quarta-feira, 25 de maio de 2011

Clássicos: The Fragile Art of Existence - A Derradeira Obra Prima de Chuck Schuldiner



Qualquer trabalho associado a Chuck Schunilder, tanto no Death quanto no Control Denied, já tem o mérito de ter sido concebido a partir de uma das mentes mais geniais da história do Metal.

A exaltação que vemos ao nome do guitarrista/vocalista do Death, banda responsável pelo estabelecimento de um estilo de Metal, não é apenas devido a sua trágica morte por câncer. Da sua mente e experiência, brotaram grandes e clássicos discos de Metal Extremo.

O Mestre empunhando sua guitarra: riffs e letras cortantes!

Mas talvez nenhuma obra assinada por ele seja tão especial quanto o primeiro e único disco do Control Denied, sua última banda.

Composto e gravado após Chuck descobrir que estava com câncer, “The Fragile Art of Existence” (1999) é sua última obra completa lançada (confira aqui no Road a volta do Control Denied neste ano) e, não a toa, sua masterpiece (peça máxima, mestre).

No extremo da união do Death Metal com o Metal Progressivo, aliado a música clássica, esse álbum contou com Tim Aymar (vocal, Pharaoh), Richard Christy (bateria, Death, Iced Earth, Charred Walls of the Damned), Steve DiGiorgio (baixo, Death, Iced Earth, Charred Walls of the Damned, Testament) e Shannon Hamm (guitarra, Death).

A sonoridade está bem menos agressiva e pesada que na sua banda anterior. Podemos considerar o álbum um trabalho de Prog Metal, mas que flerta nos riffs característicos do Death Metal em certos momentos

Além de uma das mais belas e intrigantes capas já feitas, um dos elementos essenciais e que são até mesmo o ponto alto do disco são as letras.

O quinteto responsável por um dos discos mais marcantes do Metal

Como dito, Schunilder enfrentava um câncer. A situação iminente de morte (já que câncer não é totalmente curável), aliado ao interesse pela temática “morte” (afinal, o nome da sua lendária banda é Death), fizeram com que o debut do Control Denied trouxesse reflexões acerca da vida e da morte, de forma bem existencialista e com passagens que remetem ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche (século XIX).

Chuck escreveu em “Expect the Unexpected”:

“E quando a vida parece completa,

Ele vem e nos derruba,

O elemento surpresa

O vingativo ataque!

Por trás de você o colocará,

Em um estado de deja-vu

Aqui vem ele mais uma vez

Mostrando sua terrível face”.



Tamanha genialidade em poucas palavras só poderia vir de alguém que vive na arte da vida e está passando pela morte iminente. Chuck conseguiu, com esse disco, mais do que nunca, criar ordem a partir do caos, já que sua vida desmoronava diante do câncer, mas ao mesmo tempo se descobria humano e potente.


Como forma de celebrar o retorno da banda (para realizar o sonho de Chuck de terminar o segundo álbum) e os 12 anos do trabalho inicial, o disco foi relançado em uma versão tripla.


No primeiro CD, temos o álbum como já o conhecemos. No CD 2 e 3 temos gravações demos das canções do álbum, ora em verso diferenciadas, sem vocais, ou com arranjos distintos, o que deixa claro com que esmero o último trabalho em vida de Chuck foi criado.


A luxuosa edição é o mínimo que essa mente revolucionária do Metal merece. Se ele possui uma consciência após a morte ou não, pouco importa. Afinal, é por aquilo que fez em vida que para sempre será lembrado.


O vocalista Tim Aymar (esquerda) com Chuck Schulnider


Munido de companheiros de grande habilidade e criatividade, Chuck nos brindou com apenas oito faixas, mas que, ao longo dos menos de 45 minutos ao total, nos fazem refletir sobre a morte, a vida, enquanto curtimos riffs empolgadíssimos, vocais singulares, bateria com quebra de ritmos muito longe do clichê e baixo destacado.


Músicas como a já citada “Expect the Unexpected”, “The Fragile Art of Existence”, “When the Link Becomes Missing” e “Consumed” (que abre o disco) fazem da obra algo sem precedentes na história do Metal.

Pesquisando sobre o disco há alguns meses atrás, percebi que, embora um grande trabalho, muitos são os que criticam o disco, sobretudo por este apresentar um som menos pesado e agressivo, voltado ao Metal Progressivo.


Aí me questiono: qual o sentido de Chuck ter montado esse projeto e dado um tempo no Death, se o objetivo fosse fazer um som semelhante? Particularmente respeito muito a sonoridade do Death, mas diante de uma obra-prima como “The Fragile Art of Existence” (perfeita em tudo, nas letras, música, arte, filosofia, etc), fica difícil não adora-lo como o maior e mais completo álbum da carreira do guitarrista, bem como um dos melhores discos da década de 90, entre todos os gêneros.


Como já noticiado, o restante da banda pretende dar continuidade ao trabalho do Control denied, finalizando composições deixadas por Schulnider, encerrando definitivamente e, esperamos, à altura, o valor artístico e revolucionário do Mestre Chuck!


Stay on the Road


Texto: Eduardo “EddieHead” Cadore

Fotos: Divulgação


Ficha Técnica

Banda: Control Denied

Álbum: The Fragile Art of Existence

Ano: 1999 (relançado em 2011)

País: EUA

Tipo: Metal Progressivo/Death


Formação

Chuck Schuldiner (Guitarra)

Tim Aymar (Vocal)
Shannon Hamm (Guitarra)
Steve DiGiorgio (Baixo)
Richard Christy (Bateria)


A nova edição em formato digipak triplo: limitada a 1000 cópias apenas!

Tracklist

1. Consumed
2. Breaking the Broken
3. Expect the Unexpected
4. What if.?
5. When the Link Becomes Missing
6. Believe
7. Cut Down
8. The Fragile Art of Existence


Site em Memória ao guitarrista

http://www.emptywords.org/

Ouça a música “Expect the Unexpected”

http://www.youtube.com/watch?v=anczqsRxgik

Veja o vocalista cantando músicas da banda

“Consumed” http://www.youtube.com/watch?v=_Ch5-GGX1Jw

“Expect the Unexpected” http://www.youtube.com/watch?v=6eKMywQF5xM&feature=fvsr

Saiba mais sobre o relançamento

http://www.metalized.ca/content/controldenied-thefragileartofexistence-3cd-remastereddigipak-2010-amrc

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