terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Matanza Fest: Encerrando 2013 Com Força Total


O ano de 2013 visivelmente foi um ano “corrido” para o Matanza, e isso é inegável e visível por todos. Para quem acompanha os passos da banda, fica fácil lembrar a turnê do Matanza Fest 2013 pelo país. Essa correria ainda não parou, bastam acessar o site oficial da banda e conferir as datas futuras (http://www.matanza.com.br), mas, como diz o ditado popular: “O futuro a Deus Pertence”. Então, vamos relembrar um passado muito próximo, especificadamente falando do dia 07 de dezembro de 2013, dia em que o Matanza Fest retornou à Porto Alegre para fechar o ano epicamente, apresentando no mesmo palco os dois maiores símbolos de Rock e beberagem: Matanza e Velhas Virgens!

Foi em um escaldante sábado de dezembro, a noite estava boa para colocar o nariz para a rua, então quem dirá para beber uma cerveja batendo cabeça. O detalhe maior era o seguinte: as duas bandas citadas acima não vieram sozinhas ao palco, tinha mais “gente grande” que iria fazer o chão tremer antes deles. A noitada começou com a apresentação da banda local Peixes Voadores! Subiram ao palco demonstrando bastante energia e felicidade em estar tocando naquela noite. Pelo público, pelo local ou pela positividade de estar na mesma noite dos sucessores que viriam ao palco. 

O vocalista da banda exibiu destreza e uma explosão de euforia ilustrada entre saltos e acrobacias no palco, fez referência aos velhos clássicos do Rock, os garotos tem talento e merecem respeito, é bom ver sangue novo correndo pelas veias do velho Rock. A continuidade da noite foi com a maestria da, também gaúcha, Distraught. Um dos maiores símbolos do Thrash Metal gaúcho (e porque não dizer nacional?), a banda que está na ativa desde fevereiro de 1990 mostra exuberância e soberania no palco e a experiência de quem conhece muito bem o que está fazendo.

Velhas detonando!
A Distraught é: Ricardo Silveira (guitarra), Nelson Casagrande (Baixo), Everton Costa (Guitarra), Dio (Bateria) e André Meyer (vocal). A banda tomou o palco trazendo parte do novo trabalho e a destruição de pescoço começou ao som de “Infect”. Logo após veio a música que dá nome ao álbum mais recente “The Human Negligence is Repugnant”. “Justice Done By Betrayers”, certamente era muito esperada, já que o clipe está circulando o mundo e fazendo muito sucesso (mais de 26,300 viewes no canal oficial da banda no Youtube). 

Na “Insane Corporation” foi o ponto alto da apresentação, a banda baixou um pouco o som e o André Meyer, tal qual o profeta abriu o mar vermelho no passado, abre um clarão na multidão ao sinalizar o braço estendido em direção ao público. Estava claro e estampado no sorriso dos Metal Heads que era chegada a hora da “Wall Of Deah”. E nesse pico de euforia que veio a “Reflection of Clarity”, título que abre o álbum “Unnatural Display Of Art”. Desse mesmo álbum vem “Hellucinations” e, com esse set, a Distraught deixa o palco tendo introduzido um pouco de nitroglicerina no sangue de cada um que estava no Pepsi On Stage naquela noite.

Após toda preparação é hora do Velhas assumir o controle da autodestruição que estava sendo espalhada pelo ambiente.  E veio o som embriagante do solo de blues que apresenta a “Sapato 36”, que foi cantada em coro. A trilha sonora era perfeita e a empolgação só aumentava. Além das clássicas do Velhas Virgens, o show se completa com o espetáculo visual proporcionado pela customização das roupas de Paulão e “Juju”. Velhas Virgens é formado por Paulão de Carvalho (Vocal, gaita e sax), Carlos “Tuca Pés-de-arara” Paiva (Baixo), Simon Brown (Bateria), Rony Carlini (Guitarra), Alexandre “Cavalo” Dias (Guitarra e Backing Vocal) e Juliana “juju” Kosso (Vocal e Performer).


Realmente foi uma festa, nada menos do que já se havia imaginado, e a prova disto ficou na memória ao som de “Abre essas pernas pra mim”, “Siririca Baby” (e disse o Paulão: Tudo que o homem faz é em função do orgasmo da mulher, um homem sem chifres é um animal indefeso - aos risos). “Vocês não sabem como é bom aqui dentro” e “A mulher do Diabo” também ganharam lugares no setlist ao lado de todos os clássicos da banda. Uma verdadeira celebração musical etílica exalando sexualidade no ar, clima perfeito para receber o gigante irlandês e Cia.

Considerações de início de festa feitas, o Matanza invade a noite ao som do bom e velho “Chamado do Bar” e a confusão estava formada. O grupo consolidado em palco é representado por Jimmy London (vocal), Maurício Nogueira (guitarra), China (baixo) e Jonas (Bateria). Claro que o Donida (Guitarra Estúdio e Compositor) não é esquecido, porém por motivos pessoais ele não excursiona com o grupo. Circles of death por todos os cantos, cerveja voando aos trancos.


A verdadeira festa atingiu limite máximo de alegria, energia e as pessoas (apesar das músicas narrarem brigas e beberagem) foram possuídas de uma alegria sem igual por presenciarem momentos como esse. Vale a nota, que em shows de Rock/Metal se fala muito em “Circle of Death”, “Wall of Death” ou “Roda Punk”, porém é raro em ambientes como esse que se ocorra 10% do que as pessoas imaginam que acontece. Tudo é motivo de festa e pra tudo existe regra e educação.

Tutorial da “Roda Punk”:

É natural que se perca o equilíbrio e possa cair em algum momento. Pensamentos como “Serei pisoteado, vão me machucar ou sofrerei alguma fratura” passam pela cabeça.

Ai vai a dica: Se estiver caindo, levante os dois braços. Todos na “Roda Punk” saberão que você está caindo quando avistarem dois braços erguidos, e vão puxar você de volta. Na maioria das vezes, você nem chega a tocar o chão. Quando perguntei para Gabriel Fávero ele disse: “Na roda punk? caí sim. Não no chão, mas participei de várias nessa noite”.


Musicalmente falando, a noitada estava toda excelente. O som do Pepsi funcionou bem e segurou bem o tranco sem “misturar” sons. Tem gente que veio de longe para curtir a noite. Elton Ambrozí e a Jéssica Vieira vieram da cidade de São Gabriel (328 km) para Porto Alegre somente para estarem perto dos ídolos.

Para uns foi um show, para outros um espetáculo, para alguns foi uma apresentação e uma oportunidade para liberar as energias acumuladas. O que eu acho que foi? A celebração e a festa da música, viva Matanza, viva Velhas Virgens e viva Distraught!

Muito obrigado ao Pisca Produtora e desejos de sucesso. Que venham muitos “Fests” pela frente!



Cobertura por: Uillian Vargas
Fotos: Uillian Vargas
Revisão/edição: Renato Sanson/Eduardo Cadore

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