O Tellus Terror surgiu com uma proposta complexa, tanto na parte sonora como nos temas da letras, e logo de primeira, talvez não seja fácil digerir o Metal praticado pelo grupo, é fato que tudo que é novo e diferente vai causar certa surpresa de início, mas a qualidade é que vai ditar onde essa novidade vai chegar, e no caso do Tellus Terror o impacto é extremamente positivo, e a proposta da banda recebeu, e vem recebendo, muitos elogios, por parte de público e imprensa especializada. (English Version HERE)
Denominando sua sonoridade com o rótulo M.M.S. (Mixed Metal Styles), a fim de passar uma ideia da liberdade que a banda possui em criar sua música, deixando a criatividade fluir, transitando pelo Metal em geral, com peso, extremismo, complexidade e melodia. O resultado pode ser conferido no seu debut com "EZ Life DV8" (2014), álbum conceitual e complexo, mostrando a proposta da banda, que é essa liberdade musical e tratar de temas 100% comuns a humanidade, independente de classe social, raça, credo ou religião.
Felipe Borges, vocalista e compositor, conversou com o Road e falamos, entre outros assuntos, sobre a excelente repercussão do álbum de estreia, um pouco mais a respeito do seu conceito, e ainda sobre o novo trabalho que está em processo de composição. Confira!
Felipe Borges |
RtM: Passado algum
tempo do lançamento de "EZ Life DV8", como você analisa os
resultados obtidos com o álbum, o qual recebeu muitas resenhas positivas aqui e
lá fora, inclusive sendo citado em várias listas de melhores do ano?
Felipe Borges: A visão que tenho sobre isso, é que realmente funciona quando uma banda
trabalha duro, e se dedica a criar um álbum de Metal, que se tornou parte da
nossa história Brasileira com o Metal, assim como milhares de outras bandas
fizeram, fazem e farão. Tudo isso é bem bacana, e me traz a sensação de querer
trabalhar mais e mais, e isso está refletindo no novo álbum que estamos
compondo.
RtM: Quanto a
elogiada temática do álbum, o que o levou a optar por esse tema, que é, claro,
algo que intriga bastante a humanidade, essas questões de onde viemos, para
onde vamos, estamos sozinhos no universo...etc? E que tipo de pesquisa e
material você se cercou para realizar as composições, sendo um tema tão extenso
e complexo?
Felipe Borges: Quando eu fui acionado por dois
ex membros da banda a pensar em criar uma banda de Metal extremo, a primeira
coisa que falei foi:
- Só vou criar
uma banda e voltar a cantar, se for para falar de coisas que sejam 100% comuns
as pessoas, independente da religião delas, classe social, raça, opção sexual
etc...
E daí eu criei
o nome Tellus Terror (Tellus é planeta Terra em Latim), para viabilizar essa
base que eu tinha em mente de temáticas. O álbum "EZ Life DV8", eu planejei toda
a temática desde o início da banda, passei a ler sobre alguns assuntos que
afetaram e afetam o nosso planeta etc... e o produto final foi esse. Uma viagem
incontestável que iguala todos os seres Humanos pelo simples fato de morarmos
aqui.
Um álbum ("EZ Life DV8"), que ao meu ver, mostra o quanto um Sheik da Arábia e um Mendigo da Central do Brasil tem em comum, e que nós não somos nada perto da imensidão que há planeta afora no cosmos.
Um álbum ("EZ Life DV8"), que ao meu ver, mostra o quanto um Sheik da Arábia e um Mendigo da Central do Brasil tem em comum, e que nós não somos nada perto da imensidão que há planeta afora no cosmos.
RtM: E para quem
ainda está conhecendo a banda, e a partir daqui está tendo contato com o Tellus
Terror, gostaria que você resumisse o conceito do álbum, e também falasse sobre
a sonoridade da banda para o leitor que a está conhecendo agora.
Felipe Borges: O conceito do "EZ Life DV8" (Leiam
“Easy Life Deviate”), começa falando sobre como tudo começou, conforme o
entendimento da nossa espécie, falando sobre como os universos, galáxias,
planetas e formas de vida foram criadas, sobre o que a nossa espécie faz com o
Planeta, retratando fenômenos naturais surpreendentes como o Equinócio,
refletindo sobre como seria o Panorama do fim dos tempos, até a conclusão de
que atualmente a nossa raça não é capaz de determinar como será o nosso fim ou
futuro.
