segunda-feira, 14 de março de 2016

Circle II Circle: Novos Elementos, Mas com Conexão ao Passado

 


Contatei Zak Stevens para uma entrevista para o Road to Metal, ao final de 2014, e o vocalista estava dando uma pausa nos trabalhos do novo álbum do Circle II Circle ("Reign of Darkness", lançado ano passado), na verdade estava em fase de mixagem, então, além de falar sobre as notícias do show de reunião do Savatage no Wacken 2015, lhe perguntei sobre esse novo trabalho do CIIC, e bastante empolgado com as novas músicas, ele nos deu algumas pistas a respeito da sonoridade, dizendo que o álbum seria mais dark e progressivo, inclusive falou que James Murphy estava envolvido no processo, além de contar (não pudemos divulgar na época, claro) que Bill Hudson e Marcelo Moreira estariam no line-up. Então, antes de tecer minha opinião sobre o trabalho, reproduzo a seguir algumas das palavras de Zak sobre o álbum que estava finalizando:

"O novo álbum é bastante diferente dos dois primeiros, mas há alguns poucos elementos que remetem aos álbuns anteriores e mantém um vínculo à sonoridade tradicional do CIIC que o pessoal espera. O novo álbum traz uma sonoridade muito moderna em termos de Metal Progressivo, para a qual vínhamos migrando nos últimos anos enquanto o escrevíamos."

"Ambos, as canções e a mixagem, são muito modernas comparadas ao passado. Eu realmente quero evoluir bastante com relação à sonoridade passada de certa forma, porque, com esse álbum, nós queremos mais em todos os aspectos de nossas carreiras."

"Como você verá, este é um álbum muito emocionante e diferente para o Circle II Circle. Ele representa uma transformação musical para nós de muitas maneiras. O estilo musical do álbum é algo que sempre tivemos em nós, mas nós esperamos até agora para realmente mostrar isso. Havia pequenas pistas do que está por vir em nosso último álbum, "Seasons Will Fall", mas nada como as surpresas inesperadas que vocês irão ouvir."


Lançado no exterior em outubro do ano passado, via earMusic, "Reign of Darkness" realmente entrega bastante do que Zak prometeu, é uma transformação, uma evolução musical da banda, sonoridade mais dark e progressiva, porém, traz conexão à características já conhecidas do Circle II Circle e, logicamente, do próprio Zak, como seus vocais inconfundíveis e nuances que podemos perceber nas composições, mas nada muito arriscado e drástico em termos de mudança.

A abertura instrumental com "Over-Underture", seguida de "Victim of the Night", permitem ao ouvinte identificar a banda, com peso e melodia, clima dark, cortesia principalmente dos teclados, e algo que lembra também os trabalhos do vocalista no Savatage, principalmente "Wake of Magellan" (que aliás, ele cita como sua melhor performance em um álbum do Savatage) e "Dead Winter Dead", ou seja, boas escolhas para apresentar o álbum, trazendo bastante do trabalho tradicional de Zak, mas já com novidades.



"Untold Dreams", traz riffs marcantes, principalmente no refrão, e aqui se destacam mais as guitarras, assim como em "It's All Over", que mais uma vez faz conexão com o Savatage, num riff com características bem semelhantes aos do grande Criss Oliva.

"One More Day" dá uma amornada, mas é correta, mantendo o peso e a pegada, e "Ghost of the Devil" procura trazer mais peso, seguindo por alguns caminhos diferentes; já "Somewhere" eleva novamente o pique, transitando por partes mais pesadas e meio tempo, por outras mais melodiosas, um refrão marcante, e riffs e climas que remetem novamente às características conhecidas em trabalhos do vocalista no Savatage e no próprio CIIC, particularmente, sendo fã, me agradou bastante essas faixas que trouxeram mais peso sim, mas uma conexão ainda forte com o que ele fez no Savatage.

"Deep Within" soa bem dramática e dark, destacando o trabalho vocal de Zak, que está muito bem em todo o álbum, fazendo que, mesmo em momentos de músicas com menos brilho, você não perca o interesse; "Taken Away" é também bastante pesada e dark, com os teclados aqui se destacando novamente, além de alguns riffs bem "Savatage" em algumas partes e trechos mais progressivos.


"Sinister Love" possui uma sonoridade mais moderna nos timbres de guitarra, bem pesada, mas faltou aquele "gancho"; "Solitary Rain" encerra o álbum, e é mais uma que faz uma conexão bem clara ao trabalho tradicional de Zak. Uma "Power Ballad", que inicia com voz e teclados, num estilo bem Savatage mesmo, inclusive com aqueles flertes com musica clássica, embora realmente um pouco mais dark e progressivo. Um dos destaques, ao lado de "Victim of the Night".

Um álbum superior aos últimos trabalhos, trazendo algo novo, mais peso, mas também com muitas conexões com o trabalho de Zak no Savatage e no próprio Circle II Circle, mostrando uma banda e um Zak Stevens renovados. Vai agradar aos fãs do vocalista, que sempre esperam mais dele, e partir de "Reign of Darkness", acredito que a carreira da banda vai retomar um rumo ascendente, e como o próprio Zak nos disse: "O melhor ainda está por vir".


Resenha: Carlos Garcia

Ficha Técnica:
Banda: Circle II Circle
Álbum: "Reign of Darkness" (2015)
Estilo: Heavy Metal, Progressive Metal
País: EUA
Selo: earMusic - Lançamento no Brasil via Shinigami Records


Adquira o álbum na Shinigami AQUI

Leia entrevista com Zak AQUI    

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Victim of the Night Song Stream

Line-Up

Zak Stevens - Lead Vocals
Mitch Stewart - Bass/Vocals
Christian Wentz- Guitars/Vocals
Bill Hudson - Guitars/Vocals
Henning Wanner - Keyboards/ Vocals
Marcelo Moreira - Drums


 Track List

01. Over-Underture
02. Victim Of The Night
03. Untold Dreams
04. It's All Over
05. One More Day
06. Ghost Of The Devil
07. Somewhere
08. Deep Within
09. Taken Away
10. Sinister Love
11. Solitary Rain
 

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