Cercado de muita expectativa o
novo disco do Cavalera Conspiracy chegava para ser o mais pesado, agressivo e
rápido do projeto, que segundo o líder Max Cavalera iria ainda mais longe, pois
queria que "Pandemoniun" soasse como o clássico “Arise” de sua antiga banda e que
Iggor tocasse tão rápido como na época áurea do Sepultura.
Pois bem, não é de hoje que Max fala que a cada lançamento irá lançar a obra definitiva de sua carreira, e no CC não
seria diferente, porém algo não saiu como o planejado. Com certeza “Pandemonium”
(que era para se chamar “Fuck That Groove”) é mais agressivo e rápido que seus
discos anteriores (Inflikted (08) e Blunt Force Trauma (11)), mas isso não
significa que é o melhor.
Relativamente o terceiro lançamento de
uma banda marca um divisor de águas, que é do aprimoramento musical ou do novo
caminho que irão seguir. Aprimoramento nesse caso do CC fica complicado, e se é
o direcionamento que vão tomar daqui em diante é uma pena, mas não me entendam
mal, pois sim o trabalho apresenta riffs potentes, agressividade latente e bons
momentos para o headbanging, mas não soa com a mesma qualidade dos anteriores.
Arte do álbum feita pelo paulista Stephan Doitschnoff, que também já trabalhou com o Sepultura |
O que de fato choca o ouvinte
logo de cara é voz de Max, que soa totalmente descaracterizada em muitas
faixas, passando o entendimento que não é Max quem está cantando (ou melhor,
berrando).
A produção da bolacha também
ficou bem abaixo do esperado, John Gray fez um trabalho abaixo do seu
potencial, além dos vocais de Max estarem irreconhecíveis (em algumas faixas),
a voz ficou abaixo dos instrumentos, sem contar a bateria de Iggor que soa com
um som bem industrial, sendo irritante em muitos momentos.
Falando de Iggor é fato que és um
monstro sagrado da bateria e suas performances ao vivo são esmagadoras, porém
em “Pandemonium” temos um baterista “rápido”, mas bem pouco variado, não tendo
a mesma vitalidade dos dois primeiros álbuns do CC.
As guitarras estão bem niveladas,
com os riffs cortantes de Max aliado a técnica absurda de Marc Rizzo, o que de
fato salvou as composições.
A já conhecida “Babylonian
Pandemonium” abre os trabalhos com bons riffs e refrão grudento, o que causa
estranheza é o vocal de Max extremamente gutural, bem puxado para o Death
Metal, algo meio inimaginável, pois quem foi aos shows do CC nesse ano sabe que
Max não cantou a mesma do modo que está no álbum. Seguindo o baile “Banzai
Kamakazi” com riffs palhetados de extrema violência e com Max voltando a sua
forma vocal que conhecemos.
“Cramunhão” soa mais old school e
com vocais descaracterizados, mas com bons solos e boa dinâmica; “The Crucible”
que é cantada pelo baixista Nate Newton é bem variada, e com boa estrutura que soa agressiva e com momentos mais grooveados.
Um bom disco, mas que no geral
decepcionou alguns e agradou a outros, o que de fato faz de “Pandemonium” um
ame ou odeie.
Resenha por: Renato Sanson
Formação:
Max Cavalera (Vocal/Guitarra)
Igor Cavalera (Bateria)
Marc Rizzo (Guitarra)
Nate Newton (Baixo)
Tracklist:
01 Babylonian Pandemonium
02 Banzai Kamakazi
03 Scum
04 I, Barbarian
05 Cramunhão
06 Apex Predator
07 Insurrection
08 Not Losing The Edge
09 Father Of Hate
10 The Crucible
11 Deus Ex Machina
12 Porra
Conheça mais o projeto:
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