No meio do
conceito, eu tive a ideia tambem de criar uma música fantasiosa chamada "Brain
Technology Part 1" (This Is Where It Starts...), onde ao longo dos álbuns
lançados, eu sempre farei a sequência da Brain Technology, contando uma
história à parte.
Eu também
imaginava uma banda onde nada prendesse o processo de composição, pois temas
complexos, necessitam de músicas complexas no que se diz, a não usar somente um
estilo, mas sim, usar de todos os estilos de Metal, e com isso eu tive a ideia
do M.M.S. (Mixed Metal Styles).
RtM: Dentro do tema
tratado no álbum, qual desses "enigmas" em especial mais lhe
fascinam?
Felipe Borges: Em especial pensar sobre o que
há além do universo... se nós somos como pequenos átomos vivendo em algum corpo
gigante, se nosso universo faz parte na verdade de um multiverso, onde eles formam
um corpo celeste muito além do que podemos sequer imaginar, ou se algum dia
alguma espécie mais desenvolvida do que nós, virá nos visitar, e contar sobre
coisas inimagináveis...Por que estamos aqui? Por que existimos?
RtM: E dada a
extensão do tema, você pensa em dar uma continuidade nos próximos álbuns?
Felipe Borges: Esse segundo álbum que estamos
compondo, é completamente diferente do primeiro, em termos de conceito. Ele
será conceitual e cronológico, trazendo uma outra temática muito forte e que eu
nunca vi sendo abordada antes por uma banda de extremo. Espero que vocês
gostem!
RtM: Tocando no assunto do novo álbum, o que mais pode adiantar a respeito
dele? Pode nos dar algum "spoiler"? hehehe!!
Felipe Borges: Sim. Estamos no processo de
composição do novo álbum, e o mesmo terá 12 faixas, seguindo o mesmo estilo do
primeiro álbum, porem muito mais desenvolvido e maduro. Posso garantir que está
ficando muito bom!
Uma dica do
que será abordado de forma conceitual e fonológica, é que ele mostrará
claramente como coisas tão boas e sinceras podem se tornar os seus piores
temores quando em excesso ou mal interpretados etc...
RtM: E a respeito
do rótulo Mixed Metal Styles que vocês utilizaram para definir a sonoridade do
Tellus Terror (afinal todo mundo adora procurar rotular as bandas - e até é
compreensível, para haver uma referência-
então vocês já facilitaram, he he he!) , essa questão causou
curiosidade? Como você sentiu que o pessoal recebeu e entendeu a proposta?
Felipe Borges: Esse rótulo criado causou
bastante curiosidade, e assim que lancei essa ideia, fomos muito criticados e
pouco elogiados.
Mas nos
mantivemos firmes nessa escolha, e aos poucos as pessoas começaram a entender e
passaram a gostar inclusive.
Cheguei a receber mensagens dizendo que isso
era babaquice de adolescente, e a minha resposta foi simples:
- Prefiro
brincar de adolescente babaca, seguir em frente sempre, e mostrar meu trabalho,
do que ser um fracassado que morreu na estrada e agora fica sentado ás sombras
resmungando, e que não faz porra nenhuma para ninguém. Vá a merda! Para mim só
vence quem persiste e batalha sem olhar para trás!
RtM: Diante de tanta oferta, tantas bandas que surgem, as facilidades dos canais disponibilizados na internet, que fatores você acha que são cruciais para uma banda buscar seu lugar e se destacar no cenário?
Felipe Borges: Essa pergunta é bem interessante
e ao mesmo tempo dá vez a uma opinião que eu tenho, que se você fizer mais do
mesmo, as pessoas vão cada vez mais notar que o que era novo e original agora é
velho e se repete, e vão buscar novidades. Isso é parte da evolução natural das
coisas.
Busque ser
original, tenha influências boas como das bandas de Metal da década de 80, 90
até as mais atuais, e crie o seu próprio som usando todas essas bases porém
visando o futuro. Sem dúvida você se destacará na multidão, MAS o principal!!
Se dediquem a musica de verdade, pensem se vocês realmente amam o que fazem, e
se dediquem sem pensar em parar ou desistir.
Todos somos
capazes por igual, mas só cresce quem luta!
