banda a respeito da "re-energização" das músicas.


Agora, "The Eagle Has Landed", ficou impressionante! (confira o lyric video abaixo, lançado dia 16/01/2014), ficou ainda mais épica, densa e pesada, com os arranjos orquestrais a deixando tão grandiosa quanto a original, dando uma nova dimensão à música. Imagine um show completo com orquestra?


Nas versões acústicas, destaque para "Frozen Rainbow" (do primeiro álbum), abrilhantada com belas texturas, arranjos de violão de doze cordas inclusive, deixando-a ainda mais bela e atual (vídeo oficial abaixo).


Temos ainda regravações e re-mixes de músicas como "Stallions of the Highway" e "Rock the Nations", entre outras, todas bem gravadas e produzidas, sendo que o álbum, e sua versão digipack ainda conta com um CD bônus, "Heavy Metal Thunder", com mais um apanhado de clássicos. Resumindo, um pacote indicado aos fãs e, essa edição dupla, muito mais ainda a quem quer conhecer mais a banda, novas gerações, já que o lançamento se mostra um belo apanhado (para os mais novos, recomendo depois, buscar também os clássicos, como "Power & the Glory", "Wheels of Steel", "Strong Atrm of the Law"). Com certeza, vale a aquisição, agora, tomara que eles façam alguns shows com essas versões e lancem em DVD!

Texto/Edição: Carlos Garcia
Revisão: Motorcycle Man

Ficha Técnica
Banda: Saxon
Álbum: Unplugged & Strun Up
Ano: 2013
Estilo: Heavy Metal
País: Inglaterra
Selo/Gravadora: UDR Music




Track-List

Unplugged and Strung Up:
01. Stallions of the Highway (remix)
02. Crusader (orchestral version)
03. Battle Cry
04. The Eagle Has Landed (orchestral version)
05. Red Star Falling (orchestral version)
06. Broken Heroes (orchestral version)
07. Call to Arms (orchestral version)
08. Militia Guard
09. Forever Free (re-recorded version)
10. Just Let Me Rock (re-recorded version)
11. Frozen Rainbow (acoustic version)
12. Iron Wheels (live acoustic version)
13. Requiem (acoustic version)
14. Coming Home (acoustic version)
Heavy Metal Thunder:
01. Heavy Metal Thunder
02. Strong Arm of the Law
03. Power & the Glory
04. And the Bands Played On
05. Crusader
06. Dallas 1pm
07. Princess of the Night
08. Wheels of Steel
09. 747 (Strangers In The Night)
10. Motorcycle Man
11. Never Surrender
12. Denim & Leather
13.
Backs to the Wall


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Legion of the Damned: O Apocalipse em Forma de Música Extrema


Grupo holandês segue em constante ascensão 

Aqui cabe perfeitamente o ditado “Em time que está ganhando não de mexe!”. A fórmula feita pelo Legion Of The Damned, muitas vezes apenas LOTD, é certeira, e em “Ravenous Plague” (2014) não é diferente. Sempre com o propósito de fazer o mesmo som de suas origens, ainda dos tempos em que a banda se chamava Occult, formada em 1992 que gravou vários discos, que por problemas por muitos desconhecidos alteraram o nome, o que se presencia nos discos do LOTD é um Thrash Metal moderno, criativo e carregadíssimo de riffs que não lhe deixarão parado um só segundo durante todo o player. Mas Thrash moderno? Isso, exatamente. O que temos aqui não é nada muito diferente do que já se era feito desde os anos 80, sem perder o toque atual.

A banda vem da Holanda, país que já presenteou o Metal com Pestilence, Asphyx, Whitin Temptation, Ayreon e inúmeras outras. Os “arrasa quarteirões” holandeses, guiados por Erik Fleuren (bateria), Maurice Swinkels (vocais), Harold Gielen (baixo) e Twan van Geel (guitarra), o qual teve a missão de substituir Richard Ebisch, trazem ao mercado mundial mais um grande álbum, na já consagrada discografia da banda. Depois do ótimo “Descent Into Chaos” (2011), esse novo disco vem guiado novamente pelo Thrash Metal baseados em riffs rápidos intercalados com momentos cadenciados, o que é o prato cheio da banda, e diga-se de passagem, o que a banda faz excepcionalmente muito bem.

“Ravenous Plague” deve ser um dos melhores álbuns do grupo, porém é um decisão dificílima de tomar, pois a homogeneidade da discografia dos caras faz com que todo álbum lançado por eles já nasça clássico. 
Acostumados a introduções cinematográficas, esse player não começa diferente. Adicionando um pouco de suspense ao disco, como é bom ouvir pela primeira vez o disco do LOTD para ficar com aquela expectativa de “o que será que vem por aí?”. “The Apocalyptic Surge” fica naquele lance de o apocalipse na Terra, cuja capa já relata muito bem. Assim encerrada, a porrada desce solta em “Howling for Armageddon”, com Erik fritando seus bumbos e levando o andamento no condução de sua bateria como típico da banda e do próprio Thrash Metal. E a primeira música já apresenta a banda como sempre foi: rápida e muito bem dosada de candência em momentos muito bem encaixados. Maurice esbraveja como poucos hoje em dia e os riffs de van Geel deixam qualquer um de boca aberta. O cara é um baú de riffs, incrível!

