quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Cavalera Conspiracy: Expectativa, Decepção, Ame ou Odeie


Cercado de muita expectativa o novo disco do Cavalera Conspiracy chegava para ser o mais pesado, agressivo e rápido do projeto, que segundo o líder Max Cavalera iria ainda mais longe, pois queria que "Pandemoniun" soasse como o clássico “Arise” de sua antiga banda e que Iggor tocasse tão rápido como na época áurea do Sepultura.

Pois bem, não é de hoje que Max fala que a cada lançamento irá lançar a obra definitiva de sua carreira, e no CC não seria diferente, porém algo não saiu como o planejado. Com certeza “Pandemonium” (que era para se chamar “Fuck That Groove”) é mais agressivo e rápido que seus discos anteriores (Inflikted (08) e  Blunt Force Trauma (11)), mas isso não significa que é o melhor.

Relativamente o terceiro lançamento de uma banda marca um divisor de águas, que é do aprimoramento musical ou do novo caminho que irão seguir. Aprimoramento nesse caso do CC fica complicado, e se é o direcionamento que vão tomar daqui em diante é uma pena, mas não me entendam mal, pois sim o trabalho apresenta riffs potentes, agressividade latente e bons momentos para o headbanging, mas não soa com a mesma qualidade dos anteriores.

Arte do álbum feita pelo paulista Stephan Doitschnoff, que também já trabalhou com o Sepultura

O que de fato choca o ouvinte logo de cara é voz de Max, que soa totalmente descaracterizada em muitas faixas, passando o entendimento que não é Max quem está cantando (ou melhor, berrando).

A produção da bolacha também ficou bem abaixo do esperado, John Gray fez um trabalho abaixo do seu potencial, além dos vocais de Max estarem irreconhecíveis (em algumas faixas), a voz ficou abaixo dos instrumentos, sem contar a bateria de Iggor que soa com um som bem industrial, sendo irritante em muitos momentos.


Falando de Iggor é fato que és um monstro sagrado da bateria e suas performances ao vivo são esmagadoras, porém em “Pandemonium” temos um baterista “rápido”, mas bem pouco variado, não tendo a mesma vitalidade dos dois primeiros álbuns do CC.

As guitarras estão bem niveladas, com os riffs cortantes de Max aliado a técnica absurda de Marc Rizzo, o que de fato salvou as composições.

A já conhecida “Babylonian Pandemonium” abre os trabalhos com bons riffs e refrão grudento, o que causa estranheza é o vocal de Max extremamente gutural, bem puxado para o Death Metal, algo meio inimaginável, pois quem foi aos shows do CC nesse ano sabe que Max não cantou a mesma do modo que está no álbum. Seguindo o baile “Banzai Kamakazi” com riffs palhetados de extrema violência e com Max voltando a sua forma vocal que conhecemos.


“Cramunhão” soa mais old school e com vocais descaracterizados, mas com bons solos e boa dinâmica; “The Crucible” que é cantada pelo baixista Nate Newton é bem variada, e com boa estrutura que soa agressiva e com momentos mais grooveados.

Um bom disco, mas que no geral decepcionou alguns e agradou a outros, o que de fato faz de “Pandemonium” um ame ou odeie.


Resenha por: Renato Sanson

Formação:

Max Cavalera (Vocal/Guitarra)
Igor Cavalera (Bateria)
Marc Rizzo (Guitarra)
Nate Newton (Baixo)


Tracklist:

01 Babylonian Pandemonium
02 Banzai Kamakazi
03 Scum
04 I, Barbarian
05 Cramunhão
06 Apex Predator
07 Insurrection
08 Not Losing The Edge
09 Father Of Hate
10 The Crucible
11 Deus Ex Machina
12 Porra


Conheça mais o projeto:





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