RtM: E como você vê esse cenário? É possível, ou um dia será viável viver apenas do trabalho com uma banda de Metal hoje em dia? Alguns poucos conseguiram. O que falta para mais bandas atingirem um status maior?
Felipe Borges: Falta profissionalismo!
Viver o
Underground é legal, mas profissionalizar o underground é essencial para sermos
vistos com bons olhos nos países lá fora, onde o Metal é tratado de forma
profissional.
Aqui temos alguns produtores merdas que
queimam nosso nome lá fora, temos bandas arrumando confusão com outras bandas
por banalidades, público que só falta dar o rabo para banda que vem de fora, só
pelo fato de ser gringa.
Chamo isso de
síndrome do sem cultura, que inconscientemente pensa que se der apoio total ao
que vem de fora, ele será diferente. Arrume a sua própria casa para viver
melhor porra! A casa dos gringos já está brilhando porra! Apoie o que está aqui
caralho!
RtM: Aquela coisa de viver ainda uma "síndrome de vira-latas", na ideia que tudo que vem de fora é melhor.
Ensaios para o novo álbum |
Felipe Borges: Temos
também os que só vão aos shows de banda gringa, porque realmente eles acham que
as bandas locais são uma bosta e ele quer ver show de qualidade. O fato é que
as bandas do Brasil são boas pra caralho. O que fode as bandas são os
produtores safados e filhos da puta que nem um pão com mortadela querem dar
para as bandas. Só querem dinheiro da bilheteria e ir embora.
Como que uma
banda vai ter um bom som, com um Backline de merda, que nem mendigo da Europa
aceitaria como esmola? Poucos são os
que prestam aqui no nosso país.
Quando um
produtor faz a porra do show decentemente, o show lota, fica foda, os equipos
são foda, as bandas detonam no palco e ganham cachê, o público bebe pra
caralho, vomitam no banheiro felizes de estarem ali, curtem pra caralho, se
divertem até altas madrugadas, vão pra casa trepar e dormem felizes. É simples!
RtM: Além do Tellus Terror, muitas bandas criativas vêm surgindo, sendo difícil rotular algumas, chegando naquela conclusão que é melhor chamar todas simplesmente de Metal. Que bandas novas vêm chamando sua atenção e porquê? Você procura ouvir e busca conhecer novas bandas?
Felipe Borges: Temos tantas bandas novas, e
excelentes, que buscam sua própria sonoridade dentro do Metal, que fica até
dificil destacar algumas. São várias! Todas as que entram em contato, e
compartilham seus materiais eu escuto, e passo a admirar o trabalho delas.
RtM: Felipe, Obrigado pela atenção, esperamos em breve conversar novamente, logo que o novo álbum seja lançado. Fica o espaço final para o seu recado, e também mensagem aos fãs e leitores.
Felipe Borges: Muito obrigado mesmo pelo
espaço, e agradeço a todas as pessoas que tiraram um tempo para ler esta
entrevista. Espero vê-los na estrada em breve!
Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Assessoria: Metal Media
"EZ Life DV8" released in 2014
Logo, symbol an album by Seth Siro Anton
Mixed and Mastered at Studio Fredman (Sweden)
Produced by Felipe Borges, Tellus Terror and Fernando Campos
Tellus Terror are:
Felipe Borges - All Vocals, Wederson Felix - Lead and Rhythm Guitars, Nelson Magalhães - Lead and Rhythm Guitars, Arthur Chebec - Bass, Ramon Montenegro - Keyboards and Synthesizers, Thiago Rafael - Drums and Percussions.
Canais oficiais:
Official website
Soundcloud
Facebook
Youtube
Entrevista: Carlos Garcia
Fotos: Divulgação
Assessoria: Metal Media
"EZ Life DV8" released in 2014
Logo, symbol an album by Seth Siro Anton
Mixed and Mastered at Studio Fredman (Sweden)
Produced by Felipe Borges, Tellus Terror and Fernando Campos
Tellus Terror are:
Felipe Borges - All Vocals, Wederson Felix - Lead and Rhythm Guitars, Nelson Magalhães - Lead and Rhythm Guitars, Arthur Chebec - Bass, Ramon Montenegro - Keyboards and Synthesizers, Thiago Rafael - Drums and Percussions.
Canais oficiais:
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