Novo trabalho, lançado no começo de janeiro, já é considerado um dos melhores deste ano

“Ravenous Plague” é pesado em sua essência e “Black Baron” nos prova isso, rápida e com um riff clássico, provando mais uma vez toda a estrutura que a banda cria no que se propõe em fazer. “Mountain Wolves Under a Crescent Moon” segue a mesa linda das anteriores, porém com partes cadenciadas mais presentes, segurando um pouco o ritmo do disco, mas sem deixar de lados por alguns instantes a velocidade e os bumbos duplos. “Ravenous Abominations” talvez seja umas das que menos irá te chamar atenção no disco, porém seu solo de guitarra não a deixa passar em branco na mais longa e única faixa que ultrapassa os 5 minutos, o que é característico do estilo.

Em seguida, meu amigo, que música! “Doom Priest” é uma das melhores do disco, se não a melhor. Com uma levada mais lenta em sua introdução, com uma narração sombria sobre as orações em vão, cujo mesmo fala em condenação para os pecadores, assim como um corvo se alimenta da carne de um condenado, deixando no ar o que cada deseja para si próprio. A música é praticamente guiada pelo poderoso riff de van Geel. A guitarra torna a música especial, levando qualquer um ao “air guitar”. Erik juntamente com Gielen, formam uma competente cozinha, que marca muito a música.

Em dezembro de 2013, banda liberou o vídeo clipe "Doom Priest" (assista ao final da matéria)

“Summon All Hate” e “Morbid Death” seguem a mesma linha, pesadas e carregadas e riffs, mantendo o ótimo nível de todo o álbum. “Bury Me in a Nameless Grave” já se inicia com um poderoso riff, quebrando pescoços no head bang e uma levada mais cadenciada. Mais uma vez van Geel nos brinda com mais um belo riff, um dos melhores do disco embalado por um baixo cavalar, acelerando ao final. Destaque!

“Armalite Assassin” é a mais curta do álbum e apresenta mais do mesmo, não variando seu andamento, embalado por várias variações na bateria. Para finalizar, mais destaque com “Strike of the Apocalypse”, que é outra calçada dos ótimos riffs de van Geel, que vem nos informar sobre a chegada do apocalipse através dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Morte, Peste, Guerra e Fome), descritos em uma visão profética do Apóstolo João na Bíblia. Bumbos duplos penetrantes na mente e um vocal poderoso, guiando o mundo a revelação.

"Ravenous Plague" tem tudo para se tornar um dos maiores (ou o maior) clássico da banda

O ano de 2014 pelo o que tudo indica já começa muito bem, obrigado. É muito cedo para dizer, mas passados os 365 dias do ano, já imagina-se “Ravenous Plague” presente em muitas listas de melhores do ano, inclusive já está encabeçando a minha. Capa apocalíptica muito bem elaborada e produção bem destacada, nos brindando com um ótimo álbum de uma das melhores bandas de Metal extremo da atualidade, brigando pelo top da banda, desses holandeses malucos zumbizados, que agitam o planeta Terra com seu Thrash Metal doentio e viciante. Recomendadíssimo em qualquer coleção digna.

Texto: André Sauer
Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação

Ficha técnica
Banda: Legion of the Damned
Álbum: Ravenous Plague
País: Holanda
Ano: 2014
Tipo: Thrash Metal
Selo: Napalm Records

Formação
Maurice Swinkels (Vocal)
Twan van Geel (Guitarra)
Eric Fleuren (Bateria)
Harold Gieln (Baixo)





Track List
01 – The Apocalyptic Surge
02 – Howling for Armageddon
03 – Black Baron
04 – Mountain Wolves Under a Crescent Moon
05 – Ravenous Abominations
06 – Doom Priest
07 – Summon All Hate
08 – Morbid Death
09 – Bury Me in a Nameless Grave
10 – Armalite Assassin
11 – Strike of the Apocalypse

Assista "Doom Priest"


Acesse e conheça mais sobre a banda
Site Oficial
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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Hélcio Aguirra - 1959 - Eternamente:O Adeus a Um dos Maiores Guitarristas do Metal/Rock Brasileiro


"Em qualquer tipo de música, a melodia é o que mais fica registrado na mente das pessoas. É nela que estão contidas as emoções mais profundas."  Esta frase, de uma entrevista do Hélcio para a Guitar Player em 2010, resume muito do estilo deste, que sempre será um dos melhores e mais influentes guitarristas do Brasil. Infelizmente, ontem, dia 21/01/2014 (no título desta matéria, preferimos escrever 1959-eternamente, porque ídolos são eternos, caso alguém estranhe que só conste a data de nascimento), Hélcio nos deixou, prestes a completar 55 anos (nascido e 3 de abril de 1959), ficando uma lacuna irreparável.

Um guitarrista que faz parte da história da música aqui no Brasil, principalmente a música pesada, à frente do Golpe de Estado, banda com a qual lançou 8 álbuns, onde mostraram que Rock pesado em português pode ser feito com naturalidade. Começou na guitarra aos 18, sendo que se tornou especialista em amplificadores valvulados, e construía seus amplis e pedais, e seus equipamento possuem características e adaptações especiais e inovadoras. Destaque também para o clássico álbum "A Ferro e Fogo" do Harppia e seu trabalho com o "Mobilis Stabilis", com quem lançou 3 álbuns.

