Sábado passado (14/06/08), a cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, pôde acompanhar o 1º SM Live Festival, um festival que veio em boa hora, já que o pessoal do interior do estado estava ansioso por um evento daquele porte, com bandas de renome internacional, como é o caso da Tierramystica, Distraught e Hibria, que este ano venceu a eliminatória de Porto Alegre do BMU, indo concorrer em São Paulo para um lugar no maior festival de Metal do mundo, o Wacken Open Air.
O local do evento, Farrezinho, comportou uma estrutura de palco interessante, onde as luzes deram um show a parte, principalmente no show da banda 333, da cidade, que fechou o evento de forma competente, embora com um problema técnico onde tiveram que esperar alguns momentos para retornarem. Além disso, muitas pessoas haviam ido embora após o show da banda Porto Alegrense Hibria, provavelmente uma das principais atrações, ao lado da também vinda da capital, Distraught.
Sobre esta última, posso dizer que estavamos ansiosos para vê-los ao vivo, pois apenas havíamos acompanhado um show pela TV, e não decepcionaram. Foram a segunda banda a tocar, mostrando seu Trash Metal de ótima qualidade, comprovando que merecem mais atenção, embora já sejam conhecidos em outros países, bem como tocado em várias regiões do Brasil.
No show desses caras, o público foi o mais entusiasmado em relação aos demais, tendo muitas “roda de pogo”, pessoal agitando, com as mãos para cima, pulando e observando a brutalidade em forma sonora de André Meyer (vocal), Ricardo S. Silveira
(guitarra líder), Marcos Machado (guitarra), Nelson Casagrande (baixo), Éverson Krentz (bateria). Enfim, a Distraught mandou muito bem, com músicas diretas e uma boa interatividade com o público.
A banda 333 apresentou músicas próprias, com uma sonoridade ora arrastada para um Doom Metal, ora para um Trash Metal meio que progressivo, inclusive o vocal lembrando o Mile Petrozza, do Kreator. Assim, a banda fez sua parte, com um jogo de luzes ótimos, com uma participação pequena do pouco público que ali permanecia. Mas com certeza a banda deixa sua marca, sua originalidade, sendo uma promessa do Metal gaúcho, já que estão para lançar algumas músicas, tendo 13 composições próprias.
TierraMystica, que abriu o festival, nos contemplou com um ótimo show, abrindo com músicas da antiga banda de dois dos integrante do Toccata Magna, Fabiano Muller (guitarra e violão) e Jesus Hernandez (instrumentos andinos, como o quena e charango). Além dessas, que por si só agitou quem conhecia a antiga banda, que inclusive abriu para bandas como Scorpions e Nightwish, no Live ‘n’ Louder, em Porto Alegre, e participaram da BMU 2005, o megaclássico do Iron Maiden, “Run to the Hills”, agitou ainda mais os Headbangers que ali estavam. Aliás, a TierraMystica também já participou da seletiva deste ano de Porto Alegre para concorrer um lugar na seletiva nacional que levará uma banda nacional ao Wacken Open Air.
Apresentaram músicas de seu primeiro lançamento, que também vai na linha da Toccata Magna, “Spiritual Song”, tendo boa receptividade, ainda mais com o carisma dos músicos que não deixaram nada a desejar. Enfim, agora é acompanhar o caminhar dessa banda que poderá trazer ótimos resultados.
Assim, a terceira banda a tocar foi Hibria, banda de Power Metal, também da capital, e que, embora apenas um álbum completo lançado (“Defying the Rules”, de 2004), já se alçaram na cena mundial como uma das revelações do Brasil, inclusive tendo esse disco vendido bem em países como Japão. Então, com certeza uma das bandas que muitas das pessoas que ali estavam gostariam de ver. Porém, a demora para iniciar o show, após a destruição da Distraught, acalmou demais a galera. Entretanto, isso não foi nada se comparado ao grave problema de som durante TODO o show: não conseguia-se ouvir as guitarras de Abel Camargo e Diego Kasper, a bateria estava exageradamente alta, o vocal muito baixo (mas que depois foi um pouco melhorado) e o baixo em certas partes ia pra muito alto.
O indignante é que, mesmo quando o vocalista Iuri Sanson perguntou para a galera como estava o som, e o pessoal reclamou disso, a produção de som apenas “consertou” para a música tributo ao Maiden, “2 Minutes to Midnight”, que, segundo Iuri, há tempo não era tocada ao vivo pela banda.
Mas, entretanto, devemos parabenizar a banda pela ótima postura e atitude no palco, digno de nota, com estanders temáticos de seu álbum. Eles tocaram praticamente todo o álbum, iniciando com a já clássica “Steel Lord on Wheels” (música que possui vídeo clip), que, sem muito exagero, agitou o Farrezinho. Durante todo o show a banda demonstrou porque venceu a seletiva da BMU deste ano em Porto Alegre e é uma das favoritas a ir para o Wacken Open Air na Alemanha representar o Metal nacional. Todas as músicas bem tocadas, até aonde era possível ouvir, a banda carismática, interagindo muito com o público, sendo os destaques o baixista Marco Panichi e o vocalista Iuri Sanson, que não paravam um momento no palco.
Assim, embora com altos e baixos, como em todo festival, com certeza um evento memorável, com ótimas e lendárias bandas do metal gaúcho e até mesmo nacional. Vale ressaltar a participação de Headbangers de outras regiões do estado, que se deslocaram para ver as bandas desse porte e, com certeza, não se decepcionaram, e a atitude inteligente das bandas de se reuinirem após o término do show da 333, se depedindo todos no palco. Além disso, a oportunidade das pessoas que tivessem a fim de conversar com os músicos também foi legal e demonstra o quanto se pode fazer um som legal sem frescuras.
Stay on the Road
Texto:EddieHead e filhodocthulhu
Texto:EddieHead e filhodocthulhu
Fotos por Guilherme "Fera" e Mirela
Nenhum comentário:
Postar um comentário