Grupo holandês segue em constante ascensão |
Aqui cabe perfeitamente o ditado “Em time que está ganhando não de mexe!”. A fórmula feita pelo Legion Of The Damned, muitas vezes apenas LOTD, é certeira, e em “Ravenous Plague” (2014) não é diferente. Sempre com o propósito de fazer o mesmo som de suas origens, ainda dos tempos em que a banda se chamava Occult, formada em 1992 que gravou vários discos, que por problemas por muitos desconhecidos alteraram o nome, o que se presencia nos discos do LOTD é um Thrash Metal moderno, criativo e carregadíssimo de riffs que não lhe deixarão parado um só segundo durante todo o player. Mas Thrash moderno? Isso, exatamente. O que temos aqui não é nada muito diferente do que já se era feito desde os anos 80, sem perder o toque atual.
A banda vem da Holanda, país que já presenteou o Metal com Pestilence, Asphyx, Whitin Temptation, Ayreon e inúmeras outras. Os “arrasa quarteirões” holandeses, guiados por Erik Fleuren (bateria), Maurice Swinkels (vocais), Harold Gielen (baixo) e Twan van Geel (guitarra), o qual teve a missão de substituir Richard Ebisch, trazem ao mercado mundial mais um grande álbum, na já consagrada discografia da banda. Depois do ótimo “Descent Into Chaos” (2011), esse novo disco vem guiado novamente pelo Thrash Metal baseados em riffs rápidos intercalados com momentos cadenciados, o que é o prato cheio da banda, e diga-se de passagem, o que a banda faz excepcionalmente muito bem.
“Ravenous Plague” deve ser um dos melhores álbuns do grupo, porém é um decisão dificílima de tomar, pois a homogeneidade da discografia dos caras faz com que todo álbum lançado por eles já nasça clássico.
Acostumados a introduções cinematográficas, esse player não começa diferente. Adicionando um pouco de suspense ao disco, como é bom ouvir pela primeira vez o disco do LOTD para ficar com aquela expectativa de “o que será que vem por aí?”. “The Apocalyptic Surge” fica naquele lance de o apocalipse na Terra, cuja capa já relata muito bem. Assim encerrada, a porrada desce solta em “Howling for Armageddon”, com Erik fritando seus bumbos e levando o andamento no condução de sua bateria como típico da banda e do próprio Thrash Metal. E a primeira música já apresenta a banda como sempre foi: rápida e muito bem dosada de candência em momentos muito bem encaixados. Maurice esbraveja como poucos hoje em dia e os riffs de van Geel deixam qualquer um de boca aberta. O cara é um baú de riffs, incrível!
Novo trabalho, lançado no começo de janeiro, já é considerado um dos melhores deste ano |
“Ravenous Plague” é pesado em sua essência e “Black Baron” nos prova isso, rápida e com um riff clássico, provando mais uma vez toda a estrutura que a banda cria no que se propõe em fazer. “Mountain Wolves Under a Crescent Moon” segue a mesa linda das anteriores, porém com partes cadenciadas mais presentes, segurando um pouco o ritmo do disco, mas sem deixar de lados por alguns instantes a velocidade e os bumbos duplos. “Ravenous Abominations” talvez seja umas das que menos irá te chamar atenção no disco, porém seu solo de guitarra não a deixa passar em branco na mais longa e única faixa que ultrapassa os 5 minutos, o que é característico do estilo.
Em seguida, meu amigo, que música! “Doom Priest” é uma das melhores do disco, se não a melhor. Com uma levada mais lenta em sua introdução, com uma narração sombria sobre as orações em vão, cujo mesmo fala em condenação para os pecadores, assim como um corvo se alimenta da carne de um condenado, deixando no ar o que cada deseja para si próprio. A música é praticamente guiada pelo poderoso riff de van Geel. A guitarra torna a música especial, levando qualquer um ao “air guitar”. Erik juntamente com Gielen, formam uma competente cozinha, que marca muito a música.
Em dezembro de 2013, banda liberou o vídeo clipe "Doom Priest" (assista ao final da matéria) |
“Summon All Hate” e “Morbid Death” seguem a mesma linha, pesadas e carregadas e riffs, mantendo o ótimo nível de todo o álbum. “Bury Me in a Nameless Grave” já se inicia com um poderoso riff, quebrando pescoços no head bang e uma levada mais cadenciada. Mais uma vez van Geel nos brinda com mais um belo riff, um dos melhores do disco embalado por um baixo cavalar, acelerando ao final. Destaque!
“Armalite Assassin” é a mais curta do álbum e apresenta mais do mesmo, não variando seu andamento, embalado por várias variações na bateria. Para finalizar, mais destaque com “Strike of the Apocalypse”, que é outra calçada dos ótimos riffs de van Geel, que vem nos informar sobre a chegada do apocalipse através dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Morte, Peste, Guerra e Fome), descritos em uma visão profética do Apóstolo João na Bíblia. Bumbos duplos penetrantes na mente e um vocal poderoso, guiando o mundo a revelação.
"Ravenous Plague" tem tudo para se tornar um dos maiores (ou o maior) clássico da banda |
O ano de 2014 pelo o que tudo indica já começa muito bem, obrigado. É muito cedo para dizer, mas passados os 365 dias do ano, já imagina-se “Ravenous Plague” presente em muitas listas de melhores do ano, inclusive já está encabeçando a minha. Capa apocalíptica muito bem elaborada e produção bem destacada, nos brindando com um ótimo álbum de uma das melhores bandas de Metal extremo da atualidade, brigando pelo top da banda, desses holandeses malucos zumbizados, que agitam o planeta Terra com seu Thrash Metal doentio e viciante. Recomendadíssimo em qualquer coleção digna.
Texto: André Sauer
Edição/revisão: Eduardo Cadore
Fotos: Divulgação
Ficha técnica
Banda: Legion of the Damned
Álbum: Ravenous Plague
País: Holanda
Ano: 2014
Tipo: Thrash Metal
Selo: Napalm Records
Formação
Maurice Swinkels (Vocal)
Twan van Geel (Guitarra)
Eric Fleuren (Bateria)
Harold Gieln (Baixo)
Track List
01 – The Apocalyptic Surge
02 – Howling for Armageddon
03 – Black Baron
04 – Mountain Wolves Under a Crescent Moon
05 – Ravenous Abominations
06 – Doom Priest
07 – Summon All Hate
08 – Morbid Death
09 – Bury Me in a Nameless Grave
10 – Armalite Assassin
11 – Strike of the Apocalypse
Assista "Doom Priest"
Acesse e conheça mais sobre a banda
Site Oficial
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