Dono de um estilo inconfundível, tendo aquela característica que só as exceções possuem, ou seja, uma personalidade musical, pois é impossível não reconhecer o som da guitarra do Hélcio. Aqueles riffs, solos, melodias...como ele preenchia tão bem cada espaço nas músicas!
A seguir, nossas singelas homenagens, palavras, antes de tudo, de fãs, tristes pela perda, mas felizes pela música que ele nos proporcionou, e nos serviu de companheira em muitas horas.



Um adeus (ou até breve) a um ídolo
A primeira vez que tive contato com o trabalho do Hélcio, foi através de um compacto da revista Bizz (saia regularmente na revista, o flexi disc), onde haviam trechos de músicas, e tinha um trecho da "Salém". Ouvi e fiquei louco! Logo depois adquiri pelo correio o LP "A Ferro e Fogo" do Harppia, lançado pela Baratos Afins, um álbum histórico para o Metal brasileiro, me impressionei com as guitarras daquele disco, e quando mostrava aos amigos, custavam a acreditar que era uma banda brasileira, porque naquela época, as condições de gravação e equipamentos, principalmente para bandas do estilo, era precária. Depois, com a fundação do Golpe de Estado (primeiros álbuns também lançados pela Baratos), segui acompanhando o trabalho do Hélcio, me tornando um grande fã, principalmente do seu trabalho com o Golpe, além de acompanhar as revistas especializadas em que ele colaborava. 


A notícia foi muito triste, fui saber agora pela manhã, enquanto terminava de ler a biografia de Tony Iommi, lembrei-e na hora, que Hélcio foi muitas vezes citado como sendo o Iommi brasileiro, pelos seus riffs e importância na história da música pesada brasileira. Uma das minhas maiores frustrações, foi não ter podido fazer uma entrevista com o Hélcio para o Road, Quase fiz uma para o extinto All the Bangers, há uma década atrás, não lembro direito o que houve, as ele acabou não tendo tempo de responder, e depois não insisti mais, até conversei com o Fausto, do fã clube, e ele falou que o Hélcio era assim, meio esquecido ! hehehe! mas, pelo menos, fica o consolo de eu poder ter trocado alguns e-mails com ele, e poder dizer o quanto eu admirava o seu trabalho. Uma coisa em comum é termos nascido no dia 3 de abril, pena que a coincidência seja só essa, bem que eu poderia ter também o talento do Hélcio com a guitarra em punho.

Descanse em paz. Deixou um belo legado, triste saber que poderia ainda nos trazer muito mais música. gostaria de encerrar o texto citando uma música do último álbum do Golpe, "Onde há Vida" (Clique AQUI para ouvir), que tem aquelas melodias e solo bem típico do Hélcio, e uma bela letra, para mim, mais uma "balada" clássica do Golpe, no estilo da "Noite de Balada".
Carlos "Caco" Garcia





Uma singela homenagem a Hélcio Aguirra
Ontem dia 21/01/2014 foi dada como certa a morte de Helcio Aguirra, não pude conter as lágrimas, pois quem acompanha e sabe o que realmente o Metal Nacional representa para cada um dos brasileiros headbangers também sabe o que o “Harppia” e “Golpe de Estado” representa para nós. Quando tive o prazer de receber em minhas mãos a minha primeira fita K-7 de uma banda de Heavy Metal Nacional (Harppia), isso a anos atrás, não acreditei no que estava entrando em meus ouvidos, a marca desta banda estava em um ritmo e uma leveza incrível, a música “Harpago” do álbum “A Ferro e Fogo” mostra muito isso. 


É de arrepiar qualquer amante da música pesada, logo então quando começa a música Salém (A cidade das Bruxas)  a marca de Hélcio Aguirra está muito viva em todas músicas do Harppia, ouvir “A Ferro e Fogo” do Harppia é ouvir Hélcio Aguirra, não podemos nos esquecer da grande contribuição  que Ele teve no Rock Nacional com a banda Golpe de Estado, músicas como “Noite deBalada”, “Não é Hora”, “Caso Sério”, “Velha Mistura” nos mostram o quanto o Brasil perdeu nessa noite do dia 21, mais que um artista, um ser humano de muito “feeling”, seu sentimento ficará guardado em nossos corações com certeza. Hélcio Aguirra, descanse em paz meu bruxo... mais um que se vai!
Patrick Rafael de Souza




As últimas homenagens foram prestadas nesta manhã, por volta das 11:30h, no Cemitério São Pedro (SP) e, as 16h o corpo será levado para a cerimônia de cremação em Vila Alpina.
Fãs, amigos e músicos ainda estão atônitos com a notícia, podendo ser vistos vários depoimentos pelas redes, além de que o acontecimento foi noticiados nos principais sites de notícias pela internet:

"O VÔO DA ALMA. Quando o conheci (devia ter uns 18 anos de idade) ele já era um cara mais maduro. Usava uma touquinha, a lá Chili Willie, era meio tímido e o seu interesse pela guitarra e composição era algo apaixonante." (Jack Santiago - Harppia)

"Só ele mesmo sabia como eu gostava dele como pessoa e como músico. DESCANSE EM PAZ, brother. Grande Hélcio Aguirra, agora vai detonar suas guitas no céu!!!!!!Mais um grande cara que se vai!" (Eduardo Bonadia - Strike Magazine)

"Hoje tivemos uma das mais tristes notícias de nossa história: o falecimento de nosso amigo/irmão Hélcio Aguirra guitarrista do Golpe de Estado e um dos fundadores do Harppia." (China Lee-Salário Mínimo)



Abaixo, citamos alguns do trabalhos que consideramos essenciais deste grande guitarrista, e também para os fãs mais jovens, caso ainda não conheçam, procurem ouvir.

Harppia: A ferro e Fogo
Um álbum essencial para a história do Metal Nacional, destaque para os riffs solos e guitarras harmonizadas (dobradas), contendo um dos Maiores Clássicos do Metal nacional, "Salém". 
Lançamento: 1985, pelo selo Baratos Afins, sendo relançado em CD.



Golpe de Estado: Golpe de Estado
Primeiro álbum da banda, assim como no Harppia, letras em português, e um Hard/Heavy, que também flerta com o Rock & Roll e Blues. Um álbum com time de grandes músicos e com grandes músicas, destacando: "Underground", um hino propriamente dito, a debochada "Pra Conferir" e a balada "Olhos de Guerra", primeira da série de baladas clássicas da banda, belo trabalho de Hélcio nas melodias e solo simples, inspirado e cheio de feeling.
Lançamento: 1986, selo Baratos Afins, também relançado em CD com bônus.


Golpe de Estado: Forçando a Barra
Segundo álbum, também recheado de classe no instrumental, e com clássicos como "Noite de Balada", e "Moondog", com suas levadas Blues, que também traz aquela marca da banda, em fazer músicas contando uma saga de um personagem, inclusive, no último álbum, "Direto do Fronte", de 2012, temos a "Marymoon", que segue a linha. Em "Forçando a Barra" também contaram com participações de Branco Melo e Arnaldo Antunes.
Lançamento: 1988, selo Baratos Afins, também relançado e CD.



Textos: Carlos Garcia e Patrick Rafael
Edição: Carlos Garcia
Revisão: Moondog






terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Matanza Fest: Encerrando 2013 Com Força Total


O ano de 2013 visivelmente foi um ano “corrido” para o Matanza, e isso é inegável e visível por todos. Para quem acompanha os passos da banda, fica fácil lembrar a turnê do Matanza Fest 2013 pelo país. Essa correria ainda não parou, bastam acessar o site oficial da banda e conferir as datas futuras (http://www.matanza.com.br), mas, como diz o ditado popular: “O futuro a Deus Pertence”. Então, vamos relembrar um passado muito próximo, especificadamente falando do dia 07 de dezembro de 2013, dia em que o Matanza Fest retornou à Porto Alegre para fechar o ano epicamente, apresentando no mesmo palco os dois maiores símbolos de Rock e beberagem: Matanza e Velhas Virgens!

Foi em um escaldante sábado de dezembro, a noite estava boa para colocar o nariz para a rua, então quem dirá para beber uma cerveja batendo cabeça. O detalhe maior era o seguinte: as duas bandas citadas acima não vieram sozinhas ao palco, tinha mais “gente grande” que iria fazer o chão tremer antes deles. A noitada começou com a apresentação da banda local Peixes Voadores! Subiram ao palco demonstrando bastante energia e felicidade em estar tocando naquela noite. Pelo público, pelo local ou pela positividade de estar na mesma noite dos sucessores que viriam ao palco. 

O vocalista da banda exibiu destreza e uma explosão de euforia ilustrada entre saltos e acrobacias no palco, fez referência aos velhos clássicos do Rock, os garotos tem talento e merecem respeito, é bom ver sangue novo correndo pelas veias do velho Rock. A continuidade da noite foi com a maestria da, também gaúcha, Distraught. Um dos maiores símbolos do Thrash Metal gaúcho (e porque não dizer nacional?), a banda que está na ativa desde fevereiro de 1990 mostra exuberância e soberania no palco e a experiência de quem conhece muito bem o que está fazendo.

Velhas detonando!
A Distraught é: Ricardo Silveira (guitarra), Nelson Casagrande (Baixo), Everton Costa (Guitarra), Dio (Bateria) e André Meyer (vocal). A banda tomou o palco trazendo parte do novo trabalho e a destruição de pescoço começou ao som de “Infect”. Logo após veio a música que dá nome ao álbum mais recente “The Human Negligence is Repugnant”. “Justice Done By Betrayers”, certamente era muito esperada, já que o clipe está circulando o mundo e fazendo muito sucesso (mais de 26,300 viewes no canal oficial da banda no Youtube). 

Na “Insane Corporation” foi o ponto alto da apresentação, a banda baixou um pouco o som e o André Meyer, tal qual o profeta abriu o mar vermelho no passado, abre um clarão na multidão ao sinalizar o braço estendido em direção ao público. Estava claro e estampado no sorriso dos Metal Heads que era chegada a hora da “Wall Of Deah”. E nesse pico de euforia que veio a “Reflection of Clarity”, título que abre o álbum “Unnatural Display Of Art”. Desse mesmo álbum vem “Hellucinations” e, com esse set, a Distraught deixa o palco tendo introduzido um pouco de nitroglicerina no sangue de cada um que estava no Pepsi On Stage naquela noite.

Após toda preparação é hora do Velhas assumir o controle da autodestruição que estava sendo espalhada pelo ambiente.  E veio o som embriagante do solo de blues que apresenta a “Sapato 36”, que foi cantada em coro. A trilha sonora era perfeita e a empolgação só aumentava. Além das clássicas do Velhas Virgens, o show se completa com o espetáculo visual proporcionado pela customização das roupas de Paulão e “Juju”. Velhas Virgens é formado por Paulão de Carvalho (Vocal, gaita e sax), Carlos “Tuca Pés-de-arara” Paiva (Baixo), Simon Brown (Bateria), Rony Carlini (Guitarra), Alexandre “Cavalo” Dias (Guitarra e Backing Vocal) e Juliana “juju” Kosso (Vocal e Performer).


Realmente foi uma festa, nada menos do que já se havia imaginado, e a prova disto ficou na memória ao som de “Abre essas pernas pra mim”, “Siririca Baby” (e disse o Paulão: Tudo que o homem faz é em função do orgasmo da mulher, um homem sem chifres é um animal indefeso - aos risos). “Vocês não sabem como é bom aqui dentro” e “A mulher do Diabo” também ganharam lugares no setlist ao lado de todos os clássicos da banda. Uma verdadeira celebração musical etílica exalando sexualidade no ar, clima perfeito para receber o gigante irlandês e Cia.

Considerações de início de festa feitas, o Matanza invade a noite ao som do bom e velho “Chamado do Bar” e a confusão estava formada. O grupo consolidado em palco é representado por Jimmy London (vocal), Maurício Nogueira (guitarra), China (baixo) e Jonas (Bateria). Claro que o Donida (Guitarra Estúdio e Compositor) não é esquecido, porém por motivos pessoais ele não excursiona com o grupo. Circles of death por todos os cantos, cerveja voando aos trancos.


A verdadeira festa atingiu limite máximo de alegria, energia e as pessoas (apesar das músicas narrarem brigas e beberagem) foram possuídas de uma alegria sem igual por presenciarem momentos como esse. Vale a nota, que em shows de Rock/Metal se fala muito em “Circle of Death”, “Wall of Death” ou “Roda Punk”, porém é raro em ambientes como esse que se ocorra 10% do que as pessoas imaginam que acontece. Tudo é motivo de festa e pra tudo existe regra e educação.

Tutorial da “Roda Punk”:

É natural que se perca o equilíbrio e possa cair em algum momento. Pensamentos como “Serei pisoteado, vão me machucar ou sofrerei alguma fratura” passam pela cabeça.

Ai vai a dica: Se estiver caindo, levante os dois braços. Todos na “Roda Punk” saberão que você está caindo quando avistarem dois braços erguidos, e vão puxar você de volta. Na maioria das vezes, você nem chega a tocar o chão. Quando perguntei para Gabriel Fávero ele disse: “Na roda punk? caí sim. Não no chão, mas participei de várias nessa noite”.


Musicalmente falando, a noitada estava toda excelente. O som do Pepsi funcionou bem e segurou bem o tranco sem “misturar” sons. Tem gente que veio de longe para curtir a noite. Elton Ambrozí e a Jéssica Vieira vieram da cidade de São Gabriel (328 km) para Porto Alegre somente para estarem perto dos ídolos.

Para uns foi um show, para outros um espetáculo, para alguns foi uma apresentação e uma oportunidade para liberar as energias acumuladas. O que eu acho que foi? A celebração e a festa da música, viva Matanza, viva Velhas Virgens e viva Distraught!

Muito obrigado ao Pisca Produtora e desejos de sucesso. Que venham muitos “Fests” pela frente!



Cobertura por: Uillian Vargas
Fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Venus Attack: Lançamento do Clipe Oficial Será Nesta Quinta, 23/01/2014


Em mais uma etapa de divulgação do seu debut, "Venus Attack 1", o qual recebeu várias menções em votações e listagens de "Melhores de 2013" em sites, publicações e outros canais, a banda gaúcha Venus Attack lança oficialmente o primeiro clipe nesta quinta-feira, dia 23/01, no Carlitos Bar, tendo, além da exibição e apresentação do referido clipe, show com a Orquestra Engrenagem, que estará apresentando clássicos do Rock, contando com a participação de Michael Polchovicz, vocalista da Venus Attack.

Orquestra Engrenagem
A música escolhida para este primeiro clipe, foi "Hear Me Pray", uma ótima opção, diga-se de passagem, pela força dessa música, que, em minha opinião, condensa bem o que é a Venus Attack, sendo excelente cartão de visitas para quem vai conhecer a banda pela primeira vez. Com letra e refrão fortes, peso e modernidade, melodias cativantes, beirando o Hard Rock, ou seja, contém várias dinâmicas dentro dos seus quase 4 minutos, mas mesmo assim, é de rápida assimilação, características essas que fazem dela uma das preferidas entre os fãs da banda, e uma das que mais vem chamando a atenção nos shows. Assista AQUI o Lyric Video.


A produção do clipe, também já estava em tempo, pois, se um tempo atrás, sem o apoio da grande mídia, as bandas de Metal/Heavy Rock não tinham como divulgar seus vídeos, tornando-se uma mídia cara e praticaente obsoleta, porém com o advento do Youtube, novamente voltou a importância das bandas em produzir um bom vídeo, pois possuem esse amplo canal para divulgação.



Em tempo, a banda também disponibilizou recentemente o álbum completo para audição no youtube. Confira abaixo. Logo a seguir você confere mais informações a respeito do evento de lançamento do clipe, que com certeza será uma bela opção para esta noite de quinta em Porto Alegre, atrativos não faltam!
A equipe do Road to Metal estará lá para acompanhar o evento, e depois você poderá acompanhar a matéria em nossos canais.



Texto/edição: Carlos Garcia
DETALHES DO EVENTO:

INGRESSOS:

R$10,00 (confirmando presença e compartilhando o evento em modo público).
R$15,00 (sem confirmar presença e compartilhar o evento).

HORÁRIO:
21 h

No som:
LOVELY D. & GILBY SWEET



Carlitus Bar:

Produção: Débora Lovely D. & Gilby Sweet

Carlitus Music Bar
Getúlio Vargas, 94 – Menino Deus (Próximo da Cidade Baixa).

Apoio:
ROCKBOX - http://www.rockbox.com.br/
GTR Eletronics - Manutenção de Valvulados
Gilby Sweet | Art & Design - Produção gráfica e web
Gilby & Lovely D. Produções



domingo, 19 de janeiro de 2014

Entrevista: Sioux 66 – “Somos uma banda de Rock & Roll”


O ano de 2013 para o Heavy Metal e Hard Rock foi bem produtivo, bandas como Sepultura, Almah, Torture Squad, Hibria lançaram ótimos materiais, além de grupos que ainda estão engatando a primeira, mas que já mostram que pode ir muito longe. E é o caso da paulista banda Sioux 66, que em tão poucos anos de existência, já é considerada um dos nomes mais importantes do Hard Rock brasileiro. 

O baixista Fabio Bonnies e o guitarrista Bento Mello atenderam a equipe do Road To Metal para falar tudo sobre o primeiro disco da banda, "Diante do Inferno" e dos acontecimentos referente à banda no ano de 2013. 

Road to Metal: O Sioux 66 não é novidade pra quem gosta de acompanhar a cena Rock brasileira, mas em 2013 vocês lançaram o primeiro e um ótimo disco, chamado "Diante do Inferno". Antes de ele estar disposto no mercado, vocês conquistaram bastante espaço com o EP de quatro músicas. Qual é o segredo de vocês terem dado essa alavancada? É força do hábito ou foi questão de muita vontade por parte dos integrantes?

Fabio: Cara, acho que é uma soma de tudo. Desde quando a banda foi formada tínhamos esse ideal e quando a formação atual se consolidou nós conversamos e decidimos de primeira que lançaríamos um EP com quatro músicas até o final de 2012 e começamos a compor loucamente. Todo o resto, se é que pode se chamar assim, foi consequência de muito trabalho e empenho por parte de nós cinco. Nós somos uma unidade, uma gangue com cinco líderes, uma banda de verdade. Acho que esse é o segredo.

Bento: Sem a vontade de todos nada teria dado certo. Mas a maneira como trabalhamos o EP foi bem sucedida, acho que foi até melhor do que o esperado, porque com apenas quatro músicas a gente conseguiu fazer o nome da banda ficar conhecido no underground de São Paulo. Sem dúvida, isso deu um gás pra a gente acelerar o lançamento do disco.

"Estamos no caminho certo, foi o que senti a primeira vez que ouvi 'Diante do Inferno' pronto"

RtM: No segundo semestre de 2013, a banda lançou o primeiro disco de estúdio. Em tão pouco tempo de lançamento, o álbum já ganhou diversos elogios da mídia e do público, o que aconteceu também quando lançaram o EP em 2012. "Diante do Inferno" é um disco que está assegurando definitivamente um lugar no sol para banda?

Fabio: Acho que ainda é muito cedo para dizer. Nós lançamos "Diante do Inferno" em agosto de 2013 e ainda temos esse ano inteiro para trabalhar. Ainda precisamos fazer muito para conseguir um lugar definitivo ao sol. Às vezes o tempo fica meio nublado ainda, sabe? (risos). Mas estamos no caminho certo, foi o que senti a primeira vez que ouvi "Diante do Inferno" pronto. 

Bento: Com certeza o lugar ao sol ainda está muito longe, mas acho que o produto final do disco ficou muito bom. A gente quis fazer um disco forte que pudesse colocar o nosso nome num cenário maior. Mas é bom lembrar que é o nosso primeiro álbum, precisamos continuar compondo e já visar um novo trabalho. Acho que se continuarmos trabalhando nossas possibilidades de chegar a algum lugar aumentam. 

RtM: Em tão poucos anos de estrada, a banda mostra arranjos nos moldes de bandas gringas e composições muito bem elaboradas e cantadas em português, mas o que mais reparei no estilo de som do Sioux 66 é que vocês conseguem fazer músicas em português parecendo que está soando em inglês. Isso é uma das coisas que a banda aposta ou acontece naturalmente?

Fabio: Foi totalmente natural. Talvez soe assim por causa da forma que o instrumental é tocado, e o Igor é um cara incrível na hora de trabalhar para encaixar as letras. Ele sabe interpretar bem o sentimento que queremos passar com as músicas, aliando o que está escrito nas letras. Sou suspeito pra falar, mas acho o cara um gênio (risos). A maior parte do mérito nisso se deve a ele. Mas não há nada de aposta, desde a primeira vez que nós cinco nos reunimos e começamos a compor juntos foi assim.

Bento: Foi natural. A maneira como a gente compõe ajuda isso, porque acho que a gente deixa claro as nossas influências nas músicas e elas vêm, principalmente, de bandas americanas de Hard Rock. Poucas bandas tentam trabalhar um som mais pesado em português, mas acho que o Godoi encontrou um meio de escrever e cantar que soa bem. E temos uma química boa, acho que por isso parece tão natural.

RtM: A banda segue o Hard Rock como objetivo musical, mas o disco é cheio de variações, que passeia até pelo Heavy Metal, Punk e do Rock em geral. Pode considerar que vocês tem certo ecletismo na hora de trabalhar nas músicas?

Fabio: Isso é fruto das nossas influências. Uma coisa que sempre temos em mente é de que não devemos nos limitar. Se alguém da banda chega e apresenta algo totalmente Heavy ou Punk, nós vamos trabalhar isso até que a gente fique satisfeito. Nos rotulam como Hard Rock, até mesmo porque nosso som realmente tem mais esse lado, mas eu prefiro dizer que somos uma banda de Rock'n'Roll.

Bento: Acho que sim. Concordo quando falam que somos uma banda de Hard Rock, até porque o Hard tem esse ecleticismo e acho que é natural a gente passear por outros estilos, mas sempre com a pegada e essência da banda.

RtM: Com as letras abordadas sobre a realidade atual, instrumental bem pesado/cadenciado e refrãos que já ficam grudados na cabeça, em especial as músicas "Mentiras", "Você Não Pode Me Salvar" e a faixa título, que considero as minhas preferidas. O trabalho desses conjuntos que eu citei é feito pensando na rápida assimilação do ouvinte e das músicas funcionarem bem ao vivo?

Fabio: Não pensamos em nada quando estamos compondo em conjunto, apenas vamos tocando, apresentando ideias, mexendo nelas e deixando rolar. Acho que se as músicas têm uma rápida assimilação do público é porque antes de sermos músicos nós somos fãs de Rock, então nós tocamos do jeito que gostamos. Em momento algum no processo eu paro para pensar como as pessoas vão se sentir ao ouvirem, mas se eu sou fã de Rock e faço esse tipo de música então sei que existem outras pessoas por aí que também vão gostar.

Bento: Somos fãs de Rock e isso é o mais importante. Então, quando estamos compondo, os primeiros críticos somos nós. Acho que os riffs e os refrãos são os aspectos que fazem o Rock ser o que ele é, então existe essa preocupação de trabalhar isso sempre da maneira que mais nos agrade.

RtM: Não deixou de escapar também as participações especiais, como a do guitarrista Andreas Kisser (Sepultura), na faixa "Uma Só Vez", e do Ariel Invasor (Invasores de Cérebro) interpretando um deputado no clipe para a faixa "Porcos". De onde tiveram a ideia de convidar os dois?

Fabio: Ainda não me caiu a ficha de que o Andreas tocou numa faixa do álbum da minha banda (risos). Quanto ao Ariel, quando nos reunimos com um dos diretores do clipe, o Rafael Pacheco, pensamos em alguns nomes e o do Ariel estava junto. Por sorte, ele é pai de um amigo meu e do diretor e isso facilitou o contato. Posso dizer sem dúvida que acertamos em convidá-lo. O cara é uma lenda do Punk nacional e tê-lo no clipe de uma música de protesto foi algo incrível. Sem contar que ele é um cara muito legal.

Bento: Foi muito especial ter esses caras trabalhando com a gente. Sou muito fã do Andreas e também sou amigo dele, então o convidei e, por sorte, enquanto a gente estava gravando o disco ele estava no mesmo estúdio com o projeto novo dele, o De La Tierra. Foi incrível vê-lo gravando e ter esse registro com o cara que é o principal guitarrista do Brasil.

"Somos fãs de Rock e isso é o mais importante"

RtM: Para a produção do disco vocês tiveram ao lado os experientes produtores Brendan Duffey e Adriano Daga do Norcal Studios, que já produziram grandes bandas Heavy Metal nacional. Como foi trabalhar com produtores que, se não engano, pegam poucas bandas de Hard Rock pra produzir?

Fabio: Eles conhecem Rock pesado em geral e sabem muito bem como tirar som de uma banda. Quando fomos ao Norcal pra conversar sobre a produção o Adriano mostrou algumas musicas de uma banda de Hard Rock que havia gravado lá, o Elixir Inc. Eu fiquei impressionado, o som tava perfeito e isso me fez querer trabalhar com eles. Foi ótimo ter sido produzido pelos dois, o Brendan e o Adriano têm uma forma de trabalhar impressionante e não param até que esteja perfeito. Mas em momento algum foram como aqueles produtores ditadores, eles souberam tirar o melhor de nós em cada sessão. Os dois entraram de cabeça no trabalho como se fossem membros da banda desde o começo, é só ouvir o disco e é possível perceber. Passei bons momentos no Norcal e me diverti muito e trabalhando sério ao mesmo tempo. Eles são ótimos.

Bento: Rolou uma química muito boa com eles, com certeza eles viraram grandes amigos. Na minha opinião, eles têm produzido os melhores discos de Hard/Heavy dos últimos tempos no Brasil, e a forma de trabalhar se encaixou perfeitamente no que queríamos. Então acho que não teve erro.

"Muitas bandas gravam e depois se perdem no que fazer ao lançar"

RtM: Depois que o disco ficou pronto, a banda ainda não tinha nenhum selo assinado. E dai veio o convite de ser a primeira banda do cast da Wikimetal Music. Foi importante o convite deles para que a banda tivesse um produto final de qualidade?

Fabio: Veja bem, quando nós assinamos com eles o produto final já estava pronto em nossas mãos: músicas, capa, encarte e tudo mais. O Wikimetal foi muito importante na fase que veio depois, que foi a do lançamento. Muitas bandas gravam e depois se perdem no que fazer ao lançar. O Wikimetal apareceu na hora certa pra gente e isso foi e tem sido muito importante para o desenvolvimento do nosso trabalho.

Bento: E foi muito legal o fato de eles estarem começando assim como nós, acho que isso foi fundamental pra trabalharmos juntos e tentarmos fazer o maior barulho possível.

RtM: Tirando o lançamento do primeiro disco da banda, o que era o primeiro objetivo a ser feito, vocês tiveram a honra em poder participar da batalha das bandas no Sweden Rock Festival e de uma pré-seleção pra tocar no Monsters Of Rock. Infelizmente vocês não conseguiram ganhar ambas, mas ajudaram a expandir o trabalho de vocês para diversos cantos. Isso ajudou vocês de alguma forma?

Fabio: O nosso objetivo desde o começo sempre foi o mesmo. A possibilidade de tocar no Sweden foi algo que apareceu no nosso caminho logo após termos lançado o EP e nós caímos de cabeça. Na época nós não tínhamos o apoio de quase ninguém e, de repente, vimos uma quantidade enorme de pessoas que gostavam da nossa música incentivando a banda e votando loucamente. Ali percebemos que tínhamos conquistado o apoio de quem precisávamos de verdade: o público. E foi muito importante porque isso ajudou em tudo que veio depois. Houve uma grande expansão do nome da banda. Com o Monsters foi menor porque o tempo de campanha foi mais curto, mas ajudou bastante, também.

Bento: O lance do Sweden ajudou muito, e veio num momento muito bom porque ajudou a manter o nome em evidência num momento em que a gente não tinha muito mais o que fazer com o nosso single 'Outro Lado'. Era o momento que a gente já estava pensando na gravação do disco e a repercussão trouxe muita gente pro nosso lado e nosso público cresceu bastante, então foi perfeito entrar no estúdio com esse clima. E foi bem legal que até quem fica com um pé atrás por causa do lance das letras em português abriu o olho e viu que a produção de um dos maiores festivais de Rock do mundo viu qualidade no nosso som. E o Monsters foi legal porque mostrou porque veio logo depois do lançamento do disco e a repercussão também foi muito boa e abriu algumas portas para nós.



RtM: Muitos já sabem que o Hard Rock não é valorizado aqui no Brasil. Várias bandas tentaram conseguir espaço, mas por ironia e pessimismo se perderam no caminho. E hoje a Sioux 66 é vista como aposta para que isso acabe de uma vez e de que possam surgir mais bandas neste gênero. Isto de certa forma causa pressão e, ao mesmo tempo, orgulho?

Fabio: Não. Na verdade eu nunca penso nisso desta forma. Prefiro deixar isso para os fãs e imprensa. Nós já temos muitas pressões internas que fazem querer sempre mais e trabalhar para isso, mas sempre visando o nosso som. Tem muitas outras bandas de Hard Rock nacional fazendo um trabalho incrível. Se estivermos entre elas e isso ajudar a termos uma cena cada vez mais forte, ótimo. Afinal, nós tocamos Rock pelo Rock.

Bento: Não acho que exista uma pressão, mas, sem dúvida, é o nosso objetivo conseguir essa valorização e trabalhamos buscando isso. E eu fico feliz de ver que estão surgindo várias bandas seguindo esse estilo. Não digo que rola um orgulho por ser considerado uma aposta, mas dá a boa sensação que o trabalho está no caminho certo.

RtM: Antes de encerrar, quais são planos da banda para esse ano de 2014?

Bento: Basicamente tocar por todos os cantos possíveis, trabalhar mais um single do disco "Diante do Inferno" e continuar compondo para, quem sabe no fim do ano, a gente planejar o próximo álbum.

RtM: Muito obrigado pela atenção! Deixo o espaço aberto para as considerações finais.

Bento: Valeu Gabriel pela entrevista! Eu queria agradecer todos os fãs que apoiaram a gente em 2013, que foi cheio de conquistas, e pedir pra que esse ano o apoio seja igual, porque isso que dá a vontade de trabalhar cada vez mais! 

Entrevista: Gabriel Arruda 
Revisão/Edição: Eduardo Cadore 
Fotos: Divulgação/Arquivo pessoal da banda 

Agradecimento: Ricardo Batalha (editor-chefe da revista Roadie Crew e diretor da Brasil Music Press